A 'revolucionária' bateriaareia que promete aquecer as casas no duro inverno da Finlândia:

Planta com bateriaareia
Legenda da foto, A planta com a bateriaareia já está operando no oeste da Finlândia.

A Finlândia importa a maior parte do gás que consome da Rússia. E a guerra na Ucrânia intensificou o interesse por alternativas viáveis.

O país tem a maior fronteira com a Rússiacomparação com qualquer nação europeia. O governoVladimir Putin suspendeu recentemente o fornecimentogás e eletricidade ao país nórdico devido ao seu pedidoadesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Políticos e cidadãos da Finlândia estão preocupados com a possível escassezenergia, luz e calor, especialmente durante o longo e frio inverno.

Mas no oeste do país, uma pequena usinaenergia está usando um novo sistema que pode ajudar a aliviar essa preocupação.

O elemento chave desta tecnologia? Cerca100 toneladas do tipoareia utilizada na construção civil, empilhadasum silo.

Esses grãosareia podem ser uma maneira simples e barataarmazenar energia para quando ela for mais necessária.

Embora mais painéis solares ou torres eólicas possam ser rapidamente adicionados às redes elétricas, essas fontesenergia também representam grandes desafios.

O maior problema é a intermitência, ou seja, como manter as luzes acesas quando o sol não está brilhando ou não há vento suficiente.

Planta com bateriaareia
Legenda da foto, O investimentoenergias renováveis ​​aumentou devido às alterações climáticas e à alta do preço dos combustíveis

Conectar mais recursos renováveis ​​também requer a adiçãooutras fontesenergia para equilibrar a rede elétrica, pois pouca ou muita energia podem causar algum colapso.

A resposta mais óbvia seria usar bateriasgrande escala que armazenam e equilibram a energia à medida que a rede se torna mais renovável.

Mas hoje a maioria das baterias são feitas com lítio, ocupam um espaço considerável, são caras e só podem lidar com uma quantidade limitadaenergia adicional.

Daí o interessesoluções como asKankaanpää, cidade onde uma equipejovens engenheiros finlandeses concluiu a instalação do primeiro sistema comercial com bateriaareia.

"Quando há um grande aumento na eletricidade renovável, procuramos armazená-la muito rápido", disse Markku Ylönen, um dos dois fundadores da empresa Polar Night Energy, que desenvolveu a bateriaareia.

O novo projeto foi instalado na Usina GeradoraVatajankoski, que fornece eletricidade para a região.

A eletricidadebaixo custo é usada para aquecer a areia a uma temperaturaaté 500°C (o mesmo processo usadoaquecedores elétricos).

Uma correntear quente circula na areia, que perde calor muito lentamente - um meio muito eficazarmazená-lo.

Os engenheiros afirmam que a bateria pode manter a areiatorno500°C por meses.

Quando os preços da energia aumentam, a bateria pode liberar ar quente para aquecer a água no sistemaaquecimento urbano, que porvez esquenta casas, escritórios e até piscinas.

O projeto da bateriaareia foi inicialmente testadouma fábricacelulose na cidadeTampere. As autoridades locais doaram o espaço físico e financiaram a ideia.

"Se tivermos usinasenergia que funcionam apenas por algumas horas no inverno, quando está mais frio, isso seria extremamente caro", diz Elina Seppänen, especialistaenergia e climaTampere.

"No entanto, se tivermos soluções que ofereçam flexibilidade no uso e armazenamentocalor, acho que isso ajudará muitotermoscusto."

Um dos maiores desafios agora será dimensionar essa tecnologia e usá-la para obter eletricidade e calorgrande volume.

A eficiência do sistema cai drasticamente quando é usado para fornecer eletricidade à rede elétrica da região.

No entanto, armazenar energia na formacalor também pode ser uma oportunidade para o setor industrial, onde o calor utilizado na produçãoalimentos, bebidas, têxteis ou medicamentos provém da queimacombustíveis fósseis.

Outros grupospesquisa, como o Laboratório NacionalEnergia Renovável dos Estados Unidos, também estudam o usobateriasareia.

Mas a Finlândia é o primeiro país com um sistema comercial e operacional que vem funcionando bem, segundo o homem que apostou nessa tecnologia.

"É muito simples, mas gostamos da ideiatentar algo novo,sermos os primeiros no mundo a fazê-lo", disse Pekka Passi, diretor da usinaVatajankoski.

"Parece um pouco louco, mas acho que será um sucesso."

Línea

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