Feminismo erra ao focarspaceman pixbet logindemonização dos homens, diz filósofa feminista:spaceman pixbet login

A filósofa inglesa Nina Power

Crédito, Valya Korabelnikova/Divulgação

Legenda da foto, A filósofa inglesa Nina Power

Com doutoradospaceman pixbet loginFilosofia pela Universidade Middlesex e editora da revista online Compact, a autoraspaceman pixbet login43 anos se define politicamente como "esquerda velha guarda" e diz se identificar com as ideias da segunda onda do feminismo — atuante entre as décadasspaceman pixbet login1960 e 1970.

A segunda onda era ligada à ideiaspaceman pixbet loginlibertação feminina espaceman pixbet logincombate à discriminação que atinge mulheresspaceman pixbet logindiferentes classes e etnias. Exortava as mulheres a se qualificarem, voltarem ao mercadospaceman pixbet logintrabalho e tomarem as rédeasspaceman pixbet loginseus direitos reprodutivos (como uso da pílula anticoncepcional). Questionava, por meiospaceman pixbet loginpensadoras como Angela Davis, ideias baseadas no pontospaceman pixbet loginvista das mulheres brancas e mais ricas.

"Nunca foi sobre dizer que todos os homens eram ruins. Era sobre tentar entender o lugar das mulheres no mundo", afirma ela, também autoraspaceman pixbet loginOne Dimensional Woman ("Mulher Unidimensional",spaceman pixbet logintradução livre), centrado no feminismo.

"Parte do objetivo era dizer a homens e meninos que eles não precisam viverspaceman pixbet loginacordo com estereótipos, que esse tipospaceman pixbet loginexpectativa sobre gênero é ruim para todo mundo, incluindo para eles. Era um movimentospaceman pixbet loginlibertação das mulheres, e não um movimentospaceman pixbet logindemonização dos homens."

"Isso não quer dizer que não haja problemas [hoje]. Claro, há questões históricas, questões atuais, e a maior parte da violência é evidentemente praticada por homens —spaceman pixbet logingrande parte contra outros homens ou contra eles próprios [em casosspaceman pixbet loginsuicídio], mas também contra as mulheres. Mas acho que é do interessespaceman pixbet logintodos tentarmos entender o tipospaceman pixbet logindinâmica social que se instalou nos últimos 10 ou 15 anos."

Assim, ela propõe que homens e mulheres sejam "menos duros uns com os outros". "Apenas aceitar que estamos meio que jogados neste mundo e que nenhumspaceman pixbet loginnós tem uma solução pronta", completa.

Power argumenta que é razoável pensar que a maior parte dos homens no mundo são pessoas "boas" e que há um desequilíbrio na forma como eles são enxergados, principalmente na internet.

Para ela, hashtags como #KillAllMen (#MatemTodosOsHomens), que circulam nas redes sociais e são defendidas apenas como uma formaspaceman pixbet logindesabafo feminino que não deve ser tomado literalmente, contribuem para reforçar a ideiaspaceman pixbet loginque a masculinidade é um malspaceman pixbet loginsi.

Entre o conservador e o progressista

What Do Men Want faz uma atípica costuraspaceman pixbet loginideias originadasspaceman pixbet logincampos ideológicos opostos.

A desaprovação ao feminismo atual pelos ataques a valores masculinos e a defesaspaceman pixbet loginum certo retorno à tradição representam uma posição que poderia ser associada à direita conservadora, enquanto a crítica à influência do capitalismospaceman pixbet loginhoje é uma visão quase sempre encontrada na esquerda.

Um exemplo do primeiro caso é aspaceman pixbet logindefesaspaceman pixbet loginque elementos masculinos que moldaramspaceman pixbet loginforma positiva a história da humanidade — como figura paterna que protege e o "homem responsável" — tendem a desaparecer e dar lugar apenas a uma sociedade competitiva e homogeneizada entre os sexos que "serve muito bem o capitalismo consumista".

Celulares com appsspaceman pixbet loginnamoro

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A filósofa ataca a lógica dos appsspaceman pixbet loginnamoro

"Nas sociedades industriais modernas, a diferença sexual é completamente achatada. Nós nos tornamos esse tipospaceman pixbet loginser homogêneo", afirma.

Até os appsspaceman pixbet loginnamoro incentivam essa rivalidade, diz. "Todo o mistério e a beleza sãospaceman pixbet loginalguma forma erradicados neste mundo tecnocrático e homogeneizante, no qual somos forçados a competir uns com os outros economicamente, socialmente, politicamente e assim por diante. Isso tira a poesia das coisas."

Power também ataca o que chamaspaceman pixbet loginhipersexualização do mundo atual depois da revolução sexual dos anos 1960 e afirma que a repressão tem seu papel.

"E acho que uma cultura tão permeada pela sexualidade não é uma cultura livre, na verdade. É uma cultura que está subordinada aos seus instintos. A liberdade do consumidor, a liberdade do indivíduospaceman pixbet loginescolher, é na verdade uma liberdade muito, muito solitária."

"Desde os anos 1960 vivemosspaceman pixbet loginuma atmosferaspaceman pixbet loginque o desejo é supostamente bom. Mas é óbvio que nem todos os desejos são iguais. Alguns desejos são extremamente perigosos", diz.

"Claro que soa uma provocação dizer que repressão é algo bom. Mas é apenas uma descrição prática do que as pessoas têm que fazer para viverspaceman pixbet loginuma maneira que não seja prejudicial a nós mesmos e aos outros."

Obra criticada

Nem todos receberam bem a propostaspaceman pixbet loginsua obra. O jornal inglês The Guardian afirmou que o seu "chamado pela compaixão" foi na "direção do reacionário" enquanto a revista norte-americana The New Yorker disse que o livro declara rápido demais que foi cumprida a missão masculinaspaceman pixbet loginreformar as estruturasspaceman pixbet loginopressão e o fim das desigualdades entre os sexos.

Há também críticas, principalmente nas redes sociais,spaceman pixbet loginque ela faria uma defesa da "cisnormatividade" (o conceitospaceman pixbet loginque, se uma pessoa nasce com vagina, é mulher, e com pênis, homem) e se encaixaria no termo TERF (siglaspaceman pixbet logininglês que significa feminista radical trans-excludente, que rejeita a ideiaspaceman pixbet loginque mulheres trans são mulheres).

"Não tem nada a ver com a crítica a indivíduos [transsexuais]. Ninguém está sugerindo que uma pessoa possa ter negados direitos que pertencem a todos os seres humanos", afirma.

Na visãospaceman pixbet loginPower, há uma banalizaçãospaceman pixbet logincirurgiasspaceman pixbet logintransiçãospaceman pixbet loginsexo, especialmente no casospaceman pixbet loginadolescentes.

"Há pessoas que estão apenas pedindo cautela e dizendo, olhe, espere um minuto, vá mais devagar."

Power diz não acreditar na ideiaspaceman pixbet loginabolição do sexo, mas que "podemos estarspaceman pixbet loginum mundo que aceita mais os diferentes traçosspaceman pixbet logincaráter e comportamentos".

Além do ideal romântico

Casal faz sessãospaceman pixbet loginfotos pré-casamentospaceman pixbet loginLondres

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, 'Acho que quando você tem um ideal romântico há muita pressão sobre a expectativaspaceman pixbet loginque uma pessoa pode ser a solução para cada umspaceman pixbet loginseus problemas', diz Power

Para restaurar pontes entre mulheres e homens, Power propõe — inspirada emspaceman pixbet loginmaior referência, o teólogo e crítico social austríaco Ivan Illich, e também na Grécia Antiga — uma atmosfera lúdica e relaxada,spaceman pixbet loginbrincadeira ("playfulness", no original), que se perdeu na sociedade moderna da escassezspaceman pixbet logintempo e do privilégio à interação online.

"Um dos problemas é que as pessoas não estão falando o suficiente umas com as outras cara a cara, e há um desejo humanospaceman pixbet loginque exista um bode expiatório, algo que tem vazão mais fácil pela internet. É uma necessidade antropológica muito profunda."

A filósofa acredita que esses contatos podem ir além da busca pelo par romântico perfeito e da ideiaspaceman pixbet loginque todos os encontros entre mulheres e homens sempre têm algum fim sexual.

"Não defendo acabar totalmente com a ideiaspaceman pixbet loginromance. O que estou tentando dizer é que há toda uma variedadespaceman pixbet logininterações possíveis, e a nossa cultura reforça modelos muito restritos centrados no parceiro romântico ou que envolva algum tipospaceman pixbet loginstatus baseadospaceman pixbet loginrelacionamentos. Isso não encoraja uma atmosfera mais relaxada entre os sexos opostos", diz ela.

Escreve Powerspaceman pixbet loginWhat Do Men Want: "Relacionamentos entre homens e mulheres podem ter flerte, podem ser divertidos, amigáveis, feitosspaceman pixbet loginatenção, compaixão, compreensão, serem mutuamente desconcertantes e por aí vai. Eu acho que devemos tentar abrir espaço para um tipospaceman pixbet loginbrincadeira infinita que é também séria — que leva a sério o atospaceman pixbet loginbrincar".

- Este texto foi publicadospaceman pixbet loginhttp://vesser.net/geral-63294627

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