A vida secretacasas de apostas com bônus free betquem é LGBT na Coreia do Norte:casas de apostas com bônus free bet

Soldados norte-coreanos treinando na Praça Kim Il-sungcasas de apostas com bônus free betPyongyang, na Coreia do Norte

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Minorias sexuais levam uma vida oprimida e infeliz na Coreia do Norte, muitas vezes sem entender o motivo

A BBC conversou com desertores a respeitocasas de apostas com bônus free betmembroscasas de apostas com bônus free betminorias sexuais para saber como são suas vidas no país.

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Primeiro desertor assumidamente gay

Jang Yeong-jin
Legenda da foto, Jang Yeong-jin decidiu deixar a Coreia do Norte para escaparcasas de apostas com bônus free betum casamento

Jang Yeong-jin, um romancistacasas de apostas com bônus free bet60 anos, se estabeleceu na Coreia do Sul no fim da décadacasas de apostas com bônus free bet1990, após fugir da Coreia do Norte para escaparcasas de apostas com bônus free betum casamento penoso.

Primeiramente, ele atravessou a fronteira para a China, na esperançacasas de apostas com bônus free betencontrar uma rota para a Coreia do Sul.

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No entanto, como não deu certo, acabou voltando para a Coreia do Norte. Ele decidiu então pegar a arriscada rota pela fronteira, rastejando pela Zona Desmilitarizada (DMZ, na siglacasas de apostas com bônus free betinglês) repletacasas de apostas com bônus free betminas que divide os dois países, para finalmente chegar à Coreia do Sul.

Ele diz que foi "forçado a sair do armário" como gay após conceder uma entrevista à imprensa estrangeira, que foi posteriormente reproduzida pela mídia local da Coreia do Sul.

Yeong-jin não se deu contacasas de apostas com bônus free betque a entrevista seria publicada lá (na décadacasas de apostas com bônus free bet1990, numa época sem internet e tendo acabadocasas de apostas com bônus free betchegar da Coreia do Norte, ele não sabia que o conteúdocasas de apostas com bônus free betuma entrevista para um meiocasas de apostas com bônus free betcomunicação estrangeiro poderia ser amplamente compartilhadocasas de apostas com bônus free betoutros lugares).

Ao chegar à Coreia do Sul, ele se deparou com uma revista que abriu seus olhos para a possibilidadecasas de apostas com bônus free betque "homens podiam amar homens". A partir daquele momento, seu mundo mudou. O homem que outrora sofria com uma vida infeliz não existia mais.

Ele diz que, se tivesse reconhecidocasas de apostas com bônus free betidentidade sexual antes, poderia ter vivido com mais satisfação ao lado dacasas de apostas com bônus free betfamília na Coreia do Norte.

Ilustração mostrando Jang Yeong-jin e a mulher deitados virados para lados opostos da cama
Legenda da foto, Yeong-jin conta que não entendia por que odiava tanto a esposa quando estava na Coreia do Norte

Yeong-jin havia sido forçado a se casar na Coreia do Norte — ele se sentia sufocado, sobrecarregado e infeliz, mas não entendia o motivo.

Percebeu que tentava evitar ficar ao lado da esposa. E chegou a ir ao hospital com o sogro para ver se conseguia tratamento, mas disseram que não conseguiam encontrar nenhuma causa ou motivo paracasas de apostas com bônus free betangústia.

"Um dia, minha esposa chorou e me disse: 'Eu ia bem nos estudos e trabalhava duro, não entendo como acabei neste sofrimento depoiscasas de apostas com bônus free betconhecer um marido como você'. Naquele momento, tomei minha decisão. Percebi que precisava libertar aquela mulher. Fui à Corte Popular para pedir o divórcio, mas só consegui ser repreendido. Disseram que o divórcio era absolutamente impossível."

Quando era criança, Yeong-jin nutria um sentimentocasas de apostas com bônus free betsegredo por Seon-chul, um amigocasas de apostas com bônus free betinfância alto e bonito o suficiente para ser aceito na Universidadecasas de apostas com bônus free betArtes Dramáticas e Cinematográficascasas de apostas com bônus free betPyongyang.

A lembrança do casamentocasas de apostas com bônus free betSeon-chul é particularmente dolorosa. Ele se lembracasas de apostas com bônus free betestar do ladocasas de apostas com bônus free betfora da casa dele no dia da cerimônia e chorar copiosamente enquanto a neve caía, sem saber por que estava tão irritado e chateado.

Mais tarde, depois que ambos haviam se casado, Seon-chul visitou Yeong-jin, e passou a noite na casa dele. Yeong-jin ficou a noite toda acordado com o coração acelerado, sem conseguir dormir porque queria estar no mesmo quarto que Seon-chul.

Durante o serviço militar, a aparência delicadacasas de apostas com bônus free betYeong-jin fez dele o favorito dos seus superiores. No frio do inverno, eles competiam para se aconchegar ao lado dele, às vezes beijando-o e esfregando o rosto no dele. Algumas vezes, as mãos deles entravam nas suas calças.

Yeong-jin frequentemente corria até seu lídercasas de apostas com bônus free betpelotão, que era gentil e carismático, para ser abraçado. Ele explica que esse tipocasas de apostas com bônus free betcoisa era considerada totalmente natural nas Forças Armadas norte-coreanas, enfatizando que foi essa "camaradagem revolucionária" que possibilitou que jovens soldados suportassem as duras condições da vida militar durante dez anos.

'Camaradagem revolucionária'

Lee Seong-hyuk, que serviu nas Forças Armadascasas de apostas com bônus free betPyongyang nos anos 2010 e desertou mais tarde quando estava trabalhando no exterior, diz que os homens adultos na Coreia do Norte costumam dar as mãos e caminhar juntos.

Como a homossexualidade não é reconhecida pelo Estado, essas demonstraçõescasas de apostas com bônus free betafeto entre homens são aceitas como "camaradagem revolucionária", explica.

"Na nossa unidade, por exemplo, 120 pessoas viviam juntas, e todos nós dormíamos lado a lado, completamente nus, nos abraçando e nos esfregando uns nos outros. Quando chegavam recrutas mais novos e fofos, nós os abraçávamos, colocávamos os braçoscasas de apostas com bônus free betvolta dos seus ombros e roçávamos neles. Como não havia mulheres, se chegasse um jovem bonito, nós tratávamos ele como se fosse uma mulher para aliviar nossos impulsos."

"Mas não se tratacasas de apostas com bônus free better uma identidade sexual 'estranha'; é apenas o resultadocasas de apostas com bônus free better passado dez anos num lugar sem mulheres. Isso não significa que essa pessoa gostecasas de apostas com bônus free betoutros homens. Então não acho nada estranho."

"No Exército, você inevitavelmente compartilha seu corpo com todo mundo. Você estácasas de apostas com bônus free betuma situaçãocasas de apostas com bônus free betque dácasas de apostas com bônus free betcarne e sangue pelo outro — então, se vocês são realmente próximos, não há aversão a isso."

"Tentar entender a Coreia do Norte com uma mentalidade sul-coreana é impossível. Você precisa ver a Coreia do Norte pelas suas próprias lentes para compreendê-la plenamente. Não existe o conceitocasas de apostas com bônus free bethomossexualidade na Coreia do Norte — não faz parte do senso comum. Eles [norte-coreanos] simplesmente pensam que alguém tem uma "doença" ou é "impotente". Essas pessoas podem existir, mas acredito que muito poucos norte-coreanos se reconhecem como tal."

"Há hospitais psiquiátricos, mas os psiquiatras descartam completamente essas questões. É algo que absolutamente não pode existir e, se for descoberto, eles [as minorias sexuais] acabariam imediatamente na prisão por 'outras' acusações, porque as próprias autoridades norte-coreanas consideram isso inconcebível."

'Fingindo ser homem'

Ilustraçãocasas de apostas com bônus free betduas mulheres se beijando, e uma mulher testemunhando a situação do ladocasas de apostas com bônus free betfora por uma janela
Legenda da foto, O escopo para o reconhecimento da diversidade na Coreia do Norte parece extremamente limitado

Park Soon-ja, uma desertora na casa dos 50 anos, se lembracasas de apostas com bônus free better uma amigacasas de apostas com bônus free betinfância chamada Kim, que teve dificuldadecasas de apostas com bônus free betse enquadrar às convenções sociaiscasas de apostas com bônus free betum vilarejo na fronteira entre a Coreia do Norte e a China na décadacasas de apostas com bônus free bet1980.

Aos 24 anos, Kim conheceu uma mulher nipo-coreana, oito anos mais velha e divorciada. Uma vizinha viu as duas nuas abraçadascasas de apostas com bônus free betum quarto. Chocada, ela correu para contar o que havia testemunhado à chefe do Comitê Popular.

"Quando ouviu a história, a chefe do Comitê Popular [outra mulher] não acreditou, e disse a ela para não inventar mentiras desse tipo. Mas essa mulher a levou até a casa. Ao ver as duas mulheres juntas, ela ficou horrorizada e decidiu denunciar. Ambas foram detidas pelo Departamentocasas de apostas com bônus free betSegurança do Estado, e posteriormente libertadas."

"Quando Kim estava com 25 anos, ela visitou nossa casa, e disse que havia feito uma cirurgia nos seios. Quando perguntei por que, ela alegou que era por causacasas de apostas com bônus free betum tumor. Minha irmã levantou então a camisa dela para verificar, e perguntou: 'Por que você está fingindo ser homem?' Naquela época, nós apenas rimos."

"Quando a encontrei novamente, aos 45 anos,casas de apostas com bônus free betvoz estava tão grave que eu brinquei: 'Sua voz ficou curiosamente grave; foi por causa do cigarro?’ Ela respondeu com afirmações sem pé nem cabeça, insistindo que definitivamente havia nascido homem, mas quecasas de apostas com bônus free betmãe não havia conseguido reconhecercasas de apostas com bônus free betverdadeira identidade."

"Ela disse que quando nasceu, seus pais deveriam ter alterado cirurgicamentecasas de apostas com bônus free betgenitália, mas como não fizeram isso, ela acabou assim. Foi simplesmente bizarro."

Mudançacasas de apostas com bônus free betpercepção

Na Coreia do Norte, o escopo para o reconhecimento da diversidade parece extremamente limitado — e a vontadecasas de apostas com bônus free betexpressar desejos individuais é sistematicamente reprimida.

"Na Coreia do Norte, a homossexualidade é percebida como antissocial. É vista como um atocasas de apostas com bônus free betindivíduos corrompidos pelo capitalismo — ilegal e eticamente errada, e é por isso que é natural que a escondam", afirmou à BBC o psicólogo Jeon Joo Ram, professor da Universidadecasas de apostas com bônus free betSeul especializadocasas de apostas com bônus free betterapia para desertores norte-coreanos.

"Embora claramente existam comportamentos homossexuais, as discussões que abordam este tema como uma questãocasas de apostas com bônus free betidentidade ou como deveríamos entendê-lo não estão acontecendocasas de apostas com bônus free betforma alguma."

"Quando perguntei aos desertores, alguns responderam que teriam sido 'apedrejados até à morte'; e muitos estudantes ficaram incomodados ou rejeitaram abertamente o tema", acrescenta o professor.

Mas Shin Hee-Seok, analista jurídico do Transitional Justice Working Group, um grupocasas de apostas com bônus free betdireitos humanos com sedecasas de apostas com bônus free betSeul, destaca: "A discriminação ou opressão baseada na homossexualidade é, sem dúvida, uma violação dos direitos humanos, uma vez que é proibida pela legislação internacional dos direitos humanos".

Segundo ele, a Coreia do Norte tem a obrigaçãocasas de apostas com bônus free betcumprir os direitos humanos internacionais — e tal discriminação viola o direito internacional.

A Coreia do Norte é signatária do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, que inclui cláusulas contra a discriminação sem justa causa. Além disso, ao aderir às Nações Unidascasas de apostas com bônus free bet1991, a Coreia do Norte concordou implicitamentecasas de apostas com bônus free betcumprir a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Shin observa que o relatóriocasas de apostas com bônus free betdireitos humanos da Coreia do Norte publicado pelo Ministério da Unificação da Coreia do Sulcasas de apostas com bônus free bet2023 incluía apenas uma linha sobre execuções secretas, destacando a notícia que tinha vindo à tona anteriormente sobre um casal nipo-coreanocasas de apostas com bônus free betlésbicas que foi executado publicamentecasas de apostas com bônus free betChongjin, no norte do país.

"Nos casoscasas de apostas com bônus free betopressãocasas de apostas com bônus free betminorias sexuais na Coreia do Norte, muitas violações dos direitos humanos são perpetradas não apenas pelas autoridades, mas também por cidadãos comuns. Como resultado, muitos desertores que chegam à Coreia do Sul podem não ter consciência destas questões ou relutarcasas de apostas com bônus free betfalar sobre elas", ele acrescenta.

"A mudançacasas de apostas com bônus free betpercepção leva muito tempo, mas é necessário que haja um discurso mais proativo que levante continuamente a questãocasas de apostas com bônus free betpor que isso é um problemacasas de apostas com bônus free bettermoscasas de apostas com bônus free betdireitos humanos e por que tal opressão não deveria acontecer."

"Dadas as severas limitaçõescasas de apostas com bônus free betrelação à informação na Coreia do Norte, há necessidadecasas de apostas com bônus free betum melhor acesso à informação, ao seu acervo e organização", completa.

"A comunidade internacional precisa abordar estas questões com as autoridades norte-coreanas e exigir respostas."

casas de apostas com bônus free bet Ilustração: Kim Hyejin