3 paradoxos curiosos que mostram engenhosidade dos antigos filósofos gregos:m esporte bet
Os paradoxos apontam para falhas ou erros conceituais. Como corrigir esses erros, ou se eles podem ser corrigidos, raramente é óbvio.
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Fim do Matérias recomendadas
Os três paradoxos a seguir são alguns dos exemplos mais conhecidos da Grécia Antiga.
1. O paradoxo do mentiroso
"Esta frase é falsa."
Os filósofos chamam issom esporte bet"frase mentirosa". Ela é verdadeira? Se você disser "sim, a frase mentirosa é verdadeira", então as coisas são como está dito — mas a frase mentirosa diz que ela é falsa.
Por outro lado, suponha que você diga "não, a frase mentirosa é falsa". Isso significa que as coisas não são como a frase mentirosa diz. Mas é exatamente isso que ela diz, então, nesse sentido, a frase mentirosa é verdadeira.
Resumindo, há boas razões para dizer tanto que a frase é verdadeira, quanto que é falsa. No entanto, nenhuma frase pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo.
Este paradoxo foi criado pelo filósofo Eubulidesm esporte betMileto, que era famoso por seus paradoxos, no século 4 a.C.. Sua formulação original se perdeu, e o que apresento aqui é minha reconstrução dela.
O paradoxo do mentiroso nos alienam esporte betnoções cotidianas como verdade, falsidade e linguagem autorreferencial.
Mas também nos leva a questionar a ideia, pressuposta pela dialéticam esporte betperguntas e respostas (um diálogo entre pessoas que defendem pontosm esporte betvista diferentes sobre um assunto),m esporte betque toda pergunta pode ser respondida com "sim" ou "não".
Parece que há boas razões para responder tanto "sim", quanto "não" a algumas perguntas.
Alguns filósofos concluíram que isso significa que tanto "sim" quanto "não" são boas respostas para a pergunta: "a frase mentirosa é verdadeira?".
Eles chamam issom esporte bet"excesso"m esporte betboas respostas. Para aplicar o paradoxo do mentiroso nam esporte betvida, quando você fizer uma pergunta ou te perguntarem algo, pergunte a si mesmo: há maism esporte betuma resposta certa?
2. O paradoxo dos chifres
Você perdeu seus chifres? Se você responder "sim", você deve ter tido chifres que agora perdeu. Se você responder "não", então você tem chifres que não perdeu. Seja qual for am esporte betresposta, você sugere que tinha chifres — mas isso é claramente falso.
As perguntas são uma parte fundamental da filosofia. Mas elas também são fundamentais para a forma como obtemos informaçõesm esporte betoutras pessoas.
O paradoxo do mentiroso destaca que algumas perguntas têm maism esporte betuma boa resposta. O paradoxo dos chifres, porm esporte betvez, destaca outro problema — as perguntas têm pressupostos.
Se eu perguntar: "você paroum esporte betcomer carne?", então eu suponho que você não come mais carne, mas que costumava comer.
Essas perguntas parecem ter uma resposta do tipo "sim" ou "não" — mas, na verdade, existe uma lacuna, pois poderíamos negar o pressuposto.
Quando você fizer perguntas, ou quando te fizerem perguntas, primeiro pergunte a si mesmo: o que está sendo pressuposto?
3. O paradoxom esporte bet'sorites'
Aqui estão 10 mil grãosm esporte betareia. Eu tenho um monte? Sim, claro. Eu removo um grão, então agora tenho 9.999 grãos. Tenho um monte? Sim. Eu removo outro grão, então fico com 9.998. Tenho um monte? Sim.
Perder um único grão não afeta se eu tenho um monte. Mas se repetir esta ação mais 9.997 vezes, eu tenho um grão. Isso ainda é um monte?
Você pode argumentar tanto que um grão é um monte, quanto que não é. Mas nada pode ser um monte e não ser um monte ao mesmo tempo.
Outro grande sucessom esporte betEubulides, o paradoxom esporte betsorites (que deriva da palavra grega soros, que significa "monte" ou "pilha"), usa um monte como exemplo. Mas também amontoa pergunta após pergunta.
Este paradoxo nos desafia porque alguns conceitos possuem limites difusos. Quando introduzimos esses conceitos difusosm esporte betuma dialéticam esporte betperguntas e respostas, há respostas clarasm esporte bet"sim" ou "não" no início e no fim da sequência.
Dez mil grãos são claramente um monte, e um grão claramente não é. Mas não há respostas clarasm esporte bet"sim" ou "não" para uma região intermediária.
O paradoxo do mentiroso sugere que pode haver um excessom esporte betboas respostas para perguntasm esporte bet"sim" ou "não"; os chifres mostram que pode haver lacunas, onde nem "sim" nem "não" é a resposta certa.
Mas o paradoxom esporte betsorites revela que pode haver lacunas que vêm e vão, com conceitos cujos limites são difusos. Mas quantos dos nossos conceitos possuem limites difusos? E será que os conceitos difusos acompanham um mundo difuso?
Os paradoxos destacam falhasm esporte betatividades comuns do dia a dia: afirmar verdades, fazer perguntas e descrever objetos.
Pensar cuidadosamente sobre isso é divertido, sem dúvida. Mas os paradoxos também devem nos conscientizar sobre se toda pergunta aparentemente boa tem exatamente uma boa resposta: algumas perguntas têm mais, outras não têm nenhuma.
*Matthew Duncombe é professorm esporte betFilosofia na Universidadem esporte betNottingham, no Reino Unido.
Este artigo foi publicado originalmente no sitem esporte betnotícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).