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Tim Vickery: A forçaapostar na copa do mundo 2024representar o seu país na Copa do Mundo - e os perigos do nacionalismo:apostar na copa do mundo 2024
Pudemos ver isso no desempenhoapostar na copa do mundo 2024todos os times lá na Rússia que perderam os seus dois jogos iniciais e ficaram sem chanceapostar na copa do mundo 2024passarapostar na copa do mundo 2024fase. Mesmo eliminados, disputaram o terceiro jogo com máxima intensidade, querendo pelo menos se despedir da Copa com dignidade e deixar o futebol do seu país bem representado.
Há uma clara conclusão a ser tirada disso. O conceitoapostar na copa do mundo 2024Estado-nação ainda mobiliza bastante forçaapostar na copa do mundo 2024pleno século 21.
Para muitos economistas, isso deveria causar surpresa. Muitos proclamaram a morte desse conceito, obsoleto diante dos fluxos globaisapostar na copa do mundo 2024bens e capitais. O Estado-nação não tinha mais lógica ou motivoapostar na copa do mundo 2024ser. O homem, baseando suas decisões numa escolha racionalapostar na copa do mundo 2024opções, não precisaria mais da nação, e o conceito minguaria.
Nada mais óbvio, porém, do que as fraquezas dessa linhaapostar na copa do mundo 2024pensamento. Qualquer teoria que parta do indivíduo atomizado fazendo escolhas racionais é fadada ao fracasso e feitaapostar na copa do mundo 2024areia movediçaapostar na copa do mundo 2024vezapostar na copa do mundo 2024tijolos. Antesapostar na copa do mundo 2024tudo, o ser humano é uma criatura social - caso contrário, não somente a linguagem, mas também os mercados tão queridos dos senhores economistas seriam impossibilitados.
Nada mais natural, então, que o sentimentoapostar na copa do mundo 2024pertencimento,apostar na copa do mundo 2024fazer parteapostar na copa do mundo 2024uma certa comunidade,apostar na copa do mundo 2024fincar raízesapostar na copa do mundo 2024um pedaçoapostar na copa do mundo 2024terra - seja cidade, região ou país. É um sentimento normal, mas contraditório - às vezes saudável, às vezes perigoso.
O escritor inglês George Orwell caracterizou o patriota como alguém que ama o seu país e um nacionalista como alguém que tem ódioapostar na copa do mundo 2024outros países.
Para Albert Einstein, o nacionalismo era uma doença infantil, o sarampo da humanidade. Esses dois gênios estavam pensando mais no poder nocivo do nacionalismoapostar na copa do mundo 2024afastar pessoas que nasceramapostar na copa do mundo 2024países distintos.
Mas podemos também enxergar as possibilidadesapostar na copa do mundo 2024problemas internos, pois a narrativa e os símbolos do país normalmente estarão sob o controleapostar na copa do mundo 2024forças conservadoras que visam à proteçãoapostar na copa do mundo 2024velhas hierarquias.
Vamos puxar o exemplo dos protestos no Brasilapostar na copa do mundo 2024junhoapostar na copa do mundo 20242013: um momento poderoso, gerando esperanças mas também perigos.
Nos protestos não houve espaço para partidos políticos. Mas, com todos os seus defeitos e frustações, partidos são parte integral da democracia. Vetá-los é abrir as portas para uma armadilha fácil -apostar na copa do mundo 2024ser tão somente a favor do "Brasil", uma posição que trata diferenças como traição e parte do princípio absurdoapostar na copa do mundo 2024que os interesses do açougueiro são os mesmos que os da vaca.
Então, disperso e sem um rumo definido, o espírito dos protestosapostar na copa do mundo 2024cinco anos atrás foi aos poucos migrando para áreas mais difusas.
O que começou como uma rebelião contra a má qualidadeapostar na copa do mundo 2024serviços públicos acabou nas mãosapostar na copa do mundo 2024uma corrente que preferia nem acreditarapostar na copa do mundo 2024serviços públicos e acha que o "livre" mercado é sempre capazapostar na copa do mundo 2024oferecer a solução.
O exército que tomava as ruas vestidoapostar na copa do mundo 2024amarelo também manifestava revolta contra os custos da promoção da inclusão social.
Agora, esse pensamento únicoapostar na copa do mundo 2024nacionalismoapostar na copa do mundo 2024direita tenta ter cada vez mais influênciaapostar na copa do mundo 2024fazer as pessoas acreditarem que o melhor caminho seja uma intervenção militar.
Aí eu lembro a minha chegada no Brasil,apostar na copa do mundo 20241994, com o país ainda festejando o triunfo na Copa do Mundo nos Estados Unidos. A minha grande surpresa e decepção: o país estava (e está) vivendo atrás das grades, com um grauapostar na copa do mundo 2024violência, e um medo do mesmo, altamente nocivos para a vida pública.
O motivo: o governo militar foi incapazapostar na copa do mundo 2024lidar com a questão social.
Um nacionalismo baseadoapostar na copa do mundo 2024manter velhas hierarquias não tem a mínima possibilidadeapostar na copa do mundo 2024atender às necessidades do país. Até que o sentimentoapostar na copa do mundo 2024pertencer a uma nação, tão forte durante a Copa, seja também uma realidadeapostar na copa do mundo 2024pertencer, com oportunidadesapostar na copa do mundo 2024desenvolvimento por todos, estaremos presos num 7 a 1 sem apito final.
*Tim Vickery é colunista da BBC News Brasil e formadoapostar na copa do mundo 2024História e Política pela Universidadeapostar na copa do mundo 2024Warwick.
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