Qual a idade certa para dar um celular a uma criança:cyber bet app

Garotas mexemcyber bet appseus celulares

Crédito, Adam Berry/Redferns/Getty Images

Legenda da foto, O telefone celular pode ser uma ferramenta social importante para os adolescentes, dando a eles independência, mas também podem ser coercitivos

Existem ainda muitas questões sem resposta sobre os efeitoscyber bet applongo prazo dos telefones celulares e das redes sociais sobre as crianças e adolescentes, mas as pesquisas existentes fornecem algumas evidências sobre os seus principais riscos e benefícios.

Particularmente, embora não existam amplas evidências que demonstrem que ter um telefone celular ou usar as redes sociais seja prejudicial para o bem-estar das criançascyber bet appgeral, pode haver outros aspectos nesta história que ainda são desconhecidos.

A maior parte das pesquisas disponíveis no momento concentra-se nos adolescentes e não nos gruposcyber bet appmenor idade - e as evidências que surgem demonstram que pode haver fases específicascyber bet appdesenvolvimentocyber bet appque as crianças são mais suscetíveis a efeitos negativos.

E, mais do que isso, os especialistas concordam que diversos fatores importantes devem ser considerados ao decidir se o seu filho está pronto para ter um celular - e o que deve ser feito quando eles tiverem um.

Como os celulares afetam as crianças

Os smartphones ainda são uma tecnologia relativamente nova para podermos compreender seus efeitoscyber bet applongo prazo. Mas já existem evidências que revelam alguns fatores importantes para diferentes faixas etárias:

Criançascyber bet appzero a oito anoscyber bet appidade têm "pouca ou nenhuma percepção dos riscos online, quando o assunto é o usocyber bet apptelefones celulares e aplicativoscyber bet appredes sociais", segundo um estudo realizadocyber bet appsete países europeus.

Os pais detêm influência poderosa como modelos: o mesmo estudo concluiu que as crianças, muitas vezes, copiam o uso do celular pelos seus pais.

Os adolescentes podem ser particularmente sensíveis ao feedback das redes sociais. Certas mudançascyber bet appdesenvolvimento durante a adolescência podem significar que os jovens ficam mais sensíveis ao status e às relações sociais, o que, porcyber bet appvez, pode tornar o uso das redes sociais mais estressante para eles.

Especialistas afirmam que a abertura e a comunicação são fundamentais quando o assunto é a forma com que os pais lidam com o uso dos smartphones pelos jovens. Isso inclui conversar sobre o que eles estão vendo e suas experiências online.

Criança mexendo no celular

Crédito, Nicolas Asouri/AFP/Getty Images

Legenda da foto, Existem poucas evidências sobre quando é o momento certo para dar a uma criança o seu primeiro smartphone, mas existem momentos fundamentaiscyber bet appque os riscos são mais altos

Dados do órgão regulador britânicocyber bet appcomunicações Ofcom demonstram que a ampla maioria das crianças no Reino Unido tem um smartphone com 11 anoscyber bet appidade. Esse índice sobecyber bet app44% aos 9 anos para 91% aos 11 anos.

Nos Estados Unidos, 37% dos paiscyber bet appcrianças com 9 a 11 anoscyber bet appidade afirmam que seu filho tem seu próprio celular. E,cyber bet appum estudo realizadocyber bet app19 países da Europa, 80% das crianças com 9 a 16 anoscyber bet appidade responderam que usam um smartphone para acessar a internet diariamente ou quase todos os dias.

"Quando estudamos os adolescentes mais velhos, maiscyber bet app90% têm telefone", afirma Candice Odgers, professoracyber bet appPsicologia da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Dados inconsistentes

Um relatório europeu sobre o uso da tecnologia digital entre crianças desde o nascimento até os 8 anoscyber bet appidade concluiu que essa faixa etária tem "pouca ou nenhuma percepção dos riscos online". Mas ainda faltam evidências mais sólidas sobre os efeitos prejudiciais do usocyber bet appcelulares - e dos aplicativoscyber bet appredes sociais que vêm com eles - sobre crianças mais velhas.

Odgers analisou seis meta-análisescyber bet appbusca da relação entre o uso da tecnologia digital e a saúde mental das crianças e dos adolescentes, alémcyber bet appoutros estudoscyber bet applarga escala e sobre o uso diário. Ela não encontrou relação consistente entre o uso da tecnologia pelos adolescentes e seu bem-estar.

E, nos poucos estudos que encontraram associação, os efeitos, tanto positivos quanto negativos, foram pequenos. "A maior descoberta realmente foi uma diferença entre o que as pessoas acreditam, incluindo os próprios adolescentes, e o que as evidências mostram na realidade", ela conta.

Outra análise, conduzida por Amy Orben, psicóloga experimental da Universidadecyber bet appCambridge, no Reino Unido, também constatou que as evidências são inconclusivas. Embora houvesse uma pequena correlação negativa,cyber bet appmédia, entre os estudos analisados, Orben concluiu que era impossível saber se a tecnologia estava causando a queda do bem-estar ou vice-versa - ou se outros fatores estavam influenciando a ambos.

Orben ressalta que grande parte das pesquisas nesta área não tem qualidade suficiente para fornecer resultados significativos.

É claro que estes resultados são as médias. "Existe uma grande variação inerente sobre os impactos [sobre o bem-estar] na literatura científica", segundo Orben. E a experiênciacyber bet appadolescentes individuais dependerá das suas próprias circunstâncias pessoais.

"Muitas vezes, quem pode realmente julgar isso são apenas as pessoas mais próximas", acrescenta a psicóloga.

Em termos práticos, isso significa que, independentemente do que disserem as evidências mais amplas, pode haver crianças que enfrentam dificuldades resultantes do usocyber bet appredes sociais oucyber bet appcertos aplicativos. Por isso, é importante que os pais fiquem atentos e ofereçam apoio.

Garoto mexendo no celular

Crédito, Idrees Abbas/Getty Images

Legenda da foto, Durante a pandemia, os telefones celulares foram fundamentais para que as crianças tivessem acesso às aulas onlinecyber bet appsuas casas

Por outro lado, para alguns jovens, o celular pode ser uma tábuacyber bet appsalvação - seja para que pessoas com deficiências possam encontrar uma nova formacyber bet appacesso e formaçãocyber bet appredes sociais ou para que adolescentes possam buscar respostas a questões prementes sobre acyber bet appsaúde.

"Imagine que você seja um adolescente preocupado com possíveis problemas nacyber bet apppuberdade ou quecyber bet appsexualidade não é a mesma dos seus amigos - ou que esteja preocupado com as mudanças climáticas quando os adultos àcyber bet appvolta estão saturados com o assunto", pondera Sonia Livingstone, professoracyber bet appPsicologia Social da London School of Economics, no Reino Unido, e uma das autorascyber bet appParenting for a Digital Future ("Criando filhos para um futuro digital",cyber bet apptradução livre).

Mas, na maior parte das vezes, quando estão usando o celular para comunicar-se, as crianças estão falando com os amigos e a família. "Se você realmente analisar com quem as crianças estão falando online, existe uma coincidência muito forte comcyber bet apprede offline", afirma Odgers.

"Acho que toda esta ideiacyber bet appque estamos perdendo uma criança isolada para o telefone pode ser um risco real para algumas crianças, mas, para a ampla maioria, eles estão se conectando, compartilhando, vendo coisascyber bet appconjunto", diz ela.

De fato, embora os celulares muitas vezes sejam culpados pelo fatocyber bet appas crianças passarem menos tempocyber bet appambientes externos, um estudo dinamarquês com criançascyber bet app11 a 15 anoscyber bet appidade encontrou algumas evidênciascyber bet appque, na verdade, os celulares oferecem a possibilidadecyber bet applocomoção independente para as crianças, aumentando a sensaçãocyber bet appsegurança dos pais e ajudando a criança a navegar por ambientes não familiares.

As crianças afirmam que seus telefones ampliaram suas experiências foracyber bet appcasa, ouvindo música e mantendo contato com os pais e os amigos.

'Janelascyber bet appsensibilidade'

É claro que a capacidadecyber bet appestarcyber bet appcomunicação quase constante com os colegas sempre traz algum risco.

"Acho que o celular tem sido fantástico para revelar o que sempre foi uma necessidade não atendida da parte dos jovens", afirma Livingstone. "Mas, para muitos, ele pode ser coercitivo, pode tornar-se incrivelmente normativo."

"Ele pode pressioná-los a sentir que existe um lugar onde estão as pessoas populares, onde eles estão lutando para entrar oucyber bet apponde podem ser excluídos, onde todos estão fazendo o mesmo tipocyber bet appcoisas e conhecem o mais recente seja-lá-o-que-for", segundo ela.

E,cyber bet appfato, Orben e seus colegas encontraram "janelascyber bet appsensibilidadecyber bet appdesenvolvimento". Nelas, o uso das redes sociais é associado a um período posteriorcyber bet appqueda da satisfação com a própria vida,cyber bet appidades específicas durante a adolescência.

Analisando dadoscyber bet appmaiscyber bet app17 mil participantes com 10 a 21 anoscyber bet appidade, os pesquisadores concluíram que o maior uso das redes sociais com 11 a 13 anos para as meninas e 14 a 15 anos para os meninos era um indicadorcyber bet appmenor satisfação com a vida um ano mais tarde. E o inverso também era verdadeiro: menor uso das redes sociais nessas idades indicava maior satisfação com a vida no ano seguinte.

Isso estácyber bet appacordo com o fatocyber bet appque as meninas costumam atravessar a puberdade antes dos meninos, segundo os pesquisadores, embora não haja evidências suficientes para afirmar que esta seja a causa da diferençacyber bet apptempo. Outra janela surgiu aos 19 anoscyber bet appidade para participantes homens e mulheres, perto da épocacyber bet appque muitos adolescentes saíamcyber bet appcasa.

Os pais deveriam considerar com cautela essas faixascyber bet appidade ao tomar decisões para suas próprias famílias, mas vale a pena levarcyber bet appconta que mudançascyber bet appdesenvolvimento podem tornar as crianças mais sensíveis aos lados negativos das redes sociais.

Pai usa o celular para fazer registro do filho pequeno

Crédito, Richard Baker/Getty Images

Legenda da foto, Muitos pais preferem apresentar as redes sociais aos seus filhos desde cedo

Durante os anos da adolescência, por exemplo, o cérebro sofre enormes mudanças, o que pode influenciar como os jovens agem e se sentem, chegando a torná-los mais sensíveis aos relacionamentos e ao status social.

"Ser adolescente realmente é uma época importante do desenvolvimento", afirma Orben. "Você é muito mais influenciado pelos colegas, você está muito mais interessado pelo que as outras pessoas pensam sobre você. E o formato das redes sociais - como elas fornecem contato social e feedback, mais ou menos a um cliquecyber bet appdistância - pode ser mais estressantecyber bet appdeterminados momentos."

Além da idade, outros fatores podem influenciar o impacto das redes sociais sobre as crianças e os adolescentes, mas os pesquisadores estão apenas começando a explorar essas diferenças individuais.

"Realmente, esta é agora uma área centralcyber bet apppesquisa", afirma Orben. "Haverá pessoas que sofrerão impactos positivos ou negativos maiorescyber bet appdiferentes momentos. Isso pode ocorrer porque eles vivem vidas diferentes, passam pelo desenvolvimentocyber bet appmomentos diferentes e podem usar as redes sociaiscyber bet appforma diferente. Realmente precisamos identificar essas coisas."

Mas quando?

Embora as pesquisas possam oferecer subsídios para que as famílias decidam se devem comprar um celular para seus filhos, elas não conseguem oferecer respostas específicas para a difícil pergunta "quando?".

"Acho que, ao dizer que as coisas são mais complexas, elas naturalmente devolvem a questão para os pais", afirma Amy Orben. "Mas, na verdade, isso pode não ser algo tão ruim, já que é muito individual."

A questão principal que os pais precisam perguntar, segundo Candice Odgers, é: "Como ele se encaixa para a criança e para a família?".

Para muitos pais, comprar um celular para uma criança é uma decisão prática. "Em muitos casos, os pais são os que desejam que as crianças mais jovens tenham celulares para poderem manter contato com elas todo o dia e coordenar os transportes", afirma Odgers.

E ter um celular pode ser considerado um passo rumo à idade adulta.

"Acho que dá às crianças uma sensaçãocyber bet appindependência e responsabilidade", afirma Anja Stevic, pesquisadora do Departamentocyber bet appComunicação da Universidadecyber bet appViena, na Áustria. "É definitivamente algo que os pais devem considerar: seus filhos estãocyber bet appum estágiocyber bet appque são suficientemente responsáveis para que tenham seu próprio aparelho?"

Um fator que os pais não devem descartar é até que ponto eles se sentem confortáveis quando seus filhos têm um telefone celular. Um estudocyber bet appStevic e seus colegas demonstrou que, quando os pais sentem faltacyber bet appcontrole sobre o uso do smartphone pelas crianças, tanto elas quanto os pais relatam mais conflitos relacionados ao aparelho.

Mas vale a pena lembrar que ter um telefone celular não abre necessariamente as portas para todo e qualquer aplicativo ou jogo que existe.

"Quando entrevisto crianças, ouço cada vez mais que os pais estão dando a eles o telefone, mas exigindo que os aplicativos que eles instalarem sejam verificados e discutidos", afirma Sonia Livingstone. "Acho que isso pode ser muito inteligente."

Os pais também podem, por exemplo, passar um tempo jogando com as crianças para ter certezacyber bet appque estão satisfeitos com o conteúdo ou dedicar um tempo para verificar o que há no telefone junto com as crianças.

"Existe um poucocyber bet appsupervisão, mas é preciso ter essa comunicação e abertura a respeito, poder apoiá-los pelo que eles estiverem vendo e experimentando online, da mesma forma que offline", explica Odgers.

Outra recomendação é que, no momentocyber bet appdefinir regras domésticas para o uso do smartphone - como não deixar o celular no quarto da criança à noite -, os pais também observem honestamente o seu próprio uso dos seus celulares.

Garotas posam para selfie

Crédito, Edwin Remsberg/Getty Images

Legenda da foto, Discutir quais aplicativos as crianças podem ter e como elas usam seu telefone pode permitir que os pais auxiliem seus filhos no uso do telefone

"As crianças odeiam hipocrisia", afirma Livingstone. "Elas odeiam sentir que estão recebendo instruções para não fazer algo que os seus pais fazem, como usar o telefone na hora da refeição ou ir para a cama com o telefone."

E até as crianças mais jovens aprendem com o uso do celular pelos seus pais.

Um relatório europeu sobre o usocyber bet apptecnologia digital entre as crianças desde o nascimento até os 8 anoscyber bet appidade concluiu que essa faixa etária tinha pouca ou nenhuma consciência dos riscos, mas que as crianças, muitas vezes, copiavam o uso da tecnologia pelos seus pais. Alguns pais até descobriram durante o estudo que as crianças sabiam as senhas dos seus aparelhos, para poder acessá-loscyber bet appforma independente.

Mas os pais podem usar isso a seu favor, fazendo com que as crianças mais jovens se envolvam durante as tarefas realizadas no telefone celular, formando boas práticas.

"Acho que esse envolvimento e usocyber bet appconjunto é realmente uma boa forma para que eles aprendam o que está acontecendo nesse aparelho e para que ele serve", afirma Stevic.

Por fim, a decisão sobre quando comprar um telefone celular para um filho é uma decisão importante para os pais. Para alguns, a decisão correta serácyber bet appnão comprar. E, com um poucocyber bet appcriatividade, as crianças que não têm celular não terão nada a perder.

"Crianças que são razoavelmente confiantes e sociáveis encontrarão soluções para participar do grupo", afirma Livingstone. "Afinal, a maior parte dacyber bet appvida social está na escola e, basicamente, eles se veem todos os dias,cyber bet appqualquer forma."

De fato, aprender a lidar com o medo da exclusão que eles sentem por não terem um celular pode ser uma lição útil para os adolescentes mais velhos, quando, sem as restrições impostas pelos pais, eles acabam por comprar um para si próprios e precisam aprender a definir limites.

"O problema com o medo da exclusão é que ele nunca acaba,cyber bet appforma que todas as pessoas precisam aprender a definir um limitecyber bet appalgum lugar", afirma Livingstone. "Se não fosse assim, você estaria simplesmente rolando telas 24 horas por dia, sete dias por semana."

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.

- Texto originalmente publicadocyber bet apphttp://vesser.net/vert-fut-63291695

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