Os relatosgreen roletatorturagreen roletapresos por 'terrorismo' na Venezuela: 'Sem oxigênio até sufocar':green roleta

Ilustraçãogreen roletauma prisãogreen roletauma caixa que também é uma celagreen roletapunição e rodeada por manifestantes e forças policiais

Crédito, Daniel Arce-Lopez/BBC

Legenda da foto, Jovem relata ter sido torturado, física e psicologicamente, pelas forçasgreen roletasegurança da Venezuela quando ficou preso

Os númerosgreen roletapessoas detidas divulgados pelo governo do país são difusos. No iníciogreen roletaagosto, Maduro afirmou que já havia "2.229 terroristas capturados".

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Fim do Matérias recomendadas

Juan foi libertadogreen roletameadosgreen roletanovembro, dias depoisgreen roletaMaduro ter convocado as autoridades judiciais a "retificar" eventuais casosgreen roletainjustiça nas detenções.

A BBC News Mundo, serviçogreen roletaespanhol da BBC, conversou com Juan por videochamada. Paragreen roletaprópria segurança, alteramos seu nome e decidimos não publicar certos detalhes do seu caso.

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Novo podcast investigativo: A Raposa

Uma toneladagreen roletacocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês

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Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa

O jovem afirma que muitos dos detidos são maltratados, recebem "comida apodrecida" e os mais rebeldes são trancadosgreen roletasalasgreen roletatortura.

Ele mostrou à BBC documentos e provas confirmando seu relato, que coincide com outros testemunhos e com as denúnciasgreen roletaorganizações não governamentais.

Juan é ativista político opositor ao governo. Ele diz que a campanha eleitoral e os dias anteriores ao pleito foram "marcados pela esperança, com muitas pessoas animadas" para votar pela mudança.

Mas o anúncio do CNE, pouco depois da meia-noite daquele domingo, transformou o que, para muitos, era um ambientegreen roletacomemoraçãogreen roletaum momentogreen roletaraiva e confusão.

Milharesgreen roletavenezuelanos saíram às ruas para protestar contra um resultado considerado fraudulento. A oposição e as organizações internacionais denunciaram a repressão policial.

Ao menos 24 pessoas morreram nos protestos, segundo a ONG Provea. Maduro e alguns funcionários do governo declararam que a oposição, a "extrema direita" e grupos "terroristas" são os culpados pelas mortes.

A ONG Foro Penal, com sede na Venezuela, também tem registrogreen roleta23 pessoas detidas que desapareceram.

"Ninguém sabe onde eles estão neste momento e temos absoluta certezagreen roletaque foram detidos", declarou à BBC o advogado e ativista venezuelano Gonzalo Himiob, vice-presidente da organização.

O governo venezuelano não respondeu às denúncias sobre pessoas desaparecidas após os protestos.

"Houve detenções arbitrárias", prossegue Himiob. "Existem registrosgreen roletapessoas que foram detidas por comemorar o resultado da oposição, que dava Edmundo González como vencedor, ou por alguma publicação nas redes sociais."

"Também temos casosgreen roletapessoas que sequer estavam protestando, mas que, por alguma razão, estavam próximas das manifestações e foram presas."

Juan afirma que faz parte deste último grupo.

'Campogreen roletaconcentração'

O jovem é conhecido nagreen roletalocalidade pelo seu ativismo político. Ele conta que, depois da eleição, o país amanheceu sob alta vigilância policial e militar.

Ele afirma que estava na ruagreen roletaseus afazeres, quando surgiu um grupogreen roletahomens encapuzados. Eles o interceptaram, cobriram seu rosto e o agrediram, enquanto o chamavamgreen roletaterrorista.

"Eles jogaram gasolinagreen roletamim", prossegue ele. "Depois me levaram para um centrogreen roletadetenção."

Juan destaca que esta não foi a primeira vez que isso aconteceu. Ele já havia sido "sequestrado"green roleta2017, quando dezenasgreen roletamilharesgreen roletavenezuelanos saíram às ruas para protestar contra o governogreen roletaMaduro.

Ele conta que, desde então, as autoridades o ameaçam ou perseguem constantemente. Mas, desta vez, ele foi acusadogreen roletaterrorismo, incitação ao ódio e outros crimes.

O jovem ficou detidogreen roletauma prisão no interior da Venezuela por várias semanas, até ser transferido para Tocorón – uma penitenciáriagreen roletasegurança máxima, localizada a cercagreen roleta140 km a sudoeste da capital venezuelana, Caracas.

O local é conhecido por ter sido uma basegreen roletaoperações do Tremgreen roletaAragua, um dos grupos criminosos mais temidos da América Latina.

Ali, Juan viveria o que considera a pior experiência dagreen roletavida.

"Quando chegamos a Tocorón, eles tiraram nossas roupas, nos agrediram e nos insultaram, gritando 'terroristas'. Éramos proibidosgreen roletalevantar o rosto e olhar para os carcereiros; tínhamos que baixar o rostogreen roletadireção ao chão."

"Depois, eles nos uniformizaram e nos fizeram subir para as celas", prossegue ele.

Juan ficougreen roletauma pequena celagreen roletatrês por três metros, que ele precisava dividir com outras cinco pessoas.

Havia ali seis camas distribuídasgreen roletatrês beliches e um "quadradinho" sem privacidadegreen roletaum dos cantos, onde havia um poço séptico e "um tubo que serviagreen roletachuveiro". Aquele era o banheiro.

Ilustraçãogreen roletauma detençãogreen roletauma minúscula celdagreen roletapunição

Crédito, Daniel Arce-Lopez/BBC

Legenda da foto, Testemunhas afirmam que existem na penitenciáriagreen roletaTocorón duas celasgreen roletacastigo, onde são colocados os detentos considerados 'rebeldes'

Juan descreve as camas como "túmulosgreen roletacimento", com um colchonete muito fino.

"Mais do quegreen roletauma prisão,green roletaTocorón eu me sentigreen roletaum campogreen roletaconcentração", declara ele. "Aquilo me fez pensar no que havia vistogreen roletafilmes e ouvido falar sobre os camposgreen roletaconcentração e tortura da ditaduragreen roletaAugusto Pinochet no Chile (1973-1990)."

O governo venezuelano acusa a maior parte dos detidos nos protestosgreen roletaterrorismo, incitação ao ódio, associação criminosa, danos violentos ao patrimônio público e obstrução das vias públicas.

O presidente Maduro os chamougreen roleta"criminosos fascistas" e se orgulhougreen roletatê-los enviado para as prisõesgreen roletasegurança máxima.

"Não foram manifestações pacíficas, mas sim focosgreen roletadelinquentes armados, que atuavam para criar o caos e buscar uma intervenção estrangeira", declarou há algumas semanas o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab.

O ministro do interior do país, Diosdado Cabello, acrescentou que "não podemos continuar assim. Aqui, a cada perdão, ocorre uma nova conspiração e, a cada conspiração, um novo perdão."

No dia 11green roletanovembro, Maduro convocou os juízes do país a revisar os casos e "retificar" eventuais erros nas detenções após as eleições. E, cinco dias depois, a Procuradoria-Geral da Venezuela anunciou a libertaçãogreen roleta225 pessoas detidas durante os protestos.

Segundo o Ministério Público, a decisão foi o resultadogreen roleta"exaustivas investigações baseadasgreen roletanovos indícios e elementos comprobatórios reunidos pelos procuradores".

Juan faz parte do grupo que foi libertado e acredita que, assim como ele, muitas pessoas foram libertadas por apresentarem alguma condição médica.

Dia a dia 'desumano'

Juan descreve o dia a dia dos presosgreen roletaTocorón como "monótono e desumano".

"Eles nos torturavam física e psicologicamente", ele conta. "Não nos deixavam dormir, sempre passavam, pedindo que nos levantássemos e fizéssemos fila."

"Nunca sabíamos que horas eram porque não havia relógios. Começamos a perguntar a hora aos visitantes e, depois, com os raiosgreen roletasol, começamos a calcular a hora, à medida que a luz do sol subia pela parede", prossegue ele.

"Eles nos acordavam perto das cinco horas da manhã, para formarmos fila por trás da cela. Os carcereiros pediam que nós mostrássemos nossos passes e números."

Perto das seis horas da manhã, segundo Juan, eles ligavam a água por seis minutos, para que os presos tomassem banho.

"Seis minutos para seis pessoas e um único chuveiro, com água muito fria", relembra ele. "Se você fosse o último e não tivesse tempogreen roletatirar o sabão, ficava ensaboado pelo resto do dia."

Ele conta que,green roletaseguida, os presos esperavam pelo café da manhã. Às vezes, a refeição chegava às seis horas; às vezes, ao meio-dia.

"Alémgreen roletaesperar pelas refeições, não havia mais nada para fazer. Só podíamos caminhar dentro da pequena cela e contar histórias. Também falávamosgreen roletapolítica, masgreen roletavoz baixa porque, se os carcereiros nos ouvissem, eles nos castigavam."

Juan conta que outros presos passavam parte do dia contemplando a montanha e a rua, através das pequenas janelas nas celas.

O horário do jantar era tão incerto quanto o do café da manhã, segundo ele. "Às vezes, podia chegar às nove da noite e,green roletaoutros dias, às duas da manhã."

'Surras rotineiras'

Nicolás Maduro com o punho cerrado acenando para seus apoiadores

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Maduro afirmou que houve uma conspiração para derrubá-lo

Juan conta que muitos dos seus colegas estavam deprimidos. Alguns haviam perdido a vontadegreen roletaviver.

"Muitos agiam como zumbis", relembra ele. "Só esperavam a comida que, alémgreen roletatudo, eragreen roletapéssima qualidade."

"Eles nos davam comida apodrecida. Às vezes, serviam pele com arroz picado, o mesmo que se dá para as galinhas ou para os cachorros. Outras vezes, eles nos davam sardinhas que já estavam vencidas."

No diagreen roletaque saiu da prisão, Juan recorda que todos os presos que seriam libertados tiraram fotosgreen roletafrente a um prato com bons alimentos balanceados. "Imagino que fizeram para ter 'provas'green roletaque nos trataram bem."

Mas ele afirma que passou muita fome e que ainda tem fome até hoje.

Segundo Juan, alguns detidos recebiam surras rotineiras ou eram obrigados a "caminhar como sapos", com as mãos nos tornozelos.

Ele também descreve "celasgreen roletacastigo", onde são colocados os detentos considerados mais rebeldes, que se atrevem a falargreen roletapolítica ou que pedem uma ligação telefônica para se comunicar com seus familiares.

"Eles as chamamgreen roleta'tigrinhos' e as condições são realmente desumanas", declarou Gonzalo Himiob.

Juan conta que esteve no "tigrinho"green roletaTocorón e recebia uma refeição a cada dois dias.

"É uma cela muito escura, que mede um metro por um metro", ele conta. "Passei muitíssima fome. Sógreen roletame lembrar, me dá fome."

"O que me mantinha com forças era pensargreen roletatodas as injustiças por que estava passando e que, algum dia, iria sair dali."

Em Tocorón, existe outra celagreen roletatortura, conhecida como "cama do Adolfo", segundo Juan. Os presos dizem que o nome é uma homenagem à primeira pessoa que morreu ali.

"É um quarto escuro e sem muito oxigênio, do tamanhogreen roletaum cofre", descreve ele. "Eles colocam você ali por alguns minutos até que você não consiga mais respirar e desmaie, ou comece a bater na portagreen roletadesespero."

"Eles me colocaram e aguentei pouco maisgreen roletacinco minutos. Pensei que fosse morrer."

"Eu sinto pela minha mãe, minha família e pelas pessoas que me amam, que sempre me pedem para ficar tranquilo, mas nunca deixareigreen roletalutar pelo futuro da Venezuela", prossegue o jovem. Ele diz que perdeu na prisãogreen roletaTocorón o pouco medo que ainda tinha.

Denúnciasgreen roletacrimes contra a humanidade

Juan conta que, naquela prisão, os detentos têm 10 minutos para sair da cela, três vezes por semana.

"Existem dois campos e, durante os 10 minutos, os presos jogam futebol, voleibol ou caminham. Mas, às vezes, não dá tempo nemgreen roletatocar na bola."

"Muitos ficam nas suas celas porque passamos mais tempo para sairgreen roletafila, descer e subir, do que lá embaixo", ele conta.

Juan denuncia que não existem direitos humanos naquela prisão.

"O governo trata melhor outros presos, que são realmente criminosos, do que a nós", prossegue ele. "Se você visitar outra prisão venezuelana, verá que os detentos tomam álcool, fumam, têm telefones e até Netflix."

Himiob, o advogado e ativista da ONG Foro Penal, qualifica as condições dos detidosgreen roletaTocoróngreen roleta"deploráveis". Ele afirma que a prisão viola seus direitos fundamentais, como o acesso à defesa particular.

"Eles impõem advogados defensores públicos a todos", ele conta. "Inicialmente, não permitiam seus contatos com os familiares, mas, até hoje, estes contatos acontecem esporadicamente."

"O governo sabe que, se permitir o acesso a um advogado privado, que não seja funcionário público, ele pode documentar todas as violações ao processo devido que estão acontecendo ali."

Ilustraçãogreen roletaum prisioneiro presogreen roletaum relógiogreen roletaarena com tempo limitado e sendo arrastradogreen roletauma cela

Crédito, Daniel Arce-Lopez/BBC

Legenda da foto, Os detentosgreen roletaTocorón afirmam que só podem sair da cela três vezes por semana, por apenas 10 minutos

Em outubro, especialistas das Nações Unidas apresentaram denúnciasgreen roletagraves violações dos direitos humanos, durante as eleições presidenciaisgreen roleta28green roletajulho e os protestos que ocorreram nos dias seguintes.

Eles relataram perseguições políticas, uso excessivo da força, desaparecimentos forçados e execuções extrajudiciais pelas forçasgreen roletasegurança do Estado e grupos civis governistas.

Atualmente, o Tribunal Penal Internacional (TPI) investiga o governo da Venezuela por possíveis crimes contra a humanidade.

O governo venezuelano declarougreen roletaum comunicado que esta investigação "responde à intençãogreen roletainstrumentalizar os mecanismosgreen roletajustiça penal internacional com fins políticos, com basegreen roletauma acusação por supostos crimes contra a humanidade que nunca aconteceram".

A BBC News Mundo solicitou entrevista com o Ministério Público venezuelano sobre as acusaçõesgreen roletamaus tratos e tortura dos detentos, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

Mulher passa diantegreen roletauma pinturagreen roletauma parede

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O líder da oposição, Edmundo González, afirma ter vencido as eleições presidenciais

'Não tenho mais medo do governo'

Juan afirma que muitos dos detentosgreen roletaTocorón só pensamgreen roletauma data: 10green roletajaneirogreen roleta2025.

É o diagreen roletaque deveria ser realizada a transiçãogreen roletapoder, após as eleições presidenciais do último dia 28green roletajulho. Eles acreditam que serão libertados nesse dia, depoisgreen roletauma transição política.

Edmundo González — o líder da oposição que se proclamou vencedor das eleições, segundo os resultadosgreen roletamaisgreen roleta80% das atas eleitorais e, atualmente, está exilado na Espanha — afirma que irá regressar ao país para tomar possegreen roletaseu cargo como presidente eleito.

Por outro lado, Maduro denunciou que existe uma conspiraçãogreen roletaandamento para derrubá-lo e ameaçou quem se atrever a forçar a transiçãogreen roletapoder. "Irá pagar", declarou ele.

Três semanas depois das 225 libertaçõesgreen roletapresos anunciadas pelo governo, a ONG Foro Penal conseguiu confirmar apenas 165.

Juan admite que sente uma estranha sensaçãogreen roletaremorso, já que centenasgreen roletaseus "companheiros ainda estão sofrendo" na prisão.

Pessoas se abraçandogreen roletafrente a prisão na Venezuela

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Dezenasgreen roletapessoas foram recentemente libertadas da prisão na Venezuela

O jovem declarou que nunca pensougreen roletaemigrar. Ele diz que ainda sonha com uma Venezuela próspera.

"Quero que todos nós possamos viver bem,green roletaharmonia e que nós, jovens, tenhamos a oportunidadegreen roletair para a universidade", destaca ele.

"Amo profundamente o meu país. Estamos atravessando a pior crise e, mesmo com cortes quase diáriosgreen roletaeletricidade no interior, nós, venezuelanos, continuamos sendo um povo alegre e positivo."

Juan afirma que, no dia 10green roletajaneiro, pretende estar novamente nas ruas, acompanhadogreen roletaEdmundo González, apesar das ameaças que recebeu ao sair da prisão.

"Não tenho mais medo do governo da Venezuela", afirma ele.

"Eles me culpam dos piores delitos que podem ser imputados a uma pessoa, como terrorismo, mas sou um jovem que não fez mais do que amar nosso país e ajudar as pessoas à minha volta."

Recentemente, a ONG Provea denunciou a morte do opositor político Edwin Santos.

Ele foi encontrado morto no dia 25green roletaoutubro, dois dias depois que testemunhas presenciaramgreen roletadetenção por um grupogreen roletahomens encapuzados, supostamente das forçasgreen roletasegurança.

"Não tenho medo", repete Juan. Mas ele admite ter deixado papéis escritos "para o casogreen roletame acontecer alguma coisa".

A batalha das 225 pessoas que foram libertadas este mês não termina com agreen roletavolta para casa, segundo os familiares. Eles contam que muitos trazem sequelas psicológicas do que enfrentaram na prisão e já não são as mesmas pessoas.

O paigreen roletaoutro jovem libertado contou à BBC que seu filho não paragreen roletachorar, desde que voltou para casa.

"Temos tentado dar tranquilidade a ele", segundo o pai. "Eu o vejo transtornado. Ele tem pesadelos. Acordagreen roletanoite pensando que ainda está preso."

"Tenho medogreen roletalhe fazer perguntas inadequadas. Não sei se tentaram abusar dele. Não quis confrontá-lo. Mas estou procurando ajudagreen roletaum psicólogo."

Como a maioria dos detentos libertados, o jovem mantém um regimegreen roletaapresentação a cada 30 dias,green roletaum tribunal especializadogreen roletaterrorismogreen roletaCaracas.

"Terrorismo!", exclama o pai do jovem, surpreendido com o peso da palavra.

"Não quero que ele saia sozinho para nenhum lugar. Ele jogava basquete e ia para o ginásio. Agora, não quero que ele vá para lugar nenhum."

"Tenho um receio permanentegreen roletaque irão voltar a buscá-lo. Prefiro que ele fique longe."

* Com ilustraçõesgreen roletaDaniel Arce-Lopez e colaboração da jornalista Mirelis Morales.