Covid-19: como França vai reabrir bares e cinemas depoisagclub7 site3 lockdowns:agclub7 site

Homem caminhaagclub7 sitefrente a café fechado com as cadeiras empilhadasagclub7 siteParis

Crédito, EPA

Isso já custou ao governo francês 168 bilhõesagclub7 siteeuros (maisagclub7 siteR$ 1 trilhão) apenasagclub7 site2020, valor que inclui ainda a perdaagclub7 sitereceitas do Estado com impostos e encargosagclub7 siterazão do fechamento das atividades.

No total, o custo da crise da covid-19 na França deverá ser astronômico, estimadoagclub7 site424 bilhõesagclub7 siteeuros (R$ 2,7 trilhões), o equivalente a 20% do PIB francês no ano passado. Isso inclui ajudas às empresas e empréstimos a grandes grupos, impostos e taxas que deixaramagclub7 siteser recolhidos, despesasagclub7 sitesaúde (hospitalizações, alémagclub7 sitetestes gratuitos e ilimitados) e 100 bilhõesagclub7 siteeuros do planoagclub7 siteinvestimentos para a retomada da economia que se estenderá por dois anos.

Para o ministro da Economia, Bruno Le Maire, a estratégia do "custe o que custar" permitiu dividir quase pela metade o número previstoagclub7 sitedemissõesagclub7 site2020, marcado por dois lockdowns. Mesmo assim, a França perdeu 360 mil postosagclub7 sitetrabalho no ano passado.

Segundo ele, a proteção do governo às empresas e aos trabalhadores é o que permitirá que a economia seja relançada rapidamente. "Se tivéssemosagclub7 siterecriar qualificações profissionais nas fábricas e nas companhias, estaríamosagclub7 siteuma situação econômica calamitosa", afirma Le Maire.

Com a crise da covid-19, o déficit público da França atingiu 9,2% do PIB, o nível mais alto desde 1949. O total da dívida pública passouagclub7 site97,6% para 115,7% do PIB. Neste ano, o governo prevê que o déficit deverá cair para 8,5% do PIB, mas o estoque da dívida deverá aumentar e se situaragclub7 sitecercaagclub7 site118% do PIB.

Presidente Macronagclub7 sitemáscara

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Presidente Macron recebeu críticas por ter demorado a decretar um novo confinamento para enfrentar a terceira ondaagclub7 sitecovid-19

Com a reabertura progressiva das atividades a partiragclub7 sitequarta-feira e o avanço recente da campanhaagclub7 sitevacinação, que passou a deslanchar, o governo francês espera uma forte retomada econômica neste ano. "A partiragclub7 site19agclub7 sitemaio, as etapas sucessivas (do fim do lockdown) vão nos levar a definir um novo modeloagclub7 sitecrescimento e prosperidade", declarou o presidente Macron.

"A retomada econômica já está ocorrendo", garante o ministro da Economia, Bruno Le Maire, acrescentando que a expansão já é observadaagclub7 sitealguns setores, como o da construção.

"Minha convicção profunda é que a partir do fim das restrições sanitárias a França surpreenderá pelo vigoragclub7 siteseu crescimento" disse Le Marie, reiterando a previsãoagclub7 siteaumentoagclub7 site5% do PIB francês neste ano, após uma quedaagclub7 site8,3%agclub7 site2020, jamais vista foraagclub7 siteperíodosagclub7 siteguerras.

A Comissão Europeia é mais otimista do que o governo francês e prevê um crescimentoagclub7 site5,7% do PIB da França neste ano, acima da média da zona do euro,agclub7 site4%. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima, poragclub7 sitevez, expansãoagclub7 site5,9% da economia francesaagclub7 site2021.

No primeiro trimestre deste ano, ainda marcado pelas restrições por conta da pandemia, houve um leve crescimento do PIB francês,agclub7 site0,4%agclub7 siterelação ao trimestre anterior.

Poupança gigantesca

Um dos elementos fundamentais para a retomada econômica é o nívelagclub7 siteconsumo. O poderagclub7 sitecompra foi praticamente preservado durante a crise devido às medidasagclub7 siteajuda, como o pagamentoagclub7 sitesalários.

Sem restaurantes, viagens e teatros, muitos franceses, sobretudoagclub7 siteclasses mais altas, contribuíram para que o nívelagclub7 sitepoupança acumulada aumentasseagclub7 sitecercaagclub7 site160 bilhõesagclub7 siteeuros.

A questão agora é saber se esse dinheiro será injetado na economia eagclub7 sitequal proporção. "Se 20% dessa soma for gasta até 2022, isso representará uma altaagclub7 site1,7% do PIB e quase um ponto a menos no índiceagclub7 sitedesemprego, ou seja, é por si só um planoagclub7 siteretomada econômica", afirma Xavier Ragot, presidente do Observatório Francêsagclub7 siteConjuntura Econômica (OFCE).

O presidente Macron recebeu críticas por ter demorado a decretar um novo confinamento para enfrentar a terceira ondaagclub7 sitecovid-19, anunciadoagclub7 sitealgumas regiõesagclub7 sitemarço e estendido todo o país no começoagclub7 siteabril, embora a situação já estivesse se agravando desde meadosagclub7 sitejaneiro. Alémagclub7 sitequestões econômicas, também pesou na decisão do governo um possível descontentamento popular.

Médicos e alguns especialistas estimam que a reabertura das atividades a partir desta quarta seria precipitada, já que a situação sanitária continua preocupante. Os númerosagclub7 sitenovos casos diários, com uma médiaagclub7 sitecercaagclub7 site14 mil, e hospitalizações vêm recuando nas últimas semanas, mas ainda permanecemagclub7 sitepatamares mais elevados do que os anteriormente fixados por Macron no final do ano passado como necessários para a reabertura das atividades.

A campanhaagclub7 sitevacinação, que permaneceuagclub7 siteritmo lento no primeiro trimestre do ano, ganhou impulso e deve acelerar nas próximas semanas, nas previsões do governo. Atualmente, cercaagclub7 site31% dos franceses receberam a primeira dose e maisagclub7 site14% a segunda.

Profissionalagclub7 sitesaúdeagclub7 sitehospital francês

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Númerosagclub7 sitenovos casos diários e hospitalizações vêm recuando no país nas últimas semanas, mas ainda permanecemagclub7 sitepatamares elevados

A pandemiaagclub7 sitecovid-19 não afetou todos os setores da mesma forma. Os mais penalizados são os bares e restaurantes, que desde outubro do ano passado podem apenas funcionar nos sistemas "para viagem" ouagclub7 siteentregaagclub7 sitedomicílio e, por isso, muitos preferiram não abrir, além do turismo, academiasagclub7 siteginástica, organizadoresagclub7 siteeventos e estabelecimentos culturais.

Grandes lojas, como as famosas Galeries Lafayette e a Printemps, foram fechadas no finalagclub7 sitejaneiro passado, antes do início da terceira onda.

A reabertura dos comércios e lugares culturais nesta quarta-feira ainda terá uma sérieagclub7 siterestrições: os bares e restaurantes poderão, por enquanto, abrir apenas terraços nas ruas, com 50% da capacidade. Nas lojas e museus, é possível apenas uma pessoa a cada 8 m2. Os cinemas poderão receber 35% do público normal. O toqueagclub7 siterecolher, atualmente às 19h, passará para 21h.

Uma nova etapaagclub7 siteflexibilização ocorreráagclub7 site9agclub7 sitejunho, mas será necessário aguardar até 30agclub7 sitejunho para o fim das limitações e do toqueagclub7 siterecolher.

Por esse motivo, as companhias poderão continuar recebendo ajudas do governo mesmo após a reabertura progressiva, garante o ministério da Economia. "Não vamos deixar ninguém no chão. Seria totalmente incoerente desligar o apoio às empresas nesse períodoagclub7 siteconvalescença", afirma Le Maire.

Especialistas afirmam que há o risco, no entanto,agclub7 siteuma ondaagclub7 sitefalências após o fim gradativo dos auxílios do governo, o que representaria um problema para Macron nas eleições presidenciaisagclub7 siteabril do próximo ano.

Também há a questãoagclub7 sitequem irá reembolsar essa dívida gigantesca provocada pelos gastos com a pandemia e se haverá um eventual aumentoagclub7 siteimpostos.

O governo estabeleceu um plano para reembolsar essas despesas baseado na retomada da atividade econômica, na melhor gestão das finanças públicas e na continuidadeagclub7 sitereformas após a crise, como a da aposentadoria. Resta saber se haverá clima social para issoagclub7 siteum período pré-eleitoral.

Há um consensoagclub7 siterelação ao cenárioagclub7 siteexpansão econômica: a necessidadeagclub7 sitecontrolar a epidemia graças à vacinaçãoagclub7 sitemassa e evitar um novo lockdown, o que poderia comprometer a credibilidade do governo, além, claro,agclub7 sitenão surgir uma nova variante do vírus resistente às vacinas.

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