‘Como superei abusosbola 10betpais dependentesbola 10betheroína e me tornei professora universitária’:bola 10bet

Katriona O'Sullivan

Crédito, KEITH ARKINS

Legenda da foto, Katriona O'Sullivan publicou o livro 'Poor' (Pobre,bola 10bettradução literal)bola 10betmaio, editado pela Penguin Books

A britânica Katriona O'Sullivan tinha tudo para ter uma vida caótica.

Sua família era pobre, seus pais - viciadosbola 10betheroína - não cuidavam dela nembola 10betseu irmão, e desde muito jovem ela enfrentou obstáculos que poderiam parecer impossíveisbola 10betserem superados por outras pessoas.

Quando engravidou na adolescência e se tornou mãe solteira do filho John, entregou-se ao álcool, usou drogas e acreditou quebola 10betvida se limitaria a limpar banheiros públicos.

Mas o aparecimentobola 10betpessoas-chavebola 10betmomentosbola 10betque ela precisavabola 10betajuda para sair do buraco acabou levando-a para a faculdade, onde ela se formou, obteve um doutoradobola 10betpsicologia e se tornou e professora universitária.

Esta é abola 10bethistória, contadabola 10betprimeira pessoa.

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Fim do Matérias recomendadas

Eu posso vê-los claramente. Eles parecem fantasmas.

Desde os meus 5 anosbola 10betidade, meus pais pareciam fantasmas, sem vida por trásbola 10betseus olhos. Nada.

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Que História!

A 3ª temporada com histórias reais incríveis

Episódios

Fim do Que História!

Eu amava meus pais. E vê-los morrer diante dos meus olhos, desaparecendo por dentro e espiritualmente, foi horrível.

Meu pai era um homem animado, bem-educado e engraçado que havia arruinadobola 10betvida.

Encontrá-lo na cama após uma overdose quando eu era muito pequena foi simplesmente horrível.

Lembro claramente que abri a porta do quarto, ele estava com as calças abaixadas e tinha se injetado. Eu o encontrei despedaçado e meu coração se partiu naquele momento. Era como se eu estivesse fora do meu corpo.

Eu ouvi minha própria voz gritando "papai, papai" e então John, umbola 10betseus amigos, subiu as escadas correndo. Ele estava apavorado tentando acordá-lo, mas meu pai estava inconsciente e à beira da morte.

Eu estava ali parada com o que pensei ser o cadáverbola 10betum homem que eu realmente amava muito.

O amigo do meu pai chamou uma ambulância e o que mais me impressionou foi como os paramédicos trataram meu pai. Eu pensei que eles estavam ali para salvá-lo, mas estavam bravos com ele. Eu podia ver a forma como eles me olhavam, porque eu era uma garota suja e maltrapilha.

A mesma coisa aconteceu com meu pai. Eles o culpavam e brigavam com ele na cama.

Eu ficava perguntando se meu pai estava morto e eles me ignoravam como se eu não estivesse ali.

A única pessoa que poderia e tinha me amado até então seria tiradabola 10betmim. Foi horrível. É um daqueles momentos que estão gravadosbola 10betmim e nunca vão embora.

Desde minhas primeiras lembranças, era normal ver minha mãe ou meu pai injetando heroína. Eu levantavabola 10betmanhã e não tinha comidabola 10betcasa. Se encontrasse um pão e um poucobola 10betaçúcar no armário, eu fazia um sanduíchebola 10betaçúcar: pão, açúcar, pão.

Katriona O'Sullivan na infância
Legenda da foto, Katriona O'Sullivan teve uma infância muito difícil

Sempre havia pessoas dormindo na casa. Pessoas que ficaram após a festa da noite anterior. Pessoas que eu conhecia, pessoas que eu não conhecia. Chutar latas pelo caminho, ver queimadurasbola 10betcigarro no sofá, brigas, usobola 10betdrogas. Esse era o meu dia a dia.

Um dia eu estava com uma amiga e vi a mãe dela abraçá-la, chamá-la para almoçar e certificar-sebola 10betque ela estava bem. Lembro-mebola 10betver isso e pensar: 'Minha mãe não faz isso. Por que não almoçamos? Por que você não me abraça?' Naquele momento percebi que minha mãe era diferente. Minha mãe não me amava. E eu pensei que era porque havia algobola 10beterrado comigo.

Nós não tomamos banho e isso é um problema quando você vai para a escola. Eu molhava a cama, levantavabola 10betmanhã e não tinha roupas limpas. Não escovava os dentes, quase não penteava o cabelo. Ia para a escola provavelmente com as mesmas roupas do dia anterior, com a mesma calcinha e, obviamente, cheirava a urina.

As outras crianças não queriam brincar comigo porque eu fedia.

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Bateram na porta e meu primeiro pensamento foi: "Não, estou encrencada!"

"Seu pai está aqui?", perguntou o Sr. Pickering, professor da escola.

Eu sabia que meu pai estava bêbado, que estava bebendo na sala. Eu o chamei, ele veio até a porta e eu me escondi atrás dela.

"Eu esperava vê-lo hoje à noite, O'Sullivan, para uma reuniãobola 10betpais e professores. Eu realmente queria lhe dizer comobola 10betfilha é incrível, quanto potencial ela tem e como ela é inteligente. Eu realmente acho que você deveria ter vergonhabola 10betsi mesmo por não apoiá-la mais", disse Pickering.

Eu podia ouvir a vergonha do meu pai embola 10betvoz.

Este momentobola 10betparticular, quando aquele entrou na minha casa e desafiou meu pai, foi tão poderoso para mim que sempre serei grata.

Mas com todo o caos ao meu redor, comecei a reprovar na escola.

Katriona O'Sullivan aos 13 anos
Legenda da foto, Katriona O'Sullivan aos 13 anos

Eu era uma criança raivosa, uma adolescente rebelde. Eu não deixaria ninguém me dizer o que fazer.

Cometi crimes desde os 13 anos. Ia à escola regularmente, mas também matava aula e andava pelas lojas, bebia, usava drogas nos finsbola 10betsemana. Fiz todas essas loucuras, mas ao mesmo tempo pensava que tentaria me comportar bem.

Aos 15 anos, apesar das coisas ruins que fiz, ainda era ingênua. Um dia acompanhei uma amiga para fazer um testebola 10betgravidez e me testaram também.

"Katriona, deu positivo", disse a enfermeira.

"Oh, isso é ótimo. Obrigado." Eu respondi. Eu pensei que positivo significava algo bom.

"Não, não, não. Deu positivo", ele insistiu.

"Sim, estou feliz! Obrigada!"

"Katriona, você está grávida."

Meu Deus. Eu soube naquele momento que nunca mais voltaria para a escola.

Enfrentar os professores com a barriga crescendo não era algo que iria acontecer. Não aguentava mais. Joguei a toalha.

Fui a uma cabine telefônica e liguei para o meu namorado. Eu disse a ele que estava grávida e a resposta foi: "Você pode me ligar mais tarde? Estou cansado".

E assim, naquela solidão, me desfiz. Sentei-me, inclinei-me para trás e disse: "Não posso continuar tentando. Isso é o mais longe que cheguei. Isso é o mais longe que cheguei".

Lembro que um dia chegueibola 10betcasa e todos estavam sentados na sala. Eu poderia dizer que algo estava errado porque os olhos do meu irmão estavam vermelhos. Minha mãe e meu pai disseram que eu não podia ficar lá. "Nós queremos que você vá embora." E eles me expulsaram.

Esse período da minha vida foi o mais difícil.

Fui morarbola 10betum abrigo, onde ninguém me visitava. Eu estava sozinha. Completamente sozinha.

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Ouço uma batida na porta, espio pelo olho mágico e é Pickering, novamente me surpreendendo.

"Estou tão feliz por ter te encontrado. Eu organizei tudo. Você pode vir para a escola duas manhãs por semana e fazer suas aulasbola 10betlíngua, literatura e matemática para terminar o Ensino Médio. Tem uma vaga na creche, então você pode fazer isso."

Eu realmente queria dizer não. Eu tenho um bebê. Mas aquele homem acreditavabola 10betmim - "tenho que tentar porque ele acreditabola 10betmim" - e então eu disse sim.

Katriona O'Sullivan e seu filhobola 10bet1996
Legenda da foto, Katriona O'Sullivan e seu filhobola 10bet1996

Consegui, mas depois do Ensino Médio voltei a ser a pobre mulher que era antes e acabei caindo na bebida, nas drogas e no vício, sem poder usar aquele impulso que os estudos me deram para transformar minha vida.

Eu não queria ser minha própria mãe. Eu queria ser melhor. Portanto, ter meu filho me forçou a pensarbola 10betcomo melhorar emocionalmente e na vida.

Naquela época, trabalhava como faxineira na estaçãobola 10bettrem. Era o lugar mais sujo que alguém poderia ver embola 10betvida. Lembro-mebola 10betlimpar banheiros pensando: é só isso?

Só não conhecia ninguém que tivesse feito algo diferente. Eu não conhecia ninguém como eu que foi para a faculdade. Eu não conhecia ninguém com quem pudesse me relacionar.

Quando moravabola 10betDublin encontrei uma antiga amiga que estudava na Trinity College.

Ela veiobola 10betuma família pobre como eu, então pensei: se ela pode, eu também posso.

Fui à sala da diretora do Trinity College, bati embola 10betporta e ela me atendeu.

"Karen é minha amiga e ela me disse que está estudando aqui. Eu adoro ler e quero mudarbola 10betvida", eu disse, entre gaguejos.

Ela me sentou e me pediu para contar a ela minha história.

Sem saber, aquela era minha entrevista para entrar na faculdade.

Ao voltar para a salabola 10betaula, senti que estava no caminho certo. Eu tenho habilidades, habilidades incríveis. Eles só tinham que me capacitar para que eu pudesse usá-las.

Tive que fazer um cursobola 10betrecuperação, depois fiz psicologia, me formei com louvor e fiz uma doutorado. Após a conclusão, fui convidado pela minha universidade para começar a lecionar.

Em cada palestra que dou, começo com a minha própria história. Contobola 10betonde venho, qual é minha família e como cresci. Essa sou eu.

Eu me sinto diferente, mas também sinto que preciso ser fiel a quem sou e garantir que todos saibam que pessoas como eu podem alcançar o mesmo que todos os outros.

*O testemunho pessoalbola 10betKatriona O'Sullivan foi obtidobola 10betum episódio do programabola 10betrádio Lives Less Ordinary do Serviço Mundial da BBC. Você pode ouvir o episódiobola 10betinglês clicando aqui.