Egípcios temem regresso do autoritarismo:slot apostas

Simpatizantesslot apostasSisi com cartazesslot apostasapoio ao general (Reuters)

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Muitos dizem que general Sisi (nos cartazes) evitou uma guerra civil; outros o acusamslot apostasrepressão
  • Author, Orla Guerin
  • Role, Da BBC News, no Cairo

slot apostas Crescem no Egito os temoresslot apostasque o país volte ao autoritarismo, num momentoslot apostasque autoridades - com apoio militar - limitam a liberdadeslot apostasexpressão, reprimem protestos e detêm ativistas.

Quase três anos após a derrubadaslot apostasHosni Mubarak, qual o destino da revolução egípcia?

Ahmad Harara raramente saislot apostascasa sem seus óculos escuros. O ex-dentistaslot apostas33 anos perdeu a visão, e umslot apostasseus olhos foi substituído por uma prótese, na qual foi escrita a palavra "hurriya" - liberdade.

Foi a luta pela liberdade que lhe custou a visão, um olhoslot apostascada vez. Harara foi alvejado no rosto duas vezes,slot apostas2011. Segundo ele, pela polícia.

"Eu não paguei um preço tão alto quanto outros, que sofreram lesões mais sérias e continuam (vivendo)", diz à BBC.

Ahmad também continua lutando contra o regime - que, segundo ele, ainda não foi derrubado.

"O sistema continua o mesmo. O Exército mantémslot apostasposição. Ninguém é responsabilizado, ninguém é supervisionado. Pelo contrário, aumentaram os privilégios", opina.

Jovens continuam saindo às ruas do país, enfrentando bombasslot apostasgás, canhõesslot apostaságua e o riscoslot apostasserem reprimidos à força, ainda que os protestos atuais estejam muito menores - já que uma nova lei proibiu as manifestações.

Para ativistas, essa lei faz retroceder uma das principais conquistas da revolução: a liberdadeslot apostasfalar livremente.

Repressão

Muitos acreditam que a lei foi criada para deter principalmente os simpatizantes do presidente deposto Mohammed Morsi eslot apostasseu grupo político, a Irmandade Muçulmana.

A revolução que tirou Mubarak do poder resultou na eleiçãoslot apostasMorsi, pelo voto democrático, mas seu governo durou pouco.

Políciaslot apostasação no Egito

Crédito, AP

Legenda da foto, Membros da oposição têm sido detidos, sobretudo da Irmandade Muçulmana

Após protestos com amplo apoio popular, que criticavam a deterioração econômica do Egito e o suposto favorecimentoslot apostasislâmicos, Morsi foi deposto pelo Exército, que hoje sustenta um governo interino.

Em agosto passado, as autoridades reprimiram violentamente dois protestos pró-Morsi, matando centenasslot apostassimpatizantes. Desde então, outros milhares foram detidos, incluindo membrosslot apostasalto escalão da Irmandade Muçulmana.

Neste finalslot apostassemana, a imprensa estatal informou que a nova Constituição do país foi aprovadaslot apostasreferendo. E, além disso, que Morsi será levado a um quarto julgamento, por insultar o Poder Judiciário -slot apostasmais um sinalslot apostasque os militares não pretendem aliviar as tensões com a Irmandade.

Irmandade

Em Nasr City, distrito do Cairo, a BBC encontrou-se com Wafaa Hefny, uma professora universitária, durante uma ronda pelo bairro. "Eu nunca desisto - aprendi isso com meu avô", diz ela.

Seu avô, Hassan al-Banna, fundou a Irmandade Muçulmana,slot apostas1928.

Wafaa afirma que a organização continua funcionando plenamente e se adaptando à crise.

A BBC a acompanhouslot apostasuma visita à jovem viúva Alshaimaa Abdallah, cujo marido, Mahmoud, foi mortoslot apostasagosto durante um dos protestos.

Alshaimaa afirma que seu marido não pertencia à Irmandade - apenas era "um muçulmano devoto, que defendia o Islã". Mas diz que, agora, ela eslot apostasfamília gostariamslot apostasse unir à Irmandade.

Questionada a respeitoslot apostassuas expectativas quanto ao futuro do Egito,slot apostasresposta surpreende.

"Sou muito otimista", diz. "É muito difícil nos separar. Em cada bairro, as pessoas são próximas umas das outras, mesmo que se dividam politicamente."

Polarização

Mas uma profunda e marcante polarização parece ser um dos desdobramentos mais evidentes da revolução egípcia.

E não chega a surpreender que, na terra dos faraós, haja um grande anseio por estabilidade e por um líder forte.

Entra aí o herói do golpe, o general Abdul Fattah al-Sisi, chefe do Exército que depôs o presidente eleito - e que agora é cotado para substituí-lo.

Se, conforme esperado, Sisi concorrer às próximas eleições, deve ganhar por ampla margem.

Na praça Tahrir, famosa pelos protestos que ajudaram a derrubar Mubarak, agora há vozes clamando por outro líder militar.

"Nós te amamos, Sisi", entoa um grupo, no mesmo lugar onde manifestantes gritavam por liberdade e democraciaslot apostas2011.

"Sisi ajudou a evitar um banhoslot apostassangue", justifica um homem.

Muitos outros compartilham da opiniãoslot apostasque Sisi evitou uma guerra civil ao tirar Morsi do poder.

Para outros, que ajudaram a pôr fim ao longo regimeslot apostasMubarak, "o regime militar é a contrarrevolução".

"Eles continuam tentando controlar o país. Eles nos traíram", argumenta Ahmad Harara.

Revoluçãoslot apostascurso

A sensação éslot apostasque a revolução ainda não terminou. Ainda que dois presidentes tenham sido removidos num períodoslot apostastrês anos, antigas forças permanecem vigorando.

O Exército continua detendo o poder real, eliminando muitas das esperanças por um novo Egito.

Para Tamara Alrifai, da ONG Human Rights Watch, o país não está muito diferente do que era antesslot apostas2011.

"A liberdadeslot apostasexpressão diminuiu", diz ela. "Há pouco espaço para a mídiaslot apostasoposição, e existem campanhas para deter e fazer desaparecer qualquer pessoa que ouse desafiar (o regime). É decepcionante ver que praticamente voltamos para onde estávamos três anos atrás."

No ano que vem, o país votará para eleger presidente e legisladores. O pleito pode parecer um passo rumo à democracia, mas analistas acham que não.

"Sisi controla a polícia, o Exército, o Judiciário e a imprensa", disse à BBC uma especialista experiente, que pediu anonimato. "Ele é popular e receberá votos. O medo é que, ao assumir a Presidência, ele nunca mais saia. Ele pode ser um novo Mubarak."