O portuguêsgols mais menos bet365Portugal está ficando mais brasileiro? As expressões ouvidas com cada vez mais frequência no país:gols mais menos bet365
A BBC Brasil consultou linguistas e especialistas no tema que, por meio da observação, ajudaram a elaborar uma pequena listagols mais menos bet365expressões e construções brasileiras que aos poucos estão sendo introduzidas no léxico dos portugueses.
s principais antagonistas, os Estados Unidos e a União Soviética. No entanto, bilhões
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Fernando Venâncio, linguista português que estuda o tema há décadas, identificou algumas dessas palavrasgols mais menos bet365seu livro O Português à Descoberta do Brasileiro.
Muitas delas, segundo ele, já são usadasgols mais menos bet365Portugal há algumas décadas. "Um brasileiro, por exemplo, anuncia a pergunta que vai fazer com 'será que'. Isto não existia no portuguêsgols mais menos bet365Portugal nesta modalidade", diz.
"Um brasileirismo que eu mesmo uso e acho que foi um ganho é 'dica'. Não conhecíamos essa palavragols mais menos bet365Portugal usávamos 'sugestão' ou algo assim. Mas a palavra brasileira é mais prática e curta."
A professora Teresagols mais menos bet365Gruyter dá aulasgols mais menos bet365inglês para adolescentesgols mais menos bet365uma escolagols mais menos bet365línguasgols mais menos bet365Cascais. Ela afirma aprender com certa frequência novas palavras brasileiras com seus alunos.
"Há pouco tempo alguém me disse que 'estava p*ta da vida'. Eu percebi que ela queria dizer que estava furiosa com a vida, mas para nós a palavra p*ta significa prostituta", conta.
"Algo parecido acontece com a expressão 'isso é foda'. Nós diríamos 'isso aqui é giro', poisgols mais menos bet365Portugal foda é o ato sexual e nada mais."
O linguista e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Xoán Lagares, nota ainda a influência da variante brasileira na omissão do artigogols mais menos bet365determinados contextos egols mais menos bet365certas questõesgols mais menos bet365colocação pronominal.
O especialista explica que na variante europeia a omissão do artigo com possessivo só é possívelgols mais menos bet365poucos contextos, segundo a tradição normativa local. O comum, portanto, seria dizer coisas como "a minha casa", "vou-te dar o meu endereço" ou "a minha vida".
Já no português brasileiro, o uso é mais variável, e expressões "minha casa", "vou te dar meu endereço" e "minha vida" são aceitas.
Mas recentemente, o formato usado no Brasil tem sido observado tambémgols mais menos bet365Portugal.
Gerúndio e o uso do 'você'
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Segundo os especialistas consultados pela BBC Brasil, dois aspectos muito apontados como 'brasileirismos' na variante portuguesa, na verdade, já existiam na línguagols mais menos bet365Camões.
Um deles é o uso o constante do gerúndio.
"O gerúndio é uma forma mais antiga. Até o século 19 ninguém dizia 'estou a passear', como dizemos hoje, diziam 'estou passeando'", afirma a professora catedráticagols mais menos bet365Linguística da Universidadegols mais menos bet365Coimbra, Graça Rio-Torto.
"Por uma razão que eu não sei explicar, no século 19 isso mudou, mas a sul do Rio Tejo, portanto a sulgols mais menos bet365Lisboa, sobretudo no Alentejo, no Algarve, nas Ilhas da Madeira e nos Açores, o gerúndio é construção dominante."
E ao contrário do que muita gente acredita no Brasil, o uso da palavra 'você' também já era muito comumgols mais menos bet365Portugal.
Segundo Rio-Torto, a palavra, especialmente no singular, ocupa dois extremos. Ao mesmo tempogols mais menos bet365que é muito usada por portugueses menos escolarizados egols mais menos bet365zonas mais rurais do país, também está presente entre a classe alta.
Alguns linguistas também classificam a expressão como "um meio-termo" entre 'o senhor' ou 'a senhora' e o 'tu',gols mais menos bet365termosgols mais menos bet365formalidade.
Mas para algumas pessoas, seu uso por portugueses ainda pode ser considerado rude ou uma formagols mais menos bet365inferiorizar alguém. "Pode ser uma marca um bocadinho desrespeitosa por partegols mais menos bet365um falante culto. Eu, por exemplo, nunca me dirigiria a um aluno com 'você'", diz a professora da Universidadegols mais menos bet365Coimbra.
Para Fernando Venâncio, o uso da palavra não se tratagols mais menos bet365uma influência brasileira. "No máximo a habituação pode ser ter sido tal que para nós tratar outra pessoa por você se torna mais normal, mais aceitável, menos problemático", diz.