A pioneira viagemroleta virtual gratuitacircunavegação da Antártida liderada por brasileiro que pode responder 3 questões científicas:roleta virtual gratuita

"O pioneirismo da expedição estároleta virtual gratuitaser realizada o mais perto possível da costa antártica. Esperamos ter dados sobre a linharoleta virtual gratuitaflutuação das geleiras e simultaneamente apoiaremos um levantamento geofísico dessas frentesroleta virtual gratuitageleiras para entender como elas respondem ao aquecimento da atmosfera e do oceano", antecipa ele.

Em entrevista à BBC News Brasil, Simões detalhou os principais objetivos da missão e como foi o preparo para partir rumo ao continente gelado.

Os detalhes da circunavegação

Simões explica que a ideiaroleta virtual gratuitafazer uma missão do tipo surgiuroleta virtual gratuitadiscussões realizadas no Comitê Científicoroleta virtual gratuitaPesquisa Antártica, grupo que reúne 46 países.

Aliás, ele é o representante do Brasil nesse comitê e ocupa o cargoroleta virtual gratuitacientista sênior do Programa Antártico Brasileiro.

"Numa das reuniões, tive uma boa conversa com os colegas do Institutoroleta virtual gratuitaPesquisa Ártica e Antárticaroleta virtual gratuitaSão Petersburgo, da Rússia", lembra ele.

Esse institutoroleta virtual gratuitapesquisa tem à disposição o navio quebra-gelos Akademik Tryoshnikov, que possui as especificações necessárias para uma expedição do tipo — afinal, como o próprio nome indica, essa embarcação é capazroleta virtual gratuitaatravessar regiõesroleta virtual gratuitamar congelado, algo praticamente impossível para outros barcos.

"No início, nossa ideia era convidar mais pessoas para o projeto. No entanto, devido a toda a situação geopolítica do momento, a expedição se tornou algo basicamente dos quatro integrantes mais importantes dos Brics [grupo que reúne economias emergentes] eroleta virtual gratuitaalguns outros países sul-americanos", diz o explorador polar.

O time que fará a circunavegação contará com 61 cientistas, 27 deles brasileiros. Os demais vêmroleta virtual gratuitaArgentina, Chile, China, Índia, Peru e Rússia.

O navio quebra-gelo parte no dia 22roleta virtual gratuitanovembro da cidade gaúcharoleta virtual gratuitaRio Grande e segue direto, sem escalas, até a Antártida, onde dará uma volta no sentido horário e percorrerá maisroleta virtual gratuita20 mil quilômetros.

Ao todo, a embarcação fará 16 paradas no continente gelado, para coletar materialroleta virtual gratuitadiversas regiões.

A previsão é que a missão termine cercaroleta virtual gratuitadois meses depois, no dia 25roleta virtual gratuitajaneiroroleta virtual gratuita2025.

Em buscaroleta virtual gratuitarespostas

Simões explica que as medições e as coletas que serão feitas durante a viagem têm como objetivo responder três questões científicas principais.

"Primeiro, queremos entender qual é a estabilidade do mantoroleta virtual gratuitagelo que cobre a Antártida", detalha ele.

"Nós sabemos que a Antártida já contribui para o aumento do nível do mar, embora a maior parte desse processo ainda esteja relacionada ao que acontece na Groenlândia e nas geleiras espalhadas pelos oceanos."

"Só que as projeções indicam que, na próxima década, a Antártida vai se tornar o principal componente desse fenômeno", antevê ele.

Mas o pesquisador destaca que algumas hipóteses apontam que parte do mantoroleta virtual gratuitagelo da Antártida pode ser "dinamicamente estável" por questões como a inclinação do terreno — ou seja, será que a partirroleta virtual gratuitacerto momento a água descongelada vai começar a correr para o oceano ou para o centro do continente?

Em segundo lugar, o timeroleta virtual gratuitaespecialistas quer avaliar "as rápidas mudanças no Oceano Austral", também chamadoroleta virtual gratuitaOceano Antártico.

"Esse oceano é um dos que tem apresentado os sinais mais amplificados das mudanças climáticas", resume Simões.

O pesquisador explica que a região sofre com fenômenos como o aumento da temperatura da superfície do oceano e da atmosfera.

"Também ocorre a diminuição da salinidade, porque a Antártida está despejando água doce, que vem das geleiras, no mar", acrescenta ele.

Outra coisa que preocupa os cientistas é a elevação da acidez do Oceano Austral.

Por ser mais frio, ele absorve uma quantidade maiorroleta virtual gratuitadióxidoroleta virtual gratuitacarbono — o gás que é lançadoroleta virtual gratuitagrandes quantidades na atmosfera a partir da queimaroleta virtual gratuitacombustíveis fósseis.

Os especialistas querem entender como essa alteração já afeta a vida marinha,roleta virtual gratuitaespecial aroleta virtual gratuitamicro-organismos como o fitoplâncton.

Por fim, o terceiro grande objetivo da expedição é oroleta virtual gratuitaentender como a poluição atmosférica eroleta virtual gratuitamicroplásticos chega até o Polo Sul.

"Uma das questões que queremos responder é se as queimadas intensas que vimos neste ano no Brasil causaram algum prejuízo na Antártida. Alguns modelos climáticos dizem que sim, mas vamos pegar amostrasroleta virtual gratuitagelo eroleta virtual gratuitaneve para ver se isso chegou até lá mesmo", conta Simões.

O pesquisador da UFRGS destaca que, após os dois mesesroleta virtual gratuitacoletaroleta virtual gratuitadados, os cientistas voltam para seus países e começam a realizar análisesroleta virtual gratuitalaboratórios.

"Esse processo deve levar cercaroleta virtual gratuitadois anos e publicaremos os resultados finais do trabalhoroleta virtual gratuitacercaroleta virtual gratuitatrês ou quatro anos", projeta ele.

Praticamente um Big Brother

Simões entende que, alémroleta virtual gratuitaencontrar respostas para questões importantes sobre a Antártida e o impacto disso no resto do mundo, a expedição funcionará como um projetoroleta virtual gratuitadiplomacia da Ciência.

"E meu grande desafio como líder da expedição será lidar com sete culturas diferentes, com pessoas que falam línguas completamente distintas e ficarão num navio durante dois meses", confessa ele.

O explorador brinca que a situação se assemelha ao que é vivido por participantesroleta virtual gratuitareality shows, como o Big Brother.

"Por outro lado, estaremos num ambiente extremamente rico, com profissionais treinados e com experiênciaroleta virtual gratuitatrabalharroleta virtual gratuitadiferentes institutos polares", pondera o professor.

Uma estratégia que Simões traçou para aproximar as pessoas envolve a comida.

"O navio tem uma alimentaçãoroleta virtual gratuitaorigem basicamente russa, mas estamos levando uma quantidade enormeroleta virtual gratuitaingredientes brasileiros, como arroz e feijão, para termos pelo menos duas refeições típicasroleta virtual gratuitanosso país por semana para todos os participantes", diz ele.

O explorador também acrescentou na bagagem 100 pacotesroleta virtual gratuitapãoroleta virtual gratuitaqueijo.

"E, como bons gaúchos, teremos erva-mate para fazer chimarrão durante toda a viagem", conclui ele.