'Uso mesmo vestido para tudo': as pessoas com guarda-roupa minimalista:casino bonus no cadastro
No mundo ocidental, existe uma regra implícita, segundo a qual você não deve usar as mesmas roupas com muita frequência.
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Fim do Matérias recomendadas
A convidada dos casamentos e a funcionária do escritório citadas acima foram tranquilizadas por outras pessoas, que disseram que elas não fizeram nadacasino bonus no cadastroerrado. Mas o sentimento permanece.
As pessoas esperam que troquemoscasino bonus no cadastroroupa todos os dias – ou pelo menoscasino bonus no cadastrointervaloscasino bonus no cadastropoucos dias. Mesmo se trabalharmoscasino bonus no cadastroum escritório e nãocasino bonus no cadastrouma fábrica abafada ou uma plantação ensolarada. Mesmo depois da invenção da máquinacasino bonus no cadastrolavar.
E precisamos sempre atualizar o nosso guarda-roupa. Até as iniciativas verdes que tentam nos ajudar a ser sustentáveis, como as feirascasino bonus no cadastrotrocacasino bonus no cadastroroupas e aluguelcasino bonus no cadastrovestuário, trazem sempre a mesma noção: aquilo que já temos não é suficiente.
A imensa ofertacasino bonus no cadastroroupas baratas fez com que muitoscasino bonus no cadastronós passássemos a usar apenas 20% das roupas dos nossos armários. E, enquanto isso, a indústriacasino bonus no cadastroroupas prejudica o planeta e a nós, seres humanos.
Mas não costumava ser assim. A alta velocidadecasino bonus no cadastrocompra e descartecasino bonus no cadastrohojecasino bonus no cadastrodia é um fenômeno relativamente novo. E, com o aumento dos problemascasino bonus no cadastrosustentabilidade causados pela indústria da moda, podemos precisar retornarcasino bonus no cadastrobreve aos nossos antigos padrões.
Uma formacasino bonus no cadastrocombater o excessocasino bonus no cadastroconsumo é reduzir o que você usa. Nos empregos que não exigem uniforme, a dispensa da necessidadecasino bonus no cadastrovariar o visual é um luxo concedido principalmente aos homens. Eles são praticamente os únicos a adotar o hábitocasino bonus no cadastrousar roupas idênticas todos os dias –casino bonus no cadastroMark Zuckerberg e Steve Jobs a quase todos os profissionais que usam terno no escritóriocasino bonus no cadastrotodo o mundo.
Jennifer Logan mora com o marido e dois filhos na Califórnia, nos Estados Unidos, onde trabalha como osteopata.
Cercacasino bonus no cadastro10 anos atrás, ela e uma amiga conversaram sobre como seria ótimo ter um uniforme para não precisar pensar no que vestir. Ela então fez um vestidocasino bonus no cadastrolã com blusascasino bonus no cadastrosegunda mão e o usou quase todos os dias, até que ele encolheu na lavagem.
Logan então voltou a escolher suas roupas da forma mais usual, até que se cansoucasino bonus no cadastroprecisar sempre decidir o que vestir. Ela acabou comprando um vestido novo: preto, com comprimento na altura dos joelhos e sem mangas. E, três anos depois, ainda é praticamente a única roupa que ela usa.
"Uso para tudo", conta Logan. "Encontros à noite... tudo o que eu faço. Estou usando o vestido para uma conferência no trabalho esta semana."
Ela só veste roupas alternativas – como pijamas ou blusas e calçascasino bonus no cadastromoletom emprestadas da filha – para fazer faxina ou paracasino bonus no cadastroaulacasino bonus no cadastrocerâmica.
Logan construiu seu guarda-roupacasino bonus no cadastrotorno do vestido. Às vezes, ela acrescenta calçascasino bonus no cadastrolã ou uma blusa com mangas, se estiver frio. Antes, ela passava a maior parte dos dias usando jeans e camiseta, mas agora ela conta que se sente sempre bem vestida. E ninguém parece notar que é o mesmo vestido.
Qualidadecasino bonus no cadastrovezcasino bonus no cadastroquantidade
Combater o consumo excessivo apenas reduzindo o que você veste traz algumas complicações.
A moda tem uma função. O que decidimos usarcasino bonus no cadastroum dado dia conta algo sobre o mundocasino bonus no cadastroque vivemos.
Embora Logan acrescente acessórios à roupa para parecer mais ou menos bem vestida, ela também conta que, recentemente, começou a se sentir um pouco cansadacasino bonus no cadastrovestir preto todos os dias. Agora, ela está pensandocasino bonus no cadastrotrocar seu vestido preto por um colorido.
Existe também a questão da qualidade. Logan explica quecasino bonus no cadastroprática pode ser adotada com qualquer orçamento. As pessoas podem usar roupascasino bonus no cadastrosegunda mão ou ter um pequeno guarda-roupa com algumas roupas para não desgastar todas.
Mas permanece o fatocasino bonus no cadastroque muitas roupas modernas não são feitas para serem usadas todos os dias. Elas não são investimentos duráveis e,casino bonus no cadastromuitos casos, precisamos comprar novas.
"Nos séculos 17 e 18, as roupas eram alguns dos objetos mais caros que as famílias podiam ter", segundo a professora Beverly Lemire, da Universidadecasino bonus no cadastroAlberta, no Canadá.
O valor do tecido era tão alto que, na Londres do século 18, um quarto dos roubos levados a julgamento envolvia tecidos e roupas.
"[As roupas] poderiam durar décadas", afirma Lemire. "Elas eram usadas até que virassem trapos."
Mas isso não impedia as pessoascasino bonus no cadastromudar seu visual. A variação e a individualidade surgiam nos detalhes.
Para fazer ajustes personalizados, para adotar as lentas mudanças nas tendências da moda ou até dar alguns toques pessoais, as roupas eram alteradas. "As roupas eram feitas para serem desfeitas", explica Lemire.
A expectativa era que as roupas fossem desmanchadas, montadas, desmontadas e alteradas. Todas as costuras eram feitas à mão e todas as roupas tinham reparos.
As pessoas usavam fitas e botões para dar vida nova a roupas antigas. E existem registroscasino bonus no cadastrohomens jovens que se identificavam com certos grupos que usavam cabelos com longos cachos ou meias com um certo tipocasino bonus no cadastrolistras.
Mas o mundo já estava se acelerando. Nos séculos 17 e 18, as pessoas usavam muito tecido não tingido, como linho e lã, dentrocasino bonus no cadastrocasa. Mas elas também desenvolveram o gosto por novos tecidos inspiradoscasino bonus no cadastrooriginais da China e da Índia, segundo explica Marie Ulväng, professoracasino bonus no cadastroestudos da moda da Universidadecasino bonus no cadastroEstocolmo, na Suécia.
E, com a revolução industrial, nossas roupas passaram a ser cada vez mais produzidascasino bonus no cadastrofábricas,casino bonus no cadastrotamanhos padronizados. O algodão e, eventualmente, a mãocasino bonus no cadastroobra terceirizada barata da Ásia e das Américas permitiram que os países ocidentais aumentassemcasino bonus no cadastroprodução e reduzissem os preços.
Mas Ulväng afirma que a maior mudança da nossa visãocasino bonus no cadastromoda veio posteriormente, nos anos 1960. Foi quando surgiram as subculturas e a moda deixoucasino bonus no cadastroser ditadacasino bonus no cadastrocima para baixo.
"Antes, a mulher podia vestir uma saia e uma blusa, um casaco, roupas sob medida... mas as jovens estavam mais interessadascasino bonus no cadastroacompanhar as rápidas mudanças da moda", explica Ulväng. "A moda mudava com rapidez... o importante eram os preços baixos, não a duração e a qualidade das roupas."
Parece familiar?
Será que podemos voltar a olhar para as roupas como antigamente? Bem, talvez já tenhamos iniciado este processo.
Durante a pandemia, a escritora e estrategistacasino bonus no cadastrosustentabilidade Tiffanie Darke teve uma ideia inovadora.
Depoiscasino bonus no cadastrotrabalhar no mundo da modacasino bonus no cadastroconsumo, como editoracasino bonus no cadastrorevistascasino bonus no cadastromoda, ela decidiu fazer um curso no Institutocasino bonus no cadastroLiderança para a Sustentabilidadecasino bonus no cadastroCambridge, no Reino Unido.
Em seguida, ela leu um relatório do centrocasino bonus no cadastropesquisa e debates The Hot & Cool Institute, indicando que, para manter a sustentabilidade, os britânicos deveriam comprar apenas cinco roupas novas por ano. Darke então iniciou a campanha Regra das Cinco – e outras pessoas do mundo da moda começaram a seguir seu exemplo.
"Existem diversas formascasino bonus no cadastroentrar na moda: alugar, trocar, pegar emprestado dos amigos e – como as pessoas faziam quando éramos crianças – reformar”, ela conta. “Fico pensando todo o tempocasino bonus no cadastroquais cinco peçascasino bonus no cadastroroupa devo comprar este ano. É divertido. Eu planejo tudo.”
No ano passado, ela pediu ajuda a um estilista para avaliar seu guarda-roupa e reformar roupas que ela não usava, como um vestidocasino bonus no cadastrotafetá Prada que foi transformadocasino bonus no cadastrouma blusa.
Este ano, uma das cinco comprascasino bonus no cadastroDarke será um casaco para usarcasino bonus no cadastrocasa, produzido para ela pela designer Alice Temperley.
Recentemente, empresascasino bonus no cadastromoda como a Net-a-Porter, Ralph Lauren e Mulberry firmaram parcerias com serviçoscasino bonus no cadastroalteraçãocasino bonus no cadastroroupas, oferecendo créditoscasino bonus no cadastroreciclagem e garantiascasino bonus no cadastrodurabilidade, segundo Darke. E não precisa ser algo caro – você pode ter a satisfaçãocasino bonus no cadastrover uma roupa reformada por baixo custo.
"A empresacasino bonus no cadastroalterações Sojo tem preços a partircasino bonus no cadastro10 libras (cercacasino bonus no cadastroR$ 61) pela reforma mais barata", segundo ela. "E você recebe uma roupa totalmente nova para o seu guarda-roupa."
Darke destaca que, nos tempos vitorianos, a moda era comprar uma nova fita para o chapéu.
Existe também uma tendênciacasino bonus no cadastrocicloscasino bonus no cadastromoda mais lentos. Darke afirma que pessoascasino bonus no cadastromarcascasino bonus no cadastroalto luxo agora falamcasino bonus no cadastro"moda sem tendência" – peçascasino bonus no cadastroroupa atemporais e bem feitas, para durar.
Espera-se que o próximo passo seja a produçãocasino bonus no cadastroroupascasino bonus no cadastroboa qualidade, como as que tínhamos na época pré-industrial e que usuárias minimalistas, como Jennifer Logan, procuram hojecasino bonus no cadastrodia.
A Lei da Moda (Fashion Act) proposta nos Estados Unidos, se for aprovada, irá tornar os varejistas responsáveis por todo o ciclocasino bonus no cadastrovida dos seus produtos. E, embora a nova lei venha trazer aumento dos preços das marcas populares, Darke espera que os consumidores também mudem suas expectativas, buscando roupascasino bonus no cadastromelhor qualidade, mesmo entre essas marcas mais baratas.
"Talvez o fast fashion (moda rápida) seja um parêntese", pondera Marie Ulväng. "Talvez nós voltemos depois para a visão mais inteligente que tínhamos antes." E, talvez, nosso breve casocasino bonus no cadastroamor com o fast fashion esteja no fim.
Isso também significaria armários com menos roupas, mascasino bonus no cadastromelhor qualidade, e cicloscasino bonus no cadastromoda mais lentos, menos voltados à vendacasino bonus no cadastronovos produtos.
Significaria um tipo diferentecasino bonus no cadastromarcas populares, com menos espaço nas lojas e menos compradores examinando pilhascasino bonus no cadastroroupas baratas e idênticas nas prateleiras. Haveria mais conhecimento dos tecidos, mais costura, mais reformascasino bonus no cadastroroupas e mais criatividade.
E nos fóruns online, as discussões seriam sobre a compra ou nãocasino bonus no cadastrouma nova fita para o chapéu.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Culture.