'A língua que falamos determina como pensamos': americano que cresceu com indígenas na Amazônia explica relação:aposta mundial de clubes
Talvez poucas pessoas estejam mais aptas a pensar sobre esse problema do que Everett. Nascido nos Estados Unidos, ele teve uma infância incomum nos anos 1980, dividindo seu tempo entre seu país natal, escolas públicasaposta mundial de clubesSão Paulo e Porto Velho, e aldeias indígenas no interior da Amazônia,aposta mundial de clubesRondônia.
iajou por 106 km pelo noroeste, Ohio.Unstapabla (filme aposta mundial de clubes {k0} 2010) – Wikipédia a
lopédia livre : wiki:; unSTOPPating_( filme 2010__) 🏀 O cinema é inspirada do episódio da
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Caleb é filho do americano Daniel Everett, que veio ao Brasil nos anos 1970 como missionário cristão com o propósitoaposta mundial de clubestraduzir a Bíblia para o idioma pirahã — uma língua falada hoje por cercaaposta mundial de clubes300 indígenas brasileiros.
Daniel veio para ajudar a converter os indígenas, mas acabou ele próprio convertido: abandonou a religião e passou a se dedicar ao estudo do pirahã, com um doutoradoaposta mundial de clubeslinguística na Unicamp.
Desde cedo, Caleb acompanhou o pai e a mãe (que também era missionária)aposta mundial de clubesmissões na Amazônia brasileira. Chegou a viver entre os indígenas, passando parte da infância pescando e brincando com eles na floresta.
De volta aos EUA, se formou e foi trabalhar no mercado financeiro. Mas uma questão sempre o perturbou: interessadoaposta mundial de clubespsicologia, ele liaaposta mundial de clubesrevistas científicas que diziam que a forma que os humanos aprendem e entendem os números é universal.
“Nem todos os humanos pensam assim. Eu tenho o grande privilégioaposta mundial de clubesconhecer alguns dos povos indígenas do Brasil que não pensam assim”, diz Everett.
Cada vez mais interessadoaposta mundial de clubespesquisar sobre os indígenas que conheceu naaposta mundial de clubesinfância, ele resolveu dar uma guinada naaposta mundial de clubesvida. Abandonou o mundo financeiro, fez doutorado e voltou para Rondônia, onde foi investigar as línguas amazônicas.
Da pesquisa, saiu seu primeiro livro,aposta mundial de clubes2017, Numbers and the Making of Us: Counting and the Course of Human Cultures (“Os números e a nossa formação: a contagem e o curso das culturas humanas”,aposta mundial de clubestradução livre). No livro, Caleb Everett defende que os números são um conceito que não é natural ou inato ao ser humano — e varia imensamenteaposta mundial de clubesacordo com cada cultura e idioma, ao ponto que é impossível dizer que existe uma forma universal e “natural” para os humanos aprenderem quantidades.
Recentemente, ele lançou outro livroaposta mundial de clubesque volta ao tema. Em A Myriad of Tongues: How Languages Reveal Differences in How We Think (“Uma miríadeaposta mundial de clubeslínguas: como as línguas revelam diferenças na forma como pensamos”,aposta mundial de clubestradução livre), Everett diz que nos acostumamos a acreditar que todas as línguas do mundo usam categorias universais para classificar ideias e objetos — já que a experiência humana é limitada a alguns aspectos comunsaposta mundial de clubestodas as culturas.
Afinal, todos nós — independenteaposta mundial de clubesonde nascemos — contamos quantidades, lembramos do passado, planejamos o futuro e usamos pontos geográficos para nos localizarmos.
Mas, segundo Everett, nem todas as línguas refletem o mundo dessa forma. Há línguas no mundo — como a pirahã, que ele aprendeu na infância — que sequer têm números precisos. Algumas línguas possuem apenas dois tempos verbais (o futuro e o não-futuro); outras possuem sete.
Essas discrepâncias são muito maiores do que apenas diferenças culturais, argumenta Caleb. Elas determinamaposta mundial de clubesforma profunda como cada ser humano percebe e pensa o mundo.
A diferença é que para um povo, algumas noçõesaposta mundial de clubestempo podem ser não só irrelevantes — como quase incompreensíveis. Já outros povos podem ter uma compreensão mais sofisticadaaposta mundial de clubestempo do que outros.
Para entender isso, linguistas como Caleb estão se debruçando sobre muitas línguas que não eram devidamente estudadas no passado — sobretudo na Amazônia. A tecnologia e a facilidadeaposta mundial de clubesse viajar no mundo atual acelerou o trabalho dos linguistas.
Mas eles correm contra o tempo, já que a modernidade está "matando" línguasaposta mundial de clubesum ritmo mais acelerado, com povos indígenas tendo cada vez mais dificuldadeaposta mundial de clubesse sustentarem sem o aprendizadoaposta mundial de clubesoutros idiomas.
O estudo das línguas amazônicas também está desafiando noções antigasaposta mundial de clubesintelectuais sobre como os humanos falam. Esse debate traz à tona uma famosa disputa que existe no mundo acadêmico entre seu pai, Daniel, e o linguista americano Noam Chomsky,aposta mundial de clubestorno da língua pirahã,aposta mundial de clubesRondônia, justamente a que Caleb aprendeu ainda quando criança.
Chomsky é famoso por propor o conceitoaposta mundial de clubes“gramática universal” — a ideiaaposta mundial de clubesque todas as línguas humanas possuem uma estrutura comum, independenteaposta mundial de clubesonde essas línguas se desenvolvem.
Mas Daniel Everett afirma que a língua pirahã desmente a teseaposta mundial de clubesChomsky. Em pirahã, não existiria a recursividade — algo que Chomsky diz ser inerente a todas as línguas e, portanto, universal. Recursividade é quando se insere uma frase dentroaposta mundial de clubesoutra, como em: “O policial que prendeu o bandido que roubou uma casa está na delegacia”.
Esse é um dos debates mais acalorados no mundo da linguística. Chomsky chegou a chamar Daniel Everettaposta mundial de clubescharlatão e sugeriu queaposta mundial de clubespesquisa sobre os pirahã era falsificada – já que por anos Daniel foi o único acadêmico a falar a língua.
Em entrevista para a BBC News Brasil, Caleb disse acreditar que este debate está ficando no passado, com os avanços tecnológicos que estão acontecendo no mundo da linguística. No mundoaposta mundial de clubeshoje, são faladas maisaposta mundial de clubes7 mil línguas — e graças a avanços como ciênciaaposta mundial de clubesdados e aprendizadoaposta mundial de clubesmáquina, linguistas estão conseguindo expandiraposta mundial de clubescompreensão desses idiomasaposta mundial de clubesuma velocidade inédita.
O resultado, segundo Caleb, é que algumas noções clássicas do mundo da linguística dos anos 1970 estão finalmente podendo ser colocadas à prova — e muitas delas não estão sendo aprovadas no teste.
Confira abaixo a entrevista que Caleb Everett deu à BBC News Brasil na qual fala sobre suas experiências na Amazônia brasileira, o debate sobre como as línguas moldam o mundo que experimentamos e os avanços no estudo dos idiomas nos diasaposta mundial de clubeshoje.
aposta mundial de clubes BBC News Brasil: Seu livro sugere que estamos tendo uma melhor compreensão das maisaposta mundial de clubes7 mil línguas que hoje são faladas no mundo. O que os linguistas estão aprendendo com essas línguas menos conhecidas?
aposta mundial de clubes Caleb Everett: Estamos aprendendo muito. O que está claro é que as línguas são muito mais diferentes entre si do que pensávamos. Nós costumávamos supor que existia essa diversidade entre as línguas, mas que por trás delas haveria algum tipoaposta mundial de clubescomponente universal — algo que todas as línguas compartilhavam.
E o que estamos descobrindo, à medida que olhamos para mais e mais línguas, é que elas são diferentesaposta mundial de clubesmaneiras muito profundas, que não foram previstasaposta mundial de clubesalguns dos modelos teóricos da linguística dos anos 1960 e 1970.
Existem alguns pontosaposta mundial de clubescomum, é claro. Todos nós temos os mesmos ouvidos, as mesmas bocas e os mesmos cérebros.
Há essas semelhanças entre as línguas, mas não é porque existe algo geneticamente programado dentro da linguagem.
aposta mundial de clubes BBC: Muito do seu trabalho é baseadoaposta mundial de clubeslínguas amazônicas que você estuda há muito tempo. O que você aprendeu especificamente com elas?
aposta mundial de clubes Everett: A Amazônia é realmente fascinante, porque embora existam outras regiões do mundo, como a Nova Guiné ou a África Ocidental, que têm mais línguas, as línguas da Amazônia são totalmente não relacionadas entre si.
Existem algumas centenasaposta mundial de clubeslínguas, mas existem dezenasaposta mundial de clubesfamílias linguísticas, como tupi ou aruaque ou algumas outras línguas isoladas que não têm ‘parentes’ conhecidos.
Algumas são totalmente distintas entre si e estão a apenas 100 quilômetrosaposta mundial de clubesdistância uma da outra.
A Amazônia é uma espécieaposta mundial de clubesmicrocosmo fascinante da diversidade linguística que existe no mundo.
E podemos aprender muito sobre as diversas formas como os humanos se comunicam olhando apenas para as pessoas na Amazônia.
Muitas vezes, eu acho, nós somos culpados no Ocidenteaposta mundial de clubesuma espécieaposta mundial de clubeshomogeneização desses grupos. Nós meio que os colocamos suas línguas, suas culturas no mesmo bojo.
aposta mundial de clubes BBC: Na Amazônia, o que você descobriu que sustenta essa ideiaaposta mundial de clubesque as pessoas pensam diferente porque falam diferente?
aposta mundial de clubes Everett: Uma forma pela qual as línguas dessa região produziram insights é como as pessoas pensam sobre o tempo.
Em inglês eaposta mundial de clubesmuitas línguas, temos a tendência, por exemplo,aposta mundial de clubesusar metáforasaposta mundial de clubesque o futuro está na nossa frente e o passado está atrásaposta mundial de clubesnós.
Mas existem alguns grupos na Amazônia que não falam sobre o tempo dessa forma.
Há um caso famosoaposta mundial de clubeslíngua Tupi Kawahib, onde eles nem falam sobre tempoaposta mundial de clubestermosaposta mundial de clubesespaço.
Quando uma língua como o inglês tem três tempos, algumas línguas têm até sete tempos. Elas dividem o tempoaposta mundial de clubesmaneiras muito diferentes.
Então não se trata apenasaposta mundial de clubescoisas superficiais, como “eles falam sobre plantas e animaisaposta mundial de clubesforma diferente”.
E isso é verdade até certo ponto. Mas o que mais me interessa, e o foco do livro, são esses aspectos fundamentais do pensamento humano.
Como pensamos sobre as quantidades, como pensamos sobre o espaço, como pensamos sobre o tempo e como os humanos desenvolvem essas capacidades, e como isso parece variaraposta mundial de clubesalguns aspectos entre culturas.
aposta mundial de clubes BBC: No seu livro, você dá o exemploaposta mundial de clubesuma fraseaposta mundial de clubesinglês com muitas referências ao tempo: “Na segunda-feira passada eu corri por meia hora, como eu faço todas as semanas”. Você disse que algumas das línguas que estuda não têm todos os recursos para enquadrar o tempo dessa forma. Já outras têm sete tempos verbais. Essas línguas são menos ou mais sofisticadas do que as que estamos acostumados?
aposta mundial de clubes Everett: Você vê idiomas que talvez prestem atenção ao tempo e às maneiras que nós não fazemos.
Se você tiver naaposta mundial de clubeslíngua apenas passado, presente ou futuro, quando você estiver falando, basta indicar se foiaposta mundial de clubesum desses três tempos.
Mas se você tem sete tempos que podem incluir algo como passado muito distante ou um futuro muito distante, então você deve prestar atenção a esses aspectos temporais e talvez a formas mais sutis.
aposta mundial de clubes BBC: Em que idioma foi isso?
aposta mundial de clubes Everett: É uma linguagem chamada yagua [falada na Amazônia peruana]. Embora existam muitas línguas que possuem cinco ou seis tempos, há algumas que não possuem nenhum tempo verbal.
Uma das línguas que trabalhei na Amazônia, Karitiana, tem dois tempos: futuro e não futuro. Essa é uma língua falada no Estadoaposta mundial de clubesRondônia. Esse é um sistemaaposta mundial de clubestempo bastante comum. Mas o exemplo que você lembrou, sobre uma corrida que fizaposta mundial de clubes30 minutos ontem ou na semana passada. Vamos pensar sobre essa frase. O que são 30 minutos? Minutos é algo muito definido cultural e linguisticamente. O minuto vemaposta mundial de clubesum sistema numéricoaposta mundial de clubesbase 60 que remonta à Mesopotâmia, e é por isso que dividimos a nossa hora 60 — e depois dividimos novamente para ter segundos. São coisas culturais muito arbitrárias que aprendemos, e parecem naturais para nós à medida que aprendemos a contar as horas.
Mas é realmente antinatural para muitas pessoas.
Então você pode imaginar se estiver conversando com um amazônico que nunca topou com o conceitoaposta mundial de clubeshoras, minutos ou semana, que também é culturalmente construída. Há tantas tradições culturais muito específicas incorporadas apenas nessa frase que impactam como pensamos.
Pense no quanto o seu dia é ditado olhando os relógios e pensando onde você tem que estaraposta mundial de clubesum determinado horário eaposta mundial de clubesdeterminados minutos. Isso tudo é arbitrário.
Muitas culturas prescindem completamente destas noções. Estas coisas são codificadas na linguagem aprendida pelas crianças desde cedo, que moldam a forma como pensamos sobre a passagem do tempo. E isso parece totalmente natural para nós até que você seja confrontado com alguém para quem esses conceitos sejam totalmente antinaturais e você percebe "este é um humano inteligente e eles não precisam desses conceitos.”
Isso não quer dizer que eles sejam inúteis. Acho que são muito úteis, mas são úteis no nosso contexto cultural. E são apenas uma maneira diferenteaposta mundial de clubespensar sobre o mundo. Eles não são “a” maneiraaposta mundial de clubespensar sobre o mundo.
aposta mundial de clubes BBC: Vamos pegar, por exemplo, o idioma que você mencionou que tem sete tempos. O que você percebe que é diferente na maneira como eles pensam ou na forma comoaposta mundial de clubessociedade é?
aposta mundial de clubes Everett: Parte disso, eu diria, é arbitrário.
Mas o que alguns pesquisadores tentaram fazer é um teste experimental: será que estas diferenças linguísticas têm impacto na forma como as pessoas pensam sobre o tempoaposta mundial de clubesgeral, mesmo quando não estão falando?
E há uma boa quantidadeaposta mundial de clubesevidências agoraaposta mundial de clubesque isso acontece.
Como no exemplo do futuro estando àaposta mundial de clubesfrente no passado, atrásaposta mundial de clubesvocê.
Há uma boa quantidadeaposta mundial de clubesevidências experimentais agoraaposta mundial de clubesque, mesmo quando as pessoas nessas línguas estavam, o passado está àaposta mundial de clubesfrente e o futuro está atrásaposta mundial de clubesvocê, há uma boa quantidadeaposta mundial de clubesevidênciasaposta mundial de clubesque as pessoas pensam sobre o tempoaposta mundial de clubesmaneira diferente, mesmo quando elas não estão falando.
Experiências básicas mostraram que quando as pessoas falam sobre o futuroaposta mundial de clubesalgumas destas línguas, elas apontam para trás, e quando falam sobre o passado, apontam para a frente, enquanto os falantesaposta mundial de clubesinglês fazem o inverso.
Tendemos a pensar que estamos caminhandoaposta mundial de clubesdireção ao futuro, enquanto para muitas dessas culturas é o contrário. E se você pensar bem, faz sentido. Porque você pode ver o passado. Você vê o que comeu no café da manhã. Você sabe o que aconteceu ontem. Mas o futuro é meio desconhecido para nós, então esse tipoaposta mundial de clubesmetáfora básicaaposta mundial de clubesvisão e ver o passado, não ver o futuro, é a baseaposta mundial de clubescomo as pessoas pensam sobre o tempo. E algumas dessas culturas e essa formaaposta mundial de clubespensar sobre o tempo surge mesmoaposta mundial de clubescontextos não linguísticos.
aposta mundial de clubes BBC: Você teve uma infância muito interessante e inusitada, tendo passado grande parte do tempo com indígenas no Brasil. Como foi essa experiência?
aposta mundial de clubes Everett: Tenho boas lembranças da minha infância e do Brasil. Passei grande parte da minha infância na aldeia pirahã com minhas duas irmãs e meus pais.
Mas também passei um tempoaposta mundial de clubesescolas públicas brasileiras, indo e voltando e ocasionalmente visitando os EUA.
Minha infância foi uma misturaaposta mundial de clubesestar na aldeia no meio da selva, estaraposta mundial de clubescidades brasileiras e depois estar ocasionalmenteaposta mundial de clubescidades americanas.
Em Porto Velho,aposta mundial de clubesCampinas eaposta mundial de clubesSão Paulo, porque meu pai acabou fazendo doutorado na Unicamp.
As memóriasaposta mundial de clubesestar na selva são geralmente muito boas. Eu olho para trás agora e penso que nunca faria isso com meu filho (risos), quando penso nos riscos que corremos. Todos nós contraímos malária. É fácil olhar para trás com carinho quando todos sobreviveram.
Mas porque todos nós sobrevivemos e eu tenho boas lembrançasaposta mundial de clubesestar na aldeia nadando no rio com meus amigos indígenas,aposta mundial de clubescaçar ou pescar com minhas irmãs, mas também alguns dos aspectos negativos, como a exploração dos indígenas por comerciantes locais.
No geral, foi uma infância muito positiva e tenho ótimas lembrançasaposta mundial de clubesestar na selva.
aposta mundial de clubes BBC: Você mencionou a língua pirahã e esse tem sido um debate bastante famoso no mundo linguístico entre seu pai e o famoso linguista americano Noam Chomsky. Esse debate intelectual chegou a ser bastante feroz na trocaaposta mundial de clubespalavras. O seu trabalho parece estar muito relacionado a essa questão que é central no mundo da linguística. Como você vê esse debate tão polêmico?
aposta mundial de clubes Everett: É um debate muito polêmico. Gostoaposta mundial de clubespensar que,aposta mundial de clubescerta forma, a ciência superou alguns desses debates e o campo se tornou mais empírico. Meu pai foi certamente uma das pessoas que contribuiu para isso. Muitos pesquisadores nas últimas décadas trouxeram dadosaposta mundial de clubesdiferentes idiomas na Austrália, na Amazônia e na África, que não parecem estaraposta mundial de clubesacordo com os modelos que Chomsky e que outros promoveram nas décadasaposta mundial de clubes60 e 70. E esses modelos se tornaram muito influentes.
Na defesa desses modelos, eles parecem ter funcionado muito bem no começo.Mas na medidaaposta mundial de clubesque surgem mais e mais exceções, as coisas simplesmente não parecem se encaixar. E você tem que perguntar qual é a utilidade desse modelo?
O modelo é baseado,aposta mundial de clubesgrande parte, no inglês.
A nova safraaposta mundial de clubespesquisadores — a minha geração e a geração seguinte — não está muito satisfeita com os modelos dos anos 60 e 70. E isso não é um insulto.
Isso aconteceaposta mundial de clubesmuitos campos. As coisas evoluem.
E agora acho que já ultrapassamos issoaposta mundial de clubesuma forma que não é mais o debate central da linguística.
aposta mundial de clubes BBC: Mas ele ainda desperta muitas emoções fortes. Você acha que o mundo da linguística vai acabar deixando a gramática universal para trás?
aposta mundial de clubes Everett: A ideiaaposta mundial de clubesgramática universal mudou muito. Se você voltar e olhar os estudos dos anos 60 e 70, eles fizeram previsões muito grandes. Agora as previsões são quase impossíveisaposta mundial de clubesserem provadas falsas.
Eles dizem: todos os humanos têm uma linguagem e então deve haver uma gramática universal.
É algo tão vago que não se pode discordar, mas que já não ajuda a se fazer nenhuma previsão, na minha opinião.
Mas digo isso também porque os pesquisadores que realmente respeito agora, que são talvez 10 anos mais novos que eu que estão fazendo pesquisasaposta mundial de clubesponta, eles não parecem estar levandoaposta mundial de clubesconta esse debate no seu trabalho.
Em vez disso, eles estão focadosaposta mundial de clubesrealizar experimentos realmente bons, usando big data, ciênciaaposta mundial de clubesdados e programaçãoaposta mundial de clubescomputador, que se tornaram central para o trabalho que fazemos.
E isso não é verdade apenas na pesquisa linguística.
Quando as pessoas investem décadasaposta mundial de clubessuas vidasaposta mundial de clubesqualquer modelo teórico específicoaposta mundial de clubesqualquer disciplina, elas tendem a ser indivíduos bastante tendenciosos.
E então existe uma velha expressão que diz: a ciência muda uma aposentadoria por vez. E,aposta mundial de clubescerta forma, acho que isso é verdade, que leva tempo.
Gostamosaposta mundial de clubespensar que somos objetivos, mas na verdade não somos, depois que investimos décadasaposta mundial de clubesuma determinada visão e a promovemos, é preciso ser uma pessoa realmente grande para dizer “sabe: eu estive errado nos últimos 30 anos e preciso reconhecer isso dianteaposta mundial de clubestantas evidências".
Eu não vou ficar parado esperando isso acontecer. Eu acho que é apenas uma mudança social gradualaposta mundial de clubesuma disciplina.
aposta mundial de clubes BBC: A tecnologia recente acelerou o estudo das línguas. Mas muitas dessas línguas estão morrendo rapidamente também. Existe uma corrida contra o tempo para estudá-las antes que morram?
aposta mundial de clubes Everett: Sim. Eu acho que há muita documentação linguística ao redor do mundo e às vezes eu acho que na verdade somos meio egoístas como pesquisadores, queremos obter todos esses dados antes que eles desapareçam ou queremos manter as pessoas falando suas línguas.
Na Amazônia, por exemplo, você vê que existem alguns grupos indígenas que realmente importam muito para eles manteremaposta mundial de clubeslíngua e para alguns deles isso não parece importar muito.
E quem somos nós para dizer a eles que isso deveria importar?
Acho que às vezes isso é importante para mim porque eu tenho um interesse egoístaaposta mundial de clubesquerer mais idiomas e é uma coisa fascinante para mim e para minha carreira olhar para esses dados.
Mas sim, infelizmente, para alguns, as línguas estão morrendo.
Elas estão morrendo principalmente hojeaposta mundial de clubesdia por razões econômicas, na medidaaposta mundial de clubesque gruposaposta mundial de clubespessoas que estão no Brasil eaposta mundial de clubesoutros lugares, se quiserem que seus filhos possam ser economicamente viáveis diante do encolhimento das reservas e da dificuldade cada vez maioraposta mundial de clubessobreviver da caça e da pesca, essas pessoas têm que falar português, espanhol ou inglês.
Dependendo do contextoaposta mundial de clubesque se encontram, as pressões econômicas são tão fortes sobre alguns destes grupos individuais que a maioria dos modelos sugere que muitas destas línguas desaparecerão nos próximos 100 anos.
aposta mundial de clubes BBC: Ao longo daaposta mundial de clubesvida, você viu línguas amazônicas morrerem ou prestes a morrer?
aposta mundial de clubes Everett: Sim. Um exemplo que me vem à mente é o idioma suruí que também é faladoaposta mundial de clubesRondônia e ainda há falantes. O missionário que foi um dos primeiros a contatá-los nos anos 60 falava que era um idioma vibranteaposta mundial de clubestermos linguísticos, mas agora muitas dessas pessoas falam principalmente português.
E se você olhar a proporçãoaposta mundial de clubescrianças que estão aprendendo a língua como primeira língua, você vê que isso está diminuindo. Esse é geralmente o melhor indicadoraposta mundial de clubesse uma linguagem sobreviverá ou não.
Para muitas destas línguas, simplesmente não há muitas crianças aprendendo-as.
Existem outras línguas que vimos morrer completamente.
Uma que me vem à mente é uma língua chamada Orouim, que era falada na fronteira brasileira com a Bolívia.
Mas há muitos exemplosaposta mundial de clubeslínguas que acabaram morrendo. Ouaposta mundial de clubeslínguas onde ainda há muitos falantes, mas a proporçãoaposta mundial de clubesnúmeroaposta mundial de clubesfalantesaposta mundial de clubesportuguês aumentou muito entre as crianças. Você vê isso no parque Xingu, por exemplo. Muitas das línguas ainda são faladas, mas muitas vezes as crianças falam principalmente português.
aposta mundial de clubes BBC: E com a morte das línguas a humanidade está perdendo diversidade na formaaposta mundial de clubesse pensar o mundo?
aposta mundial de clubes Everett: Uma das coisas que descobrimos e que é mencionada no livro é que há vários grupos que demonstraram ter vocabulários ricos sobre cheiros.
Isso é outra coisa que costumávamos pensar: “nós, humanos, não temos palavras abstratas para cheiros”.
Mas acontece que houve uma sérieaposta mundial de clubeslínguas documentadas nos últimos 10 anos que possuem palavras ricas e abstratas para cheiros.
À medida que essas línguas morrem e algumas delas estão à beira da extinção, estamos perdendo algo crítico sobre como os humanos pensam sobre cheiros e como eles podem falar sobre cheiros. Se perdemos isso, nós perderemos um poucoaposta mundial de clubescomo os humanos pensam sobre os cheiros que sentem.
Na medidaaposta mundial de clubesque as línguas morrem, estamos perdendo algo básicoaposta mundial de clubesnossa compreensãoaposta mundial de clubescomo os humanos pensam sobre as sensações que sentem.
aposta mundial de clubes BBC: Você compara línguas amplamente faladas com línguas pouco conhecidas para ilustrar como pessoas podem pensaraposta mundial de clubesformas diferentes. Mas existe essa diferença na formaaposta mundial de clubespensar o mundo mesmo entre línguas amplamente faladas? Por exemplo, um chinês pensa o mundo diferenteaposta mundial de clubesum alemão, por conta da língua que fala?
aposta mundial de clubes Everett: É sempre difícil saber quanto disso é a cultura e quanto disso é a linguagem. Mas no caso chinês, por exemplo, tem havido algumas pesquisas fascinantes mostrando que os falantesaposta mundial de clubesmandarim parecem pensar sobre o tempoaposta mundial de clubesmaneiras diferentes dos falantesaposta mundial de clubesinglês, porque as metáforas que usam para o tempo são um pouco diferentes.
Os chineses usam metáforas verticais,aposta mundial de clubesque o tempo está caindo,aposta mundial de clubesoposição à metáfora horizontal do futuro estar dianteaposta mundial de clubesvocê, como no inglês.
Outro exemplo com falantesaposta mundial de clubeschinês é o da cognição quantitativa — como as pessoas pensam sobre quantidades.
Os falantesaposta mundial de clubesinglês, por exemplo, tendem ser um pouco mais lentos do que os falantesaposta mundial de clubeschinês no aprendizadoaposta mundial de clubesnúmeros, por causa como aposta mundial de clubesnúmeros como 11 (“eleven”) e 12 (“twelve”).
No inglês, nas dezenasaposta mundial de clubes13aposta mundial de clubesdiante, existe um padrão previsível: “thirteen” (13) e “fourteen” (14) são a junção do número três e quatro com a dezena (“teen”). Mas isso não acontece com as palavras “eleven” (11) e “twelve” (12).
Em idiomas como o chinês isso é mais transparente. Na parte das dezenas, você aprende a junção “um-dezena”, dois-dezena", etc.
Isso ajudaria a explicar por que as crianças chinesas se saem um pouco melhor mais cedoaposta mundial de clubesalguns exercíciosaposta mundial de clubesadição do que as crianças que falam inglês.
aposta mundial de clubes BBC: Um exemplo que se costuma daraposta mundial de clubeslinguística é que os esquimós têm maisaposta mundial de clubes50 palavras para neve, já que é algo importante na cultura deles. Mas isso é um exemplo errado?
Isso se tornou uma coisa divertida para os linguistas zombarem.
Chegou ao pontoaposta mundial de clubeso New York Times publicar um artigo que dizia que os esquimós têm centenasaposta mundial de clubespalavras para neve e isso simplesmente não é verdade.
No entanto, a ideia central por trás dessa mentira não é imprecisa, que é aaposta mundial de clubesque as pessoas vivemaposta mundial de clubesambientes muito diferentes. Não éaposta mundial de clubessurpreender que alguns grupos amazônicos não tenham palavras para neve.
Há algumas evidências agoraaposta mundial de clubesque alguns destes termos que existem no ambiente podem ter impacto na forma como as pessoas pensam sobre algumas destas coisas externas.
aposta mundial de clubes BBC: Você menciona que as sociedades WEIRD (siglaaposta mundial de clubesinglês para sociedades ocidentais, educadas, industrializadas, ricas e democráticas) não são uma população boa para se generalizar as capacidades da humanidade. Por que isso?
aposta mundial de clubes Everett: Foram pesquisadoresaposta mundial de clubespsicologia há cercaaposta mundial de clubes15 anos que inventaram essa sigla para WEIRD.
E eu acho que é uma maneira muito inteligenteaposta mundial de clubesfazer isso. As pessoas estão cientes hojeaposta mundial de clubesdia que, se existem cercaaposta mundial de clubes7.000 línguas e culturas distintas no mundo, é problemático nós ficarmos nos debruçando repetidamente apenas no que pensam os americanos, os britânicos ou até mesmo os japoneses, e generalizar que é assim que os humanos pensam.
Nós [dos países WEIRD] somos uma pequena amostra da diversidade humana.
E além disso não somos representativos.
Um dos motivos disso é que estudos mostram que a alfabetização, por exemplo, muda a composição do cérebro.
À medida que as pessoas aprendem a ler e escrever, elas ficam focadasaposta mundial de clubesimagens bidimensionais. As crianças fazem isso repetidas vezes com livros e telas e isso tem alguns efeitos cognitivos.
Mas na perspectiva da história humana, se pensarmosaposta mundial de clubesescalasaposta mundial de clubestempo maiores, os humanos deixaram a África há cercaaposta mundial de clubes100 mil anos, aproximadamenteaposta mundial de clubesondas diferentes.
Eles caminharam por todo o mundo e chegaram a diversos lugares, incluindo o sul da América do Sul, há 20 mil anos.
Durante esse tempo, desenvolvemos formas muito diferentesaposta mundial de clubespensar.
Na vertente europeia, a agricultura tem apenas cercaaposta mundial de clubes8 mil anos e a industrialização tem apenas alguns 100 anos.
E a alfabetização generalizada —aposta mundial de clubesque se espera que todas as pessoas leiam e escrevam — é um fenômeno recente.
Quando usamos as pessoas dos países WEIRD para generalizar como os humanos pensam, estamos olhando apenas para uma vertente específicaaposta mundial de clubeshumanos que se desenvolveuaposta mundial de clubesuma determinada parte do mundo durante apenas alguns mil anosaposta mundial de clubestoda essa históriaaposta mundial de clubes100 mil anos.
É uma parte muito pequena da históriaaposta mundial de clubesuma perspectiva histórica.
Obviamente, hoje é incrivelmente influente porque estes grupos tornaram-se potências colonizadoras e mudaram a forma como o mundo funciona.
Masaposta mundial de clubesuma perspectiva histórica e antropológica, isso é apenas uma parte do quadro. E às vezes é uma parte não representativa.
Temos que buscar uma amostragem menos tendenciosaaposta mundial de clubescomo os humanos falam e pensam.
aposta mundial de clubes BBC: Você convive há anos com indígenas brasileiros. Naaposta mundial de clubesvisão, a vida deles melhorou ou piorou ao longo dos anos?
aposta mundial de clubes Everett: Essa é uma pergunta difícil. Depende do contexto. Acho queaposta mundial de clubesmuitos aspectos a vida deles piorou. Mas dependeaposta mundial de clubescom quem você fala. E não gostoaposta mundial de clubesprojetar minha opinião sobre se a situação piorou.
Obviamente, o maior acontecimento na história das populações indígenas no Brasil eaposta mundial de clubesoutros lugares foi a introduçãoaposta mundial de clubesdoenças que dizimaram muitas delas e,aposta mundial de clubesmuitas maneiras, elas nunca se recuperaram dessa devastação.
Isso segue algo muito importante: ter acesso a bons remédios. Quando você conhece qualquer mãe indígena, independente da formação cultural, ela quer a saúde do filho.
E a saúde continua realmente inadequada. Alguns criticaram e acho que com razão, o governo brasileiro por isso, por não priorizar o suficiente, a saúde dos povos indígenas, apesar da criaçãoaposta mundial de clubesdiferentes agências que tentaram fazer isso.
aposta mundial de clubes BBC: As comunidades indígenas estão tendo poder para conduzir seus rumos? Ou elas estão sendo conduzidas por outros?
aposta mundial de clubes Everett: Minha opinião é que eles estão sendo mais conduzidos. Os poderes que atuamaposta mundial de clubessuas vidas são muito maiores do que qualquer tipoaposta mundial de clubesliberdade que eles tenham.
É o caso, por exemplo, do povo que eu conheço bem, os karitianas. Eles têm uma reserva enorme. Alguns dos brasileiros que são pobres chegam a ter inveja deles e pensam: “por que eles têm tanta terra e eu não?”
Mas se você pegar uma reserva assim, ela é cercada pelos brasileiros. Isso significa que a caça, os animais e a pesca simplesmente não são mais o que eram. Mesmo sendo um grande pedaçoaposta mundial de clubesterra, não há animais e peixes suficientes para subsistir.
Então agora essas pessoas são forçadas a ir a locais como o Porto Velho para tentar ganhar a vida vendendo artefatos. Isso cria todos os tiposaposta mundial de clubesproblemas e cria pessoas que agora estão interagindo na cultura brasileira com aspectos dela que talvez não estivessem preparados. Às vezes eles podem não ter tolerância ao álcool ou enfrentar coisas que não enfrentaram na aldeia, e agora você tem filhos que estão lá fora. É uma coisa fundamentalmente econômica.
Alguns deles eu sei que querem viver na reserva e ter uma vida mais tradicional. Até mesmo para alguns dos mais jovens. Mas simplesmente não é viável.
aposta mundial de clubes BBC: Como é o dia a dia do trabalhoaposta mundial de clubesum linguista no Brasil?
aposta mundial de clubes Everett: Muito do trabalho envolve eu sentadoaposta mundial de clubesfrente a um computador fazendo programação. Com isso, eu meio que me afastei do trabalhoaposta mundial de clubescampo, mas isso também aconteceu porque tive um filho e não queríamos ficar levando ele para a aldeia.
Estiveaposta mundial de clubesvolta ao início dos anos 2000, quando estava fazendo meu doutorado, passei muito tempo na cidadeaposta mundial de clubesPorto Velho pesquisando todos os dias com amigos que falavam a língua e gravando suas vozes, analisando. Fiquei focado principalmenteaposta mundial de clubespadrões sonoros que achei bastante interessantes.
Você pode analisar isso com um software acústico, Mas meu dia a dia era andaraposta mundial de clubesmoto, andar pela selva, conversar com eles, entrevistá-los. Foi muito divertido.
A pesquisaaposta mundial de clubessi é feita no computador e observando esses padrões — porque a linguagem é realmente complexaaposta mundial de clubescertos aspectos —, e tentando descobrir alguns desses padrões. Mesmo que algumas pessoas tenham estudado a linguagem antes, é realmente muito desgastante mentalmente.
aposta mundial de clubes BBC: Você ainda mantém contato com amigos lá?
aposta mundial de clubes Everett: Sim. Eu não volto tanto, embora espere voltar no próximo ano por um longo tempo.
Eu tenho contato por e-mail com algumas dessas pessoas e muitas delas estão no Facebook agora.
O engraçado é que não estou muito nas redes sociais, mas elas estão. Então, se eu quiser segui-los, talvez eu tenha que entrar no Facebook pela primeira vezaposta mundial de clubesanos e ver o que está acontecendo. Mas mantenho contato por e-mail.
aposta mundial de clubes BBC: Em português?
aposta mundial de clubes Everett: Sim,aposta mundial de clubesportuguês. Às vezes eles escrevem na língua deles e eu tenho que tentar lembrar, porque estou sem prática. E isso não é algo que você pode clicar no Google Tradutor para te ajudar (risos).
aposta mundial de clubes BBC: A inteligência artificial está ajudando a estudar novas línguas. Mas ela também está mudando as línguas que falamos. Quais os perigos da inteligência artificial para as nossas línguas?
aposta mundial de clubes Everett: Acho que isso está exacerbando a tendência que já existe há muito tempo,aposta mundial de clubesque as maiores línguas estão se tornando ainda mais influentes.
Isso acontece, por exemplo, com os large language models, que são a baseaposta mundial de clubestecnologias como o Chat GPT.
Esses modelos são abastecidos com muitos dados e isso só pode ser feito com poucas línguas no mundo que são muito faladas.
O mundo tem cercaaposta mundial de clubes7,4 mil línguas e só algumas poucas dezenas delas possuem dados suficientes para informar esses modelos.
Talvez um dia haja uma maneiraaposta mundial de clubescoletar dados suficientes e isso me deixa otimistaaposta mundial de clubesque existem maneiras pelas quais a inteligência artificial poderia ser usada para substituir os trabalhadores linguísticosaposta mundial de clubescampo para coletar apenas grandes quantidadesaposta mundial de clubesdados desses grupos indígenas, assumindo que eles estão eles concordam com isso para registrar e depois analisar e novas maneiras suas linguagens.
Essa parte ainda não é possível, mas há uma parteaposta mundial de clubesmim que está otimistaaposta mundial de clubesque isso será possível nas próximas décadas e que poderá realmente ajudar a preservar algumas destas línguas.
Mas agora eu diria que grande parte da tecnologia baseadaaposta mundial de clubesgrandes modelosaposta mundial de clubeslinguagem apenas cria um pool maior para essas linguagens muito grandes.