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A ascensão dos desinfluenciadores: 'Você queria aquele produto antesbullsbet carteiraele ser oferecido para você?':bullsbet carteira
Wiebe morabullsbet carteiraOhio, nos Estados Unidos. Agora, ela própria é influenciadora, mas com uma diferença. Ela tenta "desinfluenciar" seus seguidores para que eles não comprem produtos desnecessários.
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A criadorabullsbet carteiraconteúdo tem maisbullsbet carteira200 mil seguidores no TikTok. Nos seus vídeos diários, ela apresenta na plataforma questões como "você queria aquele produto antesbullsbet carteiraele ser oferecido para você?".
Ela também relembra aos seus seguidores que grandes quantidadesbullsbet carteiracompras por mês ou por semana – os chamados "hauls",bullsbet carteirainglês – não são normais.
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A cultura dos "hauls" é um tipo específicobullsbet carteiraconteúdobullsbet carteiraredes sociais que se originou no YouTube. Nele, os criadores apresentam uma grande quantidadebullsbet carteiracompras (normalmente, roupas) para os seus seguidores.
Wiebe faz partebullsbet carteiraum movimento que vem crescendo desde 2023. Ela rejeita a cultura dos influenciadores tradicionais.
A tendência explodiu no TikTok, com a hashtag #deinfluencing atingindo maisbullsbet carteiraum bilhãobullsbet carteiravisualizações.
Ao ladobullsbet carteiraoutras hashtags pedindo "redução do consumo" e "consumo consciente", os desinfluenciadores compartilham mensagens importantes, como "a moda fast fashion não irá deixar você estiloso" e "o baixo consumo é o consumo normal".
Ao entrarmosbullsbet carteira2025, Wiebe acredita que a onda cultural está mudando e que já atingimos o "pico dos influenciadores".
Para Wiebe, "parte do conteúdo dos influenciadores é simplesmente 'iscabullsbet carteiraódio'". Ela se refere à prática conhecida como "rage-bait" – postar conteúdo na internet para incitar a raiva das pessoas e gerar visualizações.
"As pessoas fazem coisas ridículas, como pegar suas garrafas d'água, acrescentar uma bandejabullsbet carteiralanche e enchê-la com Taco Bell ou algo parecido", descreve ela, destacando os criadoresbullsbet carteiravídeos que mostram suas canecas térmicas equipadas com acessórios desnecessários.
O TikTok passou a ser o aplicativo padrão dos influenciadores. Mas, devido ao seu futuro incerto nos Estados Unidos, Wiebe acredita que esta seja a horabullsbet carteiramudar.
"Não sei qual será o futuro do TikTok, mas o tipobullsbet carteiratrabalho dos influenciadores que estamos observando ali não existebullsbet carteiraoutros aplicativos." Ela conta que o conteúdo "haul" passou a ser muito mais presente no TikTok do quebullsbet carteiraoutras plataformas, como o Instagram.
Wiebe acredita que esta mudança venha do aumento da consciência sobre as ações reais dos influenciadores. No Reino Unido, já existem leis a este respeito.
"Quando comecei a observar mais anúncios na minha linha do tempo do TikTok, pensei no quanto eu já havia comprado nos últimos anos devido às críticas dos influenciadores", prossegue ela. "De repente, percebi que tudo era propaganda, desde o conteúdo promocional pago até o compartilhamentobullsbet carteira'hauls' pelos criadores."
"Não é como a televisão, onde você consegue reconhecer o comercial. Os influenciadores parecem soar como amigos ou familiares, porque nós consideramos nossos TikTokers favoritos quase como nossos conhecidos."
A maior parte das interaçõesbullsbet carteiraWiebe online é positiva, com comentários do tipo "eu precisava ouvir este conselho hoje". Mas outros questionam por que ela sente a necessidadebullsbet carteirainterferir nos hábitosbullsbet carteiraconsumo das outras pessoas.
Wiebe rapidamente destaca que ela não defende um estilobullsbet carteiravida "sem compras". Ela se descreve como fãbullsbet carteira"reduzir a velocidade e realmente pensar nas compras antesbullsbet carteiracorrer".
Seu conselho é o oposto do slogan comum dos influenciadores, que incentivam os espectadores a "correr, não andar", para comprar o último produto sendo lançado.
Abordagem consciente
Esta mesma mentalidade levou Christina Mychaskiw a adotar uma abordagem mais conscientebullsbet carteirarelação aos seus gastos. Suas postagens no YouTube, TikTok e Instagram pretendem ajudar as pessoas a viver uma vida gratificante, "sem pedir falência".
Mychaskiw morabullsbet carteiraToronto, no Canadá. Ela conta que aprendeu pessoalmente como os influenciadores podem ser poderosos.
"Em 2019, eu devia 120 mil dólares canadenses [cercabullsbet carteiraR$ 504 mil]bullsbet carteiracrédito estudantil e ainda fazia compras toda semana", ela conta. "Cheguei ao fundo do poço quando comprei um parbullsbet carteirabotas que custava mais do que o meu aluguel, mesmo sabendo que não conseguiria pagar."
A criadorabullsbet carteiraconteúdo contou à BBC que se sentia presabullsbet carteiraum ciclobullsbet carteira"Instagram vs. realidade".
"Eu tinha essa ideiabullsbet carteiraque a minha vida deveria se parecer com a minha carreira e com o que os meus colegas estavam fazendo."
Este é um tema que Mychaskiw aborda com frequência no seu podcast. Ela responde a ouvintes que enfrentam dificuldades com a pressão constante para fazer compras ebullsbet carteiradesilusão quando os produtos não atendem às suas expectativas.
"As pessoas não veem mais o valor do que estão comprando", segundo ela. "A promessa desses produtos simplesmente não atende às expectativas. Parece que tudo está ficando cada vez mais caro, mas a qualidade é inferior e menos satisfatória."
Mychaskiw quer evitar que as pessoas cometam o mesmo erro dela, que suspendeu inicialmente todo o consumo e passou a viver uma vida minimalista, que a deixoubullsbet carteiraestado lastimável, segundo ela.
Desde então, ela chegou a um meio termo, agradando a si própriabullsbet carteiravezbullsbet carteiraquando, mas se lembrando, antesbullsbet carteirair às lojas,bullsbet carteiraverificar primeiro o seu guarda-roupa.
Mychaskiw, agora, liquidou seu crédito estudantil. Mas qual é o seu conselho para as outras pessoas?
"Saia do telefone. Rolar a tela e consumir conteúdo constantemente deixa você mais sujeito a ceder às mensagens subliminares."
"Desligue o celular, coloque os pés no chão, brinque com seu guarda-roupa e use aquilo que você já tem para criar visuais engraçados. Você talvez perceba que o que você tem é o suficiente."
Para a estilista Lucinda Graham, consumir fast fashion constantemente não é ruim apenas para suas finanças e para o meio ambiente, mas também para o seu estilo pessoal.
"Pense nisso como se fosse abullsbet carteiracozinha", explica ela à BBC. "Se você cozinhar algo rápido, tudo bem, mas não poderá competir com um prato que levou maisbullsbet carteira48 horas para ser preparado, com carinho e esforço."
"O mesmo acontece com a fast fashion,bullsbet carteiracomparação com um guarda-roupa cuidadosamente selecionado."
Graham aconselha as pessoas a serem pacientes para encontrar seu próprio estilo.
"O estilo pessoal exige tempo para desenvolver e experimentar as mesmas peças", orienta ela. "Basicamente, é também questãobullsbet carteiracomprar o que você gosta, não o que é tendência."
"Com os influenciadores nos convencendo a comprar roupas, estamos comprando peças que representam o estilobullsbet carteiravidabullsbet carteiraoutra pessoa e tentando copiar a vida deles, mas isso não resultabullsbet carteiraum guarda-roupa prático."
A técnicabullsbet carteiraGraham é ser consciente sobre as novas compras e valorizar o "envelhecimento" das roupas ao longo do tempo.
"Tenho um casaco há seis anos e adoro usá-lo", ela conta.
"É agradável ver as roupas mudarem. Agora mesmo, jaquetas com zíper e calçasbullsbet carteiratrabalho desbotadas estão na moda. Mas,bullsbet carteiravezbullsbet carteiracomprar estas peçasbullsbet carteirauma loja especializadabullsbet carteiravintage, por que não deixar que um desses conjuntos envelheça naturalmente?"
Graham explica que o mesmo raciocínio é válido para as tendências da moda.
"Fast fashion nunca será autêntica", prossegue ela. "Podemos observar a tendência 'indie sleaze', por exemplo. Aquele visual clássico veiobullsbet carteirapessoas que realmente viviam aquele estilobullsbet carteiravida, nãobullsbet carteirapessoas que compraram jeans rasgados online."
"A chave para romper este ciclo e usar o que você gosta é fazer mais compras intencionais, cortando as compras pequenas por impulso", conclui Graham.
É difícil dizer se o movimento dos desinfluenciadores já está causando impactos às marcas.
Sabendo que gigantes online como a Asos, Boohoo e Pretty Little Thing vêm enfrentando dificuldades, com a queda da demanda e a mudança dos hábitosbullsbet carteiraconsumo dos últimos anos. Mas não podemos esquecer que muitos perfisbullsbet carteiraredes sociais ainda são inundados pelos influenciadores.
Em 2023, o valor estimado da indústria globalbullsbet carteiramarketing por influenciadores erabullsbet carteiraUS$ 21,1 bilhões (cercabullsbet carteiraR$ 127 milhões) – mais que o dobrobullsbet carteira2019.
Aja Barber é a autora do livro Consumed: On Colonialism, Climate Change, Consumerism and the Need for Collective Change ("Consumido: sobre o colonialismo, mudanças climáticas, consumismo e a necessidadebullsbet carteiramudanças coletivas",bullsbet carteiratradução livre).
Para ela, como a criaçãobullsbet carteiraconteúdo ainda é considerada uma carreirabullsbet carteiraascensão, ainda não atingimos o "pico dos influenciadores". Ela acredita que o movimento desinfluenciador é útil, mas que o diálogo precisa ser offline, para mudar o comportamentobullsbet carteiragastos das pessoas.
Barber também é editora colaboradora da revista Elle. Para ela, todos nós temos um papel neste processo.
"Dos donos das empresas bilionárias até os influenciadores e mesmo nós, consumidores", explica ela à BBC. "Um funcionário dos correios entroubullsbet carteiracontato comigo pelas redes sociais e disse que entregou 17 pacotes da Sheinbullsbet carteirauma casa ao longobullsbet carteiraum mês."
Estimativas indicam que maisbullsbet carteira100 bilhõesbullsbet carteirapeçasbullsbet carteiraroupa são produzidas anualmentebullsbet carteiratodo o mundo. Mais da metade delas acababullsbet carteiraaterros sanitários depoisbullsbet carteira12 meses.
Muitas vezes, as roupas indesejadas são exportadas para países da África e da Ásia, onde até 40% delas podem ser descartadas e não revendidas. As organizaçõesbullsbet carteiracaridade afirmam que este processo aumentou a poluição da água e os riscos à saúde.
Já se passou quase um século desde os anos 1930, quando as mulheres possuíam cercabullsbet carteira60 peçasbullsbet carteiraroupa e compravam cinco novos produtos a cada ano.
Refletindo sobre a amplitude das mudanças, Barber afirma que "o objetivo é vender o máximobullsbet carteiraprodutos possível".
"Precisamos tomar consciência dos danos que os indivíduos estão causando com a ideiabullsbet carteiraque podemos simplesmente consumir cada vez mais, sem impactos negativos. Isso não é verdade."
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