O que cientista que morou1xbet 86caverna no escuro e sem saber as horas revelou sobre nossa relação com o tempo:1xbet 86

Legenda do áudio, Cientista francês Michel Siffre, falecido no final1xbet 86agosto, foi um dos fundadores da cronobiologia humana

É muito provável que você consulte a hora certa várias vezes por dia, seja no relógio ou no telefone celular.

O tempo desempenha papel fundamental nas nossas vidas. Por isso, até as civilizações mais antigas procuravam uma forma1xbet 86medi-lo, usando o sol como referência.

Mas o que aconteceria se não soubéssemos quando é dia e quando é noite? E se também não tivéssemos um aparelho que registrasse a passagem do tempo?

É o que se perguntou, nos anos 1960, um jovem geólogo francês chamado Michel Siffre (1939-2024).

Michel Siffre com aparato1xbet 86exploração dentro1xbet 86caverna

Crédito, Getty

Legenda da foto, Siffre realizou diversos experimentos1xbet 86cavernas ao longo1xbet 86meio século, para analisar o efeito da idade sobre o tempo psicológico

Homem das cavernas

Michel Siffre morreu no último dia 251xbet 86agosto1xbet 86Nice, na França, aos 85 anos1xbet 86idade. Ele era espeleólogo, ou seja, um cientista que estudava cavernas.

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Os Carriers (Transportadores) no Dota 2

No Dota 2, os heróis contam com habilidades que se fortalecem com o passar do tempo e com os itens obtidos durante a partida. Esses heróis são chamados 1xbet 86 "Carriers" ou "Transportadores" e são particularmente importantes mais tarde na partida - quando eles se tornam muito poderosos, podendo "transportar" a equipe para a vitória.

Hérois no Dota 2: Io

Um exemplo é o herói Io, que representa a soma 1xbet 86 todas as forças atraentes e repulsivas no campo material. Io não é mais do que uma manifestação sensiente da carga que manté a existência junto. Apenas através da dobra controlada dessas linhas elétricas é possível que a presença 1xbet 86 Io se manifeste no plano físico.

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Fim do Matérias recomendadas

Em 1962, quando tinha 23 anos, ele realizou um dos experimentos mais famosos da história da cronobiologia humana – um ramo da ciência que ele próprio ajudou a criar, dedicado a entender o mecanismo dos nossos ritmos biológicos.

O cientista acampou sozinho por dois meses1xbet 86uma caverna, a 130 metros1xbet 86profundidade. Sua única fonte1xbet 86iluminação era uma lâmpada1xbet 86mineração, que ele usava moderadamente para preparar1xbet 86comida, ler e escrever no seu diário.

"Decidi viver como um animal, sem relógio, no escuro e sem saber o tempo", contou ele1xbet 862008,1xbet 86entrevista ao jornalista americano Joshua Foer, da revista Cabinet.

Siffre realizou seu experimento1xbet 86um geleira subterrâneo nos Alpes, que havia descoberto um ano antes.

"Coloquei uma equipe na entrada da caverna", contou ele. "Eu decidi chamá-los ao despertar, na hora1xbet 86comer e pouco antes1xbet 86ir dormir. Minha equipe não tinha direito1xbet 86me chamar, para que eu não tivesse ideia1xbet 86que horas eram no lado externo."

Com isso, ele conseguiu demonstrar que os seres humanos possuem um "relógio biológico". Mas a surpresa foi descobrir que esse relógio não seguia um ciclo1xbet 8624 horas, como costuma acontecer na nossa vida diária.

Siffre ingressou na caverna para iniciar seu primeiro experimento no dia 161xbet 86julho1xbet 861962. Ele saiu1xbet 86171xbet 86setembro

Crédito, Getty

Legenda da foto, Siffre ingressou na caverna para iniciar seu primeiro experimento no dia 161xbet 86julho1xbet 861962 e saiu1xbet 86171xbet 86setembro

Tempo desacelerado

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Fim do Que História!

Durante as oito semanas1xbet 86que permaneceu na caverna, Siffre comeu e dormiu apenas quando seu corpo pedia.

Além1xbet 86informar à equipe na superfície sempre que isso acontecia, o cientista também realizava duas verificações: ele media o próprio pulso e contava até 120. E foi este segundo procedimento que trouxe uma das conclusões mais assombrosas do estudo.

O objetivo era que Siffre demorasse um segundo por número para contar1xbet 861 a 120, enquanto seus colaboradores registravam o tempo real. E foi assim que eles perceberam que o cientista mantinha um registro1xbet 86tempo muito mais lento.

"Eu levava cinco minutos para contar até 120", relatou ele. "Em outras palavras, psicologicamente, eu vivenciei cinco minutos reais como se fossem dois."

O cientista sentiu o tempo passar mais lentamente no interior da caverna, sem nenhuma referência natural ou artificial sobre o dia e a noite.

Esta sensação1xbet 86desaceleração do tempo foi confirmada quando Siffre finalmente saiu da caverna. Haviam se passado dois meses, mas o cientista estava convencido1xbet 86que só havia ficado um mês confinado.

"Meu tempo psicológico havia sido reduzido à metade", observou ele.

48 horas

As descobertas1xbet 86Michel Siffre indicavam que, sem os ritmos circadianos orientados pela natureza, com o nascer e o pôr do sol, nossos corpos aparentemente mantêm um relógio interno que funciona1xbet 86ciclos aproximados1xbet 8648 horas.

Esta teoria foi sustentada por outros experimentos realizados pelo espeleólogo francês ao longo dos seus mais1xbet 8650 anos1xbet 86carreira. Ele utilizou a si próprio e a outras pessoas como objeto1xbet 86estudo.

Após a "separação", que é como ele mesmo chamava o experimento1xbet 861962, Siffre realizou outros cinco estudos1xbet 86cavernas com voluntários, incluindo uma mulher, que duraram1xbet 86três a seis meses cada um.

Siffre observou que todos eles entraram no ciclo1xbet 8648 horas. "Eles tinham 36 horas1xbet 86atividade contínua, seguidas por 12 a 14 horas1xbet 86sono", segundo ele.

"Depois desta descoberta, o exército francês me concedeu um grande financiamento", ele contou. "Eles queriam que eu analisasse como seria possível para um soldado duplicar1xbet 86atividade1xbet 86estado1xbet 86vigília".

O interesse do Ministério da Defesa da França pelos seus experimentos tinha também outro motivo. Eles haviam acabado1xbet 86lançar seu programa1xbet 86submarinos nucleares e queriam conhecer os efeitos1xbet 86missões longas sobre a saúde dos marinheiros.

E eles não eram os únicos interessados. A agência espacial americana Nasa também queria entender os efeitos1xbet 86missões espaciais1xbet 86longa duração sobre os astronautas.

Relógio ao lado1xbet 86lesma

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O cientista sentiu o tempo passar mais lentamente no interior da caverna, sem nenhuma referência natural ou artificial sobre o dia e a noite

As duas organizações financiaram o segundo projeto pessoal1xbet 86Siffre. Em 1972, 10 anos após1xbet 86primeira estadia na caverna dos Alpes, o cientista voltou a morar debaixo da terra – desta vez, nos Estados Unidos, por um período1xbet 86tempo muito mais longo.

Seu objetivo era passar seis meses na Caverna da Meia-Noite, perto1xbet 86Del Río, no Estado americano do Texas.

"Meu interesse era estudar os efeitos do envelhecimento sobre o tempo psicológico", explicou ele. "Meu plano era fazer um experimento a cada 10 ou 15 anos, para saber se a forma1xbet 86que o meu cérebro percebe o tempo sofreria alterações."

Ele também reconheceu que queria esclarecer por que "todas as outras pessoas que haviam ficado debaixo da terra tinham um ciclo1xbet 86sono/vigília1xbet 8648 horas, exceto eu".

Este experimento acabou durando 205 dias (cerca1xbet 86sete meses). E o cientista também entrou no ciclo1xbet 8648 horas, mas não1xbet 86forma regular.

"Eu tinha 36 horas1xbet 86vigília contínua, seguidas1xbet 8612 horas1xbet 86sono", contou ele. "Eu não conseguia sentir a diferença entre esses dias longos e os que duravam apenas 24 horas."

"Às vezes, eu dormia duas ou 18 horas e não conseguia distinguir a diferença", relembra ele. "Acredito que esta seja uma experiência que todos nós podemos vivenciar."

"É o problema do tempo psicológico. É o problema dos seres humanos. O que é o tempo? Não sabemos."