Como a máfia albanesa opera na América Latina e até onde chegam seus tentáculos:100 bets apostas
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Rodríguez afirma que, na pirâmide desta operação100 bets apostastráfico100 bets apostascocaína, havia dois cidadãos albaneses: Malo Franc, conhecido como "Pelado", e Meta Gentjan, o "Barbas". Ambos entraram legalmente no Peru como turistas, através da fronteira com o Equador. Mas a Dirandro vem vigiando os dois durante100 bets apostaspermanência no país.
"Esses cidadãos albaneses são os encarregados das questões financeiras e logísticas para criar operações100 bets apostastráfico ilícito100 bets apostasdrogas no território peruano", afirma Rodríguez.
Embora não seja numerosa, a presença100 bets apostashomens albaneses100 bets apostaspaíses onde operam os cartéis100 bets apostasprodução e tráfico100 bets apostasdrogas na América Latina não é algo novo. Desde a década100 bets apostas2000, membros100 bets apostasclãs familiares da chamada "máfia albanesa" viajaram para a região para ampliar seus negócios na Europa.
"Os clãs criminosos albaneses estão na América Latina por um motivo: comprar cocaína a preços baixos", segundo o investigador Alessandro Ford, da organização jornalística InSight Crime.
Há pelo menos duas décadas, os albaneses estabeleceram contato com cartéis e grupos100 bets apostasnarcotraficantes100 bets apostaspaíses como a Colômbia, Equador, México e Peru. Sem precisar contar com um comando100 bets apostasmuitos homens e armas100 bets apostasalto calibre, como fazem os cartéis latino-americanos, eles vêm fazendo negócios substanciais com os cartéis locais.
"Sua função é fazer as conexões dos negócios, fechar acordos e tratar100 bets apostasquestões logísticas", explica o investigador mexicano Víctor Sánchez, que estuda o crime organizado. "Mas nunca veremos [na América Latina] um comboio armado da máfia albanesa, a não ser guardas para oferecer proteção."
Seu poder reside no controle compartilhado com outras máfias, como a italiana,100 bets apostasportos na Europa por onde ingressam drogas e outros produtos ilegais.
Por que albaneses?
A Albânia é historicamente um corredor comercial entre a Ásia e a Europa na península dos Bálcãs. E, "quando o comunismo entrou100 bets apostascolapso, a Albânia, junto com a antiga União Soviética, sofreu uma dramática revitalização do crime organizado", explica Ford.
Do tráfico ilegal100 bets apostasheroína e armas até cigarros e pessoas, "os clãs criminosos albaneses contrabandeavam100 bets apostastudo", segundo o investigador.
No início da década100 bets apostas2000, os albaneses começaram a se associar à máfia italiana. Eles se vincularam especialmente aos clãs da 'Ndrangheta, uma poderosa organização criminosa do sul da Itália.
"Mas os albaneses logo enviaram seus próprios emissários para a América Latina, para negociar a compra100 bets apostascocaína no atacado, a preços baixos", explica Ford. "Essas pessoas se estabeleceram principalmente100 bets apostasduas cidades portuárias do Pacífico: Guaiaquil, no Equador, e,100 bets apostasmenor escala, Callao, no Peru."
A partir100 bets apostasentão, eles estabeleceram contatos com outros países onde as drogas são produzidas, como a Bolívia, a Colômbia e o México.
Kompania Bello
A máfia albanesa não é um grupo único. Existem diversos clãs espalhados pela Europa, segundo os especialistas.
A organização mais importante, que reúne vários clãs, é a autodenominada Kompania Bello. Ela se estende por países como Reino Unido, Holanda, Bélgica, França, Espanha, Portugal, Itália e Alemanha.
"Ela funciona como uma espécie100 bets apostasdiáspora,100 bets apostascerta forma como funcionaram, por muitos anos, máfias italianas como a Cosa Nostra, a Camorra e a 'Ndrangheta", explica Sánchez.
"O que a máfia albanesa fez foi exatamente começar a colonizar outros países com maiores entradas. E os imigrantes albaneses se reúnem então como uma espécie100 bets apostasfamília e começam a controlar os mercados ilegais", segundo ele.
A Kompania Bello fortaleceu seu poder ao longo dos últimos 20 anos. Mas a Interpol anunciou,100 bets apostas2020, uma grande operação100 bets apostas10 países europeus que levou à captura100 bets apostas20100 bets apostasseus membros importantes. Foi um duro golpe para os clãs familiares.
Segundo a Agência da União Europeia para Cooperação Policial (Europol), a máfia albanesa decidiu cobrir toda a cadeia100 bets apostasvenda100 bets apostasdrogas, "desde organizar grandes envios diretamente da América do Sul até a distribuição por toda a Europa".
Para isso, os clãs conseguiram controlar o tráfego ilegal nos portos100 bets apostasRoterdã, na Holanda, e Antuérpia, na Bélgica,100 bets apostasonde distribuem drogas e praticam o comércio ilegal.
A Europol informou que a Kompania Bello vem lavando dinheiro através100 bets apostas"um sistema clandestino alternativo100 bets apostastransferências100 bets apostasorigem chinesa, conhecido como sistema 'fei chien'".
"Da mesma forma que o sistema100 bets apostastransferências hawala, as pessoas que usam o fei chien depositam uma soma100 bets apostasuma 'agência' da rede100 bets apostasum país. Outro operador retira o montante equivalente100 bets apostasoutro lugar do mundo e o transfere para o destinatário desejado", segundo a agência.
Desta forma, milhões100 bets apostaseuros foram lavados ao longo dos anos, "sem deixar rastros100 bets apostasevidências reveladoras para os investigadores".
Influência na América Latina
Mais recentemente, a máfia albanesa na América Latina se associou com uma ala do poderoso cartel100 bets apostasSinaloa, no México, dirigida por Ismael "El Mayo" Zambada, associado ao traficante Joaquín "El Chapo" Guzmán.
Para Víctor Sánchez, que é especializado nas operações100 bets apostasgrupos criminosos no México, essa associação tem lógica, pois os albaneses "são melhores para lavar dinheiro que os mexicanos".
"Para ter boas relações com as organizações mexicanas, eles podem ajudá-las com a lavagem100 bets apostasdinheiro. Mas, certamente, o que gerou o contato foi a venda100 bets apostasdrogas", afirma ele.
Alessandro Ford afirma que a região é "muito atraente", mesmo para aqueles que não são apenas emissários, mas que se estabelecem por longos períodos ou100 bets apostasforma permanente.
"Muitos dos migrantes já têm antecedentes penais na Europa, enquanto alguns são foragidos", explica ele. "Cruzar o Atlântico significa o anonimato, uma segunda oportunidade. Eles podem forjar novas identidades, viver100 bets apostascomunidades fechadas ricas e explorar a menor capacidade100 bets apostasaplicação da lei para traficar cocaína."
É o caso do narcotraficante Dritan Rexhepi, que emigrou para o Equador no início da década passada e formou um esquema100 bets apostasenvio100 bets apostasdrogas para a Kompania Bello.
Rexhepi chegou a ser chamado100 bets apostas"rei da cocaína". Ele fugiu da Europa, onde era procurado pela Justiça da Itália e da Albânia, e adotou diversas identidades, como Edmir Kraja e Mutaraj Lulezim, entre outras.
Em 2014, foi detido e sentenciado a 13 anos100 bets apostasprisão. A Europol o identificou como "cabeça da organização" e ele continuou a liderar o narcotráfico para a Europa mesmo100 bets apostasdentro da prisão.
"Qualquer pessoa perseguida na Europa pode encontrar refúgio relativamente seguro [na América Latina], devido à força das organizações aliadas, à corrupção imperante e às condições econômicas", afirma Sánchez.
Mas o especialista adverte que, para grupos como os albaneses, seria muito difícil se estabelecer nos países da região como um cartel completo e independente.
"O estabelecimento100 bets apostasuma célula da máfia albanesa desta forma parece complicado porque chamaria muito a atenção", segundo ele. "Para os concorrentes, seria muito fácil eliminá-los, especialmente porque seria uma organização nova que chega sem proteção."
Na verdade, há poucos albaneses nesta região e seus lucros na América Latina não são tão grandes quanto os dos grandes cartéis locais do narcotráfico. Seus principais negócios estão na Europa.
"Eles levam uma fatia do bolo, mas organizações como as mexicanas detêm a maior parcela", conclui Sánchez.
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