A Copacabana da Bolívia que deu origem ao nomeestrela bet faliuuma das praias mais famosas do Brasil:estrela bet faliu
O idioma é uma das línguas oficiais dos habitantes até hoje, além do espanhol.
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Fim do Matérias recomendadas
O nome também está ligado à religião católica, já que a padroeira da cidade é a Nossa Senhoraestrela bet faliuCopacabana.
Em 1583, a santa, que também existia na cultura hispânica, mas com o nomeestrela bet faliuNossa Senhora da Candelária, foi levada ao território boliviano pelos colonizadores espanhóis e, desde então, começou a ser adorada por fiéis.
No século 18, com o contrabando na região, uma imagem foi levada ao Rioestrela bet faliuJaneiro.
“Ela chegou aqui por meio dos peruleiros, comerciantes que traziam diversas mercadorias da atual região que hoje pertence à Bolívia até o Brasil”, explica o historiador Milton Teixeira.
"Quadrilhas agiam na região e traziam até póestrela bet faliuprata. Nesse período, a santa boliviana veio junto. Há quem diga que foi a original, e há quem diga que era uma réplica."
É a partir daí que a história do bairroestrela bet faliuCopacabana começa a ser contada.
Copacabana carioca eestrela bet faliuimportância
No século 18, Copacabana, no Rioestrela bet faliuJaneiro, se chamava Sacopenapã, que, em tupi estrela bet faliu , estrela bet faliu significa "o barulho e o baterestrela bet faliuasas dos socós", que são pássaros.
Ao chegar no Brasil, a santa foi levada para a capela da Misericórdia, que hoje é a Igrejaestrela bet faliuNossa Senhora do Bonsucesso, no Centro da capital fluminense.
Mas, segundo Teixeira, a imagem da santa não foi bem aceita e, na sequência, foi levada para outro local.
“Os irmãos da Misericórdia diziam que atraía gente estranha, que não era algo bom para a região. Parece que teve uma reação negativa na época. Então, mudaramestrela bet faliulugar”, diz o historiador.
"No fim do século 18,estrela bet faliuuma data incerta, a (imagem) foi transferida para a pedraestrela bet faliuCopacabana, que hoje é o atual Forteestrela bet faliuCopacabana."
Em 1746, uma capela dedicada à santa foi construída na rocha onde hoje está o forte.
Desde então, o local tornou-se um redutoestrela bet faliufestas, peregrinações e outras celebrações.
O bairroestrela bet faliuCopacabana era um areal quase desabitado até o final do século 19.
Foi emestrela bet faliujulhoestrela bet faliu1892, com a aberturaestrela bet faliuum túnel que ligava Copacabana ao bairroestrela bet faliuBotafogo, que a região começou a receber moradores.
Nessa época, por influência da santa, já se usava o nome herdado da cidade boliviana e não mais seu nomeestrela bet faliutupi.
“Era uma devoção muito pessoal e intensa, o que influenciou no nome", diz Teixeira.
"Os portugueses vinham para cá, abandonavam suas terras, e eles só podiam contar com a proteção divina. Por isso a importânciaestrela bet faliucapelas , igrejas e santos.”
Anos depois, no início do século 20, o nome Copacabana também passou a ser usado para a faixaestrela bet faliuareia, que era conhecida como praia da Igrejinha.
No começo do século passado, havia muitos canhões no forte, e a ordem era que não se podia atirar para trás, justamente porque a igreja ficava próxima e na linha do fogo.
Depoisestrela bet faliualguns anos, a igreja foi posta abaixo, e a santa ficou na mãoestrela bet faliuparticulares.
Em 1956, o presidente Juscelino Kubitschek mandou reerguer a capela, ainda no Forteestrela bet faliuCopacabana.
O problema é que, anos mais tarde, por ser um reduto militar, o local não foi considerado ideal para receber fiéis.
“Era época da ditadura militar. O forte abrigou presos políticos. Não eram muitos, mas tinha alguns”, diz o historiador.
“A visita dos fiéis incomodava o Exército, já que eles não queriam que muita gente estivesse ali. Podiam ver o que não deveriam", afirma o historiador.
Em 1976, a imagem foi transferida para a paróquia da Ressurreição, na região do Arpoador, na divisa entre Copacabana e o bairro vizinhoestrela bet faliuIpanema, onde está até hoje.
Bênçãos a carros e festa
A Virgemestrela bet faliuCopacabana é muito influente até hoje na cidade boliviana.
Desde que foi trazida pelos espanhóis, ela ganhou força entre os fiéis, principalmente pelos diversos milagres atribuídos à ela, destaca Ucedo.
Todo dia 2estrela bet faliufevereiro,estrela bet faliuchegada à região é comemorada com uma festa oficial. Este ano serão celebrados os 441 anos do acontecimento.
Durante a celebração, ocorre a bendiciónestrela bet faliulas movilidades (bênçãos das mobilidades,estrela bet faliutradução livre).
Esse é o momentoestrela bet faliufestejo com danças típicas, e um dos atrativos é o batismoestrela bet faliuveículos, feito por padres com bebida alcoólica e água benta.
A bebida pode ser cerveja, vinho, champanhe ou alguma outra que a pessoa queira usar.
Segundo o diretorestrela bet faliucultura e turismoestrela bet faliuCopacabana, o importante é jogar um pouco do líquido no carro.
De acordo com Ucedo, o festival chega a receber quase 18 mil pessoas ao longo dos três diasestrela bet faliufesta. Também há celebraçõesestrela bet faliuoutras épocas do ano.
“Os devotos da Virgem do lado peruano [do lago Titicaca] celebram nos dias 4 ,5 e 6estrela bet faliuagosto. Em 15estrela bet faliunovembro, os bolivianosestrela bet faliuCochabamba vêmestrela bet faliucaravana para comemorar”, diz Ugedo.
O ritual com a bebida alcoólica acontece porque os bolivianos acreditam na Mãe Terra, também conhecida como Pachamama na cultura andina, e a divindade é sempre presenteada com comidas ou bebidas.
A partir das 10h, os fiéis e motoristas se reúnem para benzer os veículos, que também são cobertos com flores e outros adereços.
Ucedo destaca que não há um motivo específico para escolherem automóveis como "bens principais", mas ele diz que essa tradição começou há dezenasestrela bet faliuanos e é seguida até hoje.
"Eles (motoristas) pedem para não acontecer nada com eles no caminho, para que o carro não falhe e que não ocorra nenhum acidente", diz.
Quem não consegue participar do festival, também pode ir à igreja da cidade receber a bênção no automóvelestrela bet faliuqualquer outro momento do ano.
O ritual ocorre todos os dias,estrela bet faliuhorários específicos.
Turismo religioso e para estrangeiros
A Copacabana boliviana fica a pouco maisestrela bet faliutrês horasestrela bet faliuuma viagemestrela bet faliuônibus da capital, La Paz.
A cidade atrai quem faz turismo religioso ou quer ir para ilhas mais isoladas do lago Titicaca, que ficam a uma horaestrela bet faliubarco dali.
De acordo com o diretorestrela bet faliucultura e turismoestrela bet faliuCopacabana, "80% do público nacional vem por motivos religiosos".
Ele acrescenta ainda que o santuário onde fica a virgemestrela bet faliuCopacabana é um dos maiores do mundo, o que atrai muitos visitantes.
Vitorestrela bet faliuPieri, professor do Departamentoestrela bet faliuTurismo da Universidade Estadual do Rioestrela bet faliuJaneiro (Uerj), reforça a importância religiosa do local.
"É uma cidade que é portaestrela bet faliuentrada para alguns pontos turísticos, como a Ilha do Sol e a Ilha da Lua, lugares sagrados para os aimarás, para os incas, para os povos originários da região", explica.
Já os estrangeiros visitam o local para relaxar ou como parte do roteiro para conhecer as ilhas do lago.
A criadoraestrela bet faliuconteúdo Marina Guaragna,estrela bet faliu29 anos, conheceu a cidade durante um mochilãoestrela bet faliudois meses pela Bolívia com seu namorado.
"Conversando com bolivianos, descobrimos que havia uma praia chamada Copacabana, resolvemos pesquisar sobre e descobrimos que essa era a Copacabana ‘original’ e que era dela que tinha vindo o nome da nossa", diz.
Marina elogia a hospitalidade e boa gastronomia da região e acrescenta que é uma possível rota para quem está viajando pela América do Sul.
"A cidade fica próxima à fronteira com o Peru - cercaestrela bet faliu15 minutosestrela bet faliuônibus - e é o principal pontoestrela bet faliusaída para visitar a Isla del Sol, um dos lugares mais bonitos da Bolívia", conta.
Copacabana boliviana x Copacabana carioca
Embora a cidade boliviana tenha dado nome à praia e ao bairro cariocas, o local pode não ser tão convidativo se o turista não gostaestrela bet faliupassar frio.
Copacabana é uma das principais cidades do entornoestrela bet faliuum dos maiores lagos da América do Sul e está maisestrela bet faliu3,8 mil metros acima do nível do mar.
Isso faz com que, mesmo no verão, as temperaturas fiquem baixas, variando entre 10ºC e 15ºC, mesmo no auge da estação.
Bem diferente do Rioestrela bet faliuJaneiro, onde faz calor quase o ano todo.
Marina ressalta ainda outras diferenças entre as duas Copacabanas.
"A praia da Copacabana original não tem espaço para banhistas e nem para curtir a praia", diz.
"É uma faixaestrela bet faliuareia curta, e suas águas são tomadas por trapiches e barcos. Um lugar tranquilo, mas que não está com as areias limpas para os turistas."
O local ainda pode ser considerado um tanto rústico por alguns turistas que buscam luxo e conforto.
Atualmente, segundo o último censo da cidade, a Copacabana boliviana tem 16,5 mil habitantes.
Já a Copacabana do Rioestrela bet faliuJaneiro cresceu e se desenvolveu.
"Em 1917, já tinham 45 ruasestrela bet faliuCopacabana. Então, ela foi passando por um processoestrela bet faliuurbanização", diz Pieri.
Vivem no bairro cercaestrela bet faliu146 mil pessoas, segundo o Censoestrela bet faliu2010 — os dados sobre o bairro na contagem mais recente,estrela bet faliu2022, não foram divulgados ainda.
Ou seja, caberiam quase nove Copacabanas bolivianas na Copacabana carioca.
O bairro e a praia no Rioestrela bet faliuJaneiro também se tornaram mundialmente conhecidos e foram palcoestrela bet faliueventos históricos, como a Revolta dos 18 do Forte.
O fracassado levante militar contra o então presidente Epitácio Pessoa e o vencedor da eleição Artur Bernardes,estrela bet faliu5estrela bet faliujulhoestrela bet faliu1922, é lembrado na praia até hoje por uma esculturaestrela bet faliubronze do tenente Siqueira Campos, que liderou o movimento.
Bem mais conhecida e popular entre turistas é a escultura no calçadão próximo ao forte,estrela bet faliuhomenagem ao escritor Carlos Drummondestrela bet faliuAndrade, que viveu boa parte da vida no bairro.
Também fica na orla o hotel mais famoso do Brasil, o Copacabana Palace, que recebeu muitas celebridades e colecionou ao longo dos últimos 100 anos eventos marcantes, como o tiro à queima roupa que o presidente Washington Luís levouestrela bet faliusua amanteestrela bet faliu1929.
Impossível não falar também do “maior réveillon do mundo” nas areiasestrela bet faliuCopacabana, que teve origem nas homenagens à divindade africana Iemanjá e influenciou os costumes das festasestrela bet faliufimestrela bet faliuanoestrela bet faliutodo o país.
"Copacabana é um bairro que também tem muita história do Brasil", diz Pieri.