Como vírus da dengue ganhou seu nome:a roleta decide
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Fim do Matérias recomendadas
Sabemos hojea roleta decidedia que a dengue é causada por quatro vírus com relação próxima entre si,a roleta decideum grupo conhecido como flavivírus.
Eles são transmitidos por determinadas espéciesa roleta decidemosquitos, chamados Aedes aegypti e Aedes albopictus, nas regiões tropicais e subtropicais do planeta. Os surtos podem ocorrera roleta decidequalquer lugar onde esses insetos são encontrados naturalmente e podem afetar grande quantidadea roleta decidepessoas.
Nos quatro primeiros mesesa roleta decide2024, foram relatados à Organização Mundial da Saúde (OMS) maisa roleta decide7,6 milhõesa roleta decidecasosa roleta decidedengue, com 3 mil mortes. O número é superior aos 6,5 milhõesa roleta decidecasos relatadosa roleta decidetodo o anoa roleta decide2023.
No inícioa roleta decidejulhoa roleta decide2024, o sistema globala roleta decidevigilância da dengue mantido pela OMS já havia registrado 9,6 milhõesa roleta decidecasos – a maior incidência já registrada, com 5.366 mortesa roleta decidetodo o mundo. Em 2023, foram relatadas à OMS 7,3 mil mortes por dengue.
O Brasil registrou maisa roleta decide2,3 milhõesa roleta decidecasos prováveisa roleta decidedengue entre janeiro e marçoa roleta decide2024.
A incidência da doença aumentou rapidamente nos últimos cinco anos. As mudanças climáticas e o fenômeno El Niño trouxeram condições mais quentes e úmidas, que permitiram que os insetos transmissores do vírus se espalhassem para novas regiões, amplificando a transmissão da doença.
Em 2024, o vírus foi encontradoa roleta decidetransmissão ativaa roleta decide90 países, com 31 deles relatando números acima do habitual. O maior aumento dos casos foi observado no continente americano.
Em junhoa roleta decide2024, os Centrosa roleta decideControle e Prevençãoa roleta decideDoenças dos Estados Unidos (CDC, na siglaa roleta decideinglês) emitiram um alertaa roleta decidesaúde sobre o aumento do riscoa roleta decideinfecções por dengue no país.
Mas a históriaa roleta decidecomo a dengue recebeu seu nome oferece uma noçãoa roleta decidecomo o batismo dos vírus é um mundo fascinante e, muitas vezes, aleatório.
Muitos vírus recebem seu nome devido aos sintomas, outros devido ao local e, ainda outros, devido ao animala roleta decideque foram encontrados pela primeira vez. Em outros casos,a roleta decideetimologia foi perdida nas névoas do tempo.
À medida que as poderosas técnicasa roleta decideanálise facilitam cada vez mais a identificação dos vírus, a listaa roleta decidevírus conhecidos vem crescendo rapidamente. Em resposta, os cientistas tentam estabelecer alguma espéciea roleta decideordema roleta decidemeio a esse caos, desenvolvendo sistemasa roleta decidedenominação que facilitem a identificação e classificação dos novos vírus, à medida que são descobertos.
'Espírito maligno'
Existem atualmente 14.690 espécies conhecidasa roleta decidevírus oficialmente classificadas, mas os cientistas não têm uma noção claraa roleta decidequantos vírus diferentes existem no mundo.
Estima-se, por exemplo, que somente os mamíferos abriguem 320 mil vírus, enquanto outro estudo recente do intestino humano descobriu 140 mil bacteriófagos – um tipoa roleta decidevírus que infecta as células bacterianas.
São conhecidos cercaa roleta decide270 vírus que infectam os seres humanos, mas esta lista também cresce a todo momento, com o surgimentoa roleta decidenovas doenças infecciosas causadas por vírus como o Sars-CoV-2, o vírus zika e o Mpox.
A origem exata do nome dengue é um tanto incerta, mas está relacionada aos seus sintomas. As pessoas infectadas sentem que seus ossos e músculos estão paralisando, fazendo com que seus movimentos sejam dolorosos e desajeitados.
Uma teoria afirma que a palavra "dengue" pode ser derivada da versão espanhola do nome da doençaa roleta decidesuaíli – ki denga pepo, que significa "súbita tomada por um espírito maligno".
Outra possibilidade é que a palavra tenha derivado da forma como as pessoas pronunciavam "dandy" (nomea roleta decideinglês da doença) nas Antilhas, onde a dengue é mais comum – ou do equivalentea roleta decideespanhol "dengeruo",a roleta decidereferência aos movimentos rígidos e descoordenados das pessoas que contraíram a doença.
Esta última possibilidade parece uma forma um tanto joviala roleta decidedescrever uma doença bastante incômoda.
O vírus da dengue pertence a um grupoa roleta decidevírus denominados vírus da febre hemorrágica. Muitos deles são transmitidos por picadasa roleta decidemosquitos, outros por carrapatos e alguns podem chegar às pessoas atravésa roleta decideoutros mamíferos, como os morcegos.
Existem vírus da febre hemorrágica que podem até ser transmitidosa roleta decideuma pessoa para outra, por contato direto com o sangue e outros fluidos do corpo.
Todos esses vírus causam sintomas que incluem alta temperatura corporal, fortes doresa roleta decidecabeça, dores nas juntas e nos músculos, diarreia e vômitos, aléma roleta decidesangramento e confusão mentala roleta decidelugares aleatóriosa roleta decidetodo o corpo.
Nem todas as pessoas terão sintomas visíveis, mas as febres hemorrágicas virais podem ser muito incômodas. Elas incluem os vírus ebola, nipah e marburg, que são doenças excepcionalmente desagradáveis, com alta taxaa roleta decidemortalidade.
Mas a formaa roleta decideque as febres hemorrágicas virais ganharam seus nomes é fascinante. Alguns deles vêma roleta decideum conjuntoa roleta decidesintomas, como a dengue.
Existe outra febre hemorrágica viral transmitida por mosquitos que prejudica o fígado e causa icterícia nos pacientes. Não surpreende que as pessoas tenham decidido chamá-laa roleta decidefebre amarela.
Mas usar os sintomas como a base para o nomea roleta decideum vírus traz um problema: outras infecções, muitas vezes, podem ter sintomas parecidos. No caso da febre amarela, muitas infecções do fígado podem causar icterícia e dar coloração amarela ao branco dos olhos, à urina e, às vezes, à pele.
Os vírus da hepatite A, B, C, D e E são bons exemplos, mas o vírus Epstein-Barr causa febre glandular e danos ao fígado, o que pode gerar icterícia. Ele recebeu o nomea roleta decidedois dos cientistas que o descobriram – o patologista britânico Michael Epstein (1921-2024) e a virologista irlandesa Yvonne Barr (1932-2016).
Já o vírus da rubéola, que causa o sarampo alemão, é outro casoa roleta decidenome baseado nos sintomas. Ele é derivado do nomea roleta decidelatim para "vermelhinho", devido à irritação que ele causa às pessoas afetadas. E também se descobriu que a rubéola causa problemas hepáticosa roleta decidecasos raros, particularmentea roleta deciderecém-nascidos.
'Aquele que verga'
Mesmo alguns dos vírus com nomes mais interessantes podem ter suas denominações derivadas dos sintomas que eles causam.
O vírus chikungunya é transmitido por mosquitos e causa febre e fortes dores nas juntas. Seu nome pode ser traduzido como "aquele que verga",a roleta decidelíngua maconde – o idioma local da região da Tanzânia onde a doença foi reconhecida pela primeira vez. O termo é uma referência à postura agonizante adotada por muitos pacientes infectados pelo vírus.
Outro vírus relacionado que causa sintomas quase idênticos ao chikungunya chama-se o'nyong'nyong. Em dialeto acholi, do nortea roleta decideUganda, a palavra significa "enfraquecimento muito doloroso das juntas".
Existem também os vírus que indicam o local onde eles foram identificados pela primeira vez.
O vírus associado à febre hemorrágica boliviana, por exemplo, é chamadoa roleta decidevírus machupo. Este é o nomea roleta decideum rioa roleta decideSan Joaquin, no norte da Bolívia, perto do local onde foi identificado o primeiro surto da doença,a roleta decide1959.
Mas alguns vírus já receberam nomesa roleta decidedois lugares diferentes, a milharesa roleta decidequilômetrosa roleta decidedistância entre si.
No inícioa roleta decide1967, uma equipea roleta decidemédicos e cientistas, no local que hoje é conhecido como a República Democrática do Congo, relatou os detalhesa roleta decideum vírus responsável por surtosa roleta decideuma febre hemorrágica viral misteriosa que atingia a região desde os anos 1950.
Tambéma roleta decide1967, o virologista russo Mikhail Petrovich Chumakov (1909-1993) publicou as característicasa roleta decideidentificaçãoa roleta decideum vírus causadora roleta decideuma febre hemorrágica transmitida por carrapatos que circulava entre os militares soviéticos na península da Crimeia, desde os anos 1940.
Mas um exame mais detalhado concluiu que os dois vírus eram idênticos, o que levou ao nome combinadoa roleta decidefebre hemorrágica da Crimeia-Congo.
Um grande surtoa roleta decideinfecções deste vírus no Iraque, no primeiro semestrea roleta decide2022, causou 212 casos da febre hemorrágica da Crimeia-Congo, com 27 mortes.
Existem temoresa roleta decideque essa doença possa surgira roleta decidenovas regiões, já que as mudanças climáticas permitem que os carrapatos transmissores do vírus passem a ser também encontrados mais ao norte. Com isso, eles poderão atingir partes da Europa, como a França, Itália, Espanha e os Bálcãs.
Às vezes, os nomes dados aos vírus recém-descobertos podem ser imprecisos.
Mpox é uma doença dos animais transmitida para os seres humanos. Este tipoa roleta decidedoença é chamadoa roleta decidezoonose.
A doença ficou conhecida como varíola dos macacos até 2022, quando a OMS recomendou a alteração do seu nome para mpox. A intenção foi tentar eliminar o racismo e a estigmatização que acompanhavam o antigo nome.
O nome "varíola dos macacos" surgiu porque a doença foi observada pela primeira veza roleta decidemacacos enviados da África Central para a Europa, para finsa roleta decidepesquisa. Mas os macacos eram hospedeiros acidentais. Os principais hospedeiros naturais do vírus são roedores, como o esquilo-listrado-africano.
O vírus é da mesma família da varíola (Orthopoxvirus), mas nem todos os vírus com "pox" no nome estão relacionados.
Um exemplo é o vírus da catapora ("chickenpox",a roleta decideinglês), mais formalmente chamadoa roleta decidevírus varicela-zóster. Na verdade, ele é relacionado ao vírus herpes simplex, que causa afta e verrugas genitais.
E a catapora também não tem nada a ver com galinhas ("chickens"). Na verdade, o nome comuma roleta decideinglês vem das bolhas causadas pela doença, talvez pelaa roleta decidesemelhança com grãos-de-bico – ou "chickpeas",a roleta decideinglês.
Outra teoria sugere que o nomea roleta decideinglês foi dado porque as crianças infectadas parecem ter sido bicadas por galinhasa roleta decidetodo o corpo.
Já o nome formal do vírus, "varicela", vem do nomea roleta decidelatim para "pontos" (as pústulas grandes da catapora, cheiasa roleta decidefluido e vírus, espalhadas por todo o corpo durante a infecção).
"Zóster" significa "cinto",a roleta decidereferência às faixas definidasa roleta decidepontos exibidas pelas pessoas com herpes-zóster.
Mas, nos últimos 40 anos, a identificação formal continuou a ser aprimorada. E o nome oficial do vírus, agora, soa levemente estranho: Varicellovirus humanalpha3.
Tudo isso demonstra a transformação que atingiu a definiçãoa roleta decidenomes para os vírus nos últimos anos.
Colocando ordem no caos
Dar aos vírus nomesa roleta decidesintomas ou lugares pode ter um estranho apelo romântico. Mas, como sistemaa roleta decideclassificaçãoa roleta decidevírus, este costume não tem a lógica e a ordem necessária para os virologistas.
Os cientistas precisam compreender as relações biológicas para ajudá-los a criar examesa roleta decidediagnóstico e desenvolver tratamentos antivirais. Eles podem ajudar a prever o comportamento dos vírus emergentes e auxiliar no desenvolvimentoa roleta decidevacinas.
Por isso, os cientistas do Comitê Internacionala roleta decideTaxonomiaa roleta decideVírus (ICTV, na siglaa roleta decideinglês) – o órgão que mantém a listaa roleta decidevírus com nomes aprovados – passaram a buscar melhores formasa roleta decideorganizar essa classificação.
Os avanços da tecnologiaa roleta decidesequenciamento genético deixaram os cientistas muito mais bem equipados para identificar se dois vírus são relacionados entre si ou não.
Alguns vírus que causam sintomas similares, na verdade, podem ser completamente diferentes. As febres hemorrágicas virais, por exemplo, podem ser causadas por quatro famíliasa roleta decidevírus diferentes.
A formaa roleta decideagrupar os vírus depende daa roleta decidecomposição genética.
Talvez você conheça as fitasa roleta decideDNA entrelaçadas que são encontradas nos nossos corpos – a famosa hélice dupla – ea roleta decidetodos os outros animais vivos, das bactérias até as plantas e os animais.
No mundo dos vírus, tudo fica muito mais complicado. Alguns deles não têm essas duas fitasa roleta decideDNA, enquanto outros podem ter apenas uma.
Muitos vírus, incluindo aqueles que causam doenças desagradáveis como as febres hemorrágicas virais, o covid-19 e os vírus da gripe, usam um material genético diferente, chamadoa roleta decideRNA.
Alguns têm duas fitasa roleta decideRNA, enquanto outros têm apenas uma.
Estas distinções genéticasa roleta decidealto nível podem ser muito úteis para entender as relações entre os vírus.
Elas são a basea roleta decideum sistemaa roleta decideclassificação projetado pelo virologista David Baltimore, do Institutoa roleta decideTecnologia da Califórnia (Caltech, na siglaa roleta decideinglês), nos Estados Unidos.
Neste sistema, os vírus são classificadosa roleta decideum dentre sete grupos, baseados no tipoa roleta decidematerial genético que eles carregam.
Para os vírus que usam DNA para o seu genoma, o sistema é bastante direto. O Grupo 1 é formado pelos vírus com fita duplaa roleta decideDNA e os do Grupo 2 têm DNAa roleta decidefita simples. Já o Grupo 3 é formado pelos vírusa roleta decideRNAa roleta decidefita dupla.
Alguns vírus possuem uma única fitaa roleta decideRNA, que pode sequestrar diretamente as ferramentas celulares que traduzem o material genéticoa roleta decideproteínas nas células infectadas. Estes são conhecidos como vírusa roleta decideRNA com sentido positivo e formam o Grupo 4.
Para os demais, o códigoa roleta decideRNA precisaa roleta decideprocessamento adicional na célula antesa roleta decidepoder ser traduzido. Estes são conhecidos como vírusa roleta decideRNAa roleta decidesentido negativo e formam o Grupo 5.
Por fim, foram criadas duas categorias adicionais para vírus complexos que não se enquadrama roleta decidenenhum desses grupos principais.
O Grupo 6 compreende vírusa roleta decideRNA cujo material genético é transformadoa roleta decideDNA como parte fundamental do seu cicloa roleta decidevida, como o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).
E os vírus do Grupo 7 usam DNAa roleta decidefita dupla, mas com uma das fitas incompleta,a roleta decideforma que um pedaçoa roleta decideRNA precisa ser elaborado pelo caminho. Um exemplo é o vírus da hepatite B.
Gêneros e espécies
A classificação dos vírus não termina por aqui. Vamos observar dois vírus que produzem sintomas parecidos nas pessoas infectadas.
O vírus da dengue é um vírusa roleta decideRNA com sentido positivo, como o chikungunya. Mas, se examinarmos maisa roleta decideperto os detalhes do seu código genético, fica claro que eles são consideravelmente divergentes.
Ao tentar identificar um vírus –a roleta decideuma amostraa roleta decidepaciente, por exemplo –, os virologistas procuram as diferenças, não as similaridades.
O grupo que inclui todos os vírusa roleta decideRNAa roleta decidefita simples com sentido positivo é útil, mas é amplo demais. Por isso, outro sistemaa roleta decideclassificação complementar emprega princípios similares a um sistema que foi desenvolvido para classificar todos os organismos biológicos. Ele é conhecido como sistemaa roleta decideLineu –a roleta decidehomenagem ao biólogo sueco Carl Linnaeus (1707-1778).
É neste esquema taxonômico que entra o ICTV. O organismo classifica os vírusa roleta decidedomínios, ordens e famílias.
Neste sistema, o vírus da dengue é da família Flaviviridae e do gênero Flavivirus, o mesmo do vírus da febre amarela. Já o chikungunya se enquadra na família Togaviridae e no gênero Alphavirus, junto com o o'nyong'nyong.
Os comitêsa roleta decideespecialistas do ICTV deliberam e determinam o agrupamento dos vírus à medida que surgem novos conhecimentos científicos. Eles, então, alteram a taxonomia conforme o necessário.
O ICTV pode também resolver disputas sobre os nomes dos vírus. Um bom exemplo ocorreua roleta decidemeados dos anos 1980, quando foi identificado um novo vírus, causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
Havia dois possíveis nomes: vírus linfotrópicoa roleta decidecélulas T humano III (HTLV-III) e vírus da linfadenopatia (LAV). Estas denominações foram propostas pelas principais equipesa roleta decidepesquisa envolvidas no isolamento e na caracterização do vírus, mas elas não conseguiam chegar a um acordo e ninguém concordavaa roleta decidefazer concessões.
Por isso, o ICTV decidiu pelo nome Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, na siglaa roleta decideinglês), utilizado universalmente desde então.
Mas este é um trabalho árduo. Novas geraçõesa roleta decidetecnologiasa roleta decidesequenciamento genético estão fazendo com que o númeroa roleta decidevírus conhecidos aumente rapidamente.
Cinco anos atrás, havia cercaa roleta decide800 espéciesa roleta decidevírus conhecidas, segundo o professora roleta decidevirologia Peter Simmonds, da Universidadea roleta decideOxford, no Reino Unido. Ele preside um dos subcomitês do ICTV que discute o agrupamento dos vírus.
Agora, o númeroa roleta decidevírus relacionados no catálogo do ICTV já se aproximaa roleta decide15 mil.
A maioria dos vírus conhecidos, até onde sabemos, não causa doenças. Mas os vírus nocivos costumam receber nomes reconhecíveis, além das designações oficiais alocadas pela taxonomia do ICTV.
O papel do ICTV "está na formaa roleta decideque eles são classificados, embora exista alguma coincidência entre os virologistas que fazem a denominação e a classificação", explica Simmonds.
Ele destaca que foi "um grupoa roleta decideestudos do ICTV que criou o nome Sars-CoV-2" para o novo coronavírus,a roleta decide2019.
Com a velocidade das descobertas científicas, o númeroa roleta decidevírus que precisam ser agrupados na taxonomia do ICTV poderáa roleta decidebreve atingir 100 mil, segundo Simmonds.
E esta estimativa pode até soar conservadora para Jens Kuhn, virologista-chefe da Unidadea roleta decidePesquisa Integrada do Instituto Nacionala roleta decideAlergia e Doenças Infecciosas (NIAID, na siglaa roleta decideinglês)a roleta decideFort Detrick, no Estado americanoa roleta decideMaryland. Kuhn é especialista no vírus ebola (outra febre hemorrágica viral) e presidentea roleta decideum dos subcomitês do ICTV que discutem o agrupamento dos vírus.
"Os vírus são maravilhosos, do pontoa roleta decidevista científico", afirma ele.
Kuhn preside outro subcomitê do ICTV, dedicado a organizar os imensos númerosa roleta decidevírus sendo descobertos atualmente. "Com cada novo vírus descoberto, tudo vai ficando mais complicado."
Estas descobertas levaram recentemente o ICTV a rever a classificaçãoa roleta decidetodos os vírus, para descrevê-losa roleta decidetermosa roleta decidegêneros e espécies, como se faz no restante da biologia.
"Quando todas as espécies receberam novos nomes, muitos virologistas ficaram muito surpresos", ele conta.
Mas estes nomes oficiais são importantes para garantir que os cientistas possam se comunicara roleta decideforma eficiente, com a colaboração cada vez maior entre os colegasa roleta decidetodo o mundo, como explica Kuhn.
A pandemiaa roleta decidecovid-19 presenciou colaboração científica internacionala roleta decideescala sem precedentes. Os pesquisadores compartilharam seus dados, trabalhandoa roleta decideconjunto para enfrentar a ameaça global representada pelo vírus Sars-CoV-2.
"Os nomes das espécies são escritos da mesma formaa roleta decidetodas as partes do mundo", afirma Kuhn. "Eles são latinizados e usam o alfabeto latino." Isso significa que não pode haver dúvida sobre qual vírus está sendo indicadoa roleta decideum ambiente formal.
Mas ele admite que, como seres humanos, precisamos rotular as coisas e o nome precisa ser memorizável. "Nós homenageamos a diversidade dos vírus com a diversidade da linguagem", afirma ele.
Um exemplo é o ebola. "Seu som é fascinante e, por isso, ele tem ressonância." Já o nome oficial do ICTV, Orthoebolavirus zairense, tem menos probabilidadea roleta decidedespertar a imaginação das pessoas.
E quanto ao vírus da dengue? Ele também recebeu uma nova denominação do ICTV,a roleta decide2022. Agora, ele atende por um nome muito menos chamativo: orthoflavivirus denguei.
Certamente mais estruturado, mas muito mais difícila roleta decidedecorar. A própria rainha da Espanha precisariaa roleta decideum tempo para pensar antesa roleta decideescrever.
Como os vírus são diagnosticados
A primeira metade do século 20 presenciou avanços significativos da microscopia, que aumentaram nossa capacidadea roleta decidedetectar e identificar os vírus.
Os vírus, ema roleta decidemaioria, são pequenos demais para serem observadosa roleta decideum microscópio óptico normal, por mais poderosa que seja aa roleta decideresolução.
Mas o advento do microscópio eletrônico permitiu a detecção e caracterizaçãoa roleta decidemuitos vírus importantes. Foi assim que o vírus da hepatite B, por exemplo, foi descobertoa roleta decide1970.
A virologia do século 21 tem ainda mais ferramentas àa roleta decidedisposição, incluindo o sequenciamento rápido do material genético dos vírus.
Poderosas tecnologiasa roleta decidesequenciamentoa roleta decidegenomas completos também permitem aos cientistas encontrar todo o material genéticoa roleta decideuma amostra e, com a ajudaa roleta decidecomputadores, compará-lo com os vírus conhecidos.
E a tecnologia também pode ajudar a identificar sequências virais desconhecidas. Foi o que aconteceu quando os cientistasa roleta decideWuhan, na China, identificaram o novo coronavírus, Sars-CoV-2,a roleta decide2019.
a roleta decide Leia a a roleta decide versão original desta reportagem a roleta decide (em inglês) no site a roleta decide BBC Future a roleta decide .