Por que cientistas defendem livros didáticos7games ajudapapel :7games ajuda
Ao mesmo tempo, há pesquisadores que lamentam que questões igualmente importantes - como a qualidade dos livros - têm sido ofuscadas pela mera oposição entre papel e digital.
padrões 7games ajuda {k0} segurança do Google Play para desenvolvedores. Leia mais sobre saber
o mantemos seus dados seguros ou que aprender 🫰 com as práticasde Dados dos aplicativo
Entre os principais jogos para ganhar dinheiro 7games ajuda verdade, possvel citar:
Quais os melhores cassinos com rodadas grtis do Brasil?
Zombie Outbreak Arena é um incrível jogo 7games ajuda tiro com
zumbis 7games ajuda cima para baixo! Você está cercado pela escuridão 🍏 e apenas uma arma e sua
Fim do Matérias recomendadas
Tudo isso a BBC News Brasil conta a seguir.
A leitura7games ajudapapel
Alguns dados importantes nessa discussão vêm do Pisa, o principal exame internacional a comparar o aprendizado7games ajudavários países.
Uma tonelada7games ajudacocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês
Episódios
Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa
No ano passado, a entidade organizadora do exame, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), identificou que estudantes7games ajuda15 anos que tinham o hábito7games ajudalerem livros7games ajudapapel fizeram7games ajudamédia 49 pontos a mais na prova7games ajudaleitura do Pisa 2018,7games ajudacomparação com os jovens que raramente ou nunca liam livros.
Esses 49 pontos equivalem a mais ou menos 10% da pontuação média total dos países na prova7games ajudaleitura do Pisa.
Além disso, estudantes com o hábito7games ajudaler7games ajudapapel também costumavam demonstrar mais prazer com a leitura do que aqueles que liam textos digitais.
"Os resultados do Pisa confirmam que o acesso a capital cultural, como livros, é um forte preditor do desempenho dos estudantes", aponta a OCDE.
A leitura digital tem vantagens importantes, como poder rapidamente buscar fontes7games ajudainformação e checar dados. Mas uma preocupação dos cientistas é7games ajudaque, nas telas, nossa leitura seja mais superficial do que no papel - ou seja,7games ajudaque "passamos os olhos",7games ajudavez7games ajudaler7games ajudaverdade.
"As pesquisas dos últimos dez anos mostram que, se você medir a compreensão - o quantas pessoas se lembram do que leem -, ela é quase sempre melhor no texto impresso, especialmente para textos longos", diz à BBC News Brasil a pesquisadora Naomi S. Baron, professora emérita7games ajudaLinguística da American University7games ajudaWashington (EUA).
O texto impresso convida a uma leitura mais lenta e concentrada do que o texto7games ajudatela, que geralmente é ditado pelo ritmo das redes sociais e do multitasking, agrega Baron.
"Muito do que fazemos no mundo digital é veloz: olhar para um post no Facebook, uma foto no Instagram, os resultados7games ajudajogos7games ajudafutebol, e daí seguir adiante. Com o texto impresso, presumindo que você não vai estar checando o seu telefone, você tende a focar mais."
Leitura crítica e 'impaciência cognitiva'
A experiência sensorial do texto impresso -7games ajudamanusear e voltar ou avançar páginas manualmente - também parece favorecer a concentração, segundo Baron.
Nas suas pesquisas com jovens7games ajudaidade escolar, diz ela, "eles nos dizem que, se estão lendo uma história7games ajudaficção, conseguem ser muito mais absorvidos pela leitura (em papel) e se identificar com personagens".
Ponto semelhante já foi levantado pela neurocientista americana Maryanne Wolf, cujas pesquisas sugerem que a leitura superficial poderia prejudicar a capacidade humana7games ajudaentender argumentos complexos,7games ajudafazer análises críticas e até7games ajudacriar empatia por pontos7games ajudavista diferentes.
Em entrevista à BBC News Brasil7games ajuda2019, ela argumentou que nossa habilidade7games ajudaler e interpretar não é inata: depende7games ajudacircuitos cerebrais que levaram milhares7games ajudaanos para serem desenvolvidos até o ponto atual,7games ajudaque conseguimos processar argumentos, sutilezas, ironias e emoções expressos na forma7games ajudatexto.
"É isso o que me preocupa nos mais jovens: eles estão desenvolvendo uma impaciência cognitiva que não favorece (a leitura crítica)", disse na época Wolf, que é pesquisadora da Universidade da Califórnia7games ajudaLos Angeles e autora7games ajudaO Cérebro no Mundo Digital - Os desafios da leitura na nossa era.
"Deixamos7games ajudaestar profundamente engajados no que estamos lendo, o que torna menos provável que sejamos transportados para um entendimento real dos sentimentos e pensamentos7games ajudaoutra pessoa."
No âmbito da educação pública, um caso que tem sido observado por especialistas é o da Suécia, que a partir7games ajuda2015 investiu na digitalização7games ajudaseus materiais didáticos a partir da pré-escola, mas agora avalia ter ido "longe demais".
Em entrevista à imprensa local, a ministra7games ajudaEducação, Lotta Edholm, se queixou do excesso7games ajudatelas e7games ajudaos livros estarem mais ausentes da vida das crianças desde a digitalização.
"Agora, estamos fazendo o oposto: lançando nosso maior investimento7games ajudalivros didáticos. (...) Sabemos pelas pesquisas que há um entendimento mais profundo da leitura7games ajudalivros7games ajudacomparação com a leitura na tela", declarou.
Qualidade dos livros
Mas há questões importantes que se perdem quando o debate meramente coloca os dois meios7games ajudaleitura7games ajudacampos opostos,7games ajudavez7games ajudaidentificar qual o melhor contexto para cada um, diz à BBC News Brasil a professora Natalia Kucirkova, que pesquisa o tema na Universidade7games ajudaStavanger, na Noruega.
"É uma pena que por tanto tempo se persista nessa dicotomia7games ajuda'impresso versus digital', porque, na verdade, as tecnologias já estão integradas nas experiências do dia a dia", argumenta Kucirkova.
Ela defende que o foco seja direcionado à qualidade dos livros (impressos ou digitais) e como cada meio pode proporcionar uma experiência7games ajudaaprendizado e7games ajudaengajamento diferente.
Como exemplo, Kucirkova diz que tem experimentado com livros digitais sensoriais, que incorporem na leitura7games ajudatela a experiência tátil e olfativa que é tão valiosa na leitura7games ajudapapel.
Ela também defende livros digitais que não sejam meras cópias7games ajudaPDF7games ajudaseus pares impressos, mas sim agreguem personagens que interajam ou sejam controlados pelo jovem leitor.
O desafio, aí, é garantir que essa experiência interativa engaje a criança,7games ajudavez7games ajudadistraí-la da leitura, explica a pesquisadora. Mas, se esse obstáculo for superado, livros do tipo têm potencial7games ajudafavorecer a leitura7games ajudacontextos novos.
"Por exemplo,7games ajudaavós que possam compartilhar pelo Zoom o mesmo livro digital com netos que estejam distantes. (...) Já existe também uma biblioteca7games ajudalivros digitais criada para atender crianças ucranianas refugiadas, que foram separadas7games ajudaseus livros físicos", ela explica.
Além disso, Kucirkova diz que crianças que demonstram menos interesse pela leitura - os quais ela chama7games ajuda"leitores relutantes" - também podem ter a chance7games ajudaencontrar prazer nas histórias digitais.
Mas como esse debate se insere no Brasil, que ainda não equalizou o acesso nem à educação, nem à tecnologia?
Brasil e São Paulo
Em novembro7games ajuda2020,7games ajudaplena pandemia7games ajudacovid-19, o Unicef (braço da ONU para a infância) calculou que 5 milhões7games ajudacrianças brasileiras estavam sem acesso à educação, que naquele momento havia migrado para o ambiente digital.
Foi um retrocesso ao mesmo índice que o Brasil tinha 20 anos antes, no início dos anos 2000.
"A pandemia nos mostrou que temos uma enorme desigualdade7games ajudaacesso à internet7games ajudabanda larga e a equipamentos. Então causa estranhamento uma política pública sem que haja condições para que ela possa ser implementada", diz à BBC News Brasil Anna Helena Altenfelder, da organização educacional Cenpec,7games ajudareferência ao projeto proposto pelo governo7games ajudaSão Paulo para 2024.
O governo paulista quer usar apenas material didático próprio -7games ajudavez7games ajudalivros do Programa Nacional7games ajudaLivros Didáticos (PNLD), do Ministério da Educação - e migrar todo esse material para o ambiente digital, para alunos a partir do 6° ano.
O Ministério Público estadual abriu um inquérito civil para investigar um "potencial prejuízo à continuidade do processo educacional" e "eventual desperdício7games ajudarecursos públicos", já que os livros do PNLD foram adquiridos pelo governo federal - e produzir material próprio poderia implicar,7games ajudatese,7games ajudagastos adicionais ao Estado.
A Secretaria7games ajudaEducação paulista afirmou à Folha7games ajudaS. Paulo que pretende usar material próprio para manter a "coerência pedagógica" com o currículo escolar estadual.
Depois da repercussão do caso, o governador Tarcísio7games ajudaFreitas afirmou que houve falhas7games ajudacomunicação da decisão e agregou: "nós vamos encadernar (os livros didáticos) e entregar impresso, encadernado" para os alunos que assim quiserem.
Mesmo assim, Altenfelder acha que persistem dúvidas sobre a eficácia do projeto na rede estadual paulista.
"Muitas salas7games ajudaaula têm 40 alunos e televisões7games ajuda32 polegadas. Como os alunos vão enxergar (a exposição do material digital)? E o grande desafio é pensar na qualidade desse material, porque eles (São Paulo) estão abrindo mão7games ajudalivros didáticos do PNLD, que são produzidos a partir7games ajudaum edital, cuidadosamente elaborado7games ajudaum programa federal que tem mais7games ajuda30 anos e que tem qualidade."
Competências digitais
No mundo, um relatório da Unesco (braço da ONU para a educação e cultura) traçou um panorama da tecnologia nas escolas do mundo inteiro e aponta que o impacto desse uso no aprendizado ainda é dúbio.
E um dos motivos é justamente a dificuldade7games ajudaacesso: apesar7games ajuda91% dos países terem usados plataformas7games ajudaensino digital durante o fechamento das escolas por causa da covid-19, essas plataformas só alcançaram 25% dos alunos globais.
"A atenção excessiva à tecnologia geralmente tem um alto custo. Recursos despendidos7games ajudatecnologia,7games ajudavez7games ajudaem sala7games ajudaaula, professores e livros didáticos para crianças7games ajudapaíses7games ajudarenda baixa a média-baixa, que não têm acesso a esses recursos, provavelmente colocarão o mundo7games ajudauma posição ainda mais distante7games ajudaalcançar o objetivo mundial7games ajudaeducação (inclusiva, igualitária e7games ajudaqualidade)", aponta o relatório da Unesco.
Mesmo assim, o relatório destaca a importância da tecnologia7games ajudaum mundo cada vez mais digital: "As crianças podem aprender (sem a tecnologia). No entanto, a educação delas dificilmente será tão relevante sem a tecnologia".
Para Altenfelder, a chave é encontrar formas7games ajudacombinar as experiências analógicas e digitais, a depender das habilidades que precisem ser ensinadas.
"Sem dúvida nenhuma é papel da escola desenvolver as competências digitais7games ajudaque os alunos precisam. (...) O grande problema é ser exclusivamente digital e perdermos as habilidades7games ajudaleitura do impresso, que possibilitam uma reflexão maior", diz ela.
Para Naomi Baron, da American University, um ponto crucial é treinar as crianças a se concentrarem, reduzirem o ritmo e7games ajudafato submergirem na leitura. Feito isso, elas serão capaz7games ajudamigrar do papel ao digital (e vice-versa) com menos prejuízos.
"Precisamos ensinar tanto crianças quanto adultos a baixar os olhos, acalmar a mente e a focar7games ajudauma quantidade7games ajudaparágrafos que tenha coerência, (...) a voltar no texto, a reler - o que é parte7games ajudaconstruir um aprendizado", ela diz.
"Muitas pessoas me perguntam: 'será que não lemos mais palavras digitalmente do que leríamos7games ajudapapel?' Eu respondo que provavelmente nós temos contato com mais palavras, mas será que estamos pausando o suficiente para entendê-las e recordar delas? Acho que estamos fazendo isso menos, porque o meio digital está sempre nos forçando a avançar, a sermos mais rápidos, a rolar a página."