O abandonook betsmassa das salasok betsaulas por professores na Venezuela:ok bets

Docentes protestam por aumento salarial

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Professores protestam por aumento salarial na Venezuela

"Tenho que fazer outras coisas durante o dia para complementar minha renda", conta à BBC News Mundo, serviçook betsnotíciasok betsespanhol da BBC.

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Requisitos do sistema

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  • Processador: Intel Core2 Duo E6600 ou AMD Athlon 64 X1 6400
  • Memória RAM: 6 GB
  • Placa ok bets {sp}: NVIDIA GeForce 8600 GT ou ATI Radeon X1950 Pro
  • Sistema operacional: Windows Vista (ou superior)

Se você atende as es requisitos, está pronto para jogar Call of Duty: Modern Warfare 2 ok bets {k0} seu computador.

Encerrado Conclusão

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Fim do Matérias recomendadas

Como também é professoraok betslínguas, dá aulas particularesok betsfrancês para ganhar um dinheiro extra. Mas também vende almoços, cachorros-quentes e pães recheados com presunto durante o Natal, alémok betschicha, uma bebida típica da América Latina feita a partir da fermentaçãook betsgrãos ou frutas.

"Aceito qualquer encomenda, qualquer coisa, sempre estou buscando algo diferente para fazer."

Seu caso não é único. O baixo salário e as péssimas condiçõesok betstrabalho estão fazendo com que cada vez mais professores na Venezuela abandonem a profissão.

Cercaok bets200 mil professores venezuelanos deixaram as salasok betsaula nos últimos anos, segundo estimativasok betsassociações sindicais. Alguns se juntaram aos que emigraram do país, outros mudaramok betsprofissão.

Sem incentivos, isso está causando um esvaziamento das escolas. E, no lado mais vulnerável, estão os alunos, que viram suas horasok betsaula reduzidas, às vezes ministradas por pessoas que nem sequer estão qualificadas para isso.

Sem aumento salarial

Belkis começou a procurar outras formasok betsganhar dinheiro fora da docênciaok bets2019, quando deixouok betsver "a manteiga no pão".

"Eu não vou mais lá [para a escola]. Dando aulas particulares me saio melhor. Só indo todos os diasok betsônibus até lá,ok betsuma semana gasto o salário quinzenal", diz.

Já lhe propuseram dar aulas no ensino médio, mas o panorama é o mesmo que no ensino fundamental. O salário médiook betsum professor na Venezuela éok betsUS$ 21,57 por mês (cercaok betsR$ 107), segundo o relatório do Centrook betsDocumentação e Análise Social da Federação Venezuelanaok betsProfessores (Cendas-FVM).

Em janeiro, a cesta básica familiar estavaok betsUS$ 535,63 (aproximadamente R$ 2.678),ok betsacordo com a mesma instituição. Um professor precisaok betsquase 25 salários por mês para cobri-la.

salaok betsaula vazia

Crédito, Getty Images

O último ajuste salarial do governook betsNicolás Maduro foiok betsmarçook bets2022 e o salário base dos funcionários públicos é desde entãook bets130 bolívares por mês, o que equivale a cercaok betsUS$ 3,6 (R$ 18).

Em janeiro passado, Maduro anunciou o aumento do chamado "bônusok betsguerra econômica" e do ticketok betsalimentação para o equivalente a US$ 100 por mês (R$ 500).

No entanto, nem todos recebem esse bônus. Para isso, é necessário ter o "carnê da pátria", que é obtido ao se registrar no "Sistema Pátria", uma entidade que, segundo setores críticos ao chavismo, é um mecanismook betscontrole da população.

De professora a mototaxista

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Às vezes, Belkis considera deixar o ensino, mas ela diz que continua por vocação, "para não perder o contato com as crianças".

Ao seu redor, muitos professores abandonaram as salasok betsaula.

"Conheço professores que são mototaxistas, que fizeram cursosok betsgerenciamentook betsredes sociais, professoras que trabalham fazendo sobrancelhas, colocando cílios... Outros que fizeram um cursook betsmassagem redutora e terapêutica, professoresok betsginástica que foram para academias. Eles estãook betsatividades mais lucrativas do que dar aulasok betsuma escola", explica.

Yasser Lenin Sierra é um dos que ingressaram no sistema públicook betseducação e agora trabalham, entre outras coisas, como mototaxistas.

"A moeda não vale nada e a necessidade obriga. Com um horáriook betstrabalhook bets40 horas por semana e 12 turmas para dar aulas, eu ganhava cercaok betsUS$ 5 por quinzena, e com o cestaticket [um vale alimentação] entre US$ 20 e US$ 25", conta Sierra à BBC Mundo.

Este professorok betseducação física diz queok betsuma corrida longaok betsmoto,ok betsSan Joséok betsCotiza, no oesteok betsCaracas, até Petare, no leste, pode ganhar entre US$ 8 e US$ 10.

"O dobro do que ganhava dando aulaok betsapenas uma corrida. Quando vou ao banco e saco dinheiro para comprar comida, dói. E eu tenho que comer, tenho que ter energia para dar aula, devo vestir roupas adequadas para trabalhar confortavelmente e sem me lesionar", afirma.

Belkis Bolívarok betsum protesto

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Belkis Bolívar está considerando deixar o ensino devido aos baixos salários

Além da moto, ele dá 4 horasok betsaulaok betsuma escola particular, que pagaok betsdólares, e faz "o que aparecer".

"Em um bom mês, no total, consigo fazer cercaok betsUS$ 200 a US$ 330. Entre quatro adultos, conseguimos cobrir os gastos da família", explica.

Outros, como Belkis e Yasser contam, decidiram não apenas sair das salasok betsaula, mas deixar a Venezuelaok betsbuscaok betsum futuro melhor.

Eles se juntam à lista dos 7,7 milhõesok betspessoas que saíramok betsum país que continuaok betsuma profunda crise econômica e política.

Para conhecer o pontook betsvista das autoridades sobre a grave crise do setor educacional na Venezuela, a BBC News Mundo entrouok betscontato com o Ministério da Educação do país para entrevistar algumok betsseus representantes, mas o pedido não foi atendido.

A opção privada

Em 2017, Tulio Ramírez era um dos que estava fazendo as malas para sair do país.

Seu currículo era extenso: sociólogo, advogado com mestradook betsFormaçãook betsRecursos Humanos, doutorok betsEducação, pós-doutoradook betsFilosofia e Ciências da Educação, com 38 anosok betsexperiência como professor universitário.

Ele lecionavaok betsduas universidades públicas, mas seu salário não ultrapassava US$ 30 por mês. "Eu nem conseguia ir trabalhar porque não tinha como abastecer o carro com gasolina", relata.

Ele nos conta issook betsCaracas porque, no último momento, recebeu um convite da Universidade Católica Andrés Bello (Ucab), uma instituição privada que lhe ofereceu um saláriook betsdólares.

"Quando ouvi o valor, comecei a desfazer minhas malas."

A oferta naquele momento era muito boa. Sete anos depois, com a inflação e o aumento do custook betsvida na Venezuela, o valorok betsUS$ 1.100 é "bastante decente", mas menor se comparado com outros colegas na América Latina.

"Com minha experiência, títulos e classificação, os professores universitários na região ganhamok betstornook betsUS$ 4.000 a US$ 5.000", diz.

No Chile, o saláriook betsum professor pode variar entre US$ 3.000 e US$ 4.500. Na Colômbia, estáok betstornook betsUS$ 2.300 e no Equador, cercaok betsUS$ 2.000, dependendo do cargo e da antiguidade.

Ainda assim, Tulio sabe que é privilegiado. Ele está entre a minoriaok betseducadores que ainda se dedica ao ensino na rede privada,ok betsforma exclusiva e com um pouco maisok betsdinheiro no bolso.

Na Venezuela,ok betscada dez instituiçõesok betsensino, 8 são públicas.

Tulio Ramírez.

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Tulio Ramírez esteve prestes a deixar o país porque o salário como professor universitário não era suficiente para ele

A educação com "os 5 menos"

Ramírez também é presidente da ONG Assembleiaok betsEducação e vê com preocupação a situação atual.

"Temos a educação dos 5 menos: menos professores, menos estudantes, menos investimento na educação pública, menos geraçãook betsreposição e menos qualidade na educação. Ela está se deteriorando e não há manutenção", explica.

Ele relata que a Universidade Pedagógica Experimental Libertador (Upel), a principal instituição dedicada à formaçãook betsprofessores, tinha 106 mil estudantesok bets2010. Em 2022, eram apenas 43 mil.

"A educação não é atrativa para nenhum estudante do ensino médio. Para preencher as vagas, levaríamos cercaok bets25 anos, e dependemos desses graduados. A situação é extremamente grave", destaca.

A Ucab realizou um estudo sobre o estado da educação no país e Carlos Calatrava, diretor da Escolaok betsEducação deste centro, nos diz que o mínimo necessário agora são cercaok bets256 mil professores.

"Você se perguntará quem cobre isso, quem está nas salasok betsaula", questiona Ramírez por videochamada.

"Os jovens que trabalhavam no programa 'Emprego Juvenil', por exemplo. Ou pais e mães voluntários que sabem algo sobre uma determinada matéria que possam dominar. É assim que estamos indo", responde.

Em outubrook bets2021, o Ministério da Educação anunciou a incorporaçãook betspelo menos 1.700 jovens do ensino médio do Programa Emprego Juvenil, que oferece empregosok betsposiçõesok betsprofessores.

Carlos Calatrava enfatiza o mesmo: "São pessoas sem formaçãook betseducação. Alguns o fazem como parte do trabalho social que deve ser feito no ensino médio e ensinam crianças do ensino fundamental. Não estou dizendo que isso seja errado, mas pelo menos deveria haver um professor adulto para orientar".

Nicolás Maduro

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Maduro anunciou o aumento do 'bônusok betsguerra econômica', mas não do salário mínimo

Deixado para trás na listaok betsespera

A outra face dessa situação são as carências enfrentadas pelas crianças, desde o ensino fundamental até o ensino médio e até mesmo nas universidades.

Com a faltaok betsprofessores nas instituições educacionais, há anos foi adotada a medidaok betsos alunos irem para a escola um dia e meio ou dois dias por semana para condensar todas as aulas e disciplinas da semana.

Isso é conhecido como "horário mosaico" e ocorreok betstodos os níveis educacionais, inclusive com o pessoalok betsmanutenção e administrativo.

"Nessas condições, como você constrói conhecimento? Como você mantém uma universidade com certa vida acadêmica se não há funcionários, trabalhadores? E você não pode obrigá-los a ir porque não há como, porque os saláriosok betstodo o pessoal não são suficientes", reclama Tulio Ramírez.

Professoraok betsuma salaok betsaula improvisada emok betscasa

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Alguns optaram por montar uma salaok betsaulaok betssuas próprias casas para obter dinheiro extra

A Venezuela não faz parteok betsprogramasok betsavaliação internacional como o relatório Pisa (Programa Internacionalok betsAvaliaçãook betsEstudantes). Mas também não realiza medições internas oficiais para avaliar o nível educacional eok betsevolução.

"Me deparo com alunosok betsComunicação que não sabem escrever ou médicos que nunca viram um cadáver e, ainda assim, são médicos. Isso é perigoso", afirma Ramírez.

A Ucab conduziu vários estudos para avaliar as habilidades acadêmicas dos alunos e, segundo Carlos Calatrava, "a cada ano elas estão diminuindo".

"Pode parecer feio dizer isso, mas na Venezuela temos uma qualidadeok betseducação baixa, nula ou regular. Nem sequer alcançamos o mínimo, dez pontosok bets20".

Eles também observaram uma tendência. Antes existia uma diferença entre a educação pública e privada, sendo esta últimaok betsum nível mais elevado. "Essa diferença não existe mais, há uma igualdade na queda", destaca Calatrava.

Sem motivação e sem merenda

O outro problema dos que realmente frequentam as aulas não se resume apenas à faltaok betsconhecimentos acadêmicos, reconhece Calatrava.

"Há uma geração que não entende completamente, que não sabe como lidar emocionalmente com situações como quando um colega, sem querer, os empurra. Há um forte componente socioemocional,ok betssocialização, que está se perdendo com o horário fragmentado."

Calatrava observa ainda que há crianças excluídas do sistema "seja pela severidade da crise que estamos enfrentando, ou porque, devido à crise, essas crianças e adolescentes precisam ser incorporados ao trabalho o mais rápido possível".

Em 2022, estimava-se que havia 1,5 milhãook betscrianças fora da escola,ok betsacordo com a Pesquisa Nacional sobre Condiçõesok betsVida 2022 (Encovi) da Ucab.

Hoje, esse número pode chegar a cercaok bets3 milhões, estima Calatrava.

protesto na Venezuela

Crédito, Getty Images

"Essas crianças estão presas no ciclo vicioso da pobreza, não conseguem ter acesso à educação, se tornam pais cedo e esse ciclo se repete", observa.

"Estamos jogando com o futuro do país", afirma.

Dentre essas crianças que estão fora da escola, algumas entraram no sistema, mas acabaram desistindo.

"O fatook betsvocê ir para a aula e não encontrar seu professor, aquele que você conhecia, porque ele renunciou ou saiu do país, e ninguém te atender... Isso desmotiva. Há muita evasão escolar", relata Belkis Bolívar.

Além da faltaok betsmotivação, ela destaca as dificuldades econômicas enfrentadas por cada família. Belkis lembraok betsquando trabalhavaok betsuma escolaok betsuma área muito pobreok betsAntímano, a oesteok betsCaracas.

Ela diz que poucas crianças não conseguiam trazer lanche, "mas sempre levava quatro arepas [bolinhos achatado feitook betsfarinhaok betsmiho] prontas e dava para quem não trouxe".

"Agora as crianças estão dormindo na salaok betsaula e não é por preguiça, é por fome. Elas desmaiam, estão desnutridas... E o salário do professor já não é suficiente para fornecer lanches para eles".