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Tim Vickery: Como a América do Sul conquistou as plateias europeias na história das Copas:bwinbwin
Buenos Aires, Montevidéu, RiobwinbwinJaneiro e São Paulo cresceram exponencialmente, com milhõesbwinbwinpessoas chegando da Europa e do interior, criando um ambiente sedento por novidades.
O futebol logo conquistou essas pessoas por suas próprias características: é fácilbwinbwinjogar, aberto para qualquer biotipo e dispensa equipamentos caros. Também foi resultadobwinbwinum processo históricobwinbwintrês atos: chegou, nas mãos (ou pés) dos ingleses, cheiobwinbwinprestígiobwinbwinprimeiro mundo, foi reinterpretado pelos sul-americanos, transformadobwinbwinum esporte ideal para o jogador com centrobwinbwingravidade baixo, e essa reinterpretação resultoubwinbwintriunfos e reconhecimento internacional - muito importantes numa região tão carente dessas coisas.
O Uruguai liderou esse processo - o que não é nenhuma coincidência. Aconteceu porque a pequena república já contava com um Estadobwinbwinbem-estar social. Portanto, houve menos resistência à dinâmicabwinbwinque o futebol baixou da elite para as massas.
A partir da primeira disputa continentalbwinbwinseleções,bwinbwin1916, o Uruguai já estava escalando jogadores pobres e negros - algo impensável no Brasil naquele momento.
E essa taça - hojebwinbwindia a Copa América, anteriormente chamadabwinbwinCopa Sul-Americana das Seleções - desempenhou um papel fundamental. Nasceu maisbwinbwin40 anos antesbwinbwina Europa começar seu próprio torneio. Em 1916, é claro, as nações europeias estavam ocupadas se massacrando nos campos sangrentos da Primeira Guerra Mundial.
A concorrência sul-americana era bem mais saudável. Nos início, a copa aconteceu quase todos os anos. Os enfrentamentos tão frequentes e tão disputados entre os timesbwinbwinUruguai, Argentina e Brasil produziram uma elevação incrível no nível do jogo praticado - como ficou evidente quando o Uruguai levou um time para participar no torneio do futebol nos Jogos OlímpicosbwinbwinParisbwinbwin1924.
Esses desconhecidosbwinbwinum país pequeno do outro lado do Atlântico não somente ganharam a medalhabwinbwinouro com facilidade, como o fizeram com um estilo que deixou maravilhada a plateia europeia.
Gabriel Hanot, um jornalista francêsbwinbwingrande influência na época, escreveu que a grande qualidade do time vencedor foi "uma maravilhosa virtudebwinbwinreceber, controlar e usar a bola. (...) Eles estão perto da perfeição na arte da finta, da guinada e do drible, mas também sabem como jogar direta e rapidamente. (...) Eles criaram um futebol bonito, elegante e ao mesmo tempo variado, rápido, poderoso e eficiente. Esses bons atletas estão para os profissionais ingleses assim como os cavalos puro-sangue estão para os cavalosbwinbwinfazenda."
É o tipobwinbwindescrição que poucas décadas depois seria utilizada para elogiar a Seleção Brasileira. E a referência para os profissionais ingleses é muito importante. As Olimpíadas eram somente para amadores. Na época, os ingleses ainda eram vistos como medidabwinbwinqualidade no jogo. Nasceu ali a necesidadebwinbwinum torneio mundialbwinbwinfutebol, aberto para amadores e profissionais, para descobrir quem realmente tinha o melhor time.
Tal sensação só cresceu na Olímpiada seguinte, os JogosbwinbwinAmsterdã,bwinbwin1928. Daquela vez, a Argentina também enviou uma seleção - e levou a prata, com o Uruguai mais uma vez conquistando o ouro.
Dois anos mais tarde, o Uruguai sediou a primeira Copa do Mundo, e ganhou também, mais uma vez superando a Argentina na final. Ou seja, há uma linha direta entre a decisão pioneirabwinbwincriar uma taça sul-americanabwinbwin1916 e o nascimento, somente 14 anos mais tarde, do megaevento que atualmente prende a atenção do planeta.
Outros países têm abwinbwinhistória, diz o ditado, mas Uruguai tem o seu futebol. Na verdade, isso se aplica um pouco também para Brasil e Argentina. Para os países do Cone Sul, a Copa do Mundo é um eventobwinbwinimportância cívica enorme. A seleção é o paísbwinbwinchuteiras, aparecendo diante do planeta como vencedora.
Mas o resto do continente também quer participar. É só dar uma olhada nos países onde mais se compraram ingressos para a Copa na Rússia. Em primeiro lugar são os Estados Unidos - que nem se classificaram, mas que abrigam muitos latinos. O Brasil estábwinbwinsegundo lugar, a Colômbiabwinbwinterceiro, e a Argentinabwinbwinsexto, seguida por Peru.
A enorme e colorida torcida peruana foi destaque nos primeiros diasbwinbwincompetição. Muitos fizeram loucuras para comprar as passagens para Rússia. E viajaram sem esperancasbwinbwinvitória. Jogando a primeira Copa desde 1982, os peruanos tiveram uma oportunidade para afirmarbwinbwinexistência diantebwinbwinum plateia mundial. "A gente existe", foi a mensagem, "e, como sul-americanos, temos todo direitobwinbwinfazer parte da festa."
*Tim Vickery é colunista da BBC News Brasil e formadobwinbwinHistória e Política pela UniversidadebwinbwinWarwick.
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