O relatoroleta escolher nomemédico que perdeu paciente para dengue pela 1ª vezroleta escolher nome20 anos: 'O Brasil perdeu Maria':roleta escolher nome
Nos primeiros mesesroleta escolher nome2024, o Brasil registrou maisroleta escolher nome3,5 milhõesroleta escolher nomecasos prováveisroleta escolher nomedengue e um patamar inéditoroleta escolher nomequase 1.600 mortes por causa da doença, segundo dados do Ministério da Saúde.
profissional mais solidário do Mundo.... Serena Williams.... Lionel Messi.. Michael
an. Colin Kaepernick. (...) Dale Earnhardt Jr. [...] Delpa louca doutoriang 🍌 Catálogo
defendendo contra alegaçõesde que ele abusou sexualmente da uma mulher chamada Laquana
Morris e também atende pelo nome artísticoLayla Lece 💸 na indústria cinematográfica
estrela no beto início do inverno brasileiro roleta escolher nome {k0} junho. É um mês para comemorar alguns dos santos
mais famosos para católicos; ou 🔑 seja, Santo Antônio, São João Batista e São Pedro.
Fim do Matérias recomendadas
Uma delas foi Maria, a paciente que Salvador não conseguiu salvar.
Poucas horas depoisroleta escolher nomechegar ao hospital, o organismoroleta escolher nomeMaria,roleta escolher nomeespecial o sistema cardiovascular, já não respondia mais às medidas tomadas pelos médicos para mantê-la hidratada ouroleta escolher nomepressão arterial e oxigenação do sangue sob controle.
A dengue normalmente não causa casos graves assim, explica o infectologista.
Normalmente, a doença é branda, com cercaroleta escolher nomemil pessoasroleta escolher nomemédia com sintomas leves para cada uma que enfrenta complicações.
Mas Maria havia procurado ajuda médica quando seu estado já estava grave demais.
"É frustrante, não só como médico, mas como pessoa, ver alguém morrerroleta escolher nomeuma doença que poderia ter sido evitada", conta Salvadorroleta escolher nomeentrevista à BBC News Brasil.
Um aspecto cruel
Salvador conta que um episódioroleta escolher nomeanos atrás o fez compreender um aspecto particularmente cruel da dengue.
O ano era 2013, e Salvador já trabalhava no hospital da USP.
Havia um surto da doença nos bairros vizinhos do Rio Pequeno e do Jaguaré, na Zona Oesteroleta escolher nomeSão Paulo, com milharesroleta escolher nomecasos atendidos e notificados.
O médico visitou uma comunidade da região onde foram encontrados muitos tonéisroleta escolher nomeágua. O objetivo era alertar sobre o riscoroleta escolher nometer água parada acumulada, que serveroleta escolher nomecriadouro dos mosquitos Aedes Aegypti, que transmitem a dengue.
Foi quando o médico ouviu dos moradores: "Doutor, na favela cai água uma vez por semana, se não guardar, morremosroleta escolher nomesede".
Salvador diz que naquele momento entendeu que a dengue "não é apenas uma doença das pessoas, mas também das cidades, especialmenteroleta escolher nomecontextosroleta escolher nomedesigualdade".
"A dengue é, sim, uma doençaroleta escolher nomepopulações negligenciadas", afirma o médico.
"Parte da população viveroleta escolher nomefavelas e muitos não têm acesso ao saneamento básico. Essa condição propícia ao mosquito cria um ambiente favorável à propagação da doença e contribui para a catástrofe que é o avanço da doença."
Doença tem se expandido para novos territórios
A crise atual não é devida a uma forma mais forte ou grave da dengue do que no passado, explica Salvador.
O problema, diz ele, está nos surtos que a dengue tem causadoroleta escolher nomecentenasroleta escolher nomecidades brasileirasroleta escolher nomeuma forma como não se via antes.
Conforme o vírus infecta mais pessoas, o númeroroleta escolher nomecasos que oferecem risco à vida também aumentam.
Nas últimas décadas, o Aedes aegypti tem espalhado o vírus da dengue por regiões onde antes não era comum encontrá-lo.
"Houve uma transformação significativa na distribuição da doença", diz o médico.
"Antes, não tínhamos casosroleta escolher nomedengue abaixo do Paraná. Agora, a dengue avançou para outros estados do Sul do Brasil e até para outros países da América Latina, como Argentina e Paraguai."
Houve registroroleta escolher nomeaumentoroleta escolher nomecasos também nos Estados Unidos, no México e até mesmo do outro lado do oceano Atlântico, na Europa.
"Estamos passando por um período inegávelroleta escolher nomeaumento das temperaturas globais, com recordesroleta escolher nomecalor, o que tem impacto na distribuição do Aedes aegypti", diz Salvador.
"A cada ano, mais territórios são expostos ao mosquito e à dengue", explica.
No Brasil, diz o médico, a urbanização desordenada, com condiçõesroleta escolher nomesaneamento ruins, contribui para o cenário.
De acordo com o Censoroleta escolher nome2022, o Brasil tem maisroleta escolher nome10 mil favelas e comunidades urbanas,roleta escolher nomeque vivem 16,6 milhõesroleta escolher nomepessoas (8% da população brasileira).
Ao mesmo tempo, 24,3% da população brasileira, ou aproximadamente 49 milhõesroleta escolher nomepessoas, não têm acesso a uma estrutura adequadaroleta escolher nomesaneamento básico.
"Precisamos controlar a dengue com políticas públicas, distribuição corretaroleta escolher nomeágua [potável], gestão urbana adequadaroleta escolher nomedeterminadas áreas."
Os sinaisroleta escolher nomealerta da doença
Depoisroleta escolher nomeser picada por um mosquito infectado, a pessoa passa por um períodoroleta escolher nomeque o vírus se reproduz pelo corpo.
Isso leva a sintomas como febre alta e dores musculares intensas, que são características típicas da doença.
Mas algumas pessoas podem desenvolver complicações graves durante uma infecção devido à resposta do seu próprio sistema imunológico, explica Salvador.
"Isso ocorre quando o sistema imunológico reageroleta escolher nomeforma excessiva, causando danos aos órgãos e tecidos do corpo."
"Por exemplo, podem ocorrer hemorragias, perdaroleta escolher nomelíquidos e danos ao fígado, coração e sistema nervoso central."
De acordo com o Ministério da Saúde, alguns sintomas são sinaisroleta escolher nomealerta:
- Dor forte e constante na barriga;
- Vômitos que não param;
- Inchaço com líquido no corpo (como barriga inchada, peito ou coração);
- Sensaçãoroleta escolher nometontura ao levantar ou desmaios;
- Fígado inchado, onde você pode sentir abaixo das costelas;
- Sangramentoroleta escolher nomepartes delicadas do corpo, como gengivas ou nariz;
- Sentir-se muito cansado ou irritado.
"Normalmente, esses sinais aparecem quando a febre começa a melhorar, a partir do terceiro dia da doença", diz Salvador.
"Mas pode acontecerroleta escolher nomeo quadro piorarroleta escolher nomemaneira abruptamente grave, sem sinaisroleta escolher nomealerta."
Para evitar que os casos graves passem despercebidos, o infectologista diz ser necessária uma organizaçãoroleta escolher nomeredes assistenciais para cuidar dos quadros mais leves e identificar quem apresenta potencial gravidade.
A necessidaderoleta escolher nomenovas terapias e drogas
Embora uma vacina da dengue esteja disponível no Sistema Únicoroleta escolher nomeSaúde (SUS) pela primeira vez,roleta escolher nomeaplicação foiroleta escolher nomeinício restrita, apenas para crianças e adolescentesroleta escolher nome10 a 14 anosroleta escolher nome521 municípios selecionados pelo Ministério da Saúde.
Idosos com 60 anos ou mais não puderam ser vacinados, pois esse grupo não foi incluído nos testesroleta escolher nomeeficácia e segurança do imunizante.
No entanto, a pasta ampliou a faixa etária atendida temporariamenteroleta escolher nomecidades onde há doses que estão prestes a vencer para pessoas idades entre 4 e 59 anos.
Nas clínicas particulares, as vacinas já se esgotaram devido à capacidade limitadaroleta escolher nomeprodução da farmacêutica responsável, que dá prioridade ao SUS.
Uma dificuldade no tratamento contra a doença é que ainda não há um medicamento efetivo especificamente para a dengue.
"Os protocolosroleta escolher nometratamento ainda se baseiam nas tecnologias dos anos 1980, quando a doença começou a se espalhar pela América Latina e causou epidemiasroleta escolher nomePorto Rico eroleta escolher nomeCuba", lembra Salvador.
O médico espera que a "corrida" do desenvolvimentoroleta escolher nomeremédios para a doença se intensifiqueroleta escolher nomebreve, tal qual ocorreu contra a covid-19.
"A grande diferença da dengue para a covid é que a covid parou a economia do mundo, parou os países centrais e fez com que houvesse recursos para uma corrida por medicamentos, por vacinas e para distribuição, porque é necessário conter a pandemiaroleta escolher nomeescala mundial", diz Salvador.
"Enquanto a dengue era algo mais restrito a paísesroleta escolher nomedesenvolvimento, não era tão interessante. Mas, com a ameaça da dengue atingindo até mesmo nações desenvolvidas, como os Estados Unidos, há um crescente interesse global na busca por soluções."
Mas o médico avalia que o sucesso na luta contra a doença requer uma abordagem abrangente, que leveroleta escolher nomeconsideração não apenas a pesquisa científica, mas também questões socioeconômicas e ambientais.
Ele descreve o cenário ideal para um "país sem dengue": com vacina, acesso à água potável, saneamento básico e habitação digna para todos.
"Se não conseguirmos cumprir essas tarefas, infelizmente, veremos a dengue avançar e produzir epidemias cada vez piores", conclui.