Os brasileiros que pagam maiswinfair24 exchangeR$ 100 mil para ter filhoswinfair24 exchangeMiami com nacionalidade americana:winfair24 exchange
Ele afirma que os pais recorrem ao serviço por acreditarem que a nacionalidade americana é uma formawinfair24 exchangegarantir mais possibilidades aos filhos no futuro. Lorentz comenta que o númerowinfair24 exchangebrasileiros que buscam o projeto tem crescido a cada ano. Para o pediatra, dificuldades políticas e econômicas enfrentadas pelo país estão entre os principais fatores que motivam o aumentowinfair24 exchangeclientes do Brasil.
"Os países daqueles que buscam nosso programa normalmente têm instabilidade política, insegurança e problemas sociais, por isso há tantos brasileiros. Ainda na América do Sul, há muitos pacientes da Venezuela, Colômbia e Equador", declara, acrescentando quewinfair24 exchangeagência também atendeu casaiswinfair24 exchangepaíses como Rússia e Ucrânia.
O tema, no entanto, gera controvérsia e é visto como um problema pelo atual governo americano. Em 2015, durante a campanha eleitoral, o então pré-candidato Donald Trump chegou a defender o fim da concessão automáticawinfair24 exchangecidadania a filhoswinfair24 exchangeestrangeiros. À época, o também pré-candidato republicano Jeb Bush defendeu a regra atual, mas provocou a irawinfair24 exchangemuitos imigrantes ao se referir às crianças como "bebês âncoras", fazendo referência à ideiawinfair24 exchangeque ter um filho nos Estados Unidos tornaria a deportação dos pais mais difícil.
Os custos
O programa oferece três pacotes: owinfair24 exchangeparto natural custa U$ 12 mil; owinfair24 exchangecirurgia cesariana, U$ 14 mil, e quando há nascimentoswinfair24 exchangegêmeos ou mais, o valor é de, aproximadamente, U$ 18 mil. Tendo como base a cotação atual do dólar turismo, o pacote mais barato não sai por menoswinfair24 exchangeR$ 48 mil.
O "Ser Mamãewinfair24 exchangeMiami" oferece atendimento pré-natal, parto e atendimento após o bebê nascer. No pacote estão inclusos dois exameswinfair24 exchangeultrassom, anestesia durante o parto, dois a três diaswinfair24 exchangeinternação hospitalar, alguns exames e vacinas. O programa conta com uma equipewinfair24 exchange15 pessoas, incluindo dois pediatras brasileiros e quatro obstetraswinfair24 exchangepaíses latino-americanos.
Durante a estada nos EUA, há outros gastos, como hospedagem, alimentação, transporte e custos extras com atendimentos médicos que não estão inclusos no programa. Segundo Lorentz, os quatro meses que a mulher deve permanecer no país, sendo dois antes do parto e outros dois depois, não saem por menoswinfair24 exchangeU$ 25 mil - correspondente a pouco maiswinfair24 exchangeR$ 100 mil, conforme a atual cotação do dólar turismo.
Panes relata que desde quando chegou aos Estados Unidos junto com a mulher, na época ainda gestante, tevewinfair24 exchangealugar carro e apartamento. "Foram gastos que eu já sabia que teria, pois fiz um estudo anteswinfair24 exchangeir a Miami. Ao todo, não gastei menoswinfair24 exchangeR$ 100 mil", diz.
No site da agência são listados quatro itens considerados fundamentais e que ficam por conta dos pais: questões imigratórias, seguro saúde, documentação e estada. "Planejo, no futuro, fazer parceria com empresas que possam oferecer esses serviços aos pacientes", declara o pediatra.
Lorentz enfatiza que o públicowinfair24 exchangeseu programa é "classe A" e, por isso, desestimula aqueles que teriamwinfair24 exchangeenfrentar prejuízos financeiros após ir a Miami. "É importante que tenham bom senso ao tomar a decisãowinfair24 exchangeter o filho nos EUA. Quando embarcar, tem que estar cientewinfair24 exchangetodos os possíveis custos. Não quero ninguém destruído financeiramente por causa do projeto. Se sair dos Estados Unidos sem pagar algum serviço, nunca mais consegue entrar no país", declara.
A ida a Miami
A agência divulga seus serviços pela internet e publicaçõeswinfair24 exchangeredes sociais. Para auxiliar na divulgação, o pediatra Wladimir Lorentz viaja várias vezes por ano ao Brasil para conceder palestras sobre o tema. No fimwinfair24 exchangejulho, ele estevewinfair24 exchangeSão Paulo, Riowinfair24 exchangeJaneiro, Sinop (MT), Cuiabá (MT) e Campinas (SP).
A BBC News Brasil acompanhou a palestra que o médico concedeuwinfair24 exchangeuma salawinfair24 exchangeeventoswinfair24 exchangeum hotelwinfair24 exchangeCuiabá,winfair24 exchange31winfair24 exchangejulho. Para uma plateiawinfair24 exchange40 pessoas, a maioria formada por casais, Lorentz falou sobre o "Ser Mamãewinfair24 exchangeMiami" durante 1h15. "As pessoas entendem cada detalhe do programa nessas palestras, então se sentem mais dispostas a contratar os serviços", justifica à reportagem, pouco anteswinfair24 exchangecomeçar a discursar para o público.
Uma das primeiras informações que Lorentz passa na palestra é sobre o períodowinfair24 exchangeque a grávida deve viajar para os Estados Unidos: na trigésima segunda semanawinfair24 exchangegestação. Antes, ela precisa solicitar autorização do obstetra que a acompanha no Brasil. O profissional brasileiro deve assinar uma cartawinfair24 exchangerecomendação, na qual afirma que a mulher está apta a embarcar para Miami.
Em casowinfair24 exchangecomplicações na gestação, o médico aconselha que as gestantes desistam do planowinfair24 exchangeter o filhowinfair24 exchangesolo norte-americano. "Se houver problemas como má-formação, dificuldades cardíacas ou outros problemas com o bebê, é melhor que a criança nasça no Brasil. Em Miami há toda a estrutura para cuidar do recém-nascido, mas os custos nesses casos são altos", declara. Conforme o médico, a diáriawinfair24 exchangeuma UTI neonatalwinfair24 exchangeMiami não sai por menoswinfair24 exchangeR$ 4 mil.
Os casais brasileiros que recebem autorização para viajar utilizam vistos americanos do tipo B2, destinados a turismo ou tratamento médico. O pediatra orienta que eles não mintam sobre o motivo da viagem, ao chegarem aos Estados Unidos. "O setorwinfair24 exchangeimigração pode fazer alguns questionamentos. O nosso conselho é nunca mentir. Sempre digam que estão indo ter o filhowinfair24 exchangeMiami e mostrem que vocês têm condições financeiras para permanecer no país durante os meses seguintes", afirma o médico, durante a palestra.
O pediatra explica que não há nenhuma ilegalidadewinfair24 exchangeir a Miami somente para ter o filho. Ele argumenta que a prática é considerada comum na cidade e acontece há décadas. Porém, afirma que não é possível garantir que o casal conseguirá entrar nos Estados Unidos após alegar que foi ao paíswinfair24 exchangerazão do nascimento da criança.
"Eu não posso dar a garantiawinfair24 exchangeque não vão te mandarwinfair24 exchangevoltar para o Brasil. Mas posso assegurar que a verdade sempre é o melhor caminho. Nunca vou poder dar essa garantiawinfair24 exchangeque vão entrar", diz para a plateia.
As pessoas que recorreram ao programa e foram ouvidas pela BBC News Brasil relataram que não tiveram nenhuma dificuldade ao justificar, para a imigração dos Estados Unidos, que iriam a Miami ter um filho. Para o pediatra, é pouco provável que algum paciente tenha problemas ao chegar nos EUA.
Thiago Panes comenta quewinfair24 exchangechegada ao país norte-americano, junto com a esposa grávida, foi tranquila. "Na imigração, perguntaram o motivo da nossa ida, dissemos que era para o nascimento do nosso filho, apresentei a cartawinfair24 exchangeautorização do obstetra brasileiro e não houve nenhum empecilho", relata.
A documentação
Depois do parto da criança, os pais recebem a certidãowinfair24 exchangenascimento americana e, dias depois, o social security - uma espéciewinfair24 exchangeCPF americano. Os documentos atestam a nacionalidade americana do recém-nascido.
Os pais brasileiros também devem fazer o passaporte americano do filho. "Esse é um dos procedimentos mais demorados, porque chega a demorar maiswinfair24 exchange50 dias para que o documento fique pronto", relata Thiago Panes.
A legislação dos Estados Unidos permite que as crianças nascidaswinfair24 exchangeseu território sejam cidadãos americanos. A prática não é comum a todos os países. Itália e Alemanha, por exemplo, possuem legislações diferentes e não concedem nacionalidade aos bebêswinfair24 exchangeestrangeiros que nascemwinfair24 exchangesuas regiões.
A Embaixada dos EUA no Brasil ressalta que a Leiwinfair24 exchangeImigração e Nacionalidade dos Estados Unidos não traz qualquer empecilho a pais estrangeiros que decidem ter o filho no país. Porém, a entidade frisa que não é permitido que permaneçam por tempo indeterminado na região somente com o vistowinfair24 exchangevisitante.
Em comunicado enviado à BBC News Brasil, a embaixada pontua que é necessário que os pais comprovem no consulado - ou no setorwinfair24 exchangeimigração quando chegam ao país - que possuem meios para arcar com todos os custos da viagem, incluindo gastos médicos que tenham sido planejados ou não.
Advogada especializadawinfair24 exchangeDireitowinfair24 exchangeFamília e doutorawinfair24 exchangeDireito Civil, Fabiana Domingues explica que os bebêswinfair24 exchangeestrangeiros que nascem nos EUA poderão ter os mesmos direitos e deveres aplicados aos cidadãos do país.
"No futuro, a criança poderá responder por obrigações perante a Receita americana, além do alistamento militar, entre outros itens. Ela também poderá usufruir dos benefícios públicos oferecidos aos americanos, como escola pública", conta.
Em Miami, dias depois do nascimento, os pais devem ir ao consulado brasileiro para solicitar que sejam feitas as documentações do Brasil, incluindo o passaporte. "Essa criança vai ter dupla nacionalidade. Ela vai ser considerada brasileira nata também, conforme a Constituição Federal. Não há,winfair24 exchangeimediato, qualquer implicação jurídica negativa para a criança ou seus paiswinfair24 exchangerelação à nacionalidade brasileira", conta Domingues.
A nacionalidade americana da criança não se estende, inicialmente, aos pais ou irmãos. "Isso não facilita, necessariamente, algo para os genitoreswinfair24 exchangerelação aos Estados Unidos. Pode auxiliar quando pedir visto, por demonstrar boa relação com o paíswinfair24 exchangevisitas passadas, mas não é garantiawinfair24 exchangenada. Os EUA são rigorosos para vistos. As análises, muitas vezes, são procedimentos subjetivos", explica Domingues.
Apesarwinfair24 exchangenão ser garantia, muitos pais procuram o programa com planoswinfair24 exchangemorar nos EUA. A educadora física Laura*,winfair24 exchange33 anos, teve o primeiro filho por meio do "Ser Mamãewinfair24 exchangeMiami", no início do ano passado, e sonhawinfair24 exchangese mudar para o país norte-americano nos próximos anos. "Não sei como seráwinfair24 exchangerelação ao visto para mim e para o meu marido, mas sei que o meu filho não terá nenhuma dificuldadewinfair24 exchangemorar por lá", afirma.
De acordo com Lorentz, há inúmeras históriaswinfair24 exchangecasais que recorreram ao programa e depois decidiram morar nos Estados Unidos. "Existem pessoas que tiveram o filhowinfair24 exchangeMiami e posteriormente decidiram voltar, legalmente, aos EUA. Há também casoswinfair24 exchangeque os pais vieram com o vistowinfair24 exchangeprocessowinfair24 exchangesolicitação e conseguiram ficar legalmente no país."
Distância e consultas rápidas
Para muitos dos brasileiros que recorrem ao serviço, uma das maiores dificuldades é lidar com as consultas médicas nos EUA. "Eles são muito rápidos. As consultas, antes e depois do nascimento do meu filho, não passavamwinfair24 exchangecinco minutos. Eu senti muita falta do calor humano e da atenção dos profissionais brasileiros", relata Laura.
A advogada Aline Villa,winfair24 exchange34 anos, recorreu ao programa no fim do ano passado. Ela também reclama da rapidez nas consultas médicaswinfair24 exchangeMiami, porém considera que a distância da família foi a maior dificuldade que encontrou. "A gravidez é um período muito importante para a mulher. Então, foi muito difícil estar distante dos parentes. Mas para ficar mais tranquila, sempre pensava que estava fazendo um bem para o meu filho", declara.
Aline foi aos Estados Unidos acompanhada do marido, o ex-deputado estadualwinfair24 exchangeMato Grosso e empresário Dilceu Dalbosco. Eles moramwinfair24 exchangeSinop (MT). "O meu esposo administrou as empresaswinfair24 exchangeMiami, então não houve problemas nesse sentido", diz. Eles passaram quase quatro meses nos EUA e gastaram, ao todo, maiswinfair24 exchangeR$ 150 mil. "Por conta da distância e por ser um momento especial, decidimos investirwinfair24 exchangequalidade e conforto, por isso não nos preocupamoswinfair24 exchangequanto gastaríamos ao todo", relata a advogada.
Laura também contou com a presença do marido no períodowinfair24 exchangeque permaneceu nos EUA. "Nós ficamos juntos o tempo todo. O apoio dele foi muito importante nesse período", diz.
Porém, não são todos os pais que conseguem permanecer junto com as mães durante os meseswinfair24 exchangeMiami. Em razão do trabalho como pilotowinfair24 exchangeavião, Panes costumava passar metade da semanawinfair24 exchangeMiami e outra no Brasil, durante a gestação da esposa. Ele acompanhou o parto do filho e semanas depois retomou a rotina no trabalho. Há duas semanas, não consegue tempo para visitar a família.
O piloto comenta que a distância éwinfair24 exchangemaior dificuldade, apesarwinfair24 exchangemanter contato com a esposa durante todo o dia. No último domingo (12), ele passou o seu primeiro Dia dos Pais longe do filho, que somente deve vir para o Brasilwinfair24 exchange23winfair24 exchangeagosto, quando terminar o ciclowinfair24 exchangevacinação.
"No domingo, fiz chamadaswinfair24 exchangevídeo com a minha esposa, para que eu me sentisse mais próximo a eles. Mas tentei pensar que aquela data não era o Dia dos Pais nos Estados Unidos [o país comemora a data no terceiro domingowinfair24 exchangejunho]", relata.
Pela segunda vez
Mesmo com a distância e consultas mais rápidas, Laura afirma ter tido uma experiência muito positiva no nascimento do primogênitowinfair24 exchangeMiami. Em razão disso, retornará aos EUA no fim deste mês. Ela está esperando o segundo filho, que deve nascer no fimwinfair24 exchangesetembro. "Logo que engravidei pela segunda vez, decidi que iria buscar novamente o programa", conta.
Os parentes dela e do marido não se mostraram favorável aos nascimentoswinfair24 exchangeMiami. "Eles disseram que isso era loucura, que não era necessário ir tão longe", diz. Porém, ela acredita que está tomando a melhor decisão para o futurowinfair24 exchangeseus herdeiros. "É um investimento que acreditamos que vale a pena. Mas só saberemos se foi válido,winfair24 exchangefato, no futuro, quando nossos filhos estiverem maiores", declara.
Na primeira vezwinfair24 exchangeque recorreu ao programa, Laura gastou cercawinfair24 exchangeR$ 120 mil. Na segunda, ela planeja desembolsar menos. "Creio que iremos gastar R$ 100 mil, porque menos que isso é quase impossível, por conta do câmbio do dólar. Mas irei economizarwinfair24 exchangerelação à primeira vez, porque agora conheço lugares aonde ir e como economizarwinfair24 exchangealuguel e compras", comenta.
Segundo Lorentz, tem sido comum que pais que tiveram um filho com o programa procurem ter o segundo tambémwinfair24 exchangeMiami. "A Karina Bacchi, por exemplo, está planejando ter outro filho com a gente", declara o médico, mencionando a atriz e modelo brasileira. Ela deu à luz um bebêwinfair24 exchangeMiami no ano passado. Bacchi é considerada a maior divulgadora do programa. O pediatra menciona a história dela por diversas vezes durante a palestra.
'Ajudando os EUA'
Prevendo um aumento na buscawinfair24 exchangebrasileiros pelo programa nos próximos meses, por motivações políticas ou econômicas, Lorentz planeja expandir o serviço e passar a fazer atendimentos tambémwinfair24 exchangeOrlando, outra cidade na Flórida com grande comunidade brasileira. "Mas ainda não há nada certo. Estamos avaliando essa possibilidade", conta.
Nas redes sociais, o médico costuma receber críticas e ataqueswinfair24 exchangebrasileiros contrários ao projeto. "Eles dizem que eu tento passar a ideiawinfair24 exchangeque ter filhos nos Estados Unidos é melhor do que no Brasil. Mas esses 'haters' não me preocupam. Qualquer coisa que você fizer, principalmente se for um tema controverso, vai haver gente falando mal. No fim das contas, mesmo criticando, estão me ajudando a propagar a informação."
O pediatra acredita que está ajudando os Estados Unidos ao levar brasileiros para ter os filhos no país. "Estou abrindo a porta para pessoas bem-sucedidas terem seus bebêswinfair24 exchangeMiami. São pais que vão cuidar bemwinfair24 exchangeseus filhos. No futuro, essas crianças, como cidadãs americanas, poderão contribuir com a economia norte-americana e poderão levar seus bens para o país", declara.
*Nome alterado a pedido da entrevistada. Ela alegou ter medowinfair24 exchangeenfrentar problemas com a imigração dos Estados Unidos, caso exponha que será mãe pela segunda vezwinfair24 exchangeMiami.
(Matéria atualizada às 15h11)