Tim Vickery: Futebol ajuda a despertar a curiosidade geográfica nas crianças:sportingbet denilson
Em 1982, não colecionei as figurinhas. Com 17 anos, a música desempenhava um papel mais importante na minha vidasportingbet denilsonadolescente e não me empolgei tanto com a Copa. Mas ainda acompanhei tudo.
Uma história rápida para ilustrar a importância do futebol na família. No dia da finalsportingbet denilson1982, minha mãe saiu para um show. Horas depois, ela não tinha voltada ainda, que era muito incomum. Num determinado momento, meu pai ficou preocupado. Ligou para a polícia. Pediram para ele uma descrição da minha mãe, do que ela estava vestindo. "Como eu vou saber?", respondeu ele num tomsportingbet denilsonexasperação. "Está passando a final da Copa!"
O meu pai foi um "quase" jogador. Um teste aqui, um teste ali, mas não conseguiu uma vaga. Como primeiro filho, a obrigação passou para mim. Mas desde cedo ficou óbvio que herdei o entusiasmo sem um pingo do talento. Tudo bem. Tive uma infância feliz jogando bola. O futebol me socializou.
E também, como eu disse, me globalizou. Mas as duas coisas só aconteceram juntas na Copa seguinte,sportingbet denilson1986.
Eu ainda não tinha saído da Inglaterra. Mas, aos 21 anos, já estava na faculdade, cercado por pessoas do país todo – esportingbet denilsonvárias partes do mundo. Acompanhar aquela Copa num ambiente multicultural foi uma experiência mágica. Vislumbrei o valor do jogo como um fatorsportingbet denilsonunificação, uma língua universal que se fala com sotaques diferentes. Uma maneira incrívelsportingbet denilsontrocar experiências e fazer amizades internacionais. Socialização num contexto global.
É por isso que sinto saudades do que virou a Avenida Atlântica,sportingbet denilsonCopacabana, quatro anos atrás. Quase todos que viajaram ao Brasil na Copasportingbet denilson2014 passaram pelo Riosportingbet denilsonJaneiro e pela Avenida Atlântica.
Aquele pedacosportingbet denilsonasfalto, ao lado da praia, virou o pontosportingbet denilsonencontro do mundo inteiro. Com poucas exceções, foi um sonhosportingbet denilsonconfraternização global, uma alegre multidão multicultural. Lembro bem da última noite, depois da final. Parecia que ninguém, nem os argentinos que acabavamsportingbet denilsonver a derrota dasportingbet denilsonseleção, estava querendo ir dormir, pois acordar ia trazer a triste notíciasportingbet denilsonque a Copa tinha acabado.
Declaro tudo isso com pleno reconhecimento dos absurdos gastos com o torneio. Fui um dos primeiros a criticar tais gastos, pois anos antes ficou óbvio para mim as consequências desatrosas da demorasportingbet denilsondefinir as cidades-sedes. O preço ia aumentar, enquanto a gama do que era possível fazer diminuía. Em resumo, mais dinheiro para os estádios, menos para projetossportingbet denilsonmobilidade urbana. Diantesportingbet denilsontudo isso, é impossível defender a incompetência demonstrada pela organização.
Mas nada disso tira o valorsportingbet denilsonreunir o mundo ao redorsportingbet denilsonuma bola. Vou além: numa épocasportingbet denilsontensões entre países e povos, vejo a Copa como mais necessária do que nunca.
Muitos acham que no Brasil a Copa é tratada com uma importância exagerada. Difícil discordar. Mas não compartilho nem um pouco da visãosportingbet denilsonque se tratasportingbet denilsonum exemplosportingbet denilsonalienação. Porque naquele momento antes do jogo quando se tocam os hinos nacionais, a câmera está mostrando a verdadeira face da nação, ou pelo menos dasportingbet denilsonjuventude masculina. É uma representação muito mais fiel da pátria do que os diplomatas, governantes ou até o Supremo Tribunal Federal.
Não pode ser considerado alienação quando as pessoas estão se sentindo representadas, torcendo para os seus pares numa disputa leal e saudável. Viva a socialização num ambiente global! Viva a Copa do Mundo, as Nações Unidas do homem comum!
*Tim Vickery é colunista da BBC Brasil e formadosportingbet denilsonHistória e Política pela Universidadesportingbet denilsonWarwick.
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