De pipoca a pindaíba: 'O brasileiro fala tupi o dia inteiro sem saber':mrjack bet app

Legenda do áudio, De pipoca a pindaíba: 'O brasileiro fala tupi o dia inteiro sem saber'

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Co. Ambas as expressões são igualmente usadas no Brasil, Portugal ou outros países

ono a), tradução é cachorro (para uma animal) ⚽️ também usado de{ k 0);Portugal? - Quora

Aviator: O Jogo Que Está revolutionando a Indústria mrjack bet app Jogos Online no Brasil

No mercado dos jogos online, um novo produto está chamando a atenção mrjack bet app uma legião mrjack bet app jogadores e entusiastas mrjack bet app tecnologia: o Aviator. Desenvolvido mrjack bet app {k0} um sistema comprovadamente justo, o jogo oferece uma experiência transparente e equitativa para todos os que jogam.

Mas o que realmente é um "aviator"? Na linguagem comum, um aviator é um piloto. Todo avião que você vê no céu tem um aviotor nele. A aviação é a ciência que torna possível o voo mrjack bet app aeronaves como aviões. Um aviactor é alguém que pilota uma delas.

No contexto do jogo, entretanto, a palavra "aviator" é usada mrjack bet app {k0} um sentido figurado. Neste jogo, você "voa" ao longo mrjack bet app um gráfico mrjack bet app valores crescentes, com a oportunidade mrjack bet app desistir mrjack bet app {k0} qualquer momento e coletar as ganancias. Ao mesmo tempo, um multiplicador crescente aumenta o potencial mrjack bet app ganhar ainda mais.

Captura mrjack bet app tela do jogo Aviator
Captura mrjack bet app tela do jogo Aviator.

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Fim do Matérias recomendadas

Cidades, fauna, flora e cotidiano: o tupi estámrjack bet apptudo

Ao cruzar a fronteira com o Brasil pela primeira vezmrjack bet appcarro, a paraguaia Liz Benitez diz que tomou um susto quando percebeu que,mrjack bet apptodas as placas, ela lia nomesmrjack bet applugaresmrjack bet apptupi.

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Fim do Que História!

Liz é professoramrjack bet appguarani, uma língua derivada do tupi que é falada pela maior parte da populaçãomrjack bet appseu país e reconhecida desde 1992 como língua oficial do Paraguai, juntamente com o espanhol.

“Eu me surpreendi que o tupi fosse tão nativo do Brasil. Desde a primeira cidademrjack bet appque entrei, Foz do Iguaçu (fruto da junção do fonema ‘Y’, que significa rio, com a palavra ‘guaçu’, que significa grande), até por exemplo Ponta Porã (fruto da junção das palavras Ponta e ‘Porã’, que significa bonita). Eu via nossas línguas origináriasmrjack bet apptudo”, diz.

Assim como Liz, que montou uma página no Instagram chamada Dicasmrjack bet appGuarani, o estudantemrjack bet appfilosofia Matheus da Silva, é um apaixonado por descobrir a origemmrjack bet apppalavras. Ele também criou a contamrjack bet appInstagram Tupinizando para compartilhar com seus compatriotas brasileiros suas descobertas enquanto estudava tupi.

O vídeomrjack bet appmaior sucesso, que já foi visto por maismrjack bet app250 mil pessoas, mostra o significado dos nomesmrjack bet appcinco estados brasileiros que derivam do tupi.

“Pernambuco é o meu preferidomrjack bet apptermosmrjack bet appsonoridade e significa 'fenda do mar',mrjack bet appreferência aos recifes presentes naquela área”, conta.

Matheus revela ainda que Paraná (mar ou rio muito grande), Paraíba (rio ruim), Sergipe (no rio dos siris) e Tocantins (bicomrjack bet apptucano) são todos exemplos que vêm do tupi e que mostram uma das características mais apreciadas nessa língua por quem a estuda: o seu caráter descritivo na horamrjack bet appcriar novas palavras.

A palavra pipoca (junçãomrjack bet app‘pira’, que significa ‘pele’ com ‘poca’, que significa ‘arrebentar’), por exemplo, descreve exatamente o que acontece com o milho quando é aquecido:mrjack bet apppele arrebenta.

O mesmo vale para cutucar, origináriamrjack bet app"kutuk", que significa furar e que, segundo Liz, até hoje é usada nas manchetesmrjack bet appjornais do Paraguai para descrever crimes à faca.

Muito da nossa fauna e flora também tem nomes que vieram do tupi. Alguns dos casos mais curiosos vêmmrjack bet apppalavras que tiveram seus significadosmrjack bet apptupi adotadosmrjack bet appoutras línguas, mas não vingaram no Brasil.

É o casomrjack bet appananas, que significa fruta excelente e foi adotado no francês pra definir abacaxi, oumrjack bet appjaguar, que é a palavra usadamrjack bet appinglês para definir o que chamamosmrjack bet apponça.

Para além da luxuosa marcamrjack bet appautomóveis, o que não faltam são outras marcas no mercado brasileiro que têm suas origens no tupi.

Piracanjuba (peixe da cabeça amarela), mococa (casa do mocó, um roedor da Caatinga) e catupiry (muito bom) são apenas algumas delas.

Como Matheus relata ter descoberto desde que começou a estudar tupi antigo: “o brasileiro fala tupi o dia inteiro sem saber”.

Mão manuseando livro, com decorações indígenas

Crédito, @indigenouslanguages

A mortandade progressiva das línguas originárias

Apesar do tupi antigo ser parte importante do português moderno, a língua foi deixandomrjack bet appser falada após a proibiçãomrjack bet app1758 e acabou sendo considerada morta no início do século 20.

Além dos brasileiros urbanosmrjack bet appgeral, que perderammrjack bet appvez essa conexão com suas origens, boa parte das comunidades indígenas hoje têm apenas o português como língua nativa. E esse processomrjack bet appapagamento não parou no passado.

“Dentromrjack bet appum idioma, toda uma visãomrjack bet appmundo é construída. Ao tentar destruir (a língua geral) tentava-se apagar os resquícios do que os europeus chamavammrjack bet appbarbárie, mas que na verdade era uma riqueza cultural incompreendida”, relata o indígena potiguara e professormrjack bet apptupi Romildo Araújo.

Segundo ele, devido à violência desse processo, muitos conhecimentos desapareceram e continuam desaparecendo à medida que “a colonização avança”.

“Devido ao avançomrjack bet appterras indígenas continua havendo esse processomrjack bet appque os indígenas vão perdendo não só o meio ambiente, mas as formasmrjack bet appreprodução damrjack bet appcultura. Se não houver políticasmrjack bet appEstado que impeçam esse processo, aquilo que aconteceu lá no século 18 pode acontecer com os nossos povos também no século 21”, diz.

Romildo faz partemrjack bet appum grupomrjack bet appindígenas que tentam revitalizar as línguas origináriasmrjack bet appsuas comunidades.

Ele dá aulamrjack bet apptupi para crianças, adolescentes e adultosmrjack bet appuma escola estadual indígena do municípiomrjack bet appMarcação, na Paraíba, e diz que existem meios para inserir línguas originárias no currículo.

Segundo Romildo, a comunidade indígena se preocupamrjack bet appcuidar do seu idioma emrjack bet appcriar meios para que ele se mantenha vivo ou seja fortalecido, mas precisamrjack bet appajuda.

“Isso envolve a participação do Estado. Ele pode ser responsável tanto pela preservação quanto pelo desaparecimento dos nossos idiomas. É um direito do povo indígena ter acesso amrjack bet appcultura, que foi suprimida pelo processo colonial”, diz ele.

“Esse processo (de desaparecimento dos idiomas) pode ser revertido através da formaçãomrjack bet appprofessores e contrataçãomrjack bet appprofessores indígenas e da criação dessas disciplinasmrjack bet appescolas indígenas. ONGs e universidades podem desempenhar ações como criaçãomrjack bet appdicionários, gramáticas, pesquisas, coletas e compartilhamentomrjack bet appdados referentes aos idiomas”, sugere.

No Paraguai, a inclusão da alfabetizaçãomrjack bet appguarani no ensino formal a partirmrjack bet app1994 foi um marco importante.

“Aqui o colonialismo não deu conta do apagamento da língua, e por isso o Paraguai é um fenômeno muito interessante que é estudado por pesquisadores. O guarani é faladomrjack bet apptodo o país por indígenas e não indígenas”, conta Liz Benitez.

A professora considera que a reforma dos anos 1990, que reconheceu a língua como oficial do país, foi importante ao declarar que o guarani é tão importante quanto o espanhol.

Outro ponto importante, emmrjack bet appopinião, foi a consequente aproximação da população com suas origens: “o guarani é a língua da privacidade, da família, e conseguir entender as histórias damrjack bet appavó com certeza te aproxima dos seus ancestrais”, acrescenta.

Pessoas tirando fotomrjack bet appgrupomrjack bet appconferência da ONU sobre povos indígenas

Crédito, @indigenouslanguages

Legenda da foto, Abertura da Década Internacional das Línguas Indígenas na Unesco,mrjack bet appParis,mrjack bet appdezembro

Década Internacional das Línguas Indígenas

O problema do desaparecimento das línguas originárias é tão grave que fez a ONU declarar,mrjack bet app2022, a Década Internacional das Línguas Indígenas.

“Um ano não é suficiente para haver mudanças efetivas, para que mais línguas indígenas sejam reconhecidas, revitalizadas e mais utilizadas. Um períodomrjack bet appdez anos parece ser mais adequado para criar uma mudançamrjack bet applongo prazo, para permitir que as gerações mais jovens usem suas línguas indígenas”, diz Jaco Du Toit, chefe da seçãomrjack bet appAcesso Universal à Informação na Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), órgão que coordena as ações da iniciativa.

Jaco explica que, quando se falamrjack bet apppreservaçãomrjack bet applínguas indígenas não existe um só caminho.

“Existe uma gama muito amplamrjack bet appcamposmrjack bet appque precisamos intervir, vai da educação ao empoderamento digital, da saúde à Justiça, da cultura à igualdademrjack bet appgênero, precisamosmrjack bet appuma abordagem muito holística quando olhamos para a década”, detalha.

“Os governos precisam estar envolvidos no processo, a sociedade civil e o setor privado também são importantes, mas os agentes mais significativos e que precisam sempre fazer parte do processo são as pessoas indígenas.”

Adauto Candido Soares, que é coordenador do setormrjack bet appComunicação e Informação da Unesco no Brasil, considera a Funai como o parceiro mais estratégico nesse processo.

“Nós temos uma parceria com a Funai, que administra o Museu do Índio e nesse espaço eles têm uma basemrjack bet appdados enorme com gramáticas, publicações, gravações e documentos com relação às línguas indígenas”, revela Adauto, que diz ver no governo atual uma chancemrjack bet appavançar mais na questão.

O professor Romildo lembra que, enquanto ainda não existem muitas políticas públicas voltadas para resolver a questão do desaparecimento das línguas indígenas, a Funai é realmente uma parceira-chave no resgate dessa cultura.

“Estamos esperando para os os próximos quatro anos da Funai uma maior contribuição nessa partemrjack bet appresgate e fortalecimento da linguagens indígenas”, diz.

Como um exemplomrjack bet appcomo a iniciativa privada pode ajudar, Adauto cita o caso da Motorola.

Em parceria com a Unesco, a empresamrjack bet apptelefonia anuncioumrjack bet appdezembro, na abertura da Década Internacional das Línguas Indígenas,mrjack bet appParis, que adicionou duas novas línguas aos seus aparelhos: o kaingang, línguamrjack bet appuma etnia indígena numerosa que vive no Sul do Brasil e o nheengatu — variação da língua geral nascida na Amazônia que, diferentemente do que aconteceu no resto do país, não morreu e é tão falada até hoje que foi considerada a língua oficial dos municípios São Gabriel da Cachoeira (AM) e Monsenhor Tabosa (CE).

“Estamos até buscando uma parceria com a Anatel, para fazer com que essas línguas possam estar também nos outros fabricantesmrjack bet appcelulares. Eles gostaram muito da iniciativa, e a gente está tentando articular com eles. A Motorola disponibilizou, inclusive, toda a basemrjack bet appdados aberta para que as outras empresas possam utilizar e colocarmrjack bet appseus celulares essas duas línguas”, revela o coordenador.

Adauto diz que esse é um reconhecimento importante para as línguas indígenas, mas que essa não é a principal conquista dessa ação.

”Nós temos um bom númeromrjack bet appfalantesmrjack bet applínguas indígenas no território brasileiro, essas pessoas não podem ser excluídas digitalmente”, declara, exemplificando um problema que a simples adição dessas línguas a aparelhos celulares pode ajudar a resolver.