'A perseguição nunca acabou', diz autoraposta casa ou foralivro sobre caçada nazista a gays:aposta casa ou fora
O título do livro faz referência ao símbolo usado nos uniformes para identificar homossexuaisaposta casa ou foracamposaposta casa ou foraconcentração.
Esse capítulo do Holocausto permaneceu oculto por muitos anos e veio à tona com a publicação dos primeiros relatosaposta casa ou foravítimasaposta casa ou forameados dos anos 1970. Mas está caindo no esquecimento para as novas gerações, diz Setterington.
Trabalhandoaposta casa ou forauma biblioteca públicaaposta casa ou foraToronto, no Canadá, o escritor, que é gay, notou nas conversas que tinha com jovens que quase nenhum deles sabia o significado do triângulo rosa.
Usado nos primeiros protestos LGBT, o símbolo perdeu aos poucos espaço para a bandeira do arco-íris. "A bandeira representa a diversidade e é mais inclusiva. É bom que seja popular, mas precisamos nos lembraraposta casa ou foraquem foi assassinado poraposta casa ou forahomossexualidade", diz Setterington.
Ele diz ter escrito o livro porque essa é "uma parte da história gay que está se perdendo" e para que o público mais jovem "aprenda com o passado para seguiraposta casa ou forafrente e impedir que se repita".
"Veja o que acontece hoje... Tenho o privilégioaposta casa ou foraser do Canadá, mas há locais onde homossexuais ainda são presos e executados. É assustador. A perseguição nunca acabou."
Parágrafo 175
Na Alemanha, estima-se que 50 mil homens homossexuais alemães tenham sido condenados entre 1949 e 1969, dos quais 5 mil ainda estariam vivos.
O perdão concedido a esse grupo conclui um processo iniciado no início da década passada com outros 42 mil presos que tiveram suas condenações pelo regime fascista anuladas.
O parágrafo 175 fazia parte do Código Penal alemão desde 1871 - e só foi eliminado por completoaposta casa ou fora1994. A legislação criminalizava atos homossexuais, mas era raramente aplicada.
Foi após Hitler assumir o comando da Alemanha que seu texto passou a vetar, partiraposta casa ou fora1935, qualquer tipoaposta casa ou fora"ato lascivo" entre pessoas do mesmo sexo, e a pena passou a seraposta casa ou foradez anosaposta casa ou foratrabalho forçado.
Isso transformou radicalmente Berlim, que era até então uma cidade onde gays e lésbicas podiam levar uma vida relativamente normal. Bares e boates frequentados por esse público foram fechados, e homens homossexuais tornaram-se um alvo.
"As prisões começaram devagar e tiveram seu auge entre 1937 e 1939. Logo ficou claro que eles não seriam libertados, mas mandados para os campos", diz.
"Já os gays dos países invadidos não eram presos. Os nazistas acreditavam que mantendo eles lá estavam ajudando a destruir essas sociedades por dentro."
Tratamento cruel
Historiadores não têm pistasaposta casa ou forao que levou à escolha do triângulo rosa para identificar homossexuais - principalmente homens, pois lésbicas não sofreram o mesmo grauaposta casa ou foraperseguição do regime nazista e, quando eram presas, eram normalmente como antissociais, um tipoaposta casa ou foradetento identificado por um triângulo negro.
Uma vez nos campos, gays recebiam um tratamento cruel. Cabiam a eles os piores trabalhos, diz o escritor canadense. Eram mantidosaposta casa ou forabarracões separados e discriminados pelos outros prisioneiros.
"A única formaaposta casa ou foraaliviar essa situação brutal era conseguir a proteçãoaposta casa ou foraum kapo, um prisioneiro que recebia dos guardas algum tipoaposta casa ou foraautoridade sobre os outros. Em trocaaposta casa ou forafavores sexuais, podiam fazer trabalhos mais leves ou conseguir comida extra", relata Setterington.
"Mas isso não significava que eles tinham um relacionamento. O amor era impossível nos campos. Nem serviaaposta casa ou foragarantia alguma. Um triângulo rosa era ser facilmente substituído por outro mais jovem ou mais atraente."
Aos alemães gays, era oferecida uma chanceaposta casa ou foraliberdade: se aceitassem a castração, podiam deixar os campos - diretamente para o front, onde serviamaposta casa ou fora"buchaaposta casa ou foracanhão" para o exército alemão.
'A libertação não chegou para eles'
Nem o fim da guerra acabou com o sofrimento desses prisioneiros. Sob a lei alemã, eles haviam cometido um crime e, casoaposta casa ou forapena não tivesse acabado, saíam dos camposaposta casa ou foraconcentração para ir parar direto atrás das grades.
"A libertação chegou para os outros, mas não para eles. Eles ainda se mantiveramaposta casa ou forasilêncio por anos, porque não podiam admitir que eram homossexuais e só fizeram isso quando eram mais velhos e não tinham nada a perder."
Setterington diz que o perdão do Estado alemão, concedido à absoluta maioria delesaposta casa ou foraforma póstuma, demorou muito tempo e "não apaga a história", mas ainda assim é importante para reafirmar que os nazistas estavam errados.
"Hoje, a tolerância é maior, mas a Alemanha nazista prova que as coisas podem mudar da noite para o dia, como o presidente dos Estados Unidos (Donald Trump) acabaaposta casa ou forafazer ao vetar novamente transexuais nas Forças Armadas", afirma o autor.
"O ódio e o medo do diferente persistem. Temosaposta casa ou foraestar sempre vigilantes."