Como consumobonusbetanoprodutos preferidos pelos argentinos, como carne, mate e leite, mudou desde a possebonusbetanoMilei:bonusbetano
O governo afirma que "não existem antecedentes mundiais"bonusbetanoum ajuste desta magnitudebonusbetanotão pouco tempo. E a medida serviu para reduzir um dos maiores flagelos da Argentina:bonusbetanoinflação – a mais alta do mundo, próximabonusbetano290% ao ano.
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Em março, os aumentosbonusbetanopreços caíram pelo terceiro mês consecutivo e, confirmando a maioria dos prognósticos privados e oficiais, os númerosbonusbetanoabril mostraram nova queda da inflação, que passou a serbonusbetanoum dígito por mês. É um sinalbonusbetanoque as medidas tomadas pelo governo parecem estar funcionando.
Mas existe o outro lado da moeda: uma fortíssima recessão, que foi agravada por muitas das medidas tomadas por Milei, como a desvalorização da moeda local pela metade, a drástica redução das taxasbonusbetanojuros e, principalmente, a contenção dos aumentos dos salários e aposentadorias, que foram mantidos abaixo da taxabonusbetanoinflação.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) havia previsto crescimentobonusbetano2,8% para o paísbonusbetano2024, mas reverteu suas expectativas após os anúncios do novo presidente. O órgão agora estima que a economia argentina sofrerá retraçãobonusbetano2,8% este ano, para crescer novamentebonusbetano5%bonusbetano2025.
A desregulamentaçãobonusbetanodiversos setores econômicos e a "acomodação dos preços", que haviam ficado defasados durante os governos kirchneristas, fizeram com que os valoresbonusbetanomuitos bens e serviços disparassem. Estes aumentos pressionaram ainda mais o bolso dos argentinos, que já recebiam um dos salários mais baixos da América Latina.
Um relatório do CentrobonusbetanoPesquisa e Formação da CentralbonusbetanoTrabalhadores da Argentina (Cifra-CTA, na siglabonusbetanoespanhol), publicadobonusbetanoabril, indicou que o poder aquisitivo do salário mínimo caiubonusbetanoum terço (34,1%) desde a possebonusbetanoMilei.
Com isso, o consumobonusbetanomassa despencou. Março registrou o quarto mês consecutivobonusbetanoqueda, com reduçãobonusbetano19% sobre o mesmo mês do ano passado, segundo a consultoria Focus Market.
E o sinal mais claro desta crise pode ser observado na queda das vendasbonusbetanotrês dos produtos mais consumidos pelos argentinos.
Leite – queda no 1º trimestre: 18,7%
A Argentina é um país pecuarista. Por isso, o leite e seus derivados – incluindo o tão popular docebonusbetanoleite – não podem faltar na mesa dos argentinos.
Mas o preço do leite mais que dobroubonusbetanoapenas três meses. O aumento foibonusbetano123% entre dezembro e março, segundo o Instituto NacionalbonusbetanoEstatística e Censos da República Argentina (Indec). Com isso, muitas pessoas simplesmente precisaram deixarbonusbetanoconsumir laticínios, como queijo, iogurte e manteiga.
Um relatório do Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA), com basebonusbetanodados do painel das indústrias lácteas, demonstra que a queda do volumebonusbetanovendabonusbetanolaticínios no mercado interno foibonusbetano18,7% nos três primeiros meses do ano,bonusbetanocomparação com o mesmo períodobonusbetano2023.
Paradoxalmente, depoisbonusbetanomuitos anosbonusbetanocrise, a situação dos produtoresbonusbetanoleite melhorou nos últimos tempos com a exportaçãobonusbetanoleitebonusbetanopó, o principal produto da indústria para o mercado externo.
Sua cotação internacional ébonusbetanomaisbonusbetanoUS$ 3,2 mil (cercabonusbetanoR$ 16,4 mil) por tonelada. Este valor fez com que o preçobonusbetanoreferência pago aos pecuaristas pelo leitebonusbetanonível nacional aumentassebonusbetanomaisbonusbetano300%bonusbetanoum ano, segundo o OCLA. Este índice é mais alto que a inflação anual da Argentina,bonusbetano288%.
O organismo estima ainda que, no primeiro trimestre, as exportaçõesbonusbetanolaticínios aumentarambonusbetano6,4%bonusbetanorelação ao mesmo período do ano passado. Elas representam 30%bonusbetanotodo o leite produzido no país.
Enquanto muitos empresários leiteiros observam com preocupação a crise do mercado interno, uma pesquisa realizadabonusbetanomarço pela associação rural Consórcios RegionaisbonusbetanoExperimentação Agrícola (CREA) demonstrou que a maioria deles mantém otimismo sobre o futuro dos seus negócios – 73% deles são da opiniãobonusbetanoque os resultados econômicos irão melhorar até o ano que vem.
Carne – queda no 1º trimestre: 17,6%
A Argentina é famosa pela qualidade dabonusbetanocarne. Qualquer pessoa que já tenha visitado o país sabe que o "bife" e o "assado" fazem parte habitual da alimentação dos argentinos.
Mas, este ano, muitas pessoas precisaram abandonar o tradicional churrascobonusbetanodomingo.
Segundo a Câmara da Indústria e ComérciobonusbetanoCarnes e Derivados da República Argentina (Ciccra), o consumobonusbetanocarne bovina per capita no país caiubonusbetano50,5 kgbonusbetanomarçobonusbetano2023 para 42,6 kgbonusbetanomarço deste ano – uma reduçãobonusbetano18,5%.
No acumulado do primeiro trimestre, a queda do consumo foibonusbetano17,6%. Segundo a Ciccra, este foi o "registro mais baixo das últimas três décadas".
Mas, como no caso do leite, nem tudo foi prejuízo para o setor. A redução do consumo interno foi compensada por um forte aumento das exportações, que representam cercabonusbetano30% da produção total.
Um relatório da Ciccra indica que, nos primeiros três meses do ano, as exportações aumentarambonusbetano22,9%,bonusbetanorelação ao mesmo períodobonusbetano2023. E fontes do InstitutobonusbetanoPromoção da Carne Bovina Argentina informaram que 80% dessa carne foi vendida para a China.
Erva-mate – queda no 1º trimestre: 9,2%
O chimarrão é uma parte tão essencial dos costumes argentinos que a demandabonusbetanoerva-mate é considerada estável – ou seja, mesmo quando os preços aumentam, as pessoas continuam comprando a erva, sem substituí-la por outros produtos.
É por isso que alguns consideram que queda das vendasbonusbetanoerva-mate é a evidência mais clara dos dramáticos efeitos dos ajustes para muitos argentinos.
O Instituto Nacional da Erva-Mate (INYM, na siglabonusbetanoespanhol), que é um organismo não governamental, revelou que,bonusbetanomarço, a quantidadebonusbetanoerva-mate destinada ao mercado interno caiubonusbetano30%,bonusbetanorelação a 2023.
Considerando-se todo o primeiro trimestre, a retração foibonusbetano9,2% sobre o mesmo período do ano passado.
A maioria dos participantes do setor atribui a queda à perdabonusbetanopoder aquisitivo das famílias com menos recursos. Um trabalho da Universidade Di Tella indicou que maisbonusbetano3 milhõesbonusbetanoargentinos caíram abaixo da linha da pobreza no primeiro trimestre deste ano.
Mas o INYM destaca que a baixa também pode ter ocorrido porque muitos supermercados e comércios compraram grandes quantidadesbonusbetanoerva-mate no finalbonusbetano2023. Eles aumentaram seus estoques prevendo o possível aumento da cotação do dólar após a possebonusbetanoMilei, o que encareceria o produto.
O organismo também informou que houve um forte aumento das exportaçõesbonusbetanoerva-mate no primeiro trimestre do ano, da ordembonusbetano23%. As vendas para o mercado externo representam apenas 10% da produção.
No iníciobonusbetanoabril, o governo desregulamentou o mercado da erva-mate, eliminando o poder do INYMbonusbetanofixar preçosbonusbetanoreferência. A intenção é incentivar a concorrência para baixar os preços internos.
Mas os críticos advertem que esta medida pode ter efeito totalmente contrário, já que apenas uma dezenabonusbetanograndes empresas concentra 70% da preparação da erva-mate no país. E, sem os preçosbonusbetanoreferência, elas poderão usar seu poderbonusbetanomercado para controlar tanto o preçobonusbetanovenda ao consumidor, quanto o valor pago aos produtores agrícolas.