Jurosyahtzee 1xbetqueda: quando efeito chega no crédito para o consumidor?:yahtzee 1xbet
A taxa básicayahtzee 1xbetjuros é o principal instrumento usado pelo Banco Central para controlar a inflação, ao influenciar o nívelyahtzee 1xbettodas as demais taxas praticadas no mercado.
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Quando os juros sobem, fica mais caro para famílias e empresas emprestarem dinheiro para consumir e investir. Quando os juros caem, como agora, é esperado efeito contrário.
A expectativa dos analistas éyahtzee 1xbetque a Selic seja reduzida gradualmente ao longo dos próximos meses, chegando a 12% ao fim deste ano, 9,25%yahtzee 1xbetdezembroyahtzee 1xbet2024 e 8,75%yahtzee 1xbet2025 e 8,5%yahtzee 1xbet2026, segundo expectativas colhidas pelo boletim Focus do Banco Central.
Mas como esse queda dos juros deve afetar as principais modalidadesyahtzee 1xbetcrédito usadas pelos consumidores brasileiros, como cartãoyahtzee 1xbetcrédito, cheque especial e empréstimos pessoais?
O financiamento habitacional pode ficar mais barato?
E por que, mesmo após dois anosyahtzee 1xbetquedas esperados à frente, a Selic não deve ir muito abaixo dos 10%, mantendo o nívelyahtzee 1xbetjuros do país elevado?
Ouvimos cinco especialistas e trazemos todas essas informações.
Como a queda da Selic vai afetar o crédito
A Anefac (Associação Nacional dos Executivosyahtzee 1xbetFinanças, Administração e Contabilidade) calcula o efeito do corteyahtzee 1xbet0,50 p.p. na Selic sobre as principais modalidadesyahtzee 1xbetcrédito usadas pelos brasileiros: compras parceladas no varejo, cartãoyahtzee 1xbetcrédito, cheque especial, CDC (Crédito Direto ao Consumidor) para comprayahtzee 1xbetveículos e empréstimo pessoalyahtzee 1xbetbancos e financeiras.
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"O impacto imediato é muito pequeno", resume Miguel José Ribeiroyahtzee 1xbetOliveira, diretor executivoyahtzee 1xbetEstudos e Pesquisas Econômicas da Anefac.
Segundo Oliveira, isso ocorre porque existe uma diferençayahtzee 1xbetmagnitude muito grande entre a Selic e as taxasyahtzee 1xbetjuros cobradas aos consumidores.
Quando a Selic estavayahtzee 1xbet13,75% ao ano, a taxa médiayahtzee 1xbetjuros nas operaçõesyahtzee 1xbetcrédito mais comuns estavayahtzee 1xbet126,2% ao anoyahtzee 1xbetjulho, segundo a Anefac.
Agora, com a Selic indo a 13,25%, a expectativa éyahtzee 1xbetque essa taxa média recue para 125,2%, uma variação quase insignificante, observa o especialista.
O economista explica que as taxasyahtzee 1xbetjuros praticadas no mercado são compostas por cinco gruposyahtzee 1xbetcustos:
- a Selic, que determina quanto o dinheiro custa para o banco;
- a chamada "cunha fiscal", que são impostos compulsórios embutidos nas taxasyahtzee 1xbetjuros;
- as despesas administrativas, que são os custos dos bancos com processos, agências, funcionários, entre outros;
- o riscoyahtzee 1xbetinadimplência, que é a parcela dos empréstimos que o banco espera não receberyahtzee 1xbetvolta;
- a margem líquida do banco, que é o lucro da instituição com a operação.
"O simples fatoyahtzee 1xbetque o Banco Central baixou a Selic não significa que as taxasyahtzee 1xbetjuros vão cair imediatamente", observa Oliveira, diante dos diversos itens que compõem os jurosyahtzee 1xbetmercado.
O riscoyahtzee 1xbetcrédito é um dos fatores que deve segurar a queda dos jurosyahtzee 1xbetmercado neste momento, considera o diretor da Anefac.
No crédito corporativo, ele cita as entradasyahtzee 1xbetrecuperação judicialyahtzee 1xbetgrandes empresas como Americanas, Grupo Petrópolis e Oi (que recorreu à proteção contra credores pela segunda vezyahtzee 1xbetsete anos) como fatores que impactaram o balanço dos bancos e aumentaram o volumeyahtzee 1xbetprovisões para inadimplência – o que se reflete nas taxasyahtzee 1xbetjuros e na ofertayahtzee 1xbetcrédito.
Além disso, o elevado endividamento e inadimplência das famílias também mantém a percepçãoyahtzee 1xbetrisco elevada para pessoas físicas, embora esses indicadores devam melhorar nos próximos meses, com os efeitos do programa Desenrola,yahtzee 1xbetnegociaçõesyahtzee 1xbetdívida.
Defasagem temporal
Rachelyahtzee 1xbetSá, chefeyahtzee 1xbeteconomia da gestorayahtzee 1xbetrecursos Rico Investimentos, lembra ainda que, no Brasil, estudos mostram que os efeitosyahtzee 1xbetvariações da Selic levam entre três e seis meses para serem sentidos no mercadoyahtzee 1xbetcrédito.
"É até relativamente rápido, comparado a outros países, mas tem uma demora", diz Sá.
"Não é porque o juro caiu agora que amanhã você vai pedir um financiamento imobiliário e ele vai estar mais barato, é um processo que leva alguns meses, assim como a elevação do juros também demorou para ser sentida", acrescenta.
Claudia Yoshinaga, coordenadora do Centroyahtzee 1xbetEstudosyahtzee 1xbetFinanças da FGV (Fundação Getulio Vargas), observa que as taxas que devem responder mais à quedayahtzee 1xbetjuros são as com garantias mais fortes, como o crédito imobiliário e para comprayahtzee 1xbetveículos.
Mas ela também acredita que esse efeito não é imediato e que deverá ser mais perceptível para os consumidores quando a Selic voltar ao patamaryahtzee 1xbetum dígito (isto é, abaixo dos 10%) e com o passar dos meses, se mantida a trajetóriayahtzee 1xbetqueda gradual da taxa básicayahtzee 1xbetjuros.
"Se viermos num ritmoyahtzee 1xbetreduções sucessivas da taxa, isso começa a sinalizar para o mercado e para os bancos que o ambiente [de negócios] está mais estável, que a trajetóriayahtzee 1xbetqueda veio para ficar, o que possibilita pensaryahtzee 1xbetempréstimosyahtzee 1xbetprazos mais longos, a níveis [de juros] menores."
É horayahtzee 1xbetcomprar imóveis financiados?
Para quem está pensandoyahtzee 1xbetcomprar a casa própria, o custo do financiamento é uma questão fundamental. Isso porque a comprayahtzee 1xbetum imóvel é um gasto que compromete geralmenteyahtzee 1xbet20% a 30% da renda mensalyahtzee 1xbetuma família, por um período longo,yahtzee 1xbet20 a 25 anos.
"O crédito imobiliário é aquele que está mais intimamente ligado à variação da Selic,yahtzee 1xbettodos os créditos", afirma Alberto Ajzental, coordenador do cursoyahtzee 1xbetNegócios Imobiliários da FGV.
O professor explica que esse é um crédito que tem uma garantia real forte (em geral, o próprio imóvel), o que faz com que essa seja a modalidadeyahtzee 1xbetcrédito com menor spread – diferença entre o que o banco pagayahtzee 1xbetjuros a um investidor e o que ele cobrayahtzee 1xbetjurosyahtzee 1xbetum empréstimo.
"Por ter o menor spread, o crédito imobiliário é o mais sensível à variação da Selic", diz Ajzental.
O professor da FGV observa, porém, que essa relação não é linear. Por exemplo, enquanto a Selic foiyahtzee 1xbetuma mínimayahtzee 1xbet2% ao ano durante a pandemia, para 13,75% até julho deste ano, a taxa média do financiamento imobiliário variou nesse período entre uma faixayahtzee 1xbet7% a 12% ao ano.
Ou seja, a variação dos juros do crédito imobiliário é menos ampla do que a da Selic, a uma razãoyahtzee 1xbet1 para 2. Isto é, o juros do crédito imobiliário variam 1 ponto a cada 2 pontosyahtzee 1xbetvariação da Selic.
"Com a Selic indoyahtzee 1xbet13,75% a 12% no final do ano, se a expectativa do boletim Focus do Banco Central se confirmar, será uma quedayahtzee 1xbet1,75 pontoyahtzee 1xbetquatro reuniões do Copom", diz Ajzental.
"Então podemos estimar que o crédito imobiliário pode cair entre 0,75 e 1 ponto, acompanhando os quase 2 pontosyahtzee 1xbetqueda da Selic até o final do ano", calcula o especialista.
Ele reforça, porém, que esse efeito não é imediato, podendo levar até três meses para os juros do crédito imobiliário caíremyahtzee 1xbetfunçãoyahtzee 1xbetcortes na Selic anteriores.
Mas então é melhor esperar os juros caírem para financiar um imóvel? Não necessariamente, diz o professor da FGV.
"A comprayahtzee 1xbetum imóvel não pode ser feita com uma visão imediatista, se a família achar uma boa oportunidade, deve comprar sim, porque há uma carta na manga que é a portabilidade", diz Ajzental.
Ele faz referência à opção criadayahtzee 1xbet2013 pelo Banco Central, que permite ao consumidor levar uma dívidayahtzee 1xbetum banco para outro, negociando taxasyahtzee 1xbetjuros menores para pagamento.
"Mesmo que você compre com uma taxa um pouco mais alta agora, passados um ou dois anos, você pode pedir a portabilidade e negociar uma taxa melhor com outro banco. Se estamos falandoyahtzee 1xbetuma dívidayahtzee 1xbet20 a 25 anos, os um ou dois anos que você pagou mais caro serão diluídos", afirma.
Preços dos imóveis e recursos da poupança
O professor cita ainda outros dois motivos para não esperar, caso surja uma boa oportunidadeyahtzee 1xbetcomprayahtzee 1xbetum imóvel.
O primeiro é que, com a queda da Selic e a melhora esperada na atividade econômica, deve aumentar também a demanda por imóveis, o que pode levar a uma altayahtzee 1xbetpreços das propriedades.
O segundo fator é a disponibilidadeyahtzee 1xbetrecursos na poupança.
Atualmente maisyahtzee 1xbet50% da captaçãoyahtzee 1xbetrecursos para o crédito imobiliário vem da poupança, cuja rentabilidade também está ligada à Selic, explica o professor da FGV.
Quem investeyahtzee 1xbetpoupança é remunerado a 0,5% mais a variação da TR (Taxa Referencial, um outro indexadoryahtzee 1xbetcontratos financeiros), quando a Selic está acimayahtzee 1xbet8,5%; e a 70% da Selic quando a taxa básicayahtzee 1xbetjuros está abaixoyahtzee 1xbet8,5% ao ano.
Então quedas maiores da Selic podem retirar recursos da poupança, devido à perdayahtzee 1xbetrentabilidade e maior atratividadeyahtzee 1xbetinvestimentosyahtzee 1xbetrenda variável. Isso pode diminuir a ofertayahtzee 1xbetcrédito imobiliário, pressionando as taxas.
E por que juros são tão altos no Brasil?
Todos os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil são unânimes na visãoyahtzee 1xbetque a Selic não deve voltar nos próximos anos ao patamaryahtzee 1xbet2% visto durante a pandemia – a não ser que ocorra uma catástrofe econômica que exija um forte estímulo monetário.
Pela expectativa atual do mercado, se tudo seguir como esperado, a taxa básicayahtzee 1xbetjuros chegaria pouco abaixo dos 9%, e isso somenteyahtzee 1xbet2025.
Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, explica que são vários os fatores para os juros no Brasil serem mais altos do queyahtzee 1xbetoutros países.
Historicamente, um dos motivos para isso é a questão fiscal.
"O Brasil tem um perfil fiscal muito ruim, uma dívida pública muito elevada e um déficit [nas contas públicas] muito elevado, especialmente nos últimos dez anos", diz Vale.
"Isso significa um prêmioyahtzee 1xbetrisco mais elevado e que o mercado acaba cobrando uma taxayahtzee 1xbetjuros maior [para financiar a dívida pública] por conta dessa percepçãoyahtzee 1xbetrisco. Assim, para o governo emitir títulos, precisa oferecer uma taxa maior, para o mercado aceitar."
Rachelyahtzee 1xbetSá, da Rico Investimentos, cita ainda a elevada indexação da economia, que é o fatoyahtzee 1xbetmuitos contratos serem reajustados pela inflação passada – como aluguéis, salários, etc.
Isso gera uma persistência da inflação, o que exige juros mais altos para controlá-la.
A economista observa ainda a baixa competitividade no setor bancário (o que tem melhorado nos últimos anos, com a proliferação dos bancos digitais e fintechs) e a grande ofertayahtzee 1xbetjuros subsidiados no Brasil – através do BNDES, por exemplo – como fatores que contribuem para que os juros por aqui sejam mais altos.
Ainda entre os fatores históricos, Vale cita a dificuldade dos credoresyahtzee 1xbetresgatar garantias no Brasil, o que torna os empréstimos mais arriscados e a chanceyahtzee 1xbetinadimplência maior, fazendo com que as taxas médiasyahtzee 1xbetjurosyahtzee 1xbetmercado sejam mais elevadas, para compensar esses riscos.
Mas, além desses fatores estruturais, há motivos para o Banco Central ser cauteloso no momento atual, reduzindo as taxasyahtzee 1xbetjurosyahtzee 1xbetforma lenta e gradual, avaliam os economistas.
"A primeira 'pernada' do processo desinflacionário já aconteceu, vemos os preços dos alimentos caindo e os preçosyahtzee 1xbetbens industrializados com inflação bem mais baixa, após um períodoyahtzee 1xbetmuito desequilíbrio na economia global com a pandemia", diz Rachelyahtzee 1xbetSá, da Rico.
"O problema agora é a inflaçãoyahtzee 1xbetserviços, então o Banco Central deve ser muito cauteloso, porque há riscos também no mundo", acrescenta a economista.
Entre esses riscos que devem impedir uma queda mais rápida dos juros no Brasil, ela cita os jurosyahtzee 1xbetalta nos EUA, inflação ainda pressionada na Europa, riscos climáticos do El Niño e a situação geopolítica na região do Mar Negro, que pode pressionar o preço dos grãos.
Internamente, embora a situação fiscal tenha melhorado com a aprovação do novo arcabouço fiscal, diz a economista, ainda restam muitas incertezas sobre as receitas necessárias para zerar o déficit das contas públicas nos próximos anos, como prometido pelo governo.
Todos esses fatores devem limitar uma queda mais acentuada dos juros por aqui.
Ainda assim, o início da queda dos juros é uma boa notícia para a economia, acredita Vale.
"Dado que a queda [dos juros] vai ser lenta, o maior ganho talvez seja no front político, porque toda essa tensão entre Banco Central e governo é muito prejudicial", diz o economista.
"Mas crescimentoyahtzee 1xbetlongo prazo, sustentável, não é feito com política fiscal, nem com política monetária. Elas não servem para isso. O que serve para isso é fazer reformas que aumentem a produtividade e, consequentemente, aumentem o crescimento."