Três anos após quedamelhores casas de apostas com bonus de boas vindasMubarak, Egito segue dividido e imprevisível:melhores casas de apostas com bonus de boas vindas
- Author, Hugo Bachega
- Role, Do Cairo para a BBC Brasil
melhores casas de apostas com bonus de boas vindas A praça Tahir está mais verde. O empoeirado endereço no coração do Cairo, epicentro dos protestos que transformaram o Egito, ganhou um novo gramado. Mas o horizonte não émelhores casas de apostas com bonus de boas vindasesperança.
Após a derrocada do longo regime do ex-presidente Hosni Mubarak, da inédita ascensão da Irmandade Muçulmana e do breve governomelhores casas de apostas com bonus de boas vindasMohamed Morsi - com o contestado retorno do Exército ao poder na sequência - o Egito se mostra cansado. A revolução que derrubou Mubarak e desencadeou as mudanças políticas completa três anos neste sábado.
E a praça Tahir continua a ser o palco onde se desenrola boa parte da história recente do Egito.
As faixasmelhores casas de apostas com bonus de boas vindasprotesto e os manifestantes quemelhores casas de apostas com bonus de boas vindas2011 pareciam anunciar o adventomelhores casas de apostas com bonus de boas vindasum novo Egito voltaram a ser proibidos. Protestar, aliás, é praticamente proibido no país, novamente sob o forte poderio militar.
Muita coisa mudou no Egito. Apenas o climamelhores casas de apostas com bonus de boas vindasconfrontos permanece. Há sete meses, Mohammed Morsi, da Irmandade Muçulmana, foi deposto pelas Forças Armadas um ano após assumir como primeiro presidente democraticamente eleito.
O Exército voltou a ditar os rumos da política e iniciou uma ondamelhores casas de apostas com bonus de boas vindasrepressão vista como sem precedentes: a liderança da Irmandade e milharesmelhores casas de apostas com bonus de boas vindaspartidários foram presos, e o grupo foi classificado como organização terrorista.
O cerco chegou a renomados jovens e ativistas, inclusive os organizadores dos atos que forçaram a quedamelhores casas de apostas com bonus de boas vindasMubarak – mais um exemplo da atual intolerância à oposição e críticas, no que analistas veem como o retorno do "Estado policial".
Clima acirrado
"Traidores": é assim que esses ativistas passaram a ser chamados nos meses seguintes à revolução,melhores casas de apostas com bonus de boas vindasmeio ao caos e violência que pareciam não ter fim. O clima acirrado piorou, com discursos inflamados nas ruas e na TV e o apoio maciçomelhores casas de apostas com bonus de boas vindasegípcios às Forças Armadas, que parecem ter recebido carta branca no que militares e a imprensa pró-Exército chamammelhores casas de apostas com bonus de boas vindas"luta contra o terrorismo".
"A repressão (agora) vai além da Irmandade... Há coisas que estamos vendo hoje que não víamos antes. O nívelmelhores casas de apostas com bonus de boas vindasdetenções não se compara com o que vimos nas últimas décadas sob Mubarak", disse um ativista que acompanha os movimentos políticos, e que conversou com a BBC Brasil sob condiçãomelhores casas de apostas com bonus de boas vindasanonimato por questõesmelhores casas de apostas com bonus de boas vindassegurança.
O atual cenário no Egito resume-se à batalha entre setores pró-Exército e os partidários da Irmandade. No meio do conflito, esquálidos, grupos seculares, liberais e os chamados revolucionários tentam se fazer ouvir.
Para grande parte dos jovens que deram o tom da primavera egípcia o sentimento émelhores casas de apostas com bonus de boas vindasapatia e frustração com o atual processo político. Mas eles não perderam a esperançamelhores casas de apostas com bonus de boas vindasum futuro menos turbulento, conforme as histórias ouvidas pela BBC Brasil.
"Voltaremos às ruas"
Na última semana, filas se formarammelhores casas de apostas com bonus de boas vindassalasmelhores casas de apostas com bonus de boas vindasvotação no Cairo durante o referendo sobre a nova Constituição. A maioria eram eleitores idosos. Os jovens se mantiveram distantes.
Enquanto caminha pela Tahrir, o médico Fareed, 35 anos, se diz cansado. Ele exibe o local onde ficou acampado durante a revolução e diz ter boicotado o referendo. "Não votei porque ninguém que se opôs pode fazer campanha", diz.
"Estou desapontado. Todos nós estamos. Depois da revolução, nós éramos os heróis. Agora, somos causadoresmelhores casas de apostas com bonus de boas vindasconfusão. Tudomelhores casas de apostas com bonus de boas vindasruim no Egito é culpa nossa", diz. Para proteger a identidade dele e dos outros entrevistados, os nomes aqui expostos foram alterados.
A "confusão" citada por ele é um dos fatores que fizeram do general Abdel Fattah al-Sisi o novo herói do Egito. Cartazes com o rosto do chefe do Exército são vistos por toda a parte, e muitos o têm como único capazmelhores casas de apostas com bonus de boas vindastirar o país da crise.
Fareed parece ter medomelhores casas de apostas com bonus de boas vindascriticar Sisi. Sentadomelhores casas de apostas com bonus de boas vindasum café do centro do Cairo, ele olha ao redor e põe a mão sobre a boca quando cita o nome do general. "Estamos todos desapontados com esse apoio a ele", diz. "Mas as pessoas vão voltar às ruas novamente. Nós não temos mais medo".
Pão e água
Ao contráriomelhores casas de apostas com bonus de boas vindasFareed, o universitário Khaled,melhores casas de apostas com bonus de boas vindas24 anos, ainda exibia a tinta rosa no dedo damelhores casas de apostas com bonus de boas vindasparticipação no referendo. "Estou apoiando o Exército porque a Irmandade iria destruir o país. Mas não estou mais interessadomelhores casas de apostas com bonus de boas vindaspolítica. A maioria das pessoas só quer saber do dia-a-dia", diz. "Elas só querem o pão e água".
A opinião baseia-se num sentimentomelhores casas de apostas com bonus de boas vindascansaço que parece ser consenso, especialmente entre os mais pobres: "As coisas não melhoraram desde a revolução, e os protestos só atrapalham". É debruçado nesse apoio que o Exército continua suas ações no Egito.
"Se Sisi decidir ser mais um Mubarak, as pessoas vão protestar. Se tudo voltar como antes, haverá mais revolta. Jovens não estão com medo, porque é a nossa vida que estámelhores casas de apostas com bonus de boas vindasjogo", diz Khaled.
Foi assim contra Mubarak e seu regime. Novamente, contra os militares que assumirammelhores casas de apostas com bonus de boas vindas2011 até a conturbada eleiçãomelhores casas de apostas com bonus de boas vindasMorsi,melhores casas de apostas com bonus de boas vindas2012. E, outra vez, no ano passado, para derrubá-lo. Em todos os casos, jovens formavam grande parte dos movimentos – e centenas deles morrerammelhores casas de apostas com bonus de boas vindasconfrontos.
O estudante Christian,melhores casas de apostas com bonus de boas vindas21 anos, também não quer a Irmandademelhores casas de apostas com bonus de boas vindasvolta. Tampouco o Exército. Um dos líderes do movimento jovem dos cristãos ortodoxos coptas, exibe no rosto ferimentos da violência. Preso duas vezes "por ser revolucionário", diz, participou do protesto dos cristãos que pediam segurança,melhores casas de apostas com bonus de boas vindas2011. Na ocasião, veículos militares atropelaram os manifestantes, matando 24.
"Não estou apoiando ninguém", diz. "Estou frustrado... Mas enquanto houver juventude, haverá revolução".
Ingênuos demais
Revolucionários também são responsabilizados pelo caos atual: não conseguiram levar para a política os ideais defendidos nas ruas, num comportamento visto por observadores como demasiadamente ingênuo.
"Os ativistas nunca tentaram formar seu próprio partido... (É) devido ao fatomelhores casas de apostas com bonus de boas vindasque (eles) não têm qualquer ideologia clara, muito menos uma plataforma política", escreveu o analista Eric Trager, do Washington Institute,melhores casas de apostas com bonus de boas vindasartigo para a revista New Republic.
Entre um trago e outromelhores casas de apostas com bonus de boas vindasnarguilé, tradicional fumo árabe, Fareed reconhece o fracassomelhores casas de apostas com bonus de boas vindaslevar adiante os sonhos das praças: "Não somos unidos".
Esse coro parece tomar fôlego. "Chegou a hora destes jovens muito patriotas e bem intencionados levarem este ativismo a outro patamar. Ao invésmelhores casas de apostas com bonus de boas vindassomente 'irem às ruas', eles deveriam estabelecer partidos políticos", escreveu a professora Maha Ghalwash, da Universidade Britânica no Egito,melhores casas de apostas com bonus de boas vindastexto no site do jornal semioficial Ahram.
Christian também sugere um "fracasso" na revolução. "Nossas exigências, nosso sangue, os mártires. Não há resposta para nada disso".
Sinalmelhores casas de apostas com bonus de boas vindasque as flores e o gramado na Tahrir, por enquanto, são mudanças apenas estéticas.