A perigosa modaa betanofuncionários gravarem demissão para postar no TikTok:a betano

Mulher checando telefone

Crédito, Getty Images

Vídeos similares estão ganhando força no TikTok e no X (antigo Twitter), enquanto as demissõesa betanomassa continuam a causar impactosa betanovários setoresa betanotodo o mundo.

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Em mais uma mudança do cenário atual do trabalho, muitos profissionais são demitidosa betanochamadasa betanovídeo nas suas próprias casas – uma situação desoladora para profissionais jovens, especialmente se estiverem sendo demitidos pela primeira vez.

Alguns observadores podem considerar os vídeosa betanodemissão transparentes e empoderadores, especialmente quando conseguem se identificar com essa experiência. E a seçãoa betanocomentários também pode ser um lugar para oferecer conselhos profissionais sobre como superar uma demissão.

No casoa betanoPietsch, ela gravou e divulgou a demissão "para poder compartilhar, com a família e os amigos, o que aconteceu", segundo declarou ao The Wall Street Journal,a betano16a betanojaneiro.

Mas especialistas alertam que transformar uma demissãoa betanoconteúdoa betanorede social, por melhores que sejam as intenções, pode trazer consequências profissionais de longo prazo.

O conteúdo traz solidariedade

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A hashtag #layoffs (demissões) no TikTok já atraiu maisa betano366 milhõesa betanovisualizações.

Esse picoa betanointeresse é totalmente esperado. Afinal, as demissõesa betanomassa no setora betanotecnologiaa betano2023 invadiram o ano novo.

Google, Amazon e outras gigantes da tecnologia reduziram seus quadrosa betanofuncionáriosa betano1°a betanojaneiro para cá. E demissõesa betanoempresasa betanocomunicação continuam a atingir milharesa betanopessoas.

Para os profissionais da geração Z (os que nasceram entre 1995 e 2010) que estão no centro da tendência das demissões ao vivo, os vídeos podem ser interpretados como extensões do conteúdo sobrea betanovida cotidiana, publicado na formaa betanovídeos Get Ready With Me (GRWM – "apronte-se comigo",a betanotradução livre). Nesta seção do TikTok, os criadoresa betanoconteúdo apresentam suas rotinas diárias aos seus seguidores.

Os criadores ganham exposição oferecendo ao público a oportunidadea betanoobservara betanovida diária. E, seguindo esse padrão, a demissão do emprego pode ser algo perfeitamente normal para ser compartilhado nas redes sociais.

As demissões simplesmente podem gerar bom conteúdo, perfeitamente alinhado aos formatosa betanoformaçãoa betanotendências e temas relativos ao zeitgeist (o espírito da época).

Homem olhando laptopa betanosofá

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, No novo mundo do trabalho, mais demissões acontecem por chamadaa betanovídeo, dentro da casa dos profissionais

Para os espectadores, os vídeos oferecem uma formaa betanose sentirem menos sozinhosa betanoum novo mundo do trabalho, com demissões ocorrendo frequentementea betanochamadasa betanovídeoa betano10 minutos no home office do funcionário,a betanovez da privacidadea betanouma salaa betanoconferências sem janelas.

O vídeoa betanoPietsch gerou comentáriosa betanoapoio e empatia.

"Sinto muito por ouvir isso", escreve um espectador. "Fui demitido depoisa betanosete anosa betanolealdade a uma empresa na qual trabalhei. Aquilo literalmente me matou."

Outra pessoa escreve: "as empresas não se importam com você, então também podemos constranger essas pessoas".

À parte do seu valor como entretenimento, esse tipoa betanoconteúdo também reflete o panorama profissionala betanomomento, depois da mudançaa betanopoder favorável aos funcionários, especialmentea betanomeados do ano passado.

Ao lado dos movimentos trabalhistas, como o "verãoa betanogreves"a betano2023 (um períodoa betanoatividade sindical generalizada com grande repercussão nos EUA e no Reino Unido, com os trabalhadores conseguindo acordosa betanoníveis recorde), os vídeosa betanodemissão ao vivo questionam o padrão segundo o qual os empregadores sempre detêm o poder.

Os vídeos também refletem a ideiaa betanoque os profissionais estão menos preocupadosa betanoproteger um padrãoa betanoprofissionalismo possivelmente ultrapassado e mais motivados para promover a mobilização e a solidariedade no ambientea betanotrabalho.

E, para muitos desses criadoresa betanoconteúdo, isso significa responsabilizar os empregadores, mesmo depois que os profissionais deixama betanofazer parte daa betanofolhaa betanopagamento.

Farah Sharghi é recrutadora da áreaa betanotecnologia, criadoraa betanoconteúdo e coach profissionala betanoSan Francisco, nos Estados Unidos. Ela acredita que os vídeosa betanodemissão são uma consequência naturala betanoum mercadoa betanotrabalho tumultuado na era das redes sociais.

"O compartilhamento públicoa betanoexperiênciasa betanodemissãoa betanoplataformas como o TikTok reflete uma mudança para maior transparência e o desejoa betanocompartilhar histórias pessoaisa betanoum mundo digital", segundo Sharghi.

"Isso também destaca o impacto profissional e emocional das decisões corporativas sobre os indivíduos", prossegue ela. "Uma coisa é falar sobre a demissão – outra é passar pela experiênciaa betanotempo real, junto com a pessoa que sofreu o impacto."

Sharghi afirma que vídeos como oa betanoPietsch podem expressar uma sensação cada vez maiora betanoinsatisfação com as relações entre empregados e empregadores.

"A empresa [pode tentar] transferir a culpa da demissão para o funcionário – quando, na realidade, se for uma demissãoa betanomassa, pode ser falhaa betanoadministração ou avanços tecnológicos que estão trazendo mudanças", explica ela. "Esses vídeos estão expondo as falhas das empresas."

Poste com cautela

A revolta dos criadoresa betanovídeosa betanodemissões pode ser justificada, mas analistas aconselham os jovens profissionais a reconsiderarema betanoabordagem. Eles chegam a criticar esses profissionais como sendo ingênuos e precipitados.

No X, a comentarista conservadora Candace Owens chamou Pietscha betano"jovem e estúpida" depois que seu vídeo viralizou.

"Agora, qualquer empresa que pesquisar Brittany Pietsch no Google irá encontrar esse vídeo da gravação secreta da empresaa betanoque ela trabalhava, expondo-os por fazerem seu trabalho. Inacreditavelmente inconsequente", escreveu ela.

Outro comentarista criticou Pietsch e a Cloudflare, considerando que ambos agiram mal. Para ele, "ser demitido é difícil, mas é importante enfrentar a situação com dignidade. Demitir alguém também é difícil e exige compaixão e respeito. Total desastrea betanoambas as partes, neste caso."

Sharghi não concorda com as posições extremistas, mas recomenda cautela.

"Embora esses vídeos possam oferecer apoio e solidariedade, eles também têm o potenciala betanoprejudicar as perspectivas profissionais futuras daquela pessoa. As grandes empresasa betanotecnologia, por exemplo, formam um mundo pequeno no topo [das companhias] e, se um desses vídeos viralizar, é mais do que provável que um recrutador, um gerentea betanocontratações ou um entrevistador tenha visto."

As empresas podem pensar duas vezes antesa betanocontratar um candidato que poderá "expor publicamente o trabalho interno da companhia", afirma ela.

Este,a betanocerta forma, é um casoa betanoassertividade extrema nas redes sociais, que pode fazer o gerente parar para pensar antesa betanocontratar um funcionário. E,a betanoalguns casos, esses vídeos podem até colocar seus criadoresa betanodificuldades.

Antesa betanoseguir o impulsoa betanopostar, Sharghi recomenda que os indivíduos demitidos verifiquem seus acordosa betanorescisão. Eles podem conter cláusulasa betanonão depreciação ou limitações à discussão das suas experiências na empresa.

Nos Estados Unidos, a Junta Nacionala betanoRelações Trabalhistas determinoua betano2023 que as cláusulasa betanonão depreciaçãoa betanoacordosa betanorescisão profissional são ilegais. Mas existem exceções a esta regra, como divulgar segredos da companhia ou prestar declarações falsas e mal-intencionadas.

"Divulgar publicamente detalhes sobre o processoa betanodemissão, especialmente se retratarem a empresaa betanoforma negativa, pode representar uma quebra dessas cláusulas", adverte Sharghi.

Em resumo, a mensagem dos especialistas é esta: faça uma pausa antesa betanopostar. Qual é o objetivo deste vídeo e quais são suas possíveis ramificações?

Se existe algo a se aprender com a hashtag #layoffs no TikTok, é que a noção dos trabalhadores sobre aa betanoimagem profissional passa por mudanças importantes – e criadoresa betanoconteúdo como Brittany Pietsch estão conduzindo essas mudanças.

Pietsch declarou ao The Wall Street Journal que não se arrepende e que outros profissionais estão dizendo a ela: "gostaria ter me defendido como você fez".