'Fiquei 9 meses preso na Nicarágua ao comemorar vitória da Miss Universo, e agora tiraram minha nacionalidade':slot smile
Crédito, Hans Lawrence Ramírez
Ele foi preso pelas acusaçõesslot smile“roubo qualificado e posse ilegalslot smilearmas”.
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O Bahia é considerado o tempo mais antigo do Brasil, tendo sido fundado slot smile {k0} 1899.
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A origem do futebol slot smile praia
Fim do Matérias recomendadas
A libertaçãoslot smileRamírez e do restante dos prisioneiros ocorreu por razões humanitárias. De acordo com o Mecanismo para o Reconhecimentoslot smilePresos Políticos na Nicarágua, ainda existem 36 presos políticos.
"Eu não sabia que havia presos políticos. A desinformação na Nicarágua é impressionante. Eu conhecia apenas algumas pessoas, mas não sabia que havia tantos presos políticos", conta Ramírez.
Em 10slot smilesetembro, cinco dias depois da ida ao exílio, o Supremo Tribunalslot smileJustiça da Nicarágua, alinhado ao governo Ortega, informou ter retirado a nacionalidade dos 135 presos enviados para a Guatemala e ter confiscado os seus bens.
O comunicado do Supremo garante que os “condenados por atos criminosos” promoveram “a violência, o ódio, o terrorismo e a desestabilização econômica” e que o confisco dos seus bens é para que respondam pelos “graves danos materiais e imateriais” que teriam causado.
Crédito, Getty Images
Em 18slot smilenovembroslot smile2023, quando aconteceu o concurso Miss Universo, Ramírez havia saído para comemorar o terceiro aniversário do filho.
Ao voltar para casa e saber da vitóriaslot smileSheynnis Palacios, pegou a bandeira que guardava desde 2018, anoslot smileque participou dos protestos contra o governo Ortega, e saiuslot smilemoto.
Depois daquele período, Ramírez decidiu não participar maisslot smilemanifestações e “ficar calado” por medoslot smileconsequências para ele eslot smilefamília.
A bandeira, diz ele, estava enrolada emslot smilemão.
O delitoslot smilese manifestar
Embora desde setembroslot smile2018 o governo da Nicarágua tenha proibido manifestações e as considere um crime,slot smilenovembro passado pessoas saíram às ruas para celebrar a vitória no concursoslot smilebeleza.
Foi a primeira vezslot smileanos que multidões com bandeiras azuis e brancas foram vistas nas ruas do país. Houve celebraçõesslot smilecidades como Manágua, Diriamba, Jinotega.
Mas várias pessoas acabaram na prisão.
Naquela noite, Ramírez conta que passou cercaslot smilemeia horaslot smileuma comemoraçãoslot smileManágua quando um homem se aproximou dele para perguntar o que diziaslot smilebandeira.
Ao ver o escudo invertido, o homem prendeu Ramírez, e mais pessoas começaram a cercá-lo.
O triunfoslot smilePalacios como Miss Universo tornou-se uma questão controversa e até política na Nicarágua.
Após a vitória, Ortega baniu a proprietária da franquia Miss Nicarágua, Karen Celeberrti, e a acusouslot smile“conspiração e traição”.
Crédito, Getty Images
Em maio passado, Anne Jakrajutatip, que comanda o Miss Universo, afirmou através do Instagram que Palacios viviaslot smile“exílio indefinido”.
Porém, mais tarde, a nicaraguense negou isso.
“Quero informar que não estou exilada. Quero informar a todos os meiosslot smilecomunicação daqui que não estou exilada. As portas do meu país estão abertas para irmos comemorar com todos os nicaraguenses”, afirmou Palacios.
Ela, porém, é a única Miss Universo que não voltou ao seu país para celebrar a coroa nos últimos 20 anos, segundo levantamento publicado pelo jornal La Prensa.
Emboraslot smilediversas ocasiões tenha garantido que retornará ao país, isso ainda não aconteceu e faltam apenas dois meses para o fim do seu reinado.
'Vão me matar'
Ramírez ficou preso por maisslot smilenove meses,slot smile18slot smilenovembroslot smile2023 a 5slot smilesetembro.
"Tiraram fotos minhas, pegaram minha identidade, começaram a me dizer: 'Somos da Frente [Sandinista, da qual Ortega faz parte].' Eles tiraram as chaves da minha motocicleta e iniciaram um interrogatório", lembra Ramírez sobre o diaslot smileque foi preso.
Ele foi então levado à delegacia, onde um policial lhe disse: "Quer saber? Você é dignoslot smilelevar um tiro e que isso acabe. Porslot smilecausa, o país é assim."
Após a ameaçaslot smilemorte, Ramírez sentiu medo.
"Foi o momentoslot smileque senti: 'Acabou aqui, vão me matar. Vão jogar meu corpo fora e dizer que foi assassinato, roubo, agressão'. Comecei a pedir perdão ao Senhor, senti muito medo pela minha vida naquele momento."
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As razões pelas quais alguns dos 135 presos acabaram detidos são diversas.
O jornalista Víctor Ticay, por exemplo, foi preso por transmitir uma procissão religiosa pelo Facebook; Óscar Parrilla e Kevin Laguna por tentarem pintar um muralslot smilehomenagem à Miss Universo na cidadeslot smileEstelí; Anielka García pela confecçãoslot smilealgumas camisasslot smilehomenagem à criseslot smile2018.
Já Olesia Muñoz nem sabia por que a tiraramslot smilecasa.
Prisão por um comentário nas redes
Foi a segunda vez que Olesia Muñoz se tornou presa política.
A primeira foislot smile2018, quando ficou dez meses detida, acusadaslot smileterrorismo, crime organizado e porte ilegalslot smilearmas.
Desta vez, a prenderamslot smileabrilslot smile2023. Ela passou 17 meses na prisão, acusadaslot smilecrime cibernético.
Só depoisslot smileser tiradaslot smilecasa é que Muñoz soube que foi acusadaslot smileter comentado uma suposta postagem nas redes sociaisslot smileque um bispo criticava o governo.
Ela diz que a publicação, porém, nunca existiu: teria sido inventada.
"Nem tenho redes sociais", diz.
Católicos, incluindo sacerdotes, são alvoslot smileperseguição na Nicarágua.
Crédito, Hans Lawrence Ramírez
As condições vividas nas prisões da Nicarágua foram denunciadas na Guatemala, onde estão os presos políticos.
Jared Ramírez afirma ter sofrido abusos físicos e psicológicos. Quando foi preso pela primeira vez, ele diz que um policial bateu duas vezes emslot smilenuca.
"Tínhamos menos direitos do que qualquer prisioneiro comum. Tínhamos apenas uma visita por mês,slot smile30 a 40 minutos. Tínhamos pátio e solslot smile10 a 15 minutos por dia. Passávamos todo o tempo trancados, num calor sufocante."
Olesia Muñoz descreve que estava “praticamente numa jaula".
"Ferro no telhado, ferro nas laterais e o calor era insuportável. Ficava trancada o dia todo", relata.
Recomeçar
Na semana passada, o governo da Guatemala acolheu aqueles que considera presos políticos.
"Uma vez na Guatemala, será oferecida a estas pessoas a oportunidadeslot smilesolicitar formas legaisslot smilereconstruir as suas vidas nos Estados Unidos ouslot smileoutros países", disse o conselheiroslot smileSegurança Nacional do governo Joe Biden, Jake Sullivan.
Este é o segundo gruposlot smilepresos políticos a ser banido da Nicarágua nos últimos dois anos. A primeira vez foislot smile9slot smilefevereiroslot smile2023, quando um gruposlot smile222 pessoas voou para Washington.
“Minha prioridade é que esse processo termine o mais rápido possível para que eu possa me estabilizar financeiramente e trazer minha esposa, ou que as organizações me ajudem a poder reencontrar minha família. Um reencontro e um recomeço", diz Ramírez, que afirma desejar dar ao filho um “futuro melhor” nos Estados Unidos.
“Realmente, o mais doloroso foi deixar minha terra natal. Amo minha nação, sei a situação que a Nicarágua está passando. Tive que deixar igrejas, famílias, uma vida consagrada a Deus”, lamenta.
Mas ele está convencidoslot smileque um dia poderá retornar à Nicarágua — "sem medo nenhumslot smilepoder estar com as pessoas que deixei", ele frisa.
Antesslot smile5slot smilesetembro, Ramírez nunca havia entradoslot smileum avião. Sua primeira vez foi ao ser banidoslot smileseu próprio país.
