'Não temos mais nada': brasileiras relatam drama com maiores incêndios da históriaregistrar premier betLos Angeles:registrar premier bet

Duas brasileiras que vivem na cidade ouvidas pela reportagem contaram que a chegada do fogo as obrigou a abandonar tudo.

Bruna Gonçalves,registrar premier bet24 anos, trabalha como babá para uma família que perdeu tudo no incêndio.

"Chorei a noite inteira. Honestamente, não sei o que seráregistrar premier betnós agora. Nem sei se essa família terá condiçõesregistrar premier betme manter aqui", desabafa Bruna. (Leia o relato completo abaixo).

Embora ainda seja impossível calcular a dimensão exata do prejuízo, autoridades acreditam que este seja o incêndio mais caro da história, ultrapassando os US$15 bilhões gastos no Camp Fire, que aconteceu no norte da Califórniaregistrar premier bet2018.

De acordo com Gavin Newsom, governador do Estado, 7,5 mil agentes estão combatendo as chamas.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que estava na cidade devido a outros compromissos, aprovou a declaraçãoregistrar premier betemergência e acionou o Departamentoregistrar premier betDefesa para coordenar os esforços nesta tragédia.

Entre as medidas acionadas pela Casa Branca, estão subsídios para moradia temporária e reparos residenciais, empréstimosregistrar premier betbaixo custo para cobrir perdasregistrar premier betpropriedades não-seguradas e outros programas para ajudar indivíduos e empresários a se recuperarem deste desastre.

O pacote anunciado pelo presidente não deixa claro se outras vítimas deste incêndio terão algum tiporegistrar premier betajuda – o que pode afetar brasileiros que vivenciaram esta tragédia.

'Não temos mais nada'

A seguir, leia o relatoregistrar premier betBruna Gonçalves, naturalregistrar premier betSão Paulo:

Depoisregistrar premier betum anoregistrar premier betMassachusetts, me mudeiregistrar premier betagostoregistrar premier bet2024 para a Califórnia, onde trabalho como au pair [jovem que trabalha como babá e mora com uma família anfitriãregistrar premier betoutro país], cuidandoregistrar premier bettrês crianças.

Eu estava brincando com o caçula quando reparei que o telefone da minha host mom, a mãe dos pequenos, estava tocando insistentemente. Era uma vizinha do bairro nos alertando sobre o fogo.

Tivemos 10 minutos para nos arrumarmos: foi o temporegistrar premier betpegar o cachorro e uma trocaregistrar premier betroupa para as crianças. Só peguei meu passaporte e carteiraregistrar premier betmotorista.

À tarde, outra vizinha ligou avisando que, pela câmeraregistrar premier betsegurança, ela viu o fogo chegando na nossa rua. Meia hora depois, a família recebeu um alerta do alarmeregistrar premier betincêndio – a gente já nem tinha mais esperança.

Toda a nossa rua queimou. A escola das crianças queimou. A nossa casa também. Não temos mais nada; mais absolutamente nada.

Chorei a noite inteira. Honestamente, eu não sei o que vai ser da gente agora. Não sei nem se essa família vai ter condiçõesregistrar premier betme manter por aqui.

Entre tantas incertezas, a única certeza que tenho é que o caos ali é grande, e eu acho que toda aquela parteregistrar premier betLos Angeles vai ser completamente destruída, e não tem nada que a gente possa fazer; ninguém consegue impedir.

'Vi meu carro todo queimado'

Marisa Reis Araújo,registrar premier bet42 anos, é naturalregistrar premier betLimeira, no interiorregistrar premier betSão Paulo, e mora nos Estados Unidos há oito anos. A seguir, leia o relato dela, que também trabalha como babá:

Trabalho como babá. Levo cercaregistrar premier betuma hora para ir da região onde vivo, Woodland Hills, até a casa da família para quem trabalho,registrar premier betPacific Palisades.

Na terça-feira, as duas principais viasregistrar premier betacesso que tenho para chegar até ali estavam fechadas. É comum que bloqueiem aquelas faixas quando há riscoregistrar premier betincêndio, porque as avenidas que cortam os cânions não têm rotaregistrar premier betfuga.

Avisei do meu atraso e peguei o único caminho possível, que me tomou duas horas. Cheguei ao trabalho às 9:30 da manhã - bem no horárioregistrar premier betcolocar a minha criança para dormir. Eu estava na sala, planejando o dia, quando alguém bateu na porta. Era uma vizinha, falando que estava vendo fumaça e pedindo para que ficássemos alertas.

Em dois minutos, essa mesma fumaça já era visível da nossa janela. Os meus chefes começaram a arrumar as malas enquanto fui pegar o bebê. Quando voltei com a criança, a minha chefe disse para eu ir embora, mas, ao entrar no carro, percebi que o fogo estava muito mais próximo do que imaginávamos.

Voltei para dentro da casa e disse que não havia temporegistrar premier betempacotar mais nada, que era preciso sair imediatamente.

A família me ouviu e saímos todos dali: eles na frente e eu logo atrás.

Estava prestes a arrancar com o carro quando um latãoregistrar premier betlixo me atingiu com força. Desci rapidamente para ver o estrago, foi coisaregistrar premier betalguns segundos - mas foi o suficiente para que eu não conseguisse mais sair dali.

E olha que não foi por faltaregistrar premier bettentativa: mesmo com o trânsito embolado, eu insisti. Fiquei, 20, 30, 40 minutos no carro. Ali as pessoas com crianças e idosos começaram a se desesperar.

Alguns passaram a tentar sair na contramão, mas acabavam impedindo o socorroregistrar premier betchegar até onde era necessário. Fiquei horas parada neste trânsito.

Cheguei a pensarregistrar premier betabandonar o carro e seguir à pé, mas liguei pro meu marido e ele disse que o carro poderia ser guinchado, o que nos custaria muito caro. Além disso, eu tenho asma e também achei que,registrar premier betalguma forma, estaria mais segura ali.

Mas as chamas começaram a se aproximar e o trânsito não fluia. Quando o fogo encostou no carroregistrar premier betuma mulher com uma criança, ela começou a gritar desesperada. Aí apareceu um policial mandando todos nós descermos do carro para seguirmos caminhando.

Vi na televisão, horas depois, o meu carro primeiro sendo empurrado por um trator, depois todo queimado. Mas o que mais me marcou não foi isso, foi o fatoregistrar premier betque as pessoas estavam muito bravas com a polícia, que não nos ajudavaregistrar premier betnada.

Ninguém nos dava uma orientação e,registrar premier betalguns casos, eles (os policiais) mais atrapalham que ajudavam. Vi poucos bombeiros nessas quase seis horas que fiquei presa ali, achei isso bastante surpreendente.

Mas a cena mais triste que presenciei foi ver uma senhora conversando com um policial, explicando que ela tinha cinco bichosregistrar premier betestimaçãoregistrar premier betcasa e que alguém precisava voltar para salvá-los. O policial, infelizmente, disse que aquilo era impossível.

Já um momento revoltante foi quando eu vi uma mulher fazendoregistrar premier bettudo para salvarregistrar premier betLamborghini. Ela olhou pra mim e ela falou 'eu preciso sair daqui'; no que eu respondi: 'Meu Deus, todo mundo precisa sair daqui, não só você'.

Foi muito triste vivenciar tudo isso, mas dou graças a Deus que o povo afetado ali tem grana para se virar. Fico só preocupada com os trabalhadores, como eu, que estavam lá. Acho que meu seguro não cobre acidentesregistrar premier betcausas naturais e eu não tenho dinheiro pra comprar outro carro.