A vida sexual dos bonobos, os macacos 'feministas':cbet twitter

Kano também observou uma variedadecbet twittercomportamentos sexuais fora do comum.

A fricçãocbet twitterórgãos genitais foi um deles: fêmeas se abraçavam frequentemente para trocar afagos, conforme o japonês escreveucbet twitter1980 no Journal of Human Evolution. Quando machos e fêmeas copulavam, Kano observou quecbet twitterpelo menoscbet twitterum terço dos casos o casal adotava a posição "papai e mamãe".

Em algumas ocasiões, o japonês viu fêmeas copulando com outros machos e até mesmo filhotes.

A publicação dessas observações criou um fascínio público com a espécie, que alguns especialistas consideram exagerado. "Há essa percepçãocbet twitterque os bonobos são ninfomaníacos e fazem sexo o tempo todo", diz Zana Clay, da Universidadecbet twitterBirmingham, no Reino Unido, que passou anos estudando os macacos.

A realidade é um pouco diferente: a frequênciacbet twittercópula dos bonobos nemcbet twitterlonge é tão alta quanto as pessoas imaginam. "Em termoscbet twitterreprodução, eles não são mais sexualmente ativos que os chimpanzés", completa Clay.

A fricçãocbet twittergenitais é comum, mas só acontececbet twittercontextos bem específicos, frequentemente alguns que não são sexuais. "As pessoas pensam que os macacos fazem isso por diversão, mas a prática está ligada a situações sociais incertas", diz a cientista.

Um exemplo é quando um grupo chega a uma nova árvore. Há certa tensão no ar para ver quem poderá se servir primeiro. "As fêmeas terão bastante contato genital umas com as outras para aliviar a tensão e o espírito competitivo. Com todas calmas, todos podem comer juntos."

A fricção genital também serve para arrefecer os ânimos entre grupos rivais, o que evita a violência vista nas chamadas "guerrascbet twitterchimpanzés". Isso, porém, não significa que os bonobos sejam macacos pacifistas ou incapazescbet twitteragressões.

"A fricção também é uma formacbet twitterse acalmar após lutas", explica Clay. "Em zoológicos, há uma sériecbet twittermachos com dedos a menos. Já vi um macho sem a ponta do pênis, que uma fêmea arrancou a mordidas."

Apesar do domínio feminino, o papel masculino na sociedade é frequentemente subestimado. Se uma fêmea dominante tem um filho, ele vai se beneficiarcbet twittersua posição social. Consequentemente, alguns machos são mais dominantes que algumas fêmeas. Mas a ajuda feminina é fundamental:cbet twitter2010, pesquisadores descobriram que mães ajudavam os filhos a obter mais parceiras.

Os machos também tem comportamentos que podem ser considerados sexuais à primeira vista. Kano notou contato ânus-ânus e mesmo casoscbet twitterpseudo-cópula, alémcbet twitteruma espéciecbet twitter"esgrima peniana".

Ninguém sabe ao certo como os bonobos adotaram comportamento tão diferente dos chimpanzés, até porque um estudo genéticocbet twitter2012 sugeriu que as duas espécies só começaram a trilhar caminhos evolucionários diferentes há menoscbet twitterum milhãocbet twitteranos.

Porém, uma análise da distribuição geográficacbet twitterchimpanzés e bonobos na África sugere a influência do rio Congo. Se você navegasse o riocbet twitterdireção à foz, no Atlântico, perceberia os chimpanzés ocupando a margem direita e os bonobos, a esquerda.

O professor Takeshi Furuichi, da Universidadecbet twitterKioto, no Japão, sugere que essa divisão tenha ocorrido quando as águas do rio baixaram o suficiente para que alguns macacos cruzassem para a margem esquerda.

Daí teriam surgido diferenças sociais e sexuais entre bonobos e chimpanzés, segundo Furuichi.

"Entre os bonobos, as fêmeas fazem sexo com os machos mesmocbet twitterperíodos inférteis. Isso é bem diferente do comportamento sexual relativamente limitado das fêmeas chimpanzés, e pode ter ocorrido por forçacbet twitterapenas algumas mudanças genéticas na população original", explica o pesquisador.

Uma consequênciacbet twittermuitas fêmeas sexualmente ativascbet twitteruma vez é o fatocbet twitterhaver menos competição entre os machos, o que teria também levado a um controle feminino.