Peru: a vida nas colônias fundadas por alemães e austríacos no meio da selva:app betano

Jovensapp betanoOxapampa com trajes típicos alemães

Crédito, Daniel Silva

Legenda da foto, Jovensapp betanoOxapampa com trajes típicos alemães: novas gerações tentam manter as tradições vivas

É que, como afirma o aviso na entrada, Pozuzo se gabaapp betanoser "a única colônia austro-alemã do mundo", e essa cultura europeia marca essa região bem no meio do Peru, na provínciaapp betanoOxapampa, que se tornou um dos mais peculiares - e pouco conhecidos - destinos turísticos do país.

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Além disso, depois da pandemiaapp betanocovid-19, a região virou um ímã para forasteirosapp betanobuscaapp betanotranquilidade e atraídos pela exuberância das paisagens.

Um lugar parado no tempo

Para chegar ali é preciso fazer uma viagemapp betanoao menos 12 horas a partirapp betanoLima pela perigosa Rodovia Central, uma via com uma faixaapp betanocada sentido, compartilhada por fileirasapp betanocaminhões carregados que rumam lentamente para a cordilheira dos Andes.

Entre os obstáculos no caminho está o Ticlio, a 4.818 metros acima do nível do mar, o ponto mais alto da rodovia e onde fica o entroncamento ferroviário mais alto do mundo.

"Até hoje não temos uma boa estrada, o que fez com que este lugar permanecesse meio que congelado no tempo por maisapp betanocem anos", diz à BBC Mundo (serviçoapp betanoespanhol da BBC) Berenice Alas Richle, promotoraapp betanoturismoapp betanoPozuzo.

Berenice Alas Richle

Crédito, Daniel Silva

Legenda da foto, "Somos peruanos, mas também temos raízes europeias e contamos nossa história com orgulho porque sabemos tudo o que passaram os que se instalaram aqui primeiro", diz Berenice Alas Richle

Mas se o trajeto parece exigente agora, foi muito mais desafiador para os primeiros colonos europeus que chegaram a Pozuzo, por voltaapp betano1857.

Foi Ramón Castilla (1797-1867), presidente do Peruapp betanodiferentes momentos do século 19, que quis atrair imigrantes europeus ao país. Castilla valorizava o conhecimento europeu sobre técnicas agrícolas especializadas e queria incentivar a produçãoapp betanoáreas florestais peruanas.

Segundo relata Karen Abregúapp betanoseu livro Oxapampa, o governoapp betanoCastilla firmou com o barão alemão Kuno Damian Schütz von Holzhausen um contrato para criar uma colônia europeia na floresta peruana.

O aristocrata alemão conseguiu atrair ao projeto camponeses e artesãos das regiões austríacas Tirol e Vorarlberg e alemãs Renânia, Hesse Nassau, que haviam sofrido com o estragoapp betanouma grave crise econômica da época, acompanhadaapp betanoconflitos sociais e colheitas ruins. Eles se convenceramapp betanoque no distante Peru poderiam ganhar a vida honradamente eapp betanopaz.

Map: Ubicación en el mapaapp betanoPerúapp betanoLima, Oxapampa y Pozuzo.

Em 1857, depoisapp betanovários adiamentos, um grupoapp betano304 imigrantes chegou ao portoapp betanoEl Callao, após uma longa e penosa jornada cruzando o Atlântico até a Terra do Fogo e subindo a costa oeste da América do Sul pelo Pacífico.

Já no Peru, se depararam com promessas não cumpridasapp betanoajuda oficial e tiveram que abrir caminho por conta própria pelos Andes e pela selva.

Arcoapp betanoentradaapp betanoPozuzo

Crédito, Daniel Silva

Legenda da foto, Mensagemapp betanoboas-vindas a Pozuzo foi escritaapp betanoalemão

Eles sofreram com os rigoresapp betanouma terra que lhes era estranha. Muitos adoeceram, outros sofreram com a altitude, e a maioria foi alvoapp betanoinsetos que nunca haviam visto antes.

Armando Schlaefli, descendente dos colonos e fundadorapp betanouma casa-museu dedicada à imigração europeiaapp betanoOxapampa, disse à BBC que "aqui eles ganharam a vida à baseapp betanotrabalho e coragem, dedicando-se à criaçãoapp betanogado e à exploração da madeira".

A cultura resultante é uma exótica mescla entre as tradições europeias importadas pelos colonos e a realidade imposta pela região que acabariam chamandoapp betanolar.

Por exemplo, o strudel, típico doceapp betanomaçã alemão, ali é comido com plátano (uma fruta irmã da banana), abundante na região.

Vista aérea.

Crédito, Daniel Silva

Legenda da foto, Telhados e arquitetura típicos europeus são comuns ali

Mas o povoadoapp betanoPozuzo, encravadoapp betanouma área serrana, não tinha espaço para todos. Assim,app betano1891, um grupoapp betano32 famílias se dispôs a fundar uma nova colôniaapp betanoum vale fértil ao sul, a 80 km.

"O caminho até (onde fica hoje a cidade de) Oxapampa (capital da provínciaapp betanomesmo nome) também foi uma odisseia pela floresta, e eles tiveram que recorrer a alianças com os moradores nativos yanesha para poderem se estabelecer ali", conta Schlaefli.

Armando Schlaefli

Crédito, Daniel Silva

Legenda da foto, Armando Schlaefli criou um museu para preservar a memória colonial

Uma difícil adaptação e um motivoapp betanoorgulho

Em Pozuzo, o reconhecimento ao legado dos primeiros colonos se faz presente nas ruas e praças.

Uma das principais tem uma réplica do cargueiro Norton, embarcação que trouxe à América do Sul os primeiros imigrantesapp betanoPozuzo.

As recordações também sobrevivem entre os habitantes.

"Somos peruanos, mas também temos raízes europeias e contamos nossa história com orgulho porque sabemos tudo o que passaram os que se instalaram aqui primeiro", diz Berenice Alas Richle.

Ela, como muitos outros jovens, pertence a um dos grupos que mantêm vivas as danças trazidas pelos antepassados e que hoje alegram encontrosapp betanorestaurantes e festivais como o Oktoberfest, a festa alemã da cerveja que também tem uma edição ali.

Tanto ali quantoapp betanoOxapampa, essas tradições também ajudam a alimentar o turismo.

Especialmente ativa é a Associaçãoapp betanoDescendentesapp betanoColonos Austro-Alemães e Outrosapp betanoOrigem Europeia, cujos membros se reúnem semanalmente para compartilhar comidas típicas e lembrançasapp betanofamília e discutir iniciativas para manter viva as tradições culturais da comunidadeapp betanoOxapampa — que, maior e menos isolada que Pozuzo, perdeu parteapp betanosuas características originais.

Encontroapp betanode descendentes europeusapp betanoOxapampa

Crédito, Daniel Silva

Legenda da foto, Os descendentesapp betanoeuropeusapp betanoOxapampa se reúnem semanalmente

Vilma Gustavson Hassingerapp betanoLoeschle é uma das integrantes. Ela comanda um restaurante onde, como relata satisfeita, ainda é preparada a carne a lenha, como faziam seus antepassados, e a cerveja é artesanal,app betanofabricação própria.

Sobre o que mais tem orgulho, ela diz: "Nos ensinaram o valorapp betanocada palavra dita. Meu avô cedia terrenos sem assinar contrato porque, para ele, nenhum [papel] valia mais que aapp betanopalavra".

Vilma Gustvasonapp betanoHassinger servindo uma cervejaapp betanoseu restaurante

Crédito, Daniel Silva

Legenda da foto, Vilma Gustvasonapp betanoHassinger comanda um restaurante típìcoapp betanoOxapampa

Recém-chegados

E os esforços para atrair visitantes parecem ter sucesso.

"Depois da pandemia, o turismo cresceu exponencialmente", conta Juan Carlos La Torre, prefeitoapp betanoOxapampa. "Muitos se apaixonam pelo lugar e acabam procurando terrenos para comprar e se instalar aqui. São estrangeiros mas também pessoas que vêmapp betanooutros lugares do Peru."

O último Censo,app betano2017, não abarca o período pós-pandemia nem detecta nenhum aumento expressivo da população, mas todosapp betanoOxapampa falam da chegadaapp betanonovos vizinhos. O prefeito diz que a frota municipalapp betanocaminhõesapp betanocoletaapp betanolixo já não está dando conta da demanda.

O agente imobiliário Max Heidinger confirma que "faz dois anos que Oxapampa está na moda", e há um interesse crescenteapp betanomorar ali.

Max Heidiger

Crédito, Daniel Silva

Legenda da foto, Agente imobiliário Max Heidinger diz que tem aumentado a demanda por casasapp betanoOxapampa

"O custoapp betanoum loteapp betano1.000 metros construídos pode rondar os 240 mil soles (R$ 335 mil)", diz Heidinger. Embora os preços estejamapp betanoalta por causa do aumento da demanda, são cifras bem abaixo das do mercado imobiliárioapp betanoLima ouapp betanooutras cidades europeias,app betanoonde vêm muitos compradores.

Manfred Einsiedler é um dos que recentemente se instalaramapp betanoOxapampa. Sem parentesco com nenhum dos colonos originais, ele é, aos 72 anos, um novo tipoapp betanoimigrante alemão.

Para chegar à casaapp betanomadeira que construiu, com uma ladeira verde e frondosa, com vista para os Andes, é preciso andar bastante por uma via não asfaltada, que só os veículos 4x4 sobem com facilidade.

Manfred Einsiedler e a vista daapp betanocasa

Crédito, Daniel Silva

Legenda da foto, Manfred Einsiedler é um dos imigrantes que decidiram mudar para a região após a pandemiaapp betanocovid-19

"Na Alemanha eu nunca poderia ter uma casa assim. Ali tenho amigos que pagaram muito mais por um pequeno apartamentoapp betanocidade", ele conta à BBC Mundo.

"Nem sei quantos metros quadrados tem a minha casa. A vejo mais como um pontoapp betanoobservação, e o importante para mim é o que a rodeia: uma natureza linda e o maravilhoso clima da região."

Para ele também a pandemia trouxe uma espécieapp betanooportunidade catártica. O distanciamento social provocado pela covid-19 fez ruirapp betanoempresaapp betanoorganizaçãoapp betanoeventos, e ele decidiu reinventar a vida longeapp betanotudo.

Agora, se dedica a aproveitar seu entorno, a cultivar café e abacate, entre outras coisas, apenas com a companhiaapp betanoum grupoapp betanocachorros que encontrou ali. A mais fiel e barulhenta ele batizouapp betanoKusi — que quer dizer alegriaapp betanoquéchua, idioma indígena peruano.

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