A descoberta suíça que promete revolucionar produçãoggpoker casinochocolate com cacau inteiro e sem açúcar:ggpoker casino

Kim Mishra e Anian Schreiber trabalhando juntosggpoker casinolaboratório

Crédito, Imogen Foulkes / BBC

Legenda da foto, Kim Mishra (à esquerda) e Anian Schreiber (à direita) trabalharam juntos no novo processoggpoker casinofabricaçãoggpoker casinochocolate

O processo já chamou a atençãoggpoker casinoempresasggpoker casinoalimentos sustentáveis.

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Elas dizem que a produção tradicionalggpoker casinochocolate, usando apenas as sementes, também chamadasggpoker casinoamêndoas, envolve deixar o restante da fruta — do tamanhoggpoker casinoum mamão papaya e repletoggpoker casinovalor nutritivo — apodrecendo nos campos.

O segredo para o novo chocolate estággpoker casinoseu sumo bastante doce, que tem um gosto "bem frutado, um pouco como o abacaxi", explica Mishra.

Esse sumo, que tem 14%ggpoker casinoaçúcar, é destilado para formar um xarope altamente concentrado, combinado com a polpa — e, na sequência, misturado com a casca seca, ou endocarpo, para formar um gelggpoker casinocacau bem doce, levando a sustentabilidade a um novo patamar.

Este gel, quando adicionado às amêndoasggpoker casinocacau para fazer o chocolate, elimina a necessidadeggpoker casinoaçúcar.

Mishra vêggpoker casinoinvenção como a mais recenteggpoker casinouma longa linhaggpoker casinoinovações dos fabricantesggpoker casinochocolate suíços.

No século 19, Rudolf Lindt, da família que fundou os chocolates Lindt, acidentalmente inventou a etapa crucial da "conchagem" do chocolate — processoggpoker casinomistura, agitação e arejamento da massaggpoker casinocacau aquecida para torná-la suave e reduzirggpoker casinoacidez —, deixando a máquinaggpoker casinomixagemggpoker casinocacau funcionando durante a noite. O resultado pela manhã? Um chocolate doce e deliciosamente suave.

Um desenho antigo da produçãoggpoker casinochocolateggpoker casinouma fábrica da Lindt.

Crédito, Lindt

Legenda da foto, A Lindt fabrica chocolate desde o século 19
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"Você precisa ser inovador para manter o nível do seu produto", diz Mishra.

"Ou... só vai fazer chocolate mediano."

Mishra contou com a parceria da KOA, uma startup suíça que trabalha no cultivo sustentávelggpoker casinocacau,ggpoker casinoseu projeto. Seu cofundador, Anian Schreiber, acredita que usar todo o fruto pode resolver muitos dos problemas da indústria do cacau — desde a disparada do preço das amêndoas até a pobreza endêmica entre os produtores.

"Em vezggpoker casinobrigar para ver quem pega a maior fatia do bolo, você aumenta o bolo, e faz com que todos se beneficiem", explica.

"Os produtores obtêm uma renda extra significativa por meio da utilização da polpa do cacau, e o processamento industrial fundamental é realizado no paísggpoker casinoorigem — gerando empregos, e criando valor que pode ser distribuído no paísggpoker casinoorigem."

Schreiber descreve como "insustentável" o sistema tradicionalggpoker casinoproduçãoggpoker casinochocolate, no qual os produtores na África ou na América do Sul vendem suas amêndoasggpoker casinocacau para grandes fabricantesggpoker casinochocolate baseadosggpoker casinopaíses ricos.

Letizia Pinoja observando um pôster vintage na exposição que analisa o passado colonial da Suíça.

Crédito, Imogen Foulkes / BBC

Legenda da foto, Letizia Pinoja diz que sem o comércioggpoker casinoprodutos coloniais a Suíça não seria o país do chocolate

O modelo também é questionado por uma nova exposiçãoggpoker casinoGenebra, que analisa o passado colonial da Suíça.

A Suíça pode não ter possuído colônias próprias, mas a historiadora Letizia Pinoja explica que soldados mercenários suíços policiavam colôniasggpoker casinooutros países, e donosggpoker casinonavios suíços transportavam pessoas escravizadas.

De acordo com ela, Genebra, especialmente, tem uma ligação particular com algumas das fases mais exploradoras da indústria do chocolate.

"Genebra é um centroggpoker casinocomércioggpoker casinocommodities e, desde o século 18, o cacau estava chegando a Genebra, e depois ao resto da Suíça para a produçãoggpoker casinochocolate."

"Sem esse comércioggpoker casinocommoditiesggpoker casinoprodutos coloniais, a Suíça nunca poderia ter se tornado o país do chocolate. E o cacau não é diferenteggpoker casinonenhum outro tipoggpoker casinoproduto colonial. Todos eles eram provenientes da escravidão."

Hojeggpoker casinodia, a indústria do chocolate é muito mais regulamentada. Os fabricantes,ggpoker casinotese, são obrigados a monitorar toda aggpoker casinocadeiaggpoker casinosuprimentos para garantir que não haja envolvimentoggpoker casinotrabalho infantil. E, a partir do ano que vem, todos os tiposggpoker casinocacau e chocolate importados pela União Europeia terãoggpoker casinovirggpoker casinoáreas que não foram desmatadas após dezembroggpoker casino2020.

Mas isso significa que todos os problemas estão resolvidos?

Roger Wehrli, diretor da associaçãoggpoker casinofabricantesggpoker casinochocolate suíços, Chocosuisse, diz que os casosggpoker casinotrabalho infantil e desmatamento continuam, principalmente na África. Ele teme que alguns produtores,ggpoker casinouma tentativaggpoker casinoevitar problemas, estejam simplesmente transferindoggpoker casinoprodução para a América do Sul.

"Isso resolve o problema na África? Não. Acho que seria melhor empresas responsáveis ​​permanecerem na África, e ajudarem a melhorar a situação."

É por isso que Wehrli vê o novo chocolate desenvolvidoggpoker casinoZurique como "muito promissor".

"Se você usar o fruto do cacau inteiro, pode obter preços melhores. Então é economicamente interessante para os agricultores. E é interessante do pontoggpoker casinovista ecológico", avalia.

Duas metadesggpoker casinoum cacau sendo seguradas pelas mãosggpoker casinoalguém.

Crédito, Chocosuisse

Legenda da foto, O fruto inteiro do cacau pode ser usado agora para fazer chocolate

A relação entre a produçãoggpoker casinochocolate e o meio ambiente também é enfatizada por Anian Schreiber. Um terçoggpoker casinotodos os produtos agrícolas, diz ele, "nunca acabaggpoker casinonossas bocas".

Estas estatísticas são ainda piores no caso do cacau, se o fruto for abandonado para que sejam usadas apenas as sementes.

A produçãoggpoker casinoalimentos envolve emissões significativasggpoker casinogasesggpoker casinoefeito estufa, então reduzir o desperdício também pode ajudar a combater as mudanças climáticas. O chocolate, um itemggpoker casinoluxoggpoker casinonicho, pode não ser um grande fator por si só, mas tanto Schreiber quanto Wehrli acreditam que pode ser um começo.

De volta ao laboratório, as principais questões permanecem. Quanto vai custar esse novo chocolate? E, o mais importanteggpoker casinotudo, sem açúcar, qual será o gosto dele?

A resposta para a última pergunta, na visão desta correspondente apaixonada por chocolate, é: surpreendentemente bom. Um sabor denso, mas doce, com um toqueggpoker casinoamargor do cacau que combinaria perfeitamente com um café após o almoço.

O custo pode continuar sendo um desafio, devido ao poder global da indústria açucareira, e aos subsídios generosos que ela recebe.

"O ingrediente mais barato para alimentos sempre vai ser o açúcar, enquanto o subsidiarmos", explica Mishra.

"Por uma... toneladaggpoker casinoaçúcar, você paga US$ 500 (R$ 2,8 mil) ou menos."

A polpa e o sumo do cacau custam mais, então o novo chocolate seria, por enquanto, mais caro.

No entanto, fabricantesggpoker casinochocolateggpoker casinopaíses onde o cacau é cultivado — da Indonésia a Equador e Gana — entraramggpoker casinocontato com Mishra para obter informações sobre o novo método.

Vários pedaçosggpoker casinodiferentes tiposggpoker casinochocolate e frutoggpoker casinocacau.

Crédito, Chocosuisse

Legenda da foto, Nenhuma empresa suíçaggpoker casinochocolate eliminou completamente o usoggpoker casinoaçúcar

Na Suíça, alguns dos maiores fabricantes — incluindo a Lindt — estão começando a usar o fruto do cacau, assim como os grãos, mas nenhuma, até agora, tomou a iniciativaggpoker casinoeliminar o açúcar completamente.

"Temos que encontrar produtoresggpoker casinochocolate ousados ​​que queiram testar o mercado e estejam dispostos a contribuir para um chocolate mais sustentável", diz Mishra.

"Assim, podemos mudar o sistema."

Talvez esses produtores ousados ​​sejam encontrados na Suíça, cuja indústriaggpoker casinochocolate produz 200 mil toneladas a cada ano, no valor estimadoggpoker casinoUS$ 2 bilhões. Na Chocosuisse, Roger Wehrli vê um futuro mais sustentável, e diz que "o chocolate ainda vai ter um gosto fantástico no futuro".

"E acho que a demanda vai aumentar no futuro devido à crescente população mundial."

E as pessoas vão comer chocolate suíço? "Obviamente", diz ele.