A operação secreta para negar as mudanças climáticas - e como ela afeta o mundo até hoje:jogos de azar online grátis
Dois membros da equipejogos de azar online grátisHarrison presentes naquele dia — Don Rheem e Terry Yosie — contam agora suas histórias pela primeira vez.
"Todos queriam a conta da Coalizão Global do Clima", afirma Rheem.
"E lá estava eu,jogos de azar online grátismeio às discussões".
A GCC havia sido formada apenas três anos antes, como um fórum para que seus membros trocassem informações e fizessem lobby junto aos legisladores contra as ações que pretendiam limitar as emissõesjogos de azar online grátiscombustíveis fósseis.
Na época, os cientistas avançavam rapidamente para compreender as mudanças climáticas, ejogos de azar online grátisimportância como questão política era crescente. Mas a Coalizão via poucos motivos para se preocupar nos primeiros anos.
O então presidente americano George H. W. Bush vinha da indústria do petróleo e, como um importante lobista declarou à BBCjogos de azar online grátis1990,jogos de azar online grátismensagem sobre o clima era a mensagem da GCC.
Não haveria redução obrigatória do consumojogos de azar online grátiscombustíveis fósseis.
Mas,jogos de azar online grátis1992, tudo mudou. Em junho, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92, como ficou conhecida) criou uma estrutura para a tomadajogos de azar online grátisações sobre o clima. E,jogos de azar online grátisnovembro, a eleição presidencial americana levou o ambientalista Al Gore para a Casa Branca, como vice-presidente. Estava claro que o novo governo tentaria regulamentar os combustíveis fósseis.
A Coalizão reconheceu que precisava da ajudajogos de azar online grátisuma estratégiajogos de azar online grátiscomunicação e anunciou que pretendia contratar um profissionaljogos de azar online grátisrelações públicas (área conhecida como RP).
Poucas pessoas fora do setorjogos de azar online grátisRP talvez tivessem ouvido falarjogos de azar online grátisE. Bruce Harrison ou da companhia que levava seu nome desde 1973. Mas ele tinha um vasto currículojogos de azar online grátiscampanhas para alguns dos maiores poluidores dos Estados Unidos.
Havia trabalhado para a indústria química, desacreditando as pesquisas sobre a toxicidadejogos de azar online grátispesticidas; para a indústria do tabaco; e havia dirigido, recentemente, uma campanha contra normasjogos de azar online grátisemissões mais restritas para os grandes fabricantesjogos de azar online grátisautomóveis. A empresa estabelecida por Harrison era considerada uma das melhores do setor.
Harrison morreujogos de azar online grátis2021, mas a historiadorajogos de azar online grátismídia Melissa Aronczyk conseguiu entrevistá-lojogos de azar online grátisvida. Ela afirma que ele era um eixo estratégico para seus clientes, garantindo que todos estivessem conectados.
"Ele era um mestre no que fazia", diz ela.
Antes dajogos de azar online grátisapresentaçãojogos de azar online grátis1992, Harrison havia reunido uma equipejogos de azar online grátisprofissionaisjogos de azar online grátisRP experientes e outros quase totalmente novatos.
Entre eles, estava Don Rheem, que não tinha credenciais na indústria. Ele havia estudado ecologia antesjogos de azar online grátisse tornar jornalista ambiental.
Um encontro casual com Harrison — que deve ter observado o valor estratégicojogos de azar online grátisagregar as conexões ambientais e jornalísticasjogos de azar online grátisRheem àjogos de azar online grátisequipe — levou à propostajogos de azar online grátistrabalho para o projeto da GCC.
"Eu pensei: 'Uau, esta é uma oportunidadejogos de azar online grátister um papel importante naquilo que provavelmente é uma das questões mais importantesjogos de azar online grátispolítica científica ejogos de azar online grátispolíticas públicas que estamos enfrentando'. Me senti muito importante", relembra Rheem.
Já Terry Yosie havia sido contratado recentemente — ele vinha do American Petroleum Institute e acabou virando vice-presidente sênior da empresajogos de azar online grátisHarrison.
Yosie lembra que Harrison começou a apresentação destacando aos presentes que ele foi fundamental no combate às reformas dos automóveis — o que ele havia conseguido,jogos de azar online grátisparte, reformulando a questão.
A mesma tática agora ajudaria a combater as regulamentações climáticas.
Eles iriam convencer as pessoasjogos de azar online grátisque os fatos científicos não estavam definidos e que, além do meio ambiente, os legisladores precisavam levarjogos de azar online grátisconta como as ações sobre as mudanças climáticas — na visão da GCC — prejudicariam os empregos, o comércio e os preços nos Estados Unidos.
A estratégia seria implementada com uma extensa campanha na imprensa, que incluía desde emplacar declarações e pautar artigosjogos de azar online grátisopinião a até mesmo fazer contato direto com jornalistas.
"Muitos jornalistas receberam a missãojogos de azar online grátisescrever reportagens", afirma Rheem.
"E eles tinham dificuldade com a complexidade da questão. Por isso, eu escrevia informações básicas para que pudessem ler e acelerar o processo."
A incerteza era a basejogos de azar online grátistodo o lequejogos de azar online grátispublicações da GCC — uma série criativajogos de azar online grátiscartas, panfletos chamativos e boletins mensais.
Rheem ejogos de azar online grátisequipe eram prolíficos —jogos de azar online grátisquestãojogos de azar online grátisum ano, a empresajogos de azar online grátisHarrison afirmou ter conseguido a publicaçãojogos de azar online grátismaisjogos de azar online grátis500 menções específicas na imprensa.
Em agostojogos de azar online grátis1993, Harrison fez um resumo dos seus avançosjogos de azar online grátisoutra reunião com a GCC.
"O aumento da consciência sobre as incertezas científicas fez com que alguns congressistas suspendessem a defesajogos de azar online grátisnovas iniciativas", dizia um relatório estratégico interno atualizado, fornecido à BBC por Terry Yosie.
"Os ativistas que soavam o alarme sobre o 'aquecimento global' reconheceram publicamente que perderam terreno na arenajogos de azar online grátiscomunicação no último ano."
Agora, Harrison aconselhava que eles precisavam ampliar as vozes externas que defendiamjogos de azar online grátisposição.
"Cientistas, economistas, acadêmicos e outros especialistas importantes dão mais credibilidade junto à imprensa e ao públicojogos de azar online grátisgeral que os representantes da indústria."
Embora a maioria dos cientistas do clima concordasse que as mudanças climáticas causadas pelos seres humanos fossem uma questão real que exigia medidasjogos de azar online grátiscombate, um pequeno grupo argumentava que não havia razão para se preocupar.
O plano era pagar a estes céticos para que dessem palestras ou escrevessem artigosjogos de azar online grátisopinião — cercajogos de azar online grátisUS$ 1,5 mil (R$ 8 mil) por texto —, e organizar visitas para que pudessem aparecerjogos de azar online grátisemissoras locaisjogos de azar online grátisrádio e televisão.
"O meu papel era identificar vozes que não fossem convencionais e fornecer a elas um palanque", conta Rheem.
"Havia muita coisa que não sabíamos na época. E parte da minha função era destacar o que não sabíamos."
Ele conta que a imprensa estava ansiosa por esses pontosjogos de azar online grátisvista.
"Na verdade, os jornalistas estavam procurando ativamente os opositores. Estávamos realmente saciando um apetite que já existia."
Muitos destes céticos ou negacionistas rejeitaram a ideiajogos de azar online grátisque o dinheiro da GCC ejogos de azar online grátisoutros grupos da indústria tivesse qualquer influência sobre as suas opiniões.
Mas os cientistas e ambientalistas que se dedicaram a desmenti-los — argumentando sobre a realidade das mudanças climáticas — enfrentaram uma campanha eficaz e bem organizada, difíciljogos de azar online grátiscombater.
"A Coalizão Global do Clima está semeando dúvidas por toda parte, dificultando a visão... e os ambientalistas realmente não sabem o que os está atingindo", relembra o ativista ambiental John Passacantando.
"O que os gênios das firmasjogos de azar online grátisrelações públicas que trabalham para estas grandes companhiasjogos de azar online grátiscombustíveis fósseis sabem é que não é a verdade que determina quem ganha a discussão. Se você disser algo repetidas vezes, as pessoas começarão a acreditar", afirma.
'Ecocatástrofe'
Em um documento produzido por voltajogos de azar online grátis1995 e fornecido por Melissa Aronczyk para a BBC, Harrison escreveu que "a GCC mudou com sucesso o rumo da cobertura da imprensa sobre a ciência das mudanças climáticas globais, combatendo eficientemente a mensagem da ecocatástrofe e defendendo a faltajogos de azar online grátisconsenso científico sobre o aquecimento global".
Estavam formadas as bases para a maior campanha da história da indústria até hoje: a oposição aos esforços internacionais para negociar reduçõesjogos de azar online grátisemissõesjogos de azar online grátisKyoto, no Japão,jogos de azar online grátisdezembrojogos de azar online grátis1997.
Na época, era consenso entre os cientistas que o aquecimento causado pelos seres humanos já era perceptível. Mas a população americana ainda mostrava sinaisjogos de azar online grátisdúvidas. Em uma pesquisa do instituto Gallup, 44% dos participantes acreditavam que os cientistas estavam divididos.
A antipatia do público tornou mais difícil para os políticos lutar por medidas, e os Estados Unidos nunca implementaram o acordo firmadojogos de azar online grátisKyoto. Foi uma vitória importante para a coalizão da indústria.
"Acho que E. Bruce Harrison estava orgulhoso do trabalho que fez. Ele sabia o quão fundamental tinha sido para mudar como as empresas intervieram no diálogo sobre o aquecimento global", diz Aronczyk.
Depoisjogos de azar online grátisKyoto
No mesmo ano das negociaçõesjogos de azar online grátisKyoto, Harrison vendeujogos de azar online grátisempresa. Rheem decidiu que RP não era a carreira que gostariajogos de azar online grátisseguir, e Yosie havia sido transferido há tempos para outros projetos ambientais da empresa.
Ao mesmo tempo, a GCC começou a se desintegrar, enquanto crescia o desconfortojogos de azar online grátisalguns membros comjogos de azar online grátislinha dura.
Mas a tática, a cartilha e a mensagemjogos de azar online grátisdúvida estavam incorporadas — e sobreviveriam além dos seus criadores. Três décadas depois, as consequências estão à nossa volta.
"Acho que é o equivalente moraljogos de azar online grátisum crimejogos de azar online grátisguerra", afirma o ex-vice-presidente americano Al Gore, sobre os esforços das grandes companhias petrolíferas para impedir as ações sobre o clima.
"Acho que,jogos de azar online grátismuitas formas, é o crime mais sério cometido após a Segunda Guerra Mundial,jogos de azar online grátisqualquer parte do mundo. As consequências do que eles fizeram são praticamente inimagináveis."
"Se eu teria feito algojogos de azar online grátisdiferente? É uma questão difíciljogos de azar online grátisresponder", reflete Don Rheem. Ele afirma que estava "bem abaixo da liderança" na operação da GCC.
"Existe uma certa tristeza porque muita coisa não aconteceu."
Rheem sustenta que a ciência climática tinha muitas incertezas nos anos 1990 para garantir "ações drásticas", e que os paísesjogos de azar online grátisdesenvolvimento — sobretudo a China e a Rússia — foramjogos de azar online grátisúltima instância os responsáveis por décadasjogos de azar online grátisfaltajogos de azar online grátisações climáticas, e não a indústria americana.
"Acho que é muito fácil criar uma teoria da conspiração sobre as intenções perniciosas da indústria para interromper completamente qualquer avanço", afirma Rheem.
"Pessoalmente, eu não vi dessa forma."
"Eu era muito jovem, muito curioso... Sabendo o que sei hoje, teria feito algumas coisas diferentes naquela época?", questiona.
"Talvez sim, provavelmente."
Este texto foi publicado originalmente em http://vesser.net/internacional-62326984
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