Setembro amarelo: o que é distimia, um dos tiposbet365 ászfdepressão mais difíceisbet365 ászfdiagnosticar:bet365 ászf
Mesmo tendo os sintomas iniciais do transtorno, ela só recebeu um diagnóstico quando já estava com sinais mais avançadosbet365 ászfdepressão. Ao receber atendimento médico, a jovem soube que sofriabet365 ászfdistimia e que tinha um grau moderadobet365 ászfansiedade.
Assim como Ana, é muito comum diversos pacientes receberem o diagnóstico desse tipobet365 ászfdepressão após décadas convivendo com os sintomas. Muitas vezes, os sinais mais evidentes são confundidos com a personalidade, o "jeito" do indivíduo, e podem ser subdiagnosticados até por médicos.
"A história mais comum que ocorre é alguém que tenha algum quadrobet365 ászfdepressão leve oubet365 ászfdistimia, mas só quando os sintomasbet365 ászfdepressão ficam mais graves é que o paciente procura ajuda e descobre que sofre com o transtorno", destaca Marcelo Heyde, psiquiatra e professor da Escolabet365 ászfMedicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
O que é distimia?
O transtorno depressivo persistente é uma forma crônicabet365 ászfdepressão e pode surgir na infância ou na adolescência, antes dos 21 anosbet365 ászfidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a distimia atinge aproximadamente 6% da população mundial.
A principal diferença dela para o tipo clássico é que, nesta, a pessoa consegue ser funcional e realizar suas atividades normalmente. No entanto, trabalhar, estudar e outras ações do dia a dia são um pouco mais difíceisbet365 ászfserem feitas.
"Ela faz as atividades com um custo maior da rotina e com uma produtividade reduzida por causa dos sintomas. Ela é funcional, mas a custabet365 ászfmaior esforço", explica Márcia Haag, psiquiatra e professora da Universidade Positivo,bet365 ászfCuritiba (PR).
Segundo os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, ainda não há um consenso sobre o que provoca a distimia. Normalmente, o transtorno pode ser multifatorial e gerado por fatores estressores durante a infância, predisposição genética e biológica, traumas ou questões sociais.
"É possível perceber que na fase adulta, é muito comum o paciente chegar com choro fácil e quando vai investigar, ele era uma criança mais quieta e tinha dificuldadebet365 ászfrelacionamento", ressalta Bianca Breda, psicóloga e especialistabet365 ászfterapias cognitivas pelo Hospital das Clínicas da Faculdadebet365 ászfMedicina da USP (FMUSP).
No casobet365 ászfAna, ela só descobriu a doença devido ao seu trabalhobet365 ászfum centrobet365 ászfapoio a crianças e adolescentes vítimasbet365 ászfabuso sexual. Por ter atendimento psicológico no local, a jovem pôde entender o que estava acontecendo com ela.
Como identificar e diferenciar do tipo clássico?
Diferentementebet365 ászfoutros episódiosbet365 ászfdepressão, que são mais fáceisbet365 ászfserem reconhecidos, a distimia tem caraterísticas "camufladas" e próprias.
Além do tempobet365 ászfduração ser maior, os sinais mais comuns podem se manifestar por meiobet365 ászfcansaço, fadiga, baixa autoestima, indecisão e pessimismo exagerado.
Já na depressão comum e mais conhecida, a pessoa tende a mostrar sintomas exacerbadosbet365 ászftristeza, desânimo, faltabet365 ászfinteresse nas coisas, perdabet365 ászfapetite e outros sinais que podem ser percebidos por pessoas ao redor e pelo próprio paciente.
"Na depressão há uma intensidade maior, o sofrimentobet365 ászfuma pessoa com depressão geralmente é maior e classificamos como leve, moderado ou grave. Geralmente está vinculada a algum evento", afirma Breda.
Não é personalidade
Esse transtorno é considerado um dos tiposbet365 ászfdepressão mais difíceisbet365 ászfdiagnosticar ebet365 ászfmuitos casos é confundido como sendo parte "da personalidade" do paciente.
Por causa desse erro comum, o diagnóstico se torna tardio e prejudica os pacientes na busca pelo tratamento correto, que pode ocorrer após décadas. É fundamental,bet365 ászfacordo com os especialistas, deixarbet365 ászfdizer que determinada pessoa é chata, "cricri", que ela é e foi assim vida inteira e, por isso, não vai mudar mais.
"A distimia vembet365 ászfforma devagar e arrastada, porém, com o passar dos anos, apesarbet365 ászfser leve, o impacto funcional é grande, pois a pessoa ganha apelidos como ranzinza e mal-humorada. Isso culturalmente é aceito, mas vai atrasando o diagnóstico e também reforça o neuroticismo, que é um traçobet365 ászfpersonalidadebet365 ászfver as coisas mais negativas", explica o psiquiatra da PUC-PR.
A servidora pública, por exemplo, tinha dificuldadesbet365 ászfse relacionar na escola e não sabia o motivo. "Eu sempre tive uma insegurança muito maior, principalmente amorosa e me bloqueava muito", diz.
Ela também acreditou que todos esses sentimentos faziam parte do seu comportamento, e que, com o tempo, poderiam passar. Mas isso não ocorreu e a oscilação do humor acontecia com frequência.
"Quem tem distimia tem uma vida muito conturbada consigo mesma. A gente acaba se irritando uma hora", conta Ana.
Como procurar ajuda e tratar o transtorno
É fundamental que o paciente procure atendimento precoce para evitar subdiagnósticos. Muitas vezes, quando há uma queixa pontualbet365 ászfrelação a uma outra doença, ele pode não procurar um serviço psiquiátrico e,bet365 ászfforma generalista, receber um diagnósticobet365 ászfoutra enfermidade e a distimia passa despercebida.
"A própria depressão tem até 50% dos casos que não são diagnosticados por médicosbet365 ászfatenção primária. Imagina a distimia que a pessoa pode se queixarbet365 ászfcansaço, fadiga e autoestima baixa. É bem comum associar com outras doenças psiquiátricas, transtornosbet365 ászfansiedade e usobet365 ászfsubstâncias", diz Haag.
O diagnóstico tardio, reforça a médica, pode ainda interferir no surgimentobet365 ászfoutras doenças ou piorar cada uma delas.
"A distimia e depressão atingem o organismobet365 ászfuma forma sistêmica e podem agravar condições clínicas crônicas como diabetes, hipertensão e doenças reumatológicas, fazendo com que o paciente precisebet365 ászfdoses maioresbet365 ászfmedicamentos ou uma associação superiorbet365 ászfremédios para estabilizar aquela condição", diz ela.
Como ainda há um tabubet365 ászfrelação à saúde mental, identificar o transtorno pode ser ainda mais complicado. O recomendado é procurar atendimento com psicólogos e psiquiatras, que avaliarão o caso e poderão determinar a linha terapêutica correta, que pode ser feita com medicamentos ou somente psicoterapia.
Na épocabet365 ászfque Ana descobriu a distimia, ela seguiu com psicoterapia e terapias "alternativas", já que, devido abet365 ászfidade,bet365 ászfpsicóloga preferiu não receitar medicamentos.
Por alguns anos, a servidora pública interrompeu as sessõesbet365 ászfterapia, mas desde o início da pandemiabet365 ászfcovid-19,bet365 ászf2020, voltou com o tratamento. Desde que retornou com o acompanhamento psicológico, percebeu uma melhora significativa.
Os especialistas reforçam a importânciabet365 ászfnão interromper o tratamento sem autorizaçãobet365 ászfum profissionalbet365 ászfsaúde e que a evolução do transtorno precisa ser observadabet365 ászfforma contínua.
O acompanhamento médico pode durar meses ou anos, mas é indispensável para melhora dos sintomas e qualidadebet365 ászfvida do paciente.
- Este texto foi publicadobet365 ászfhttp://vesser.net/geral-62752634
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