Guerra na Ucrânia: as 20 milhõesponto betstoneladasponto betsgrãos que país não consegue exportar:ponto bets
A região dela não testemunhou o pior dos combates — assim como 80% das terras agrícolas do país, ainda está sob controle ucraniano —, mas o impacto emponto betsfazenda foi profundo.
"Desde a invasão, não conseguimos vender nenhum grão. O preço aqui agora é metade do que era antes da guerra", diz Stetsiuk.
"Pode haver uma crise alimentar na Europa e no mundo, mas há um gargalo aqui porque não conseguimos colocar essa comida para fora."
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, descreveu como "chantagem" a oferta da Rússia para suspender o bloqueio aos portos ucranianos do Mar Negro,ponto betstroca da suspensão das sanções.
A Ucrânia surpreende como exportadorponto betsalimentos, contribuindo com 42% do óleoponto betsgirassol comercializado no mercado global, 16% do milho e 9% do trigo.
Alguns países dependem muito disso. O Líbano importa 80%ponto betsseu trigo da Ucrânia, e a Índia, 76%ponto betsseu óleoponto betsgirassol.
O Programa Mundialponto betsAlimentos da ONU (PAM), que alimenta pessoas à beira da fomeponto betspaíses como Etiópia, Iêmen e Afeganistão, obtém 40%ponto betsseu trigo do país.
Mesmo antes da guerra, o abastecimento mundialponto betsalimentos era precário. A seca afetou as colheitasponto betstrigo e óleo vegetal no Canadá no ano passado, e a produçãoponto betsmilho e soja na América do Sul.
A pandemiaponto betscovid também teve um grande impacto. Na Indonésia e na Malásia, a escassezponto betsmãoponto betsobra significou colheitas mais baixasponto betsóleoponto betspalma, o que elevou os preços do óleo vegetalponto betstodo o mundo.
No início deste ano, o preçoponto betsmuitos dos alimentos básicos no mundo estava atingindo níveis recordes. Muitos esperavam que as colheitas da Ucrânia pudessem ajudar a compensar o déficit global.
Mas a invasão da Rússia impediu isso. O Ministério da Agricultura ucraniano diz que 20 milhõesponto betstoneladasponto betsgrãos estão agora presos no país.
Antes da guerra, 90% das exportações da Ucrânia eram escoadas por portos profundos no Mar Negro, que podem carregar navios-tanque grandes o suficiente para viajar longas distâncias — para a China ou a Índia — e ainda obter lucro.
Mas agora todos estão fechados. A Rússia tomou a maior parte da costa da Ucrânia e bloqueou o resto com uma frotaponto betspelo menos 20 navios, incluindo quatro submarinos.
O chefe do PMA, David Beasley, fez um apelo à comunidade internacional para organizar uma escolta para furar esse bloqueio.
"Sem a compreensão da Rússia, militarmente há muita coisa que pode dar errado", diz Jonathan Bentham, analistaponto betsdefesa marítima do Instituto Internacionalponto betsEstudos Estratégicos.
Uma escolta exigiria poder aéreo, terrestre e marítimo significativo, diz ele, e seria politicamente complicado.
"Idealmente, para diminuir as tensões, você pediria aos países do Mar Negro, como Romênia e Bulgária, que fizessem isso. Mas eles provavelmente não têm capacidade. Então você teria que considerar trazer membros da Otan fora do Mar Negro."
Isso colocaria a Turquia, que controla os estreitos do Mar Negro,ponto betsuma posição difícil. O país já disse que restringirá a entradaponto betsnaviosponto betsguerra.
A oferta da Rússiaponto betsabrir um corredor pelo Mar Negro para remessasponto betsalimentos,ponto betstrocaponto betsum afrouxamento das sanções, aconteceu enquanto a União Europeia discutia um novo pacoteponto betssanções e não mostrava sinaisponto betsmudançaponto betsrumo.
Mesmo que a guerra termine amanhã, pode levar meses ou anos para tornar o Mar Negro seguro, acrescenta Bentham, já que a Ucrânia defendeu seu litoral com minas e navios estrategicamente afundados.
Por enquanto, os alimentos só podem ser retirados da Ucrânia por terra ouponto betsbarcaças pelo rio Danúbio.
Na semana passada, a União Europeia anunciou planos para ajudar investindo bilhõesponto betseurosponto betsinfraestrutura. Mas o vizinhoponto betsStetsiuk, Kees Huizinga — que possui e cultiva 15 mil hectares — diz que o bloco não está fazendo o suficiente.
Ele está tentando transportar mercadorias desde o início da guerra e está exasperado com a montanhaponto betspapelada exigida pela União Europeia, que, segundo ele, criou filas na fronteiraponto betsaté 25 quilômetrosponto betsextensão.
"É só papel, não é como se eles estivessem realmente coletando amostras do milho. Você só precisa ter o papel", diz ele.
Em 18ponto betsmaio, dois dias após o anúncio da União Europeia, as autoridades alfandegárias pediram aos seus motoristas dois formulários que nunca tinham visto antes.
"A fronteira não está ficando mais fácil, pelo contrário, está ficando mais burocrática", diz ele.
Nas últimas três semanas, Huizinga exportou 150 toneladasponto betsgrãos. Ele poderia escoar a mesma quantidade pelo portoponto betsOdessaponto betspoucas horas.
"Abram as fronteiras", ele implora à União Europeia, "apenas deixem as coisas passarem".
A principal rota para fora do país agora é ferroviária. Mas o sistemaponto betstrilhos da Ucrânia é mais largo que o da União Europeia, o que significa que as cargas precisam ser transferidas para novos vagões na fronteira. O tempo médioponto betsespera éponto bets16 dias, mas pode levar até 30.
Embora o debate global sobre a escassezponto betsalimentos seja principalmente sobre trigo, a maior parte dos grãos que saem da Ucrânia no momento éponto betsmilho. E isso por dois motivos, segundo Elena Neroba, analistaponto betsgrãos ucraniana da corretora Maxigrain.
Ela acredita que os agricultores ucranianos hesitamponto betsvender trigo porque são assombrados pela memória do Holodomor, a criseponto betsfome generalizada que atingiu a Ucrânia durante o regime soviéticoponto betsJoseph Stalin,ponto bets1932, na qual milhõesponto betsucranianos morreram. O milho, por outro lado, não é tão consumido na Ucrânia.
O outro fator, segundo ela, é a demanda. A Europa não compra muito trigo ucraniano, é autossuficiente. E é difícil levar esse trigo para além da União Europeia, pois os portos da Polônia e da Romênia não estão equipados para exportar grandes volumesponto betsgrãos.
"Até julho, os países da União Europeia estarão ocupados exportando suas próprias colheitasponto betsverão e terão ainda menos capacidade para lidar com os alimentos da Ucrânia", observa Neroba.
O tempo está se esgotando para resolver o problema. As instalaçõesponto betsarmazenamento estão cheias, e a colheitaponto betsverãoponto betstrigo, cevada e canola está a semanasponto betsdistância.
Stetsiuk ainda tem cercaponto bets40% da colheita do ano passado armazenada emponto betsfazenda e pouco espaço para a próxima estação.
"Não queremos desperdiçar. Sabemos o quanto é importante para o Ocidente, para a África, para a Ásia", diz ela.
"Esse é o fruto do nosso trabalho, e as pessoas precisam dele."
Se ela não consegue vender o estoque, não pode se dar ao luxoponto betsplantar neste outono. Ela espera que a comunidade internacional possa ajudar a financiar os agricultores ucranianos, para armazenar grãos e plantar novamente.
Se não fizerem isso, diz ela, a escassezponto betsgrãos no próximo ano será ainda pior.
Muitas lavourasponto betstrigo estãoponto betssituação particularmente ruim no momento. Na Europa Central, Estados Unidos, Índia, Paquistão e norte da África, o clima seco significa que a produção deve ser baixa. Na Ucrânia, por outro lado, o clima para o trigo tem sido bom.
Stetsiuk começouponto betsfazenda com o falecido marido há 30 anos, quando a Ucrânia estava emergindo das cinzas da URSS. Eles foram os primeiros emponto betsregião a comprar terras agrícolas e se tornaram uma orgulhosa famíliaponto betsagricultores no processo. As duas filhas e o filho dela estão todos envolvidos.
"Queremos continuar fazendo isso. Queremos ajudar, fornecendo comida para as pessoas."
Em questãoponto betsmeses, diz ela, a Rússia tomou pelo menos 20 anos.
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