Egito vai a referendo sob pressão pelo 'sim':apostas online brasil

Camiseta com a frase "Nós amamos Sisi" à venda na praça Tahrir, no centro do Cairo

Crédito, Hugo Bachega

Legenda da foto, Camiseta com a frase "Nós amamos Sisi" à venda na praça Tahrir, no centro do Cairo

Faixas diziam que a opção pelo "sim" seria uma reafirmação das revoluçõesapostas online brasil2011 e 2013, reforçando uma polarização que só aumentou desde a quedaapostas online brasilMorsi, quando militares suspenderam a antiga Constituição, redigida por uma assembleia liderada por membrosapostas online brasilpartidos islâmicos.

A maioria dos partidos egípcios se posicionouapostas online brasillinha com o governo, fazendo campanha pela aprovação do texto – inclusive o grupo dos ultrarreligiosos salafistas, antigos aliadosapostas online brasilMorsi. A Irmandade Muçulmana é o principal grupo na oposição.

O documento é visto como um avanço, mas aquém das expectativasapostas online brasilativistas e defensoresapostas online brasildireitos humanos. A nova redação expande a autonomia do já poderoso Exército egípcio e restringe a formaçãoapostas online brasilpartidos políticos religiosos.

Por outro lado, assegura direitos pessoais, políticos e das mulheresapostas online brasiltermos mais fortes do que textos anteriores.

Cartaz no Cairo diz que 'sim' à Constituição é sim para o Egito

Crédito, Hugo Bachega

Legenda da foto, Cartaz no Cairo diz que 'sim' à Constituição é sim para o Egito

A votação segue o plano traçado pelos militares para levar o Egitoapostas online brasilvolta à democracia, que prevê a realizaçãoapostas online brasileleições parlamentares e presidenciais, mas as datas e a ordem ainda não foram definidas.

Onde está o 'não'?

À exceçãoapostas online brasilmensagens pichadasapostas online brasilalguns poucos muros, a campanha pelo "não" é quase inexistente – e não por faltaapostas online brasiloposição. Sete membrosapostas online brasilum partido foram detidos nos últimos dias no Cairo com panfletos contrários à nova Constituição.

A legenda deixouapostas online brasilrealizar eventos públicos por temores quanto à segurança, segundo a imprensa local, e acusou autoridadesapostas online brasilrepressão.

Outros grupos também anunciaram oposição, mas é raro vê-los atuando nas ruas -apostas online brasilparte devido a temoresapostas online brasilnovas prisões, especialmente diante da nova lei que praticamente proíbe qualquer aglomeração sem prévia autorização oficial.

"Eu não descreveria a situação atual como realmente democrática, (já que) alguns atores, algumas forças, estão excluídos", disse o professorapostas online brasilCiência Política da Universidade Americana do Cairo (AUC, na siglaapostas online brasilinglês), Gamal Soltan. "O cenário político está sendo redefinido pela atual coalizão, na qual a Irmandade Muçulmana não está incluída", disse ele.

Na imprensa, a defesa pela aprovação do novo texto é quase unânime. Em um programaapostas online brasilTV, telespectadores eram convidados a telefonar para dar razões pelo voto afirmativo. Em um dos vários comerciaisapostas online brasiltom patriótico, crianças cantamapostas online brasilcoro elogios à Constituição e fazem campanha pelo "sim".

A repressão a opositores soma-se à ofensiva lançada pelo governo contra membros da Irmandade Muçulmana, e à detençãoapostas online brasiljornalistas e renomados ativistas críticos ao governo.

A Irmandade anunciou que boicotará à votação. O grupo foi considerado organização terrorista pelo governo egípcio no mês passado, numa decisãoapostas online brasil"motivação política", segundo o grupoapostas online brasildefesaapostas online brasildireitos humanos Human Rights Watch (HRW).

"Temos preocupações grandes sobre o ambiente político polarizado nos últimos meses, que viu milharesapostas online brasilpessoas sendo presas por exercerem o direito básicoapostas online brasilassociação livre, expressão e assembleia... num ambiente no qual o estado policial está, cada vez mais, mirando a oposição", disse à BBC Brasil um representante da HRW no Cairo, que pediu anonimato devido às condiçõesapostas online brasilsegurança.

Referendo sobre Sisi

Pesquisa divulgada na semana passada apontou que 76% dos entrevistados planejavam participar do referendo. Destes, 74% votariam "sim", 3% optariam pelo "não" e 23% estavam indecisos, segundo levantamento do instituto Baseera realizadoapostas online brasildezembro e divulgado pelo site estatal Al-Ahram.

O estudo apontou que egípcios deverão aprovar a nova Carta mesmo desconhecendo o seu conteúdo: entre os pesquisados, 59% disseram não ter lido nenhum trecho, enquanto 36% relataram terem lido apenas partes do texto.

Cartazesapostas online brasilhomenagem a Sisi no maior mercado popular do Cairo

Crédito, Hugo Bachega

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Uma vitória confortável do "sim" dará legitimidade ao regime liderado por Sisi e impulso à candidatura dele à Presidência, que já é dada como certa pela imprensa local, fortemente pró-militares, segundo analistas.

O popular general,apostas online brasil59 anos, é visto pela maioria dos egípcios como o único capazapostas online brasiltirar o Egito do caos vivido desde a revoluçãoapostas online brasil2011 e que se acentuou nos meses após a quedaapostas online brasilMorsi, primeiro presidente democraticamente eleito do Egito. Maisapostas online brasilmil pessoas morreramapostas online brasilconfrontos que se tornaram rotina nas ruas do país desde julho.

"Eu amo o general Sisi. Ele é forte, bom para o Egito", disse o ambulante Abdullah Mohamed, que improvisou uma barraca na simbólica praça Tahrir, no centro do Cairo, onde vende cartazes, chaveiros e broches – tudoapostas online brasilhomenagem a Sisi.

Sisi, no entanto, mantém mistério sobre uma eventual candidatura. No fimapostas online brasilsemana, ele instou a população a comparecerapostas online brasilmassa às urnas e disse que poderá concorrer se houver clamor popular.

"O referendo é essencialmente nas medidas que foram tomadas desde 30apostas online brasiljunho", disse Soltan, da AUC, referindo-se ao diaapostas online brasilque milharesapostas online brasilegípcios foram às ruas exigindo a saídaapostas online brasilMorsi. "Em geral, (o referendo) será interpretado desta maneira: o voto 'sim' será um voto às políticas e aos líderes construídos por Sisi".

Para garantir alta participação, egípcios poderão votarapostas online brasilqualquer zona eleitoral, independenteapostas online brasilonde estiverem registrados - o que também levantou temores sobre fraudes.

Um forte esquemaapostas online brasilsegurança será adotado para garantir que o processo ocorraapostas online brasilforma tranquila. Mas, como jáapostas online brasilcostume no Egito, militantes contrários ao Exército prometeram realizar atos, no que poderá se refletirapostas online brasilmais violência, fazendo com que alguns eleitores pensem duas vezes antesapostas online brasilsairapostas online brasilcasa e votar.