G20: declaração final ignora restrições da Argentina e cita Ucrânia, mas dá mais destaque a Gaza:de onde e a empresa vaidebet

Confira abaixo os principais destaques da declaração.

Ucrânia e Gaza

Um dos pontos que mais chamou atenção na declaração foi o espaço dado a dois dos principais conflitos armados ocorrendo neste momento no mundo: as guerras entre a Ucrânia e a Rússia e a guerra travada por Israel contra o Hamas e o Hezbollah.

A declaração dos líderes dedicou doze linhas (na versãode onde e a empresa vaidebetportuguês) à guerra no Oriente Médio, enquanto a guerra na Ucrânia recebeu sete.

Sobre o conflito russo-ucraniano, a declaração destaca “o sofrimento humano e os impactos negativos adicionais da guerra no que diz respeito à segurança alimentar e energética global, cadeiasde onde e a empresa vaidebetsuprimentos, estabilidade macrofinanceira, inflação e crescimento”.

O texto diz ainda que o grupo saúda “todas as iniciativas relevantes e construtivas que apoiam uma paz abrangente, justa e duradoura”.

A respeito da guerra no Oriente Médio, o texto classifica o conflito como uma “situação humanitária catastrófica”.

O texto defende ainda o “direito palestino à autodeterminação” e sustenta que o grupo tem “compromisso inabalável com a visão da soluçãode onde e a empresa vaidebetdois Estados, onde Israel e um Estado palestino vivem lado a lado”.

Nos dois casos, a declaração não citou a Rússia ou Israel como Estados agressores ou responsáveis pelos dois conflitos.

Os termos usados na declaração haviam sido previamente acertados pelos negociadoresde onde e a empresa vaidebettodos os países do grupo, mas, nos últimos dias, houve pressãode onde e a empresa vaidebetpaíses europeus para que as negociações fossem reabertas.

Essa tentativade onde e a empresa vaidebetretomada visava incluir uma condenação direta à Rússia após o país ter intensificado ataques ao território ucraniano.

Entretanto, segundo diplomatas ouvidos pela reportagem, o Brasil resistiu à pressão europeia e não reabriu as conversas.

Igualdadede onde e a empresa vaidebetgênero

Outro tema que chegou a ser alvode onde e a empresa vaidebetpolêmica foi a menção à igualdadede onde e a empresa vaidebetgênero e ao empoderamento das mulheres.

O assunto já vinha sendo endereçadode onde e a empresa vaidebetoutras cúpulas e incluídode onde e a empresa vaidebetdeclarações anteriores, como ade onde e a empresa vaidebetNova Délhi,de onde e a empresa vaidebet2023. O problema é que a delegação argentina já havia expressadode onde e a empresa vaidebetcontrariedade com o tema.

Em outubro, durante uma reuniãode onde e a empresa vaidebetministros dos países do G20, a Argentina foi o único país a se negar a assinar uma declaração indicando o apoio a medidas que promovem a igualdadede onde e a empresa vaidebetgênero.

O documento, à época, foi divulgado com a indicação expressade onde e a empresa vaidebetque a Argentina tinha sido o único país a não concordar com o texto.

A negativa argentina lançou dúvidas sobre se o país iria bloquear a inclusão do tema na declaração final dos líderes do G20.

Apesar disso, o tema foi incluído no documento final e não houve a indicação no corpo da declaração sobre a oposição argentina.

“Reafirmamos nosso total compromisso com a igualdadede onde e a empresa vaidebetgênero e o empoderamentode onde e a empresa vaidebettodas as mulheres e meninas. Nós encorajamos o desenvolvimento liderado por mulheres e promoveremos a participação e a liderança plenas, equitativas, eficazes e significativas das mulheresde onde e a empresa vaidebettodos os setores ede onde e a empresa vaidebettodos os níveis da economia, o que é crucial para o crescimento do PIB global”, diz um trecho do documento.

'Jogo duplo' argentino

Um ponto que chamou atenção na declaração final foi o fatode onde e a empresa vaidebetjustamente não haver nenhuma menção expressa sobre a contrariedade da Argentina a quaisquer pontos.

Ao longo das últimas semanas, a diplomacia argentina vinha dando indicaçõesde onde e a empresa vaidebetque tentaria travar o avanço não só do tema da igualdadede onde e a empresa vaidebetgênero, mas também da transição energética e da taxaçãode onde e a empresa vaidebetsuper-ricos.

Ao final, essas objeções ficaram expressas apenas no discurso que Milei fez durante a reuniãode onde e a empresa vaidebetlíderes ede onde e a empresa vaidebetum comunicado divulgado pelo governo argentino.

“Sem obstaculizar a declaração dos demais líderes, o presidente Javier Milei deixou claro emde onde e a empresa vaidebetparticipação no G20 que não acompanha vários pontos da declaração, entre eles: a promoção ou a limitação da liberdadede onde e a empresa vaidebetexpressãode onde e a empresa vaidebetredes sociais, o esquemade onde e a empresa vaidebetimposição e vulnerabilização da soberania das instituiçõesde onde e a empresa vaidebetgovernança global [...] a noçãode onde e a empresa vaidebetque uma maior intervenção estatal é a formade onde e a empresa vaidebetlutar contra a fome”, diz um trecho do comunicado divulgado pelo governo argentino.

Apesar disso, alémde onde e a empresa vaidebetnão expressarde onde e a empresa vaidebetcontrariedade no texto final do G20, a Argentina ainda aderiu,de onde e a empresa vaidebetúltima hora, a uma das principais bandeiras da presidência brasileira do G20: a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.

Um diplomata brasileiro com o qual a BBC News Brasil conversoude onde e a empresa vaidebetcaráter reservado apontou que a postura inicialde onde e a empresa vaidebetMilei podia estar relacionada àde onde e a empresa vaidebetlinha ideológica e à necessidadede onde e a empresa vaidebetacenar àde onde e a empresa vaidebetbase política. Milei se autoproclama como um anarcocapitalista, adepto da direita e defensor do livre-mercado.

Apesar da necessidadede onde e a empresa vaidebetacenar para ade onde e a empresa vaidebetbase política, Milei, segundo a interpretação deste diplomata, não teria tido força política suficiente para imporde onde e a empresa vaidebetdiscordância sobre os demais líderes da cúpula.

Compromissos ambientais, sob a sombrade onde e a empresa vaidebetTrump

Em um momentode onde e a empresa vaidebetque o futuro da agenda ambiental está mais incerto, devido à eleiçãode onde e a empresa vaidebetDonald Trump como futuro presidente dos Estados Unidos, os países do G20 voltaram a se comprometer com ações concretas para conter o aquecimento global, como a implementação do Acordode onde e a empresa vaidebetParis.

No seu primeiro governo, Trump deixou esse acordo, retomado depois pela administração Joe Biden, presidente que deixará a Casa Brancade onde e a empresa vaidebet20de onde e a empresa vaidebetjaneiro.

"Nós reiteramos nosso compromisso e intensificaremos nossos esforços para alcançar emissões líquidas globais zerode onde e a empresa vaidebetgasesde onde e a empresa vaidebetefeito estufa/neutralidadede onde e a empresa vaidebetcarbono até metade do século", diz a declaração do G20.

"Nós reafirmamos a metade onde e a empresa vaidebettemperatura do Acordode onde e a empresa vaidebetParisde onde e a empresa vaidebetlimitar o aumento da temperatura média global para bem abaixode onde e a empresa vaidebet2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais ede onde e a empresa vaidebetempreender esforços para limitar o aumento a 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso reduziria significativamente os riscos e impactos da mudança do clima", destaca outro trecho da declaração.

Apesar dos compromissos, as ações do bloco têm sido objetode onde e a empresa vaidebetcríticas. Em outubro, as Nações Unidas (ONU) divulgaram um relatório apontando que "o mundo entrará na rotade onde e a empresa vaidebetum aumentode onde e a empresa vaidebettemperaturade onde e a empresa vaidebet2,6°C a 3,1 °C" ao longo deste século se não houver cortes mais ambiciosos na emissãode onde e a empresa vaidebetgasesde onde e a empresa vaidebetefeito estufa.

No documento, a ONU cobra um esforço maior do G20, cujos países são responsáveis por 77% das emissõesde onde e a empresa vaidebetgases poluentes.

Menção inédita à taxação dos super-ricos

O comunicado traz pela primeira vez uma declaração sobre a importânciade onde e a empresa vaidebettaxar os super-ricos, uma das principais bandeiras do Brasil na presidência do G20.

A declaração não aborda, porém, a proposta brasileirade onde e a empresa vaidebetuma taxa mínima global sobre bilionários, algo que gerou resistênciasde onde e a empresa vaidebetdiferentes países, com destaque para os Estados Unidos.

Por isso, o texto final enfatiza o respeito à soberaniade onde e a empresa vaidebetcada país nesse tema.

"Com total respeito à soberania tributária, nós procuraremos nos envolver cooperativamente para garantir que indivíduosde onde e a empresa vaidebetpatrimônio líquido ultra-alto sejam efetivamente tributados", diz o texto final.

"A cooperação poderia envolver o intercâmbiode onde e a empresa vaidebetmelhores práticas, o incentivo a debatesde onde e a empresa vaidebettornode onde e a empresa vaidebetprincípios fiscais e a elaboraçãode onde e a empresa vaidebetmecanismos antievasão, incluindo a abordagemde onde e a empresa vaidebetpráticas fiscais potencialmente prejudiciais", continua o documento.

Os países também se comprometem a "continuar a discutir essas questões no G20 ede onde e a empresa vaidebetoutros fóruns relevantes, contando com as contribuições técnicasde onde e a empresa vaidebetorganizações internacionais relevantes, universidades e especialistas".

O documento incentiva a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo formado principalmente por nações ricas, a trabalhar no tema. Essa é a preferência das nações desenvolvidas para avançar no tema.

Outro caminho é a taxação dos super-ricos ser negociada na Convenção-Quadro sobre Cooperação Tributária Internacional das Nações Unidas, caminho preferidode onde e a empresa vaidebetpaíses como Brasil e Rússia.

"Continuamos a discussão construtiva nas Nações Unidas sobre o desenvolvimentode onde e a empresa vaidebetuma Convenção-Quadro sobre Cooperação Tributária Internacional e seu protocolo", destaca também o documento, dando espaço para as duas visões.