Os ‘textões’ elogiosos nas redes sociais dos demitidos nos layoffs:bwin email

A frustraçãobwin emailSingh foi agravada pelo fatobwin emailque ele acreditava que seu emprego fosse relativamente seguro, especialmente porque ele nunca havia sido informado sobre nenhum problemabwin emaildesempenho. Além disso, como imigrante indiano com vistobwin emailtrabalho nos Estados Unidos, ele tinha apenas 60 dias para encontrar um novo emprego.

Como milharesbwin emailcolegas começaram a postar sobre seus layoffs no LinkedIn, Singh os acompanhou. Mas, apesar dabwin emailconsternação por perder o emprego e do medobwin emailprecisar sair do país por conta disso, o tom das suas mensagens curtas foi nobre e otimista.

Ele escreveu que, ainda que abwin emailjornada terminasse prematuramente, ele concordava com seus colegas que declaravam efusivamente nas redes sociais que o seu agora ex-empregador havia oferecido “tudo” o que qualquer pessoa poderia quererbwin emailum localbwin emailtrabalho.

Depoisbwin emailagradecer aos antigos colegas, ele concluiu a postagem dizendo que estava disponível para trabalho e incluiu uma foto do seu crachá do antigo emprego.

Singh não parecia nada amargurado com a situação – e era exatamente o que ele pretendia.

“Eu trabalhava para uma empresabwin emailredes sociais e sei que o que você posta dura para sempre”, ele conta. “Não há vantagensbwin emailescrever nadabwin emailnegativo sobre ninguém.”

A postagembwin emailSingh no LinkedIn recebeu comentáriosbwin emailapoiobwin emailantigos colegas que escreveram mensagens elogiosas similares. Sua postagem foi visualizada, enviada e compartilhada entre os recrutadores, que entrarambwin emailcontato com ele para tratarbwin emailvagas disponíveis.

“Recebi minha cartabwin emaillayoff às seis horas”, ele conta. “Às sete horas, atualizei meu status no LinkedIn. E, às oito, estava falando com recrutadores.”

Estamos ainda no iníciobwin email2023, mas novos layoffs já estão chegando. E, com as contínuas previsõesbwin emaildeclínio econômico e recessão continuando a ameaçar as empresas, eles podem aumentar – o que pode também trazer mais postagensbwin emaildespedida, com profissionais descrevendo maravilhas sobre empregadores insensíveis que acabarambwin emailcortar os seus empregos.

É claro que essas mensagens podem incluir sentimentos verdadeiros, mas também podem ser estratégicas e artificiais. Elas desempenham uma função importante, que é demonstrar a capacidadebwin emailemprego e adaptação do profissional.

Mudança estratégica

Após uma onda inicialbwin emaillayoffs no início da pandemia, muitas empresas correram para contratar novos funcionários, ampliando rapidamente suas equipes.

Mas, recentemente, a retração do mercado fez com que as companhias suspendessem as contratações, especialmente na áreabwin emailtecnologia, onde diversas startups e empresasbwin emailalto crescimento deixarambwin emailcontratar e,bwin emailalguns casos, até cancelaram ofertasbwin emailtrabalho.

E, no final do ano passado, algumas empresas também adotaram os layoffs. Houve uma sériebwin emailcortesbwin emailaltos cargosbwin emailgrandes empresasbwin emailtecnologia, alémbwin emailsetores como o financeiro,bwin emailvarejo ebwin emailcomunicação. Esta tendência também pode se manter, pois os cortesbwin emailempregos já começaram a invadir 2023.

Entre esses cortes, profissionais como Singh tornaram-se partebwin emailuma tendência: abwin emailpostagens épicasbwin emaildespedidas no LinkedIn. Nessas mensagens, os funcionários demitidos homenageiam seu antigo empregador e seus colegas, agradecendo a eles pela oportunidade e, muitas vezes, culpando fatores externos pela decisão da empresa.

Parte dessas postagens vembwin emailprofissionais que,bwin emailfato, acreditam que tiveram uma experiência positiva na empresa e compreendem as razões que levaram ao layoff.

“Fiquei na empresa por sete anos e meio – eu cresci ali”, afirma Aleana, gerentebwin emailparceriasbwin emailuma grande empresabwin emailtecnologia com sedebwin emailLos Angeles, nos Estados Unidos.

“Eu realmente não tinha certezabwin emailcomo iria dar a notícia, até que senti que seria uma boa formabwin emailexpressar minha gratidão, informando às pessoas o que estava acontecendo e oferecendo-me para novas oportunidades”, ela conta.

Ainda assim, Aleana afirma que, por mais sincera que fosse, ela sentiu pressão para publicar a postagem rapidamente, mesmo sem ter ainda digerido a notícia.

“Eu estavabwin emailchoque e passei algum tempo com muita dificuldade para processar toda a situação”, explica ela. Aleana conta que um colega que também foi afastado a incentivou a escrever a mensagem.

“Um mentor deles recomendou postar alguma coisa, mesmo se não achassem certo”, ela conta. “Eles acabaram postando no mesmo dia e receberam um turbilhãobwin emailapoio dabwin emailrede – eu escrevi a minha no dia seguinte.”

De fato, outras pessoas que se sentembwin emailconflito ou sofrem traumas – incluindo ressentimento pelo seu antigo empregador ou pelos colegas que permaneceram – também estão escrevendo essas mensagens efusivas.

Esta é uma jogada estratégica, não importando os sentimentos verdadeiros do funcionário, segundo Grace Lordan, professorabwin emailciências do comportamento da London School of Economics. Ela afirma que os profissionais da comunicação costumam considerar o layoff uma “experiênciabwin emailaprendizado” que é partebwin emailuma “jornada” mais abrangente nabwin emailcarreira.

“Essas postagens sinalizam que a pessoa adora mudanças e não irá se queixarbwin emaildecisões corporativas”, afirma ela. “Elas também detalham as habilidades do profissional,bwin emailexperiência e, principalmente, onde eles trabalharam. São essencialmente um CV oferecido ao público com uma cartabwin emailinformação, informando a todos que você está disponível, é adaptável e tem alta empregabilidade.”

Lordan acrescenta que estas postagens são mais comuns entre as empresas maiores.

“Nós as vemos entre profissionais que foram afastados pelas megaestrelas dos seus setores – empresasbwin emailprestígio, com bons reflexos para o indivíduo; ser associado àqueles nomes, mesmobwin emaillayoff, aumenta a empregabilidade”, explica ela. “Se você tiver sido dispensado por uma empresa muito menor, a probabilidadebwin emailchamar a atenção para o seu nomebwin emailuma postagem pública é menor.”

Por mais difícil que fosse para Singh demonstrar consideração pelo seu antigo empregador, ele reconhece quebwin emailmensagembwin emaildespedida no LinkedIn tinha um propósito. Embora discordasse da forma como foram tratados os layoffs, ele sabia que anunciar que ele estava disponível para trabalho, apresentando uma facebwin emailcoragem, aumentaria suas perspectivasbwin emailemprego.

“Eu não queria escrever algo que acabaria lamentando”, ele conta. “Você aprende a nunca destruir pontes – o setorbwin emailalta tecnologia é um mundo pequeno.”

‘O nome do jogo é formaçãobwin emailredes’

As despedidas emocionais podem fornecer aos profissionais afastados algum apoio e um desfecho para a questão.

“Não pensei automaticamente no LinkedIn. Eu não era muito ativa na plataforma porque estava segura no emprego”, conta Aleana. “Mas escrever foi uma experiência catártica. Foi uma formabwin emaildizer, ‘OK, levante-se e faça algobwin emailsaudável e produtivo, mesmo que não pareça certo – está na horabwin emailarrancar o curativo’.”

A catarse emocionalbwin emailuma postagembwin emaildespedida no LinkedIn também serve para um propósito prático.

“É uma forma realmente fácilbwin emailinformar às pessoas o que está acontecendo com você profissionalmente”, afirma Aleana, que agora está começando a trabalhar como freelancer. “Você pode dizer que está desempregado e que não foi porbwin emailculpa. A comunidade reage, as pessoas se solidarizam e querem ajudar – o nome do jogo é formaçãobwin emailredes.”

Isso é particularmente fundamental para profissionais como Singh, que têm pressa para encontrar um novo emprego.

“Essas postagens são mais importantes para as pessoas que têm vistobwin emailtrabalho”, afirma Lordan. “Vira algo emocional: as pessoas ficam mais dispostas a compartilhar a postagem e um recrutador pode ficar mais disposto a entrarbwin emailcontato se puder oferecer um emprego que permita que o profissional não precise deixar o país.”

Independentemente do tipobwin emailsentimentobwin emailum trabalhador afastado sobre o seu antigo empregador, parece estrategicamente adequado posicionar-se como disponível para um novo emprego, ainda demonstrando espíritobwin emailequipe. E este é o poder das postagensbwin emaildespedidas nas redes sociais, segundo Lordan.

“As pessoas jogam este jogo na vida corporativa. Ele reflete bem sobre o indivíduo e mostra que ele é adaptável”, afirma ela. “E,bwin emailum setor competitivo, é outra formabwin emailganhar exposição. Raramente a notícia é recebidabwin emailforma negativa – frequentemente, haverá apenas compartilhamentos e comentários positivos.”

Para Singh, esta tática funcionou. Ele conta que agora está ocupado programando entrevistas com recrutadores. “Tenho um perfil forte e minha caixabwin emailmensagens tem ficado abarrotada.”

Os nomes completosbwin emailSingh e Aleana são omitidos por motivos profissionais.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Worklife.