Os riscossite de apostas betnormalizar o que é anormal (e como não ficar insensível):site de apostas bet

Colagem com fotosite de apostas betmulher rodeada por vários celulares

Crédito, Javier Hirschfeld/Getty Images

Legenda da foto, As notícias contínuas sobre crisessite de apostas betlongo prazo podem fazer uma situação ruim parecer normal. Como evitar que isso aconteça?

Vamos tomar como exemplos as guerras na Ucrânia e na Faixasite de apostas betGaza.

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Os trágicos eventos verificados no início dos conflitos eram fatos novos e inesperados. Esses eventos chamam a atenção da mente, como sabem os psicólogos.

O tempo passou, a cobertura da imprensa continua, mas esses eventos já ocupam menos espaço nas manchetessite de apostas betmuitos países. E também não aparecem com a mesma frequência nas conversas.

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Infelizmente, as pesquisas indicam que, quando uma guerra dura meses ou anos, cada semanasite de apostas betcombate causa menos impacto do que a semana anterior.

E essa dessensibilização também se aplica à nossa vida diária.

Os jovens das cidades que crescem lado a lado com a violência, por exemplo, têm maior propensão a acabar pensando que a violência é normal. E as pessoas expressaram mais ansiedade com a covid-19 quando a contagemsite de apostas betmortos era baixa, do que quando o númerosite de apostas betvítimas fatais atingiu centenassite de apostas betmilharessite de apostas betpessoas.

Um estudo particularmente interessante demonstrou que as pessoas que moramsite de apostas betpaíses mais expostos aos impactos negativos das mudanças climáticas consideram que as alterações do clima trazem riscos menores.

Outra pesquisa mostrou que podemos nos habituar até ao nosso próprio comportamento negativo.

Quando voluntários mentiam repetidamente para conseguir mais dinheiro, suas mentiras ficavam cada vez maiores ao longo do experimento – ativando cada vez menos as partes do cérebro associadas às emoções.

Os pesquisadores concluíram que, quanto mais fizermos alguma coisa, mesmo sabendo que é errado, menos desconfortáveis ficamos com aquilo.

Em outras palavras, basta sermos expostos a qualquer coisa por tempo suficiente e aquilo estará normalizado. Mesmo se for algo ruim.

Colagem com fotosite de apostas bethomem dormindosite de apostas betcadeira

Crédito, Javier Hirschfeld/Getty Images

Legenda da foto, Mudanças lentas podem acontecer sem que tomemos consciência delas até que seja tarde demais

É claro que existem vantagens nesse processo. Até certo ponto, os seres humanos precisam se adaptar a novas circunstâncias e situações, não importa o quanto elas sejam difíceis.

Nossa espécie provavelmente não teria ido muito longe se tivéssemos permanecidosite de apostas betum estado perpétuosite de apostas betchoque e ansiedade – ou, pelo menos, não teria desenvolvido a capacidade emocionalsite de apostas betimaginar, criar e resolver problemas. Mas também existem armadilhas muito claras.

Para começar, essa adaptabilidade pode ser parte do motivo por que os seres humanos têm dificuldadesite de apostas betlidar com o que os sociólogos chamamsite de apostas bet"violência lenta" – as catástrofes que se desenvolvem lentamente, sem que pareçam urgentes. Isso dificulta o reconhecimento dos prejuízos ocasionados, que só são percebidos meses ou até anos depois.

Basta pensar nas décadas que se passaram com resíduos químicos sendo lançados no rio Mississippi, nos Estados Unidos, até criar o chamado "corredor do câncer" na região. Outro exemplo é o aumento das emissões globaissite de apostas betcarbono.

Esse processo também pode perpetuar um círculo vicioso. O estudo sobre a violência nas cidades, por exemplo, concluiu que os participantes eram mais propensos a cometer violência se pensassem que aquilo era normal.

E existem também questões mais complexas que podem ser prejudicadas. Se as pessoas não acreditarem que as mudanças climáticas são um problema importante, por exemplo, por que elas se motivariam a fazer algo a respeito?

Se a consciência das pessoas sobre os desastres humanitários se enfraquecer, será que elas ainda terão disposiçãosite de apostas betcompartilhar suas preocupações com os governantes ou fazer doações para entidades beneficentes?

Como acontece a normalização

Quando o assunto é o consumo dos meiossite de apostas betcomunicação, surgem duas questões importantes:

Como a coberturasite de apostas betum tema específico pode evitar que o público seja dessensibilizado? E, como consumidorsite de apostas betinformação inteligente e bem informado, como você pode acompanhar as notícias com a certezasite de apostas betque não está correndo o mesmo risco?

Pesquisadores vêm estudando como a exposição repetida às mesmas notícias afeta os consumidores. Um estudo concluiu, por exemplo, que os consumidoressite de apostas betnotícias podem se irritar com a cobertura e até evitá-la, se perceberem que ela é repetitiva.

O motivo não é apenas porque os espectadores desejam novidades, segundo os pesquisadores. Na verdade, as pessoas podem ficar muito irritadas quando percebem que nada está melhorando.

"Alguns usuários são particularmente negativos sobre a faltasite de apostas betprogresso e a cobertura extensa e prolongada da questão – o que,site de apostas betparte, pode envolver os próprios agentes políticos envolvidos", afirmam os pesquisadores.

Colagem com fotosite de apostas betfamília assistindo TV

Crédito, Javier Hirschfeld/Getty Images

Legenda da foto, A presença contínuasite de apostas betmás notícias na tela pode fazer com que elas percam o significado

Essa questão é preocupante. Existem diversos temas que não podem ser ignorados, sob penasite de apostas betprotegermos o status quo e as autoridades responsáveis pela situação.

Imagine quantas empresas e governos poderiam reduzir suas ações para combater as mudanças climáticas, por exemplo, se ninguém falasse no assunto.

Ironicamente, isso pode significar que, quanto mais os líderes fizerem pequenos progressos sobre uma determinada questão, mais as pessoas irão se aborrecer quando ouvirem sobre ela. E, teoricamente, isso poderia fazer com aquele tema recebesse cada vez menos cobertura jornalística e as pressões por eventuais progressos também desapareceriam.

Por fim, existe mais uma questão, muito comum quando observamos reportagens sobre outras pessoas sofrendo: se ficarmos muito angustiados com o que observamos, podemos sentir burnout e nos afastar da cobertura como um todo.

Como evitar a dessensibilização

O que podemos fazer a respeito? Como podemos acompanhar as notícias sem ficarmos impressionados, nem dessensibilizados?

Como podemos acompanhar as muitas questões que o mundo enfrenta hojesite de apostas betdia, atingindo um equilíbrio que nos permita seguir adiante, mas sem aceitá-las como algo "normal"?

Quando o assunto é o consumosite de apostas betnotícias, os pesquisadores sugerem fazê-losite de apostas betforma consciente –site de apostas betmomentos específicos, por exemplo – quando nos sentirmos sufocados por uma crisesite de apostas betparticular.

Como a novidade é importante, eu também sugeriria a você que, para permanecer bem informado, cuide para que asite de apostas betofertasite de apostas betnotícias seja diversificada.

Mesmo se houver um tema ou uma crise específica que você queira conhecer com mais detalhes, expanda seus horizontes para além da mesma fonte ou até do mesmo tiposite de apostas betmídia.

Se você estiver acompanhando a guerra na Faixasite de apostas betGaza, não leia apenas as manchetes sobre os acontecimentos mais urgentes. Procure análises sobre política externa e relatossite de apostas betprimeira pessoa, assista a documentários, ouça audiolivros e leia poesia.

E, principalmente, acompanhe os pontossite de apostas betvista dos dois lados da guerra.

Também é importante se lembrarsite de apostas betcolocar os acontecimentossite de apostas betperspectiva. Lembre-sesite de apostas betque pensarsite de apostas betprazo mais longo traz um pontosite de apostas betvista diferente sobre o presente.

Pode ser importante examinar o passado e tentar entender como chegamos até aqui, substituindo parte da cobertura jornalística diária, por exemplo, por livrossite de apostas bethistória ou documentários.

Ou você pode olhar para frente: o que esta questão poderá significar para o futuro? Para isso, procure análises sobre o que as nossas decisões atuais podem significar daqui a um, 100 ou até mil anos.

Colagem com fotosite de apostas bethomem sentadosite de apostas betpoltrona com jornal na cara

Crédito, Javier Hirschfeld/Getty Images

Legenda da foto, Desastres humanitários podem parecer normalizados para nós, tanto os distantes quanto ossite de apostas betcaráter local

E quanto à nossa tendênciasite de apostas betnos adaptarmos às circunstâncias que nos afetam mais diretamente, mesmo aquelas que não deveríamos simplesmente aceitar como "normais"?

O primeiro passo é reconhecer que essa habituação é um fato. Tire um momento para refletir sobre as coisas às quais você começou a se acostumar, seja dentrosite de apostas betcasa, nasite de apostas betcomunidade ou no seu país – e que, na verdade, você gostaria que elas não fossem normais.

Só depois, você pode planejar suas ações. Alguns pesquisadores sugerem associar a "violência lenta" à "resistência lenta", ou à "não violência lenta". Isso inclui ações progressivas do dia a dia, simples como compartilhar conhecimento sobre um determinado tema.

Os pesquisadores responsáveis pelo estudosite de apostas bethabituação às mentiras vantajosas também sugerem estabelecer distância emocional das circunstâncias, a fimsite de apostas betobservá-las com novos olhos.

Se algosite de apostas betque você não gosta sobre o seu país começar a parecer "normal" para você, tente falar com alguém que moresite de apostas betoutro lugar, leia sobre como essa mesma questão é abordadasite de apostas betoutros países ou, se puder, até viaje para o exterior.

Eu também defenderia que, se uma determinada questão for importante para você hoje, não acredite que você terá o mesmo compromisso emocional daqui a um mês ou um ano. Por isso, transforme a tomadasite de apostas betaçõessite de apostas betum hábito.

Coloque nasite de apostas betagenda dedicar cinco minutos regularmente para escrever aos seus representantes políticos, por exemplo. Ou programe uma doação mensal recorrente para uma entidade que represente uma causa do seu interesse,site de apostas betvezsite de apostas betfazer doações fragmentadas quando surge a motivação.

Pesquisas indicam que tomar medidas sobre um assunto estressante reduz a probabilidadesite de apostas betsofrer burnout sobre aquele tema.

E, acimasite de apostas bettudo, tenhasite de apostas betmente que, do comércio globalsite de apostas betpessoas escravizadas até o apartheid na África do Sul, existem inúmeras situações horríveis que pareciam enraizadas e impossíveissite de apostas betserem alteradas por décadas e até séculos. E que,site de apostas betvários momentos, teriam parecido o "novo normal".

Mas elas acabaram mudando. E aquelas circunstâncias que não queremos que façam parte do futuro – nosso ou dos nossos filhos – também podem mudar.

*Amanda Ruggeri é jornalistasite de apostas betciências e escritorasite de apostas betartigos premiada. Ela escreve sobre know-how, alfabetização midiática e mais nasite de apostas betconta @mandyruggeri no Instagram.