De 'laser suicida' a 'número da besta': os estranhos medos que códigosbetfair chbarras causaram desdebetfair chinvenção :betfair ch

Os engenheiros da IBM estavam tentando dar vida aos códigosbetfair chbarras. Eles tinham uma visão do futurobetfair chque os consumidores passariam rapidamente pelo caixa com lasers escaneando cada item que desejavam comprar. Mas os advogados da IBM tinham um problema com o futuro.

"De jeito nenhum", eles disseram,betfair chacordo com McEnroe, engenheiro agora aposentado. Eles temiam um "suicídio a laser". E se as pessoas ferissem intencionalmente seus olhos com os scanners e depois processassem a IBM? E se os funcionários dos supermercados ficassem cegos?

Não, não, é um mero raio laserbetfair chmeio miliwatt, McEnroe tentou explicar. Havia 12 mil vezes mais energiabetfair chuma lâmpadabetfair ch60 watts. Seus apelos não derambetfair chnada.

Ele recorreu então a macacos-rhesus importados da África, embora agora não se lembrebetfair chquantos. "Acho que foram seis", diz ele. "Mas não posso assegurar."

Depois que os testesbetfair chum laboratório próximo comprovaram que a exposição ao laser não prejudicava os olhos dos animais, os advogados cederam.

E foi assim que a leiturabetfair chcódigosbetfair chbarras se tornou comum nos supermercados dos EUA e, por fim, no mundo todo.

Em uma reviravolta inesperada, o laboratório usado por McEnroe disse posteriormente que enviaria os macacos para ele. "Foi uma loucura", ele se lembra, rindo. "Arrumei um zoológico na Carolina do Norte."

Além dos macacos, cada membro humano da equipebetfair chMcEnroe na IBM também merece crédito pelo Código Universalbetfair chProdutos (UPC, na siglabetfair chinglês), comobetfair chversão do códigobetfair chbarras ficou formalmente conhecida.

Entre eles, estava Joe Woodland, o engenheiro que idealizou o conceito inicial dos códigosbetfair chbarras décadas antes, depoisbetfair chdesenhar linhas na areiabetfair chuma praia. Foi ele e outro engenheiro que fizeram o pedido para registrar a patente da ideia fundamental dos códigosbetfair chbarrasbetfair choutubrobetfair ch1949.

Basicamente, George Laurer e outros membros da equipe da IBM pegaram esta proposta pré-existentebetfair chmarcações no estilobetfair chcódigobetfair chbarras e a desenvolveram até chegar a um retângulobetfair chlinhas pretas verticais que correspondiam a um número que poderia identificarbetfair chmaneira exclusiva qualquer itembetfair chsupermercado que você possa imaginar. De latasbetfair chsopa a caixasbetfair chcereais ou pacotesbetfair chmacarrão.

O setorbetfair chsupermercados adotou formalmente o UPCbetfair ch1973, e o primeiro produto com o código foi escaneado no supermercado Marsh,betfair chOhio,betfair ch1974.

A partir daí, o sistema conquistou o planeta.

Logo apareceram outros tiposbetfair chcódigosbetfair chbarras, e o UPC também serviubetfair chalicerce para os chamados "códigosbetfair chbarras 2D", como os QR Codes, que podem codificar ainda mais informações.

Mas a história destas pequenas marcaçõesbetfair chpreto e branco é muito mais complexa e espinhosa do que você poderia imaginar.

Medindo os espaços

Você poderia até dizer que tudo começou com a CIA, a agênciabetfair chinteligência americana.

"Eu estava escaneando coisas para a CIA", explica McEnroe.

"Mapas enormes."

Este foi umbetfair chseus primeiros trabalhos na IBM envolvendo scannersbetfair chimagem. Como ele explicabetfair chseu livro sobre a invenção do códigobetfair chbarras UPC, isso o ajudou a se preparar para trabalhar com uma tecnologia completamente nova, mas relacionada, que revolucionaria o setorbetfair chvarejo.

McEnroe sabia que as filas dos caixas nas lojas andariam muito mais rápido se os funcionários pudessem simplesmente escanear os produtos para um computador,betfair chvezbetfair chter que ler os preços estampadosbetfair chcada item e depois processá-los manualmente.

Para ser aceito, esse sistemabetfair chleiturabetfair chcódigosbetfair chbarras teria que funcionar praticamente todas as vezes — e ler o código corretamente, mesmo que o produto passasse pelo scanner a velocidadesbetfair chaté 2,5 metros por segundo.

A equipe da IBM começou a trabalhar baseando-se no projeto patenteado por Woodland e seu colega — porém, com uma diferença importante. A abordagem original se baseava na leitura da espessura das linhas pretas.

Um dos conceitos que eles haviam proposto na patente — um códigobetfair chbarras redondo, formado por círculos concêntricos — chegou a ser desenvolvido por um grupo concorrente. Mas se revelou difícilbetfair chimprimir e mais difícil aindabetfair chencaixar perfeitamente na embalagem do produto.

A equipe da IBM descobriu que era mais fácil imprimir linhas verticais e basear o processobetfair chleitura não na medição da espessura destas linhas, mas na distância entre a bordabetfair chuma linha e a borda da linha seguinte.

Em outras palavras, no espaço entre as linhas, que era mais refletor e mais fácilbetfair chser captado pelo scanner.

Desta forma, não importava se a impressorabetfair chetiquetas imprimisse linhas mais grossas do que o previsto — a leitura ainda funcionaria, praticamente todas as vezes.

A encarnação do mal

Embora o primeiro produto com códigobetfair chbarras tenha sido vendidobetfair chum supermercado dos EUAbetfair ch1974, foram necessários mais cinco anos para que os códigosbetfair chbarras chegassem aos supermercados britânicos. Assim que chegaram, o primeiro item a ser escaneado foi uma caixabetfair chsaquinhosbetfair chchá.

McEnroe enfatiza que o lançamento da tecnologiabetfair chcódigobetfair chbarras UPC não foi isentobetfair chpolêmicas.

"Nossa primeira loja não abriu", ele recorda.

Havia pessoas do ladobetfair chfora protestando contra o fatobetfair chque os preços não seriam mais estampadosbetfair chcada produto, mas apenas nas prateleiras onde os produtos eram colocados.

Alguns sindicatos da época achavam — no fim das contas, com razão — que a tecnologiabetfair chescaneamento ameaçava determinados empregos nos supermercados. Também havia a preocupaçãobetfair chque os códigosbetfair chbarras pudessem ser usados para ocultar os preços.

O próprio McEnroe se lembrabetfair chcomo, no passado, os consumidores às vezes procuravam produtos nas prateleiras dos supermercados que poderiam estar com o preço mais antigo e mais baixo estampado neles. Se os códigosbetfair chbarras assumissem o controle, estas oportunidadesbetfair chpechinchar desapareceriam.

Estas preocupações logo se dissiparam. Mas os códigosbetfair chbarras sempre incomodaram algumas pessoas.

Para alguns fanáticos, eles são nada menos que a encarnação do mal.

Em 2023, Jordan Frith, professorbetfair chcomunicação da Universidadebetfair chClemson, na Carolina do Sul, publicou um livro sobre a história dos códigosbetfair chbarras. Durantebetfair chpesquisa, ele encontrou um artigobetfair ch1975betfair chuma publicação chamada Gospel Call que sugeria que os códigosbetfair chbarras poderiam ser "a Marca da Besta" — uma referência a uma profecia bíblica do Livro do Apocalipse sobre o fim do mundo.

A passagem do Novo Testamento se refere a uma besta — às vezes, interpretada como o Anticristo — que obriga todas as pessoas a serem marcadas na mão direita ou na testa. Na profecia, somente aqueles que aceitam esta marca têm permissão para comprar ou vender.

O artigobetfair ch1975 sugeria que, no futuro, os códigosbetfair chbarras seriam "tatuados a laser" na testa ou nas costas da mãobetfair chtodo mundo, prontos para serem apresentados nos caixas dos supermercados.

Apesarbetfair chbizarra, a ideia provou ser surpreendentemente aderente.

Um livrobetfair ch1982 chamado The New Money System ("O novo sistema monetário",betfair chtradução livre), escrito pela evangélica Mary Stewart Relfe, popularizou ainda mais a suposta conexão, depois que ela afirmou que o número da Besta (666) estava "escondido" entre as linhas nas extremidades e no meiobetfair chcada códigobetfair chbarras.

Na verdade, estas "linhasbetfair chsinalização", como são conhecidas, servem como pontobetfair chreferência para ajudar o scanner a laser a identificar o início e o fimbetfair chcada sequênciabetfair chUPC.

Mais tarde, Laurer, da equipe da IBM, considerado coinventor do UPC, insistiu que não havia nadabetfair chsinistro nisso — e que a semelhança com o padrão usado para codificar o número seis era uma coincidência.

Mas a teoria bizarra ainda pode ser encontradabetfair chalguns recantos da internet.

E algumas pessoas até tomam medidas extremas para evitar códigosbetfair chbarras, incluindo membrosbetfair chum grupo cristão russo ortodoxo conhecido como Velhos Crentes.

Agafia Lykov, que vivebetfair chuma região remota da Sibéria, disse a jornalistas da revista Vicebetfair ch2013 que os códigosbetfair chbarras eram "o selo do Anticristo".

Ela acrescentou que se alguém lhe der algo, como um pacotebetfair chsementes, com um códigobetfair chbarras, ela retira o conteúdo e queima o pacote.

Além disso,betfair ch2014, uma empresabetfair chlaticínios russa publicou uma declaraçãobetfair chseu site explicando por que havia uma cruz vermelha impressa sobre os códigosbetfair chbarrasbetfair chsuas caixasbetfair chleite. Como é "bem conhecido", dizia a declaração, os códigosbetfair chbarras são a Marca da Besta. A declaração já foi removida do site da empresa.

McEnroe diz que está cientebetfair chalgumas dessas crenças estranhas sobre os códigosbetfair chbarras.

"Não é algo que eu estaria propenso a pensar", diz ele,betfair chforma bastante diplomática.

Frith ressalta outro aspecto:

"É um pouco estranho imaginar um bandobetfair chexecutivos do setorbetfair chsupermercados abrindo caminho para o apocalipse."

Distópicos

Mas pode-se dizer que há algo estranhamente distópico nos códigosbetfair chbarras. Para alguns, eles se tornaram um símbolo do capitalismo embetfair chforma mais fria. Também costumam aparecerbetfair chsequências assustadorasbetfair chfilmes.

Em O Exterminador do Futuro, ficamos sabendo que os prisioneirosbetfair chrobôs assassinosbetfair chum futuro apocalíptico são marcados com códigosbetfair chbarrasbetfair chseus braços para identificação.

"Isso é gravado por escaneamento a laser”, explica o personagem Kyle Reese, que viaja no tempo, a Sarah Connor. "Algunsbetfair chnós fomos mantidos vivos para trabalhar — carregando corpos."

A marca do códigobetfair chbarras, neste contexto, lembra os números tatuados nos braços dos prisioneiros dos camposbetfair chconcentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Às vezes, as pessoas usam os códigosbetfair chbarrasbetfair chforma maliciosa. Especialmente quando se tratabetfair chQR Codes, que,betfair chvezbetfair chusar linhas verticais, consistembetfair chconstelaçõesbetfair chpequenos quadrados pretos e brancosbetfair chum padrão que pode ser lido por câmeras digitaisbetfair chsmartphones.

Como a leiturabetfair chum QR Code pode direcionar seu dispositivo a um site mal-intencionado, hackers utilizam a tecnologiabetfair chvezbetfair chquando.

O Centro Nacionalbetfair chSegurança Cibernética do Reino Unido alertou a população para ter cuidado com os QR Codes. Motoristasbetfair chvárias cidades inglesas também foram alertados sobre um golpebetfair chque QR Codes falsos foram colados a máquinasbetfair chestacionamento na tentativabetfair chroubar dinheirobetfair chmotoristas desavisados. Um código usadobetfair chestacionamentosbetfair chLeicester chegou a ser vinculado à Rússia.

E,betfair chsetembro, o grupo armado Hezbollah, baseado no Líbano, acusou Israelbetfair chlançar folhetos contendo um códigobetfair chbarras perigoso, mencionado como QR Codebetfair chalgumas reportagens, que poderia "retirar todas as informações"betfair chqualquer dispositivo usado para escaneá-lo. A BBC não conseguiu verificar estas alegações.

Onipresentes

Apesarbetfair chalguns usos nefastos dos códigosbetfair chbarras ebetfair chalegações bizarrasbetfair chque eles representam a Marca da Besta, esta tecnologia é utilizadabetfair chmilharesbetfair chprocessos industriais e comerciais no mundo todo. Estima-se que 10 bilhõesbetfair chcódigosbetfair chbarras sejam escaneados globalmente, todos os dias,betfair chacordo com a GS1, organização que supervisiona os padrõesbetfair chcódigos UPC e QR.

Você já deve ter reparado nos códigosbetfair chbarras e QR Codes presentes nas embalagens dos itens que recebe pelo correio, por exemplo. Um único pacote pode ser escaneado várias vezes embetfair chjornada do depósito atébetfair chcasa, diz Frith. E como os códigosbetfair chbarras permitem que os varejistas controlem grandes estoquesbetfair chprodutos, isso significa que essas empresas podem operar lojas gigantescas com relativamente poucos funcionários.

"Você não teria essas superlojas ou algo do gênero sem os códigosbetfair chbarras", observa Frith. "Isso mudou a estrutura física do varejo."

Erin Temmen, gerentebetfair chcontas da empresabetfair chetiquetagem Electronic Imaging Materials, concorda com essa avaliação. Sua empresa, assim como outras do setor, produz etiquetasbetfair chcódigobetfair chbarras que funcionam praticamentebetfair chqualquer ambiente.

Isso inclui, por exemplo, etiquetas resistentes ao frio que não vão cairbetfair chequipamentos cheiosbetfair chnitrogênio líquido. E etiquetas resistentes a produtos químicos que vão conservar o códigobetfair chbarras mesmo se substâncias nocivas respingarem nelasbetfair chlaboratório.

A empresa também produz etiquetasbetfair chcódigobetfair chbarras mais refletoras. "Isso aumenta a distânciabetfair chescaneamento", explica Temmen. Ou seja, facilita a leitura do código por trabalhadores apressados a uma distânciabetfair chaté 14 metros, tornando-o detectável mesmo se o códigobetfair chbarras estiverbetfair chum item colocado no altobetfair chuma prateleira, por exemplo.

Essa versatilidade indica a grande variedadebetfair chcontextosbetfair chque os códigosbetfair chbarras são realmente usados.

Eles ajudaram a monitorar o comportamento e o movimentobetfair chabelhas e pássaros, a marcar óvulos e embriõesbetfair chclínicasbetfair chfertilidade para evitar confusões e foram colocadosbetfair chlápides para direcionar os visitantes para memoriais online dos falecidos.

As Forças Armadas dos EUA também usam códigosbetfair chbarras para ajudar a controlar a presença e o treinamentobetfair chpessoal. Uma universidade na Arábia Saudita também testou o recurso para registrar a presença dos alunos nas aulas.

Os códigosbetfair chbarras chegaram até mesmo ao espaço.

Os astronautas da Estação Espacial Internacional usam leitoresbetfair chcódigobetfair chbarras para identificar equipamentos e peças mecânicas, embora eles tenham sido substituídosbetfair chgrande parte por identificação por radiofrequência (RFID, na siglabetfair chinglês). Os códigosbetfair chbarras também são usados para registrar a ingestãobetfair chalimentos e bebidas pelos astronautas, assim como para identificar suas amostrasbetfair chsangue, saliva e urina.

Na Terra, é possível que os códigosbetfair chbarras tenham salvado vidas. Os hospitais usam sistemasbetfair chcódigobetfair chbarras para rastrear amostrasbetfair chsangue, medicamentos e dispositivos médicos, como prótesesbetfair chquadril.

O NHS, sistema públicobetfair chsaúde do Reino Unido, tem um programa chamado Scan4Safety para promover o usobetfair chcódigosbetfair chbarras para monitorar este tipobetfair chinformação. A identificação auxiliada por computador pode ajudar a equipe a garantir que os médicos administrem o medicamento correto no paciente certo, por exemplo.

De acordo com um relatório do Scan4Safety, a introdução desta tecnologia liberou 140 mil horas do tempo da equipe para o atendimento aos pacientes que,betfair choutra forma, seria gasto com tarefas administrativas e controlebetfair chestoque. O relatório afirma ainda que a leiturabetfair chcódigobetfair chbarras também economizou milhõesbetfair chlibras para o serviçobetfair chsaúde.

"Converso com médicos e membros da equipe responsáveis pelo gerenciamentobetfair chestoquebetfair chhospitais — todos relatam benefícios", diz Valentina Lichtner, professora da Universidadebetfair chLeeds, no Reino Unido, que atualmente está pesquisando o impacto dos sistemasbetfair chmonitoramentobetfair chcódigobetfair chbarrasbetfair chambientesbetfair chserviçosbetfair chsaúde.

Ebetfair chum mundobetfair chque os códigosbetfair chbarras estão praticamentebetfair chtodos os lugares, é possível criar jogos e experiências interessantes com base neles. Um dos exemplos mais inovadores foi o Skannerz, um videogame portátil do início dos anos 2000 que tinha um leitorbetfair chcódigobetfair chbarras integrado ao dispositivo.

Os jogadores tinham que escanear códigosbetfair chbarras aleatóriosbetfair chalimentos, por exemplo, até encontrarem um código que acionasse a "captura"betfair chum monstro alienígena no jogo — algo que tem fortes ecos dos jogos do Pokémon. Outros jogos, incluindo o Barcode Battler do Japão, também se baseiambetfair chfazer com que os jogadores leiam códigosbetfair chbarras como parte da "diversão".

Nada disso teria sido possível sem as linhas traçadas por Woodland na areia da praia e o trabalhobetfair chMcEnroe ebetfair chequipe na IBM.

Atualmente, existe uma iniciativa — chamada Sunrise 2027 — para fazer com que os varejistas adotem códigos no estilo QR Code,betfair chvez dos designs mais antigos, baseadosbetfair chlinhas verticais. Isso permitiria que eles codificassem mais informações, como datasbetfair chvalidadebetfair chembalagensbetfair chalimentos ou instruções sobre como usar um determinado produtobetfair chlimpeza.

Mas Frith acredita que o códigobetfair chbarras tradicional provavelmente vai continuar existindo por muito tempo. Trata-sebetfair chuma tecnologia aparentemente simples que, segundo ele, impactou uma sériebetfair chsetores.

E, apesarbetfair chos códigosbetfair chbarras estarem por toda parte, "a maior prova do seu sucesso", diz Frith, "é que nunca pensamos neles".

betfair ch Leia a betfair ch íntegra desta reportagem betfair ch (em inglês) no site betfair ch BBC Future betfair ch .