Por que dar gorjeta é quase obrigatório nos EUA:roletinha grátis
E, caso algum cliente ainda não conheça essa etiqueta, a conta costumar vir com um lembrete ("gorjeta sugerida: 18%, 20% ou 22%)". Alguns estabelecimentos chegam a acrescentar a "taxaroletinha grátisserviço", dando ao cliente a opçãoroletinha grátisaumentarroletinha grátiscontribuição.
A história
Muitos estrangeiros hesitam ou se irritam ao dar gorjetas nos EUA. A origem da cultura americanaroletinha grátis"tip" vemroletinha grátisfora do país.
"Se um homem com seu cavalo se hospedaroletinha grátisuma pousada, alémroletinha grátispagar a conta, ele deve dar pelo menos um shilling (moeda inglesa) ao garçom e seis pence à empregada, ao noivo e ao engraxate, o que equivale a meia coroa."
Este texto escrito na Inglaterraroletinha grátis1795 por um jornalista anônimo é citado no livro Tipping: An American History of Social Gratuities (Gorjeta: Uma História Americanaroletinha grátisGorjetas Sociais,roletinha grátistradução livre)roletinha grátisKerry Segrave.
O historiador diz que nos EUA não havia práticaroletinha grátisse dar gorjetas pelo menos até 1840.
O viajante inglês John Fowler visitou uma cidade do Estadoroletinha grátisNova Yorkroletinha grátis1830, onde registrou a seguinte despesa: "total, 81 centavos; garçom 0, empregada e botas, idem; e cortesia e agradecimento pelo tratamento. Algo semelhante seria visto na Inglaterra? Levará algum tempo até que isso vire um costume por lá."
Fowler, um famoso engenheiro ferroviário, acreditava que a eliminação das gorjetas seria uma tendência exportada dos EUA para a Europa. Mas aconteceu justamente o contrário.
A cultura das gorjetas decolou nos EUA no final do século 19 e início do século 20, quando os americanos importaram esse costume da Europa, onde era mais comum, explica para a BBC News Mundo o doutorroletinha grátispsicologia social William Michael Lynn, autorroletinha grátismaisroletinha grátis70 publicações sobre este fenômeno.
Assim, uma vocação elitista motivou os primeiros americanos a dar gorjetaroletinha grátisseu próprio país, imitando os costumes da aristocracia europeia.
No entanto, enquanto no Velho Continente o hábito não se consolidouroletinha grátistodos os estratos sociais, do outro lado do Atlântico ele pegou. Por quê?
'Não vamos te pagar'
A emancipação dos escravos nos EUA no final do século 19 teve um papel fundamental, diz Saru Jayaraman, ativista dos direitos trabalhistas e presidente da organização One Fair Wage.
"Restaurantes e empresasroletinha grátishospitalidade queriam continuar a ter mãoroletinha grátisobra negra gratuita, então adotaram essa cultura da Europa e transformaram a gorjetaroletinha grátisum incentivo extra do salário. Então eles falaram para os negros: nós vamos te contratar, não vamos te pagar, mas você pode receber gorjetas", explica ela à BBC News Mundo.
Ao longo do século 20, a cultura da "gorjeta" se estabeleceu nos EUA, mas não sem resistências — seis Estados aboliram temporariamente essa práticaroletinha grátis1915, opositores proeminentes como o ex-presidente William Howard Taft surgiram e grupos anti-gorjeta foram formados — até queroletinha grátis1966 a gorjeta foi definitivamente consolidada quando o Congresso promulgou a cláusula "Tip Credit".
Esse sistema permite que empresários do setorroletinha grátisserviços paguem a determinados funcionários um salário inferior ao salário mínimo, supondo que isso será complementado pela generosidade dos clientes.
Assim, hoje nos EUA o salário mínimo para trabalhadores que recebem gorjetas éroletinha grátisUS$ 2,13 (quase R$ 11) por hora.
No entanto, apenas Porto Rico e 15 dos 52 Estados mantêm o salário mínimo federal. No resto do país, ele é maior e variaroletinha grátisUS$ 2,33 (R$ 12)roletinha grátisWisconsin ou US$ 6,60 (R$ 34)roletinha grátisIllinois a US$ 12,50 (R$ 64)roletinha grátisNova York e US$ 13 (R$ 67) na Califórnia.
'Sou bonita e me deixam mais gorjetas'
"Basicamente vivoroletinha grátisgorjetas", diz Diana, 30, que trabalha como garçoneteroletinha grátisum restaurante peruanoroletinha grátisMiami.
Seu salário éroletinha grátisUS$ 6,98 (R$ 36) por hora, o mínimo legal na Flórida, que chega a uma médiaroletinha grátiscercaroletinha grátisUS$ 1,2 mil (R$ 6,1 mil) por mês.
No entanto, contando as gorjetas,roletinha grátisrenda mensal passaroletinha grátisUS$ 4 mil (R$ 20 mil) brutos. "O que me pagam por hora mal dá para cobrir os impostos", diz ela à BBC News Mundo.
Com seu trabalho como garçonete, Diana pagou seus estudos universitários, ajudouroletinha grátisfamília e até poupou um pouco.
E se as gorjetas são boas para os trabalhadoresroletinha grátisrestaurantes, na vida noturna elas são ainda maiores.
"Na minha experiência,roletinha grátisuma noite você pode ganhar entre US$ 300 e US$ 1 mil (R$ 1,5 mil e R$ 5 mil). Depende do tiporoletinha grátisfesta e do ambiente, se você presta um bom serviço e se você é bonito. Eu sou bonita e noto que me dão mais gorjetas", explica Silvia, uma chef cubanaroletinha grátis36 anos que trabalha no barroletinha grátisboates e festas particularesroletinha grátisMiami.
'Homens brancos recebem mais gorjetas'
A relação entre gorjetas e aparência física, gênero ou raçaroletinha grátisquem as recebe tem sido objetoroletinha grátisestudo e também motivoroletinha grátispolêmica.
Um relatório da consultoria IPUS CPS publicado na revista especializada Eater indicou que entre 2010 e 2016 os funcionários brancos nos EUA ganharamroletinha grátismédia US$ 7,06 (R$ 36)roletinha grátisgorjetas por hora, ante US$ 6,08 (R$ 31) para os latinos, US$ 5,57 (R$ 28) para os negros e US$ 4,77 (R$ 24) para asiáticos.
Além disso, garçons brancos, pouco mais da metade do total, responderam por 78% dos empregosroletinha grátisrestaurantesroletinha grátisalta gastronomia, onde as gorjetas são maiores.
De acordo com um estudo mais recente, realizado pela One Fair Wageroletinha grátisNova Yorkroletinha grátis2020, garçons brancos ganham US$ 5 (R$ 25) a mais por hora do que garçonetes negras.
"Homens brancos sempre recebem mais gorjetas devido ao preconceito implícito dos trabalhadores americanos", diz a presidente da ONG.
Jayaraman diz que a One Fair Wage não pede a abolição das gorjetas, mas leis que igualam o salário mínimoroletinha grátistodos os trabalhadores, considerando que a dependênciaroletinha grátisgorjetas coloca os empregados — principalmente mulheres e minorias —roletinha grátisuma posição mais frágil.
"Se você vive quase inteiramenteroletinha grátissuas gorjetas, você é muito vulnerável ao preconceito e ao assédio do cliente. É por isso que nossa indústria tem as maiores taxasroletinha grátisassédio sexual nos EUA, juntamente com enormes disparidades entre mulheres, pessoasroletinha grátiscor e homens brancos que recebem gorjetas", denuncia.
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