As vantagenskto aposta gratisaceitar ser medianokto aposta gratisvezkto aposta gratisexcepcional:kto aposta gratis

E essa expectativakto aposta gratisexcelência no desempenho não se restringe ao setor acadêmico.

Greene percebeu que a pressão pela perfeição também permeia muitas das agremiaçõeskto aposta gratisCornell.

Ele queria se dedicar a uma das grandes tradições musicais das faculdades americanas: o canto a capela, sem instrumentos, usando apenas a voz humana.

As prestigiosas competições entre universidades nessa modalidade inspiraram o filme Pitch Perfect (A Escolha Perfeita),kto aposta gratis2012.

Mas, por mais que Greene se entusiasmasse pela música,kto aposta gratisempolgação não se traduziakto aposta gratistalento.

"O cenário do canto a capelakto aposta gratisCornell é competitivo", diz ele.

"Sabia que nunca iria conseguir entrarkto aposta gratisnenhum daqueles grupos a capela. Por isso, comecei a desenvolver a ideiakto aposta gratistalvez começar o meu próprio grupo."

Greene criou o nome perfeito para o seu grupo: Mediocre Melodies ("Melodias medíocres",kto aposta gratisinglês).

Ele mencionou a ideia para os seus amigos, fundou a agremiação e 30 pessoas se inscreveram.

Seus integrantes decidiram que iriam convencer as pessoas a apoiar seu grupokto aposta gratisqualidade mediana doando toda a receita para entidades beneficentes locais.

Eles criaram o slogan "maus cantores por uma boa causa".

Mas, mesmo assim, o projeto enfrentou resistência.

Greene se reuniu com uma pessoa influente no mundo do canto a capela, que zombou dakto aposta gratisideia.

Ela disse que eles nunca conseguiriam dinheiro suficiente para pagar os custos, tampouco apoiar entidades beneficentes.

Greene ficou desanimado.

"Voltei e disse ao grupo: 'estamos ferrados'", relembra.

Por que mediano é uma palavra ruim?

"Por que precisamos ser excepcionais para progredir?", questiona Thomas Curran, professorkto aposta gratispsicologia e ciências do comportamento da London School of Economics (LSE) e autor do livro The Perfection Trap ("A armadilha da perfeição",kto aposta gratistradução livre).

Por que "mediano" se tornou uma "palavra ruim"?, insiste o professor.

Curran estuda inúmeros dados sobre estudantes universitários e perfeccionismo desde 1989. Ele encontrou um aumentokto aposta gratis40% do chamado perfeccionismo socialmente prescrito.

"O perfeccionismo socialmente prescrito nos torna obstinadamente hipervigilantes sobre o nosso desempenhokto aposta gratisrelação a outras pessoas", explica ele.

Geralmente, não consideramos o perfeccionismo como uma falha. Nós achamos que precisamos dele para ter sucesso.

"Na verdade, observando os dados, você percebe que o perfeccionismo não tem absolutamente nenhuma correlação com o sucesso", explica o professor.

Pelo contrário: o perfeccionismo pode ter diversas desvantagens.

"Prevenção, contenção, procrastinação", afirma Curran.

Podemos ter tanto medokto aposta gratisnão parecer perfeitos que acabamos não tentando.

O perfeccionismo não é "o segredo do sucesso que muitas vezes pensamos erroneamente que seja".

É não é só questãokto aposta gratisnos tornar ineficientes.

"O perfeccionismo socialmente prescrito pode ter profundos impactos sobre a nossa saúde mental", afirma Curran.

Pesquisas demonstram relações entre o perfeccionismo e o aumento dos níveiskto aposta gratisdepressão, ansiedade e burnout.

Luta constante para se sentir feliz

Essa resistênciakto aposta gratisaceitar ser mediano, enfrentada por Andrew Greene ao formar seu grupokto aposta gratiscanto a capela, pode ser observadakto aposta gratistodo o mundo dos negócios.

Os chefes costumam dizer que não aceitarão dakto aposta gratisequipe "nada menos do que a perfeição" ou que "apenas o melhor será suficiente".

Em teoria, parece algo bom, mas, na verdade, ignora a premissakto aposta gratisque, para nos aprimorarmos, precisamos cometer erros.

E, se ficarmos muito concentrados na perfeição, nosso cérebro pode perder todo o sentidokto aposta gratisdiversão e criatividade.

"Se você ficar obcecado buscando o que você entende ser a perfeição, irá criar uma enorme desvantagem para si", afirma a coachkto aposta gratisvida Leonaura Rhodes, originalmente formadakto aposta gratisneurociências.

Segundo ela, perfeccionistas costumam obter uma imensa dosekto aposta gratisdopamina quando atingem bons resultados.

Mas obter esses picoskto aposta gratisdopaminakto aposta gratisuma única fonte torna difícil obtê-loskto aposta gratisoutras fontes, ressalva Rhodes.

Ou seja, o cérebro só irá liberar dopamina quando você atingir um nível excepcional.

Por isso, como resultado, se você quiser continuar produzindo essa substância e sentindo o bem-estar gerado por ela, precisará continuar sempre se aprimorando.

"Ele (perfeccionismo) rouba das pessoas a capacidadekto aposta gratisestar presente, ser feliz e se sentirkto aposta gratispaz", explica ela. "Vira uma luta constante."

Ser mediano mantém saúde do cérebro

Ao tentar coisas novas, você não espera se sair bem logokto aposta gratisinício.

E isso pode ter influências positivas sobre a saúde do cérebro.

"Quando aprendemos algo novo, nosso cérebro tem essa incrível capacidadekto aposta gratisformar conexões neurais, que é chamadakto aposta gratisneuroplasticidade", explica Rhodes.

Se fizermos apenas as mesmas coisas todos os dias, teremos muito pouca neuroplasticidade e isso não é bom para nós — especialmente à medida que envelhecemos.

Portanto, passar tempo aprendendo coisas novas e fazendo aquilokto aposta gratisque somos medianos é um grande investimento para a saúde do cérebro no futuro.

Medir sucesso pelo bem-estar, não pelo dinheiro

Curran defende que o perfeccionismo está profundamente enraizado nos nossos sistemas econômicos.

Nossa economia cresce proporcionalmente ao consumo e, para podermos consumir, precisamos sentir que existem coisaskto aposta gratisque precisamos.

Ele afirma que essas sensações nos são condicionadas pela publicidade, "através da sensaçãokto aposta gratisque existe um produto ou solução material para aquilo que achamos que não temos".

Para combater isso, Curran acredita que precisamos pararkto aposta gratismedir o sucesso pelo dinheiro.

Que tal se preocupar com bem-estar e felicidade? Podemos criar economias que permitam que as pessoas deem o melhorkto aposta gratissi, aumentando suas expectativas na vida?

Curran acredita que esses pontos são medidas do sucesso tão importantes quanto o PIB (Produto Interno Bruto, ou somakto aposta gratisriquezaskto aposta gratisum país).

Aceite que é impossível ter controle

Como indivíduos, uma estratégia para lidar com o perfeccionismo proposta por Curran é a "aceitação radical".

"Aceitação radical é aceitar realmente que existem limites para aquilo que podemos controlar", explica ele.

Curran usa um barco a vela como analogia.

Em dias com bom vento, você pode viajar por horas. Em outros, você fica simplesmente flutuando. E,kto aposta gratisoutros, você tentará seguirkto aposta gratisuma direção, mas será desviado do seu curso.

O importante, para o professor, não é o destino, mas a viagem.

"A viagem significa nos forçarkto aposta gratisdireção ao destino; a jornada significa ter coragem, estar vulnerável e isso é bom", explica ele.

Aceitar ser mediano pode trazer alegria

Andrew Greene foi corajoso. Ele não desistiukto aposta gratisseu objetivokto aposta gratisformar um grupokto aposta gratiscanto a capela mediano, mesmo diante da resistência das pessoas.

Determinado a ganhar dinheiro comkto aposta gratisprimeira apresentação, ele ficou ainda mais motivado a provar aos incrédulos que ele estava certo.

Maiskto aposta gratis300 pessoas assistiram à estreia do Mediocre Melodies.

E, quando o grupo apresentoukto aposta gratisprimeira canção — Fat Bottom Girls, da bandakto aposta gratisrock britânica Queen — a reação do público foi arrebatadora.

Mediocre Melodies rapidamente se tornou um sucesso entre os estudantes da Universidade Cornell.

Maggie Meister é a primeira mulher presidente do grupo. A estudante do quarto ano declarou que aceitar ser uma cantora mediana foi transformador.

"Ninguém tenta buscar a perfeição", conta ela sobre o grupo, "e é apenas esse ambiente animador no qual eu realmente sinto que posso ser eu mesma."

Concentrar-se na alegria e na camaradagem, não na perfeição, permitiu que os membros do grupo se expressassem livremente.

Eles não são limitados pelo perfeccionismo socialmente prescrito. Eles querem simplesmente se divertir.

Aceitar que somos um pouco menos perfeitos, um pouco mais medianos, pode simplesmente nos ajudar a viver nossas vidas da melhor forma possível.

Afinal, a tragédia na vida não é fracassar. A tragédia é deixarkto aposta gratisaproveitar a vida.

*Ouça (em inglês) o episódio do programa Sideways, da BBC Rádio 4, que inspirou esta reportagem, no site BBC Sounds.