Nobelcasas de apostas memeMedicina: como foi a 'tarefa impossível'casas de apostas memerecriar o DNA Neandertal, que rendeu prêmio a Svante Pääbo:casas de apostas meme
casas de apostas meme Imagine que todas as páginascasas de apostas memeum dicionário foram destruídascasas de apostas memeum trituradorcasas de apostas memepapel e você teve que reconstruir todo o trabalho.
Suponha que, além disso, as milharescasas de apostas memetiras picotadas daquele dicionário foram misturadas com ascasas de apostas mememilharescasas de apostas memeoutros livros, que também foram triturados.
Para piorar, por cima dessa montanhacasas de apostas memepapel cortado, foi despejada uma xícaracasas de apostas memecafé.
Como você pode imaginar, o resultado disso é uma enorme bola colada que mistura milhõescasas de apostas memeletras e segmentos mínimoscasas de apostas memeum texto, que se tornou inelegível e confuso.
Mas será que é possível restaurar esse dicionário?
Essa foi a figuracasas de apostas memelinguagem que o cientista sueco Svante Pääbo usou no documentário First Peoples ("Primeiros Povos",casas de apostas memetradução livre), da redecasas de apostas memetelevisão pública americana PBS, para descrever a dificuldade que enfrentava: a reconstrução do DNA neandertal apóscasas de apostas memedezenascasas de apostas mememilharescasas de apostas memeanos da extinção dessa espécie.
A passagem do tempo, a corrosão dos possíveis restos desses humanos parentes do Homo sapiens, a interação com bactérias e fungos ao longocasas de apostas memecentenascasas de apostas memeséculos e o contato com os humanos modernos impossibilitariam a reorganização das peças genéticas.
"Existem todos os tiposcasas de apostas memedanos no DNA que podem fazer com que você determine sequências erradas, especialmente quando se começa com poucas moléculas. Também há contaminação do material por DNA humano, que estácasas de apostas memequase toda parte", escreveu Pääbocasas de apostas memeum artigo publicadocasas de apostas meme1989.
Mas Pääbo ecasas de apostas memeequipe conseguiram fazer o que parecia improvável. Graças a isso, ele ganhou o Prêmio Nobelcasas de apostas memeMedicinacasas de apostas meme2022 na segunda-feira (3/10).
"Por meiocasas de apostas memesua pesquisa pioneira, Svante Pääbo alcançou o impossível: sequenciar o genoma neandertal, um parente extinto dos humanos modernos", declarou o comitê do Nobel ao anunciar a decisão.
Mas como ele conseguiu esse feito?
A chave está no Egito Antigo
Para entender o processo que levou Pääbo,casas de apostas meme67 anos, à reconstrução do genoma neandertal, é preciso voltar àcasas de apostas memeadolescência.
Quando tinha 13 anos, a mãe o levoucasas de apostas memeférias para o Egito.
Lá, ele ficou fascinado com a antiga cultura e arqueologia do país e voltou convencidocasas de apostas memeque iria se tornar um egiptólogo.
Quando chegou a horacasas de apostas memecomeçar a graduação, Pääbo entrou na Universidadecasas de apostas memeUppsala, 70 quilômetros a noroestecasas de apostas memeEstocolmo, capital da Suécia, e começoucasas de apostas memefato a estudar egiptologia.
No entanto, depoiscasas de apostas memedois anos, ele percebeu que isso não era o que aspirava na vida. A carreira foi orientada para o estudo da gramática hieroglífica (formacasas de apostas memeescrita por símbolos adotada no Egito Antigo), e ele sonhavacasas de apostas memedescobrir múmias e pirâmides.
"O trabalho não era do tipo romântico, meio Indiana Jones, que eu pensava", disse Pääbo à BBC há alguns anos.
Foi por isso que ele passou a cursar medicina. No doutorado, resolveu estudar genética molecular, o que o levou a vincular o interesse que tinha desde a adolescência ao campo profissional.
"Comecei a perceber que tínhamos todas essas tecnologias para clonar o DNA, mas ninguém parecia tê-las aplicado a vestígios arqueológicos, principalmente às múmias egípcias", disse Pääbocasas de apostas memeum perfil publicado pela Academia Nacionalcasas de apostas memeCiências dos Estados Unidos.
A partir dessas ferramentas, ele poderia criar uma máquina do tempo genômica.
A inquietação o levou a estudar o genomacasas de apostas mememúmias e, alguns anos depois, se mudar para os Estados Unidos com o objetivocasas de apostas memeinvestigar DNAs antigos na Universidade da Califórniacasas de apostas memeBerkeley.
Ele então seguiu o trabalhocasas de apostas memeMunique, na Alemanha, onde se dedicou a mamutes e ursos que viviamcasas de apostas memecavernas.
Apesarcasas de apostas memetodas as dificuldades, Pääbo não desistiu. Com o tempo, ele se propôs a fazer algo muito mais ambicioso: decifrar o DNA neandertal e o que o diferencia dos seres humanos atuais.
Sem querer, ele praticamente criou uma nova disciplina na ciência: a paleogenômica.
Resquícioscasas de apostas meme40 mil anos
No final da décadacasas de apostas meme1990, Pääbo foi contratado pelo Instituto Max Planckcasas de apostas memeAntropologia Evolucionária, localizadocasas de apostas memeLeipzig, na Alemanha.
Ele já estava trabalhando com partes do DNA dos neandertais. No novo localcasas de apostas memetrabalho, porém, a oferta aumentou: o cientista teria a oportunidadecasas de apostas memeinvestigar diretamente o núcleo do DNA desses parentes próximos da nossa espécie.
"No novo instituto, Pääbo e equipe melhoraram constantemente os métodos para isolar e analisar DNAcasas de apostas memerestos ósseos arcaicos. O timecasas de apostas memepesquisa aproveitou os novos avanços tecnológicos, que tornaram o sequenciamentocasas de apostas memeDNA muito eficiente", detalha o comitê encarregadocasas de apostas memeconceder o Prêmio Nobelcasas de apostas memeMedicina.
O estudo do genoma neandertal usou fragmentoscasas de apostas memeossos dessa espécie que estão preservados há maiscasas de apostas meme40 mil anos. A partir desse material, foi possível obter uma quantidade suficientemente boacasas de apostas memeDNA.
Um fator que contribuiu para o sucesso da investigação foi o canibalismo entre esses hominídeos.
"Quando analisamos as amostras, notamos que, muitas vezes, tivemos mais sucesso com fragmentoscasas de apostas memeossos que realmente tinham marcascasas de apostas memecorte ou foram deliberadamente quebrados. Segundo paleontólogos, isso sugere que esses indivíduos haviam sido comidos", disse Pääbo à BBC.
"Se você separar os ossos da carne e jogá-los no canto da caverna, onde secam rapidamente, eles terão menos atividade microbiana e ficarão preservados", acrescentou.
"Temoscasas de apostas memeagradecer ao canibalismo pelo sucesso do nosso projeto."
Pääbo usou a tecnologiacasas de apostas memesequenciamentocasas de apostas memeDNA e criou laboratórios com altos padrõescasas de apostas memelimpeza para evitar a contaminação das amostras.
Ele então analisou milhõescasas de apostas memefragmentoscasas de apostas memematerial genético e usou técnicas estatísticas para isolá-loscasas de apostas memegenes modernos, vindoscasas de apostas memeseres humanos, bactérias e fungos.
Com isso, ele não apenas reconstruiu o genoma neandertal, como também encontrou ligações entre esse material genético e o do humano moderno.
Isso, porcasas de apostas memevez, comprova que o Homo sapiens teve relações sexuais e descendentes com os neandertais — e essa interação gerou novas espécies, como os denisovanos que viveram na Ásia.
Essa sériecasas de apostas memedescobertas levaram o meticuloso pesquisador sueco a ganhar um dos mais destacados prêmios do mundo.
- Este texto foi publicadocasas de apostas memehttp://vesser.net/internacional-63129632
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