Fraudes, escassez e tradição: por que o brasileiro ainda consome pouco mel?:palpite csa e grêmio
É importante que ressaltar que mesmo com o consumopalpite csa e grêmiomel dos brasileiros estando abaixo da médiapalpite csa e grêmiooutros países, ele ainda assim está acima do limite recomendado para cada pessoa pela Organização Mundialpalpite csa e grêmioSaúde (OMS), considerando-se uma dietapalpite csa e grêmio2 mil calorias por dia (leia mais sobre isso no pé da reportagem).
Mas o que explica essa baixa popularidade do mel no país? Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil entendem que há vários motivos por trás disso, que vão desde raízes históricas até a frequência das fraudes e as dificuldadespalpite csa e grêmiocapacitar o setor no país.
Para entender todas essas questões, porém, é preciso dar um passo para trás e conhecer como as abelhas são capazespalpite csa e grêmioproduzir algo tão único na natureza.
As jardineiras da floresta
A ecóloga Carolina Matos, diretora técnica do Centropalpite csa e grêmioAgroecologia e Serviços Ambientais da Secretariapalpite csa e grêmioAgricultura e Abastecimento do Estadopalpite csa e grêmioSão Paulo, conta que as abelhas surgiram junto com as plantas com flores, há cercapalpite csa e grêmio135 milhõespalpite csa e grêmioanos.
"Elas são decisivas para a evoluçãopalpite csa e grêmiomuitas espécies vegetais desde o início", diz.
"Nós temos plantas que dependem necessariamente das abelhas para se reproduzirem. Ou seja: a presença delas no ecossistema é fundamental para a produçãopalpite csa e grêmiofrutos que alimentam os animais e até os seres humanos", complementa.
Mas essa funçãopalpite csa e grêmiojardinagem também é essencial para as abelhas, pois é justamente nas flores que elas coletam o néctar, a matéria-prima para a produção do mel.
Após fazer a retirada na natureza, esses insetos voltam à colmeia, onde o produto começa a ser preparado. Outras abelhas acrescentam enzimas à mistura, enquanto um terceiro grupo bate as asas com bastante força para retirar o excessopalpite csa e grêmioágua da receita.
Algumas espécies ainda realizam uma quarta etapa: a fermentação do produto.
O resultado finalpalpite csa e grêmiotodo esse trabalho é o mel, um alimento riquíssimopalpite csa e grêmioaçúcares, especialmentepalpite csa e grêmiodois tipos: a glicose e a frutose.
Mas por que elas realizam todo esse trabalho?
"O mel é o alimento e a principal fontepalpite csa e grêmioaçúcares epalpite csa e grêmioenergia das abelhas", responde o entomólogo Cristiano Menezes, chefepalpite csa e grêmioPesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Meio Ambiente.
Além do mel, as colmeias também fabricam outros produtos, como o pólen, o própolis e a cera.
"O pólen também serve como alimento para elas. Retirado das flores, ele é a fontepalpite csa e grêmioproteínas da alimentação desses seres", explica Matos.
"Fazendo uma comparação, o mel é o arroz e o pólen é o feijão das abelhas", brinca a especialista.
Já a cera serve como a estrutura que forma os favos ou os outros recipientes onde o mel é estocado. O própolis, porpalpite csa e grêmiovez, preenche buracos e funciona como uma espéciepalpite csa e grêmioprodutopalpite csa e grêmiolimpeza, para manter sujeiras, bactérias, fungos, vírus e outros agentes infecciosos bem longe da colmeia.
Baixa popularidade no Brasil
Embora o mel seja consumido por seres humanos há milênios, no Brasil ele está longepalpite csa e grêmioser uma das principais formaspalpite csa e grêmioadoçar bebidas e comidas — ou ser visto como uma sobremesapalpite csa e grêmiosi.
Além do baixo consumo mencionado no início da reportagem, a própria produtividade do país está aquém do ideal.
Dados compilados pela Associação Brasileirapalpite csa e grêmioEstudos das Abelhas (conhecida pelo acrônimo Abelha) revelam que a quantidadepalpite csa e grêmiomel gerado por cada colmeia ao longo do ano fica bem abaixo do observadopalpite csa e grêmiooutros países.
No Brasil, a produtividade épalpite csa e grêmio15 kg/colmeia/ano. A taxa é inferior ao obtido nos Estados Unidos (30 kg), na Argentina (35 kg), na China (50 kg) e na Austrália (105 kg).
"Isso acontece porque nós não somos profissionais. A apicultura é vista como uma terceira ou quarta atividade para os pequenos produtores rurais", avalia Daniel Cavalcante, doutorpalpite csa e grêmiotecnologiapalpite csa e grêmioalimentos pela Universidade Estadualpalpite csa e grêmioCampinas e CEO da Baldoni Corp.
"Ou seja, o sujeito cria suínos, tem algumas vacaspalpite csa e grêmioonde tira leite para vender às cooperativas e, por acaso, tem umas 30 ou 40 colmeias, das quais ele retira o mel uma vez por ano", descreve.
Em outras partes do mundo, os apicultores chegam a cuidarpalpite csa e grêmiomil colmeias e utilizam técnicaspalpite csa e grêmiomelhoramento genético para ampliar a quantidadepalpite csa e grêmioalimento obtido a cada temporada.
Em números absolutos, a produçãopalpite csa e grêmiomel no Brasil vem crescendo aos poucos:palpite csa e grêmio2004, foram 32,3 mil toneladas, número que cresceu para 55,8 mil toneladaspalpite csa e grêmio2021,palpite csa e grêmioacordo com o IBGE.
Mesmo assim, a quantia fica bem abaixopalpite csa e grêmioChina (458,1 mil toneladas), Turquia (104,1 mil toneladas), Irã (80 mil toneladas) e Argentina (74,4 mil toneladas), segundo os registros das Nações Unidas.
Cavalcante também aponta outro problema: a maior parte do mel produzido no Brasil é enviado para o exterior — e essa proporção vem aumentando ano após ano.
Em 2016, 61% da produção nacional foi exportada. Essa taxa cresceu para 84%palpite csa e grêmio2021.
Ou seja: mesmo que os brasileiros resolvessem consumir mais mel a partirpalpite csa e grêmiohoje, não haveria uma quantidade suficiente para suprirpalpite csa e grêmioimediato esse aumento da demanda.
"O que precisamos é profissionalizar o setor, conhecer melhor os números, treinar os agricultores e planejar o futuro para, no mínimo, dobrar a produtividade e chegar a 100 mil toneladas nos próximos dois ou três anos", projeta Cavalcante.
é enviado para a exportação. Há seis anos,
61% da fabricação ia para o exterior.
Raízes históricas
No livro História da Alimentação no Brasil, o historiador e sociólogo Luís da Câmara Cascudo (1898-1996) faz algumas referências sobre o mel e o papel desse ingrediente na culinária nacional.
Cascudo afirma que o mel era "amado pelas três bocas da etnia brasileira".
Segundo o pesquisador, "nem os negros e nem os amerabas [indígenas] faziam doces, além da pura degustação da sacarose vegetal e mastigar os favos das colmeias, com cera, abelhas e mel, conjuntos".
Mas boa parte dessa tradição se enfraqueceu a partir do século 17, quando as plantaçõespalpite csa e grêmiocanapalpite csa e grêmioaçúcar dominaram o território brasileiro e viraram a principal commodity do país.
"O baixo consumopalpite csa e grêmiomel tem raízes históricas e começa quando os holandeses chegaram ao Brasil e plantaram a cana", lembra Cavalcante.
Isso garantiu uma alta disponibilidadepalpite csa e grêmioaçúcar para os brasileiros — e influenciou na confecção dos doces típicos do país, como as conservas e as compotaspalpite csa e grêmiofrutas tropicais.
Em seus escritos, Cascudo lembra que o excessopalpite csa e grêmiodoçura dos pratos brasileiros chamava a atençãopalpite csa e grêmioquem vinha do exterior.
"Gilberto Freyre adverte a distinção entre o nosso e o paladarpalpite csa e grêmioestrangeiros pouco familiar ao açúcar, que foi produto tropical, encontrando uma inalterável e monótona identidade na doçaria brasileira. O açúcar, escondendo o sabor legítimo do fruto, como se queixava Saint-Hilaire dos mineirospalpite csa e grêmio1818."
"A Europa dependia da importação do açúcar da África ou do Brasil, que era muito caro. Com isso, muitos indivíduospalpite csa e grêmiolá dependiam do mel para fazer as receitas", complementa Cavalcante.
E isso repercute nos hábitos daqui até hoje. Os pesquisadores apontam que, para muitos brasileiros, o mel ainda é encarado mais como um remédio para tosses, dorespalpite csa e grêmiogarganta e resfriado do que como um ingredientepalpite csa e grêmioreceitas culinárias.
"E, apesarpalpite csa e grêmioo melpalpite csa e grêmiofato ter algumas propriedades medicinais, ele é um alimento", contrapõe o entomologista Brunopalpite csa e grêmioAlmeida Souza, pesquisador da Embrapa Meio-Norte.
"Por isso, a venda dele é regulamentada pelo Ministério da Agricultura, e não pela Agência Nacionalpalpite csa e grêmioVigilância Sanitária, a Anvisa", acrescenta.
Doce, doce como o mel, era o melpalpite csa e grêmioabelhas anterior ao gênero humano, amado pelas três bocas da etnia brasileira."
Recipientes para lápalpite csa e grêmiosuspeitos
Para completar a listapalpite csa e grêmiomotivos para a baixa popularidade, não dá para se esquecer do preço elevado do mel no mercado nacional e da quantidade considerávelpalpite csa e grêmiofraudes nesse setor.
"Falamospalpite csa e grêmioum dos alimentos mais adulterados do mundo, ao lado do azeitepalpite csa e grêmiooliva", destaca Cavalcante.
E isso acontece pela facilidadepalpite csa e grêmiosubstituir o mel puro por outros ingredientes muito parecidospalpite csa e grêmiotermospalpite csa e grêmiosabor, textura e coloração.
Uma das fraudes mais frequentes é o acréscimopalpite csa e grêmioxaropepalpite csa e grêmioglicose, obtido a partir da canapalpite csa e grêmioaçúcar ou do milho.
Mas os esquemas para enganar o consumidor estão ficando cada vez mais sofisticados, e hoje são encarados pelo setor como um "problema mundial".
"A Ásia tem uma tradiçãopalpite csa e grêmiofalsificação do mel muito intensa e isso tem se agravado. Na Malásia, por exemplo, maispalpite csa e grêmio70% dos frascospalpite csa e grêmiomel encontrados no mercado tinham algum nívelpalpite csa e grêmioadulteração", calcula Menezes.
Embora não exista uma estatística oficial sobre fraudes no Brasil, os pesquisadores observam que aqui essas práticas ainda são mais artesanais — e geralmente acontecem com aqueles produtos vendidos na beira da estrada,palpite csa e grêmiofeiras livres oupalpite csa e grêmioportapalpite csa e grêmioporta,palpite csa e grêmiogarrafaspalpite csa e grêmiovidro fechadas com rolhapalpite csa e grêmiocortiça.
"Essas opções têm tudo para apresentar alguma falsificação. Na melhor das hipóteses, aquilo até é mel, mas foi produzido sem os padrõespalpite csa e grêmiohigiene exigidos e traz pedaçospalpite csa e grêmioabelhas e outros insetos mortos", alerta Sousa.
Mas será que existem maneiraspalpite csa e grêmioo consumidor detectar essas adulterações?
A maioria dos testes caseiros divulgados nas redes sociais — como misturar mel com vinagre e outros compostos — não funciona, apontam os pesquisadores.
O único que tem alguma validade envolve o iodo, um produto que pode ser compradopalpite csa e grêmiofarmácias.
"Se o indivíduo não tem alergia a iodo, ele pode misturar duas gotinhas dessa substância com um poucopalpite csa e grêmiomel e água. Se o conteúdo mudarpalpite csa e grêmiocor e ficar azul ou preto, isso quer dizer que existe amido ali e há uma falsificação", descreve Matos.
Porém, por mais que funcione, esse teste não é capazpalpite csa e grêmiodetectar todas as fraudes possíveis — então pode ser que uma ou outra adulteração passe despercebida.
Os especialistas apontam que o melhor caminho, portanto, é confiar nas instituiçõespalpite csa e grêmiofiscalização e prestar atençãopalpite csa e grêmioalguns detalhes que aparecem no rótulo.
"A principal recomendação para ter um melpalpite csa e grêmioqualidadepalpite csa e grêmiocasa é comprarpalpite csa e grêmiograndes redes do varejopalpite csa e grêmiosupermercados e farmácias, que costumam ter essa preocupaçãopalpite csa e grêmiooferecer produtospalpite csa e grêmioboa procedência", orienta Cavalcante.
No rótulo, o principal pontopalpite csa e grêmioatenção é o selopalpite csa e grêmioinspeção, que pode ser federal, estadual ou municipal.
Esses selos informam a abrangênciapalpite csa e grêmiocomercialização do produto.
Um exemplo: o mel que tem o selopalpite csa e grêmioinspeção municipalpalpite csa e grêmioAtibaia,palpite csa e grêmioSão Paulo, só pode ser vendido nesta cidade.
Já os frascos que trazem o Selopalpite csa e grêmioInspeção Federal, ou SIF, emitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, estão liberados para comprapalpite csa e grêmiotodo o território nacional.
"Vale também prestar atenção na listapalpite csa e grêmioingredientes e na tabela nutricional — e suspeitar se o rótulo parece mal feito, ou tem algo suspeito e desatualizado", diz Matos.
Uma informação importante: é normal e esperado que o mel cristalize. Isso não significa que ele estragou ou está impróprio para consumo.
Aliás, quando guardado da forma correta, ele é um dos poucos alimentos que não apodrece. Há registrospalpite csa e grêmioprodutos desse tipo que foram encontradospalpite csa e grêmiosarcófagospalpite csa e grêmiofaraós que, depoispalpite csa e grêmiomilênios, ainda estavam adequados.
"Se você quiser que o mel volte ao estado normal depoispalpite csa e grêmiocristalizar, basta colocá-lopalpite csa e grêmiobanho maria com a água a cercapalpite csa e grêmio40 ºC", aponta Cavalcante.
A legislação brasileira exige que os fabricantes estabeleçam uma datapalpite csa e grêmiovalidade, que no caso do mel épalpite csa e grêmiodois anos após o envase — desde, claro, que o pote tenha sido guardado corretamente (longe do calor e bem tampado) e o conteúdo não apresente mudanças no gosto ou a formaçãopalpite csa e grêmiobolor.
Oportunidadespalpite csa e grêmiocrescimento
Para os profissionais que atuam na área, a faltapalpite csa e grêmiopopularidade do mel entre os brasileiros representa uma oportunidade.
Eles planejam aumentar a produtividade das colmeias nos próximos anos por meio da capacitação dos apicultores e do desenvolvimentopalpite csa e grêmionovos modelospalpite csa e grêmionegócio.
Para Cavalcante, a exploração do mel se encaixa perfeitamente no chamado "tripé da sustentabilidade".
"A apicultura gera renda no campo, ajuda a cuidar da biodiversidade e permite expandir a agricultura", lista.
"Para ter ideia, manter colmeias pertopalpite csa e grêmioplantaçõespalpite csa e grêmiosoja aumentapalpite csa e grêmio12 a 15% a produção desse grão", acrescenta.
Isso acontece justamente pelo papel das abelhas como "jardineiras" da natureza, ao garantir a reproduçãopalpite csa e grêmiodiversas espécies vegetais.
Menezes concorda e aponta que o mel é uma maneirapalpite csa e grêmiogerar renda mantendo a florestapalpite csa e grêmiopé — algo que tem sido cada vez mais discutido no Brasil.
"As abelhas se encaixam como uma luva nessa história. É possível pensar na produçãopalpite csa e grêmiomel, própolis e outros produtospalpite csa e grêmioáreas preservadas ou restauradas", acredita.
aumenta a produtividade das lavouras
em 10 a 15%revelam pesquisas recentes.
Ainda no campo das oportunidades, outro aspecto que chama a atenção dos especialistas brasileiros é a exploração das abelhas nativas.
Uma breve explicação: a apicultura é a atividade que extrai o mel a partir das abelhas da Apis mellifera e responde pela absoluta maioria do mercado produtivo.
Mas essa abelha, conhecida no país como africanizada, não é nativa do Brasil, apesarpalpite csa e grêmioser extremamente comum. Trata-sepalpite csa e grêmioum híbrido, que se desenvolveu no país a partir do cruzamento acidentalpalpite csa e grêmioabelhas europeias e africanas.
Existem cercapalpite csa e grêmio300 outras espécies típicas do país, como é o casopalpite csa e grêmiojataí, mandaçaia, uruçu, guaraipo, manduri, bugia… E elas também produzem mel — mas, ao contrário da Apis mellifera, não possuem ferrão.
A exploração do mel dessas espécies é conhecida como meliponicultura.
Menezes aponta que essa é uma área que começa a ganhar mais espaço no Brasil. "E aqui nós vamos ter méis diferentes, com sabores mais suaves ou intensos", informa.
"Existem algumas abelhas da Malásia que produzem um mel tão azedo que lembra até o vinagre", exemplifica.
O pesquisador acredita que, aos poucos, o consumidor vai conhecer e valorizar cada vez mais essas variações.
"É um processo parecido ao que ocorreu com as cervejas. Há algumas décadas, todas as marcas eram parecidas, sem muita diversidade nos sabores", compara.
"Com o tempo, as pessoas foram se acostumando e aprendendo que existem outros aromas e gostos. Hoje temos várias opçõespalpite csa e grêmiocervejas no mercado, que atendem a diferentes públicos", complementa.
Consuma com moderação
Mas será que o mel é mesmo um alimento saudável? Ele pode ser um bom substituto para o açúcar refinado?
Para começopalpite csa e grêmioconversa, as pesquisas mostram que, alémpalpite csa e grêmioglicose e frutose, o mel carrega uma sériepalpite csa e grêmiocompostos benéficos, como vitaminas, minerais e antioxidantes.
Para a nutricionista Eliana Giuntini, do Centropalpite csa e grêmioPesquisapalpite csa e grêmioAlimentos da Universidadepalpite csa e grêmioSão Paulo (USP), a dificuldade estápalpite csa e grêmiodeterminar exatamente a composição deste alimentopalpite csa e grêmiouma forma padronizada.
Isso porque há uma diferença nutricional considerávelpalpite csa e grêmioacordo com a espécie da abelha e da florada da qual ela coleta o néctar.
É comum ver no mercado melpalpite csa e grêmioeucalipto,palpite csa e grêmiolaranjeira,palpite csa e grêmioflores silvestres… E cada um terá uma "receita" totalmente distinta.
"A variação é muito grande e a composição do mel é diferentepalpite csa e grêmioacordo com o clima, as flores, as abelhas…", reforça.
A nutricionista também acredita que há uma certa dificuldadepalpite csa e grêmiodeterminar o índice glicêmico do mel. Essa é uma medida que permite estabelecer a rapidez com que os carboidratos aumentam e diminuem o nívelpalpite csa e grêmioglicose (ou açúcar) no sangue.
Essa informação é valiosa: alimentos com um alto índice glicêmico provocam um aumento da glicose num curto intervalopalpite csa e grêmiotempo.
O cenário se inverte naqueles produtospalpite csa e grêmioque essa medida é considerada baixa.
Isso, porpalpite csa e grêmiovez, interferepalpite csa e grêmioquestões como saciedade e fome — ora, se o açúcar no sangue sobe e desce muito rápido, a tendência é que fiquemos com vontadepalpite csa e grêmiocomer mais vezes ao longo do dia.
"E o índice glicêmico do mel também é diferentepalpite csa e grêmioacordo com cada produto, o local, a florada, os compostos bioativos presentes…", diz.
"Temos distintos tipospalpite csa e grêmiomel com índices glicêmicos considerados altos, médios ou baixos", completa.
Questionada se é possível determinar qual a melhor escolha entre o mel e o açúcar refinado, Giuntini não tem dúvidas.
"Entre um e outro, eu fico com o mel. Isso porque ele tem minerais e uma sériepalpite csa e grêmiooutras substâncias benéficas", avalia.
"Mesmo assim, trata-sepalpite csa e grêmioum alimento que deve ser consumido com muita moderação", pondera.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as fontespalpite csa e grêmioaçúcar devem representar 10% das calorias da dietapalpite csa e grêmioum indivíduo saudável.
"Portanto, se considerarmos a médiapalpite csa e grêmio2 mil calorias diárias, cercapalpite csa e grêmio200 calorias podem vir dos açúcares. E isso inclui bebidas adoçadas, doces, mel…", lista Giuntini.
"Isso representa cercapalpite csa e grêmio50 gramas no total, ou ao redorpalpite csa e grêmiotrês colherespalpite csa e grêmiosopapalpite csa e grêmioaçúcar por dia", compara.
Os dados oficiais apontam que o brasileiro consome cercapalpite csa e grêmio80 gramaspalpite csa e grêmioaçúcar a cada 24 horas — e, portanto, já está além dos limites estabelecidos pelas autoridadespalpite csa e grêmiosaúde.
O desafio então, não é simplesmentepalpite csa e grêmioincluir o mel na alimentação, mas pensarpalpite csa e grêmiocomo ele pode substituir e,palpite csa e grêmiopreferência, reduzir a presençapalpite csa e grêmiooutras fontespalpite csa e grêmiodulçorpalpite csa e grêmiocomidas e bebidas.
"Um dos grandes problemas da nutrição é opalpite csa e grêmioencarar certos produtos como superalimentos", lamenta Giuntini.
"Isso não existe e nenhum ingrediente faz milagres. Nem mesmo o mel", conclui a pesquisadora.
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