Os limites da física e da economia que impedem que meganavios fiquem cada vez maiores:jh bets
Se você consultar uma lista dos maiores navios porta-contêineres do mundo, vai notar que todos eles têm 400 metrosjh betscomprimento, ou um pouco menos, e cercajh bets60 metrosjh betslargura. É mais ou menos o limite atual deste tipojh betsembarcação.
O númerojh betsrazões para este limite é surpreendente — e provavelmente você nunca vai ver navios porta-contêineres muito maiores que estes. Mas por quê?
A infraestrutura dos portos
Há cercajh bets5,5 mil navios porta-contêineresjh betstodo o mundo. Juntos, eles seriam capazesjh betscarregar 25 milhõesjh betsTEUs (unidade equivalente a contêineresjh bets20 pés). Isso se todas estas embarcações estivessem totalmente carregadas ao mesmo tempo.
George Griffiths, editorjh betsmercadosjh betscontêineres globais da empresa fornecedorajh betsinformações e análisejh betsmercados S&P Global Commodity Insights, explica que as encomendas mundiaisjh betsnovos navios porta-contêineres devem aumentar esta capacidade totaljh betssurpreendentes 25%jh betspoucos anos.
"Estamos vendo um grande númerojh betsmeganavios porta-contêineres sendo construídos", diz ele. "A quantidadejh betsnavios com capacidade para transportar maisjh bets14 mil contêineres é imensa."
Somente na última década, a capacidade média dos navios porta-contêineres aumentoujh betsmenosjh bets3 mil para cercajh bets4,5 mil TEUs. E existem atualmente maisjh bets50 navios com capacidadejh bets21 mil TEUs ou mais. Praticamente todos eles foram construídos nos últimos cinco anos.
Mas estes navios desafiam os limites dos portos — até dos maiores do mundo, segundo Griffiths.
Para carregar e descarregar os contêineres, os guindastes precisam alcançar todo o navio.
Os navios porta-contêineres também precisam virar para os lados, passar por eclusas e canais, incluindo os canaisjh betsSuez e do Panamá, que têm restriçõesjh betstamanho.
Além disso, é fundamental evitar que os navios encalhem. Em alguns portos, as embarcações maiores chegam, na verdade, a tocar o fundo e deslizar pelo cascalho,jh betsvezjh betsflutuar sobre a água, conta Stavros Karamperidis, chefe do Grupojh betsPesquisajh betsTransporte Marítimo da Universidadejh betsPlymouth, no Reino Unido. É uma manobra que exige extremo cuidado.
Acomodar navios muito maiores do que os existentes hojejh betsdia exigiria uma enorme reforma da infraestrutura portuária, o que seria extremamente caro.
"Por que você investiriajh betsnavios maiores se, para isso, você também precisaria investir quantias imensas nos portos?", questiona Griffiths.
Karamperidis também destaca que os navios maiores sofrem ainda restriçõesjh betssuas rotasjh betsnavegação, por serem bastante vulneráveis às condições climáticas. Eles não costumam cruzar o Oceano Pacífico, por exemplo, com suas violentas tempestades. Naviosjh betsmédio porte às vezes perdem centenasjh betscontêineres no Pacífico.
"Por isso, os navios [ultragrandes] navegam perto da costa, para não enfrentar grandes ondas. É questãojh betsestabilidade", explica.
Karamperidis acrescenta que a maior parte dos portos americanos não tem tamanho suficiente para receber os navios porta-contêineres maiores. Apenas algumas embarcações com capacidadejh betscercajh bets20 mil TEUs já atracaramjh betsportos dos Estados Unidos.
Com tudo isso, é possível observar que as limitações sobre o tamanho das embarcações não têm tanto a ver com os imensos desafios da engenharia para construir navios colossais — mas, sim, com a economia e a logística necessária para operar estes gigantes.
"Fisicamente, na verdade, não existe um limite", afirma Rosalind Blazejczyk, arquiteta naval e sócia-gerente da empresa Solis Marine Consultants. Mas ela ressalta que existe, sim, um limite para a quantidadejh betscontêineres que podem ser empilhados um sobre o outrojh betsum navio, antes que o contêiner do fundo da pilha comece a ceder com o peso.
Os contêineres também são amarrados para que fiquem no lugar dentro do navio — e estes sistemas têm limites para a quantidadejh betscaixotes que podem ser fixados com segurança,jh betsacordo com John Simpson, colegajh betsBlazejczyk na Solis.
Outra questão é como estes navios muito largos e compridos enfrentam as ondas.
Ao navegar diretamente por uma sequênciajh betsondas, os navios podem sofrer um fenômeno conhecido como rolamento paramétrico.
Isso acontece porque, à medida que as ondas passam ao longo do comprimentojh betsum navio porta-contêineres muito grande,jh betsproa ejh betspopa podem ficar acima da água quando a crista da onda estiver no meio do navio.
Isso deixa a parte superior da proa e da popa sem o suporte necessário da água embaixo delas. A variação deste suporte, à medida que as ondas continuam a passar, pode fazer o navio sacudirjh betsforma estranhajh betsum lado para outro.
"Você tem grandes ângulosjh betsrolamento com ondas não muito altas", afirma Blazejczyk.
Os naviosjh betsgrande porte enfrentam mais riscojh betsenfrentar este fenômeno. E os navios porta-contêineres também têm escotilhas muito grandes no convés. Isso significa quejh betsestrutura geral é mais fraca que ajh betsoutros navios — e mais suscetível a vergar ou a sofrer torções.
"Eles são como uma caixajh betssapatos sem tampa", explica Blazejczyk.
Em mares calmos, não há problema, mas limitar quando ou onde um navio pode navegar pode ser mais um fator para limitarjh betsutilidade.
Fatores econômicos
Outro tipojh betsclima que precisa ser considerado é o econômico. Griffiths destaca que o preço do petróleo, no momento, está excessivamente alto, e que os maiores navios porta-contêineres consomem imensas quantidadesjh betscombustível.
Investirjh betsnavios ainda maiores pode não ser a decisão financeira mais inteligente no futuro — mesmo considerando que estes custos atualmente são mais do que cobertos pelas tarifasjh betsfrete astronômicas praticadas no mundo todo, devido à atual demandajh betsmovimentaçãojh betscargas.
Karamperidis afirma que, para que os navios porta-contêineres com capacidade bastante superior a 25 mil TEUs sejam viáveis, a economia dajh betsoperação precisaria mudar.
O Canaljh betsSuez provavelmente será sempre um gargalo para os navios que vão da Ásia para a Europa. Mas, segundo ele, não é impossível imaginar um navio com 30 mil TEUs (ou similar) viajando, um dia, por uma rota que vá da China até um porto africano próspero, por exemplo.
"Talvez nós possamos ver este tipojh betsnavio viajando entre a Ásia e Mombasa [o maior porto do Quênia]", afirma.
O atual tetojh bets24 mil TEUs para a capacidade dos navios porta-contêineres é mais ou menos um reflexo tanto dos limites econômicos, quanto da infraestrutura portuária, da configuração das vias marítimas mais movimentadas do mundo e da engenharia.
Mas sempre há a possibilidadejh betsque, um dia, alguém com dinheiro suficientejh betsalgum lugar do planeta encomende um navio que transforme até os gigantescos porta-contêineresjh betshojejh betsanões. Seria certamente uma maravilha a ser contemplada.
- Texto originalmente publicado em http://vesser.net/vert-fut-62126269
jh bets Leia a versão original desta reportagem jh bets (em inglês) no site BBC Future jh bets .
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