Depressão pós-parto masculina: condição silenciosa que afeta milhõescash camel slotpais:cash camel slot

Homem segura bebê no colo

Crédito, Getty Images

"Eu levei para o lado pessoal, 'estou falhando, não estou fazendo meu trabalho aqui'", ele conta. "E também comecei a sentir que era dirigido a mim, que o meu filho estava chorando porque não gostavacash camel slotmim."

Levine adorava crianças. Desde que começoucash camel slotcarreira como pediatracash camel slotNova Jersey, nos Estados Unidos, ele havia ouvidocash camel slotvários pais: "você será um pai muito bom algum dia."

Ele havia ficado entusiasmado quandocash camel slotesposa ficou grávida e deu à luz. Levine se sentia útil quando ela teve dificuldades para amamentar e podia usar seu conhecimento médico para ajudar a incorporar a fórmula na alimentação do bebê.

Mas, depois, o seu papel mudou. Ele não precisava ser médico; ele precisava ser pai. E, quando surgiram as dificuldades com as tarefas práticas da paternidade, como fazer seu filho pararcash camel slotchorar, Levine achou que a culpa fosse dele.

"Foi quando as coisas começaram a se agravar", ele conta. Levine menosprezava seu filho e gritava com ele. Ele começou a ver imagenscash camel slotviolência com seu filho e consigo próprio. E não sabia como fazer as coisas melhorarem.

"Eu dizia para a minha esposa que era o fim da nossa vida", relembra. "Tudo o que eu conseguia visualizar era o ciclocash camel slotdesespero que seriam as nossas vidas."

No seu trabalho como médico, Levine examinava as mães para diagnosticar possíveis casoscash camel slotdepressão pós-parto (DPP), uma doença depressiva que aparece no primeiro ano depoiscash camel slotdar à luz. Ela é normalmente considerada uma condição feminina. Mas poderia ocorrer também com os pais?

Levine nunca havia ouvido falar nisso e não era o único. A DPP é uma condiçãocash camel slotsaúde mental que pode fazer com que as mães e os pais se sintam mal permanentemente, apáticos ou até com pensamentos suicidas no primeiro ano após o parto.

É um fenômeno bem conhecido entre as mulheres, embora ainda permaneça subdiagnosticadocash camel slottodo o mundo e nem sempre seja adequadamente tratado, o que às vezes traz consequências trágicas. O que é menos conhecido, mesmo entre os médicos, é que os homens também podem ter depressão pós-parto.

Muitos dos recursos que podem ajudar no diagnóstico e tratamento da DPP (que vão desde os questionárioscash camel slotdiagnóstico usados pelos médicos até as redescash camel slotapoio, como gruposcash camel slotpessoas) foram estabelecidos para as mulheres. Mesmo os sintomas normalmente associados à depressão pós-parto costumam referir-se mais às mulheres do que aos homens.

Acrescente-se a isso a estigmatização que os homens podem sentir ao expressar problemascash camel slotsaúde mental e os especialistas afirmarão que não são apenas as mães que estamos deixandocash camel slotdiagnosticar com DPP. Milhõescash camel slotpais deprimidos podem também estar desamparados.

Bebê recém-nascido

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Legenda da foto, A vida muda dramaticamente quando nasce um novo bebê, mas a maioria dos homens não recebe as ferramentas, os recursos ou o reconhecimento necessário para lidar com essa transição

Doença escondida

"Embora tenha aumentado a circulaçãocash camel slotinformações sobre as doenças mentais, como a depressão pós-parto nas mulheres, é fato que ela tem sido muito menos reconhecida nos homens", afirma Grant Blashki, consultor clínico da organização australianacash camel slotsaúde mental Beyond Blue.

Ainda assim, estima-se que cercacash camel slot10% dos pais sofram depressão no primeiro ano após o nascimento do bebê, o que é o dobro da incidência dessa condição na população geral masculina. E há pesquisas que indicam que 10% talvez seja muito pouco. No períodocash camel slottrês a seis meses após o parto, cercacash camel slotumcash camel slotcada quatro pais exibe sintomascash camel slotdepressão.

Muitos pais também sofremcash camel slotansiedade generalizada, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e estresse pós-traumático, segundo Daniel Singley, psicólogocash camel slotSan Diego, na Califórnia (Estados Unidos), especializadocash camel slotproblemas masculinos. Mas relativamente poucos desses homens expressarão seus problemas (ou mesmo acreditarão que têm um problema, para começar).

"Na minha experiência, é interessante que, mesmo entre pessoas com boa escolarização ou profissionaiscash camel slotsaúde, ainda haja alto nívelcash camel slotestigmatização sobre os problemascash camel slotsaúde mental entre os homens", afirma Grant Blashki. "E isso pode resultarcash camel slotnegação, baixa procuracash camel slotajuda ou na sensaçãocash camel slotque você deveria simplesmente resolver aquilo sozinho."

Geralmente, os homens tendem a evitar cuidados médicos, mais do que as mulheres. No Canadá, por exemplo, pesquisadores concluíram que cercacash camel slotoitocash camel slotcada dez homens não procuram assistência médica a menos que suas parceiras os convençam.

Mas também existem,cash camel slotmuitos casos, sensaçõescash camel slotconstrangimento ou vergonha por ser um homem (especialmente um pai) com depressão.

"[Os homens] realmente não querem buscar ajuda para a saúde mental, pois isso é estigmatizado e feminizado. E eles com certeza não querem buscar ajuda durante o período perinatal", afirma Singley.

Ele prossegue explicando que,cash camel slotcasais heterossexuais com filhos, a mensagem normalmente recebida pelo pai écash camel slotque a gravidez e o parto fazem parte do universo feminino.

Os pais podem ser excluídos das consultas pré-natal, dos cursos ou até do próprio parto. Quando estão presentes, muitas vezes são instruídos apenas a oferecer apoio, independentemente da ansiedade e do medo que eles também possam estar sentindo.

Singley ressalta que esse tipocash camel slotmensagem ativa o estereótipo masculinocash camel slot"prover e proteger", ignorando um elemento fundamental: os pais precisam apoiar as mães, mas eles também precisamcash camel slotapoio.

Como disse um pai aos pesquisadorescash camel slotum estudo recente no Reino Unido, "olhandocash camel slotretrospectiva, as instituições, a família e eu próprio nos concentramoscash camel slotcomo eu apoiaria minha esposa e a ênfase era que eu permanecesse forte".

'Nós precisamos ser a rocha'

É claro que existe a pressão dos estereótipos masculinos. Se os pais devem ser fortes e fornecer apoio, o que acontece com eles se tiverem depressão?

No mesmo estudo britânico, outro participante afirmou que se "sentia um fracasso, não um verdadeiro homem". Outro perguntou: "que tipocash camel slothomem fica com depressão depoiscash camel slotter um bebê?"

E alguns eram ainda mais duros consigo próprios sobre receber tratamento. Um homem que recebeu licença do trabalho depoiscash camel slotum diagnósticocash camel slotproblemacash camel slotsaúde mental afirmou que, quando ficou difícil formar uma nova rotina com o bebê, acash camel slotdepressão piorou, "pois eu senti que não estava apenas fracassando como pai, mas como marido". Já outros mencionaram preocupações com a possibilidadecash camel slotsuas parceiras os deixarem.

"Ainda são frequentes muitos mitos sobre problemascash camel slotsaúde mental como sinalcash camel slotfraqueza ou algo que o homem deveria simplesmente poder resolver sozinho", concorda Blashki. "Esse tipocash camel slotmito pode ser intensificado pela sensaçãocash camel slotque o homem deveria ser a parte forte durante essa grande fasecash camel slottransição para a mãe e o bebê."

Levine, por exemplo, só contou paracash camel slotesposa como era forte acash camel slotDPP cercacash camel slotum ano mais tarde, quando, depoiscash camel slotconversar sobre DPP com um paciente, que indicou seu nome adiante, foi convidado a compartilharcash camel slotexperiência no programacash camel slotentrevistascash camel slotCharlie Rose, nos Estados Unidos.

"Ela não sabia que eu tinha depressão", relembra. "Ela não sabia que eu tinha certos sentimentos com relação ao nosso filho. E ela também não sabia que parte da razão por que nunca contei a ela foi porque eu achava que cairia no seu conceito."

"Os homens não falam sobre seus sentimentos, certo? Nós precisamos ser a rocha para nossas esposas. Eu não tinha ninguém com quem falar sobre isso. E achava sinceramente que, se eu contasse para ela, ela iria me deixar. E a minha esposa é uma pessoa maravilhosa", prossegue Levine.

Universo feminino

Outro obstáculo é o fatocash camel slotque a depressão pós-parto muitas vezes é associada principalmente às mulheres. Por isso, é menos provável que um homem, ou as pessoas àcash camel slotvolta, incluindo profissionais médicos, reconheçam os sintomas da DPP.

É verdade que quem dá à luz tem mais possibilidadecash camel slotter depressão no período pós-parto que os seus parceiros. Um estudo concluiu que,cash camel slotmédia, cercacash camel slot24% das mães têm depressão, contra 10% dos pais. E também é verdade que parte dos motivos da DPP das mães são as mudanças hormonais no cérebro que acontecem ao dar à luz.

Os sintomas também tendem a ser diferentes nos homens e nas mulheres. Enquanto a imagem comum da DPP pode ser uma mãe chorosa e incapazcash camel slotsair da cama, os pais com DPP são mais propensos a adotar comportamentoscash camel slotfuga: aumentar a cargacash camel slottrabalho, por exemplo, ou passar mais tempo ao telefone. E eles estão mais sujeitos a abusarcash camel slotsubstâncias ou do álcool e a ser indecisos, irritáveis ou autocríticos.

"Às vezes, [os homens] mostram o que chamamoscash camel slot'apresentação depressiva masculina mascarada', que parece um pouco diferente da forma típicacash camel slotque pensamos sobre a depressão", afirma Singley. "Pode haver tendência à somatização", que é a presençacash camel slotsintomas clínicoscash camel slotvezcash camel slotemocionais, como dorescash camel slotestômago ou enxaquecas.

Algumas pessoas afirmam que os pais não estão sofrendo DPP "real", mas sim depressão genérica, um pensamento exacerbado pelo fatocash camel slotque os pais são mais propensos à depressão pós-parto se já tiverem sofrido depressão anteriormente.

Homem chora enquanto segura bebê

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Legenda da foto, Quando se diz aos homens que eles precisam ser a 'rocha', suas próprias dificuldades muitas vezes são ignoradas ou minimizadas

Embora haja alguma verdade nisso, é algo enganoso, segundo Michael Wells, professor do Departamentocash camel slotSaúde da Mulher e da Criança do Instituto Karolinskacash camel slotEstocolmo, na Suécia, e pesquisadorcash camel slotsaúde pós-parto e DPP masculina.

Na verdade, não só os pais são mais propensos à depressão pós-parto se tiverem sofrido depressão no passado, mas também as mães. "Não são só os hormônios", afirma Wells.

Além disso, pesquisas recentes concluíram que os hormônios dos pais também se alteram desde o período pré-natal. Os níveiscash camel slottestosterona dos pais caem durante a gravidez da parceira, por exemplo, enquanto o estrogênio aumenta mais para o final da gestação. E existem evidênciascash camel slotque a DPP paterna possa estar relacionada com essas alterações.

Causas psicológicas à parte, mães e pais comprometidos enfrentam uma sériecash camel slotmudanças depois que o bebê nasce.

"O ajuste ao novo bebê, mudanças no relacionamento, mudanças na vida sexual do casal, novas responsabilidades, lidar com o estresse do parceiro e pressões financeiras", afirma Blashki. "Pode ser,cash camel slotforma mais geral, uma épocacash camel slotreflexão sobre a identidade da pessoa e muitos homens podem ficar preocupados com a responsabilidade necessária para cuidarcash camel slotum bebê."

Fatorescash camel slotrisco específicos podem também fazer com que alguns pais sejam mais propensos à DPP. Um deles é a saúde mental da parceira. O riscocash camel sloto pai desenvolver depressão pós-parto é maiscash camel slotcinco vezes maior se a mãe tiver DPP (e, se o pai tiver DPP, a mãe também é mais propensa a desenvolver a condição).

Outros fatorescash camel slotrisco incluem a faltacash camel slotestabilidade no emprego, gravidez não planejada, baixa satisfação no relacionamento, faltacash camel slotinformação sobre a gravidez e o parto, pouco apoio social, faltacash camel slotsono e expectativas irreais da paternidade.

É interessante observar que nós associamos a DPP aos pais novos, mas a pesquisa desenvolvida por Wells e seus colaboradores concluiu que não são apenas os paiscash camel slotprimeira viagem que apresentam riscocash camel slotdepressão pós-parto. Muitos pais com outros filhos também desenvolvem DPP.

O fatocash camel slotque mesmo alguém como Levine, que tinha um emprego e um casamento estáveis, nenhum históricocash camel slotproblemascash camel slotsaúde mental e pleno conhecimento médico sobre a gravidez e os bebês, pudesse ter DPP tão rápida e profundamente demonstra que essa condição pode afetar qualquer pessoa.

Decash camel slotparte, Levine acredita quecash camel slotDPP tenha sido exacerbada por não compreender totalmente como pode ser difícil ser pai, ou qual era o comportamento normal dos recém-nascidos. Ele não percebeu que muitos bebês simplesmente acordam com frequência ou choram muito. E achava que a culpa era dele próprio.

'Minha personalidade mudou'

Isso soa muito familiar para Mark Williams, do grupocash camel slotapoio britânico Fathers Reaching Out.

Quando seu bebê nasceu,cash camel slot2004, Williams, que mora no Paíscash camel slotGales, era trabalhador autônomo. Ele esperava voltar ao trabalhocash camel slotduas semanas, mas nada saiu conforme o planejado.

Primeiro, o parto dacash camel slotesposa foi traumático. "Tive um ataquecash camel slotpânico na salacash camel slotparto e o médico disse que a minha esposa iria para a salacash camel slotcirurgia" para uma cesariana não programada, segundo ele.

E, enquanto ela estava lá, ninguém disse a ele o que estava acontecendo. Ele achava que a esposa e o bebê iriam morrer.

Depois desse incidente traumático, Williams foi lançado aos desafios da vida com um recém-nascido, sofrendo ainda a pressãocash camel slotvoltar ao trabalho "sem dinheiro e com a hipoteca para pagar". Sua esposa também teve forte depressão pós-parto.

"Comecei a consumir álcool e evitar situações. Minha personalidade mudou", ele conta. Williams sentia raiva e era agressivo. Certa vez, ele socou o sofá com tanta força que quebrou a mão.

Ele tomou conhecimento da DPP masculinacash camel slotuma conversa casual com alguém na academia. A esposa daquela pessoa também teve DPP e os dois homens acabaram se sentindo deprimidos. Mas, quando Williams procurou saber quais tiposcash camel slotgrupos existiam para os pais, como havia para as mães, ele voltou com as mãos vazias.

Ao longo dos anos, ele conseguiu superarcash camel slotdepressão com terapia cognitivo-comportamental, medicação e mais apoio. Williams também recebeu diagnósticocash camel slottranstornocash camel slotdéficitcash camel slotatenção e hiperatividade (TDAH).

Mas ele queria ter certezacash camel slotque, se outros pais superassem a estigmatização da DPP masculina e pedissem ajuda, eles poderiam encontrá-la. "Não havia nada para eles. Ninguém realmente falava sobre aquilo", ele conta.

Em 2010, Williams lançou a Fathers Reaching Out, para conectar os pais e oferecer apoio e aconselhamento sobre saúde mental. Essa organização se dissolveu posteriormente por "faltacash camel slotfinanciamento", segundo Williams.

Ele rapidamente ouviu não apenas os pais, mas também suas parceiras. "As mães diziam 'meu marido está com muitas dificuldades, seu comportamento mudou desde a gravidez e o nascimento do bebê'", ele conta.

Williams dedicou-se não só a apoiar outros pais, mas também ao ativismo. Ele dá palestras, trabalha com acadêmicos, escreveu um livro, criou o Dia Internacional da Saúde Mental dos Pais e fez lobby junto ao governo britânico para que oferecesse análisescash camel slotsaúde mental aos pais se a parceira sofressecash camel slotalguma condiçãocash camel slotsaúde mental, com sucesso.

A consciência sobre a saúde mentalcash camel slotgeral e a DPP masculinacash camel slotparticular aumentou, segundo Williams, mas não o suficiente. "Melhorou muito, mas ainda falta muito reconhecimento", afirma ele.

"As orientações NICE [as recomendações nacionaiscash camel slotsaúde e assistência da Inglaterra] não mencionam os pais. A OMS só tem informações sobre as mães, não sobre os pais. É preciso um grande impulso nacional, ou que alguma celebridade venha e realmente leve isso adiante", segundo Williams.

Michael Wells destaca outro problema, que é o fatocash camel slotque, como a DPP foi considerada um transtornocash camel slotsaúde mental das mulheres por muito tempo, as ferramentascash camel slotdiagnóstico utilizadas pelos profissionaiscash camel slotsaúde (que normalmente consistemcash camel slotum questionário a ser preenchido pela paciente durante a consulta) foram idealizadas para as mulheres.

Ou seja, os médicos são menos propensos a detectar aquelas manifestações cruciaiscash camel slotDPP masculina e emitir o diagnóstico correspondente.

E ainda existem profissionais da medicina que pensam que a DPP é um problema só das mulheres, segundo Wells. Ele conta: "falei [recentemente] com uma enfermeira e perguntei 'vocês estão diagnosticando pais?'. Ela respondeu 'não, os pais não ficam com depressão'. Para ela, tudo era hormonal e tinha a ver com dar à luz. Por isso, os pais não podiam ter."

Como ajudar os pais

Não buscar ajuda pode ter um alto preço. Os homens dos países ocidentais têm quatro vezes mais propensão ao suicídio que as mulheres (naturalmente, não só devido à DPP).

E existe também o efeito sobre as famílias. Os pais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento inicial dos bebês. Um estudo demonstrou, por exemplo, que, se o pai sofrercash camel slotdepressão no primeiro anocash camel slotvidacash camel slotum bebê, a criança terá maior probabilidadecash camel slotenfrentar mais dificuldadescash camel slotcomportamento, ter desenvolvimento mais fraco e menor bem-estar com quatro ou cinco anoscash camel slotidade.

Uma solução para ajudar no diagnóstico e tratamento da DPP, segundo os especialistas, é a inclusão dos pais, priorizandocash camel slotsaúde mental além da saúde das mães, desde o princípio. Wells, por exemplo, descobriu nacash camel slotpesquisa que, quando os pais recebem mais apoio das parteiras, enfermeiras e das suas parceiras, eles têm menos possibilidadecash camel slotdesenvolver depressão.

Bebê segura a mão do pai

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Legenda da foto, Desestigmatizar a DPP masculina e o papel do paicash camel slotgeral pode ajudar os homens a entender que eles precisarãocash camel slotapoio e onde procurar por ele

"O pai muitas vezes não recebe atenção dos médicos ou das enfermeiras", afirma David Levine. "Você estabelece essas famílias com a ideiacash camel slotque a mãe é a mais importante e o pai é secundário. E isso não é verdade."

"Minha esposa não sofreu depressão pós-parto; eu tive. Mas a minha depressão pós-parto poderia ter despertado DPP ou ansiedade nela. Ou, se ela tivesse tido [DPP], haveria 50%cash camel slotpossibilidade que eu também tivesse. E ninguém conta essas coisas. Os pediatras, que são os únicos médicos que normalmente veem os dois pais a todo momento, não estão diagnosticando essas famílias", prossegue ele.

Daniel Singley acrescenta que também é importante deixar claro para os pais que eles precisarãocash camel slotapoio. Esse apoio pode ser algo como procurar amigos que são pais. Ou podem ser gruposcash camel slotpais, onde os homens se reúnem para falar sobre os desafios da paternidade.

Além das comunidades presenciais, esses grupos também podem reunir-se online, como fazem os grupos organizados pela Postpartum Support International, norte-americana, ou pelo grupocash camel slotapoio britânico Pandas.

Mas também é preciso que os homens se abram. Somente falando sobre os problemascash camel slotsaúde mental poderemos desestigmatizá-los, ajudando a garantir que os homens consigam ajuda quando precisarem.

Todos os especialistas estãocash camel slotacordo neste ponto: Levine, Singley, Wells e outros. E eles acrescentam que o aumento da licença-paternidade e mudanças da cultura do ambientecash camel slottrabalho, para que passe a aprovar e não estigmatizar os pais que tirarem licença-paternidade, também fariam diferença.

Os pais podem não precisar se recuperar fisicamente do parto como as mães, mas também precisamcash camel slottempo para ajustar-se. E a licença-paternidade pode também permitir que os pais se sintam mais empoderados e comprometidos, o que pode protegê-los contra a depressão pós-parto.

Quando o filhocash camel slotDavid Levine completou três mesescash camel slotidade, ele tirou licença-paternidade.

"Foram três semanas e meiacash camel slotcasa com ele que me causaram imenso impacto, pois eu era seu único cuidador, era responsável por ele e ganhei confiança nas minhas habilidades como pai", relembra ele.

"Eu precisava alimentá-lo e vesti-lo, levá-lo no carro para encontrar minha esposa na cidade, ir à casa dos meus pais ou visitar um amigo para almoçar. Comecei a perceber que eu conseguia fazer essas coisas. E isso trouxe um grande impacto para a minha autoestima", ele conta.

Rejeitando a 'Grande Mentira'

Levine afirma que,cash camel slotforma geral, as pessoas também precisam ser mais honestas sobre a paternidade.

Ele fala frequentemente às pessoas sobre o que ele chamacash camel slot"a Grande Mentira": a ideiacash camel slotque você pode ter tudo. Você pode trabalharcash camel slottempo integral, ser paicash camel slottempo integral e tudo parecerá como nas imagens brilhantescash camel slotquartoscash camel slotbebê perfeitos e filhos sorrindo que você vê nas redes sociais.

As pessoas muitas vezes pensam nisso sobre as mães. Mas também pode ocorrer com os homens, que podem ainda sofrer a pressãocash camel slotgênero para prover financeiramente suas famílias.

"Por isso, quando as coisas não parecem sair como você achava que deveriam parecer, você problematiza isso e diz 'devo ser eu. Eu devo estar estragando tudo. Porque vi pessoas lidando com isso a vida inteira'", explica ele. "Não deve ser motivocash camel slotvergonha dizer apenas 'sim, ser pai é difícil. Ser pai é divertido. Mas ser pai é difícil, especialmente no começo."

Para Levine, o medocash camel slotadmitir que ele tinha problemas fez com que precisassecash camel slotmais algumas semanas, e incentivo dacash camel slotesposa, para buscar ajuda.

Ele falou com uma terapeuta na empresa onde trabalhava. Ela era especialistacash camel slotdepressão pós-parto e compreendia que os homens podiam ter DPP, mas nunca havia sido procurada antes por um paciente homem.

Levine começou a fazer terapia cognitivo-comportamental. E, com a ajudacash camel slotuma enfermeira para o bebê à noite, ele começou a dormir melhor.

Mas ele acrescenta que nem tudo eram flores. Quando seu segundo filho nasceu, quatro anos depois, Levine teve DPP novamente. Mas, desta vez, ele reconheceu os sintomas.

Ocupando a diretoriacash camel slotuma organização chamada Postnatal Support International desde 2018, da qual será vice-presidente a partircash camel slotjulho, Levine irá falar sobre DPP masculina na convenção deste ano da Academia Norte-Americanacash camel slotPediatria.

Ele contacash camel slotexperiência a todos os pais que chegam com um novo bebê. Sua missão é desestigmatizar a DPP masculina.

Levine ainda sabe que tudo poderia ter sido muito diferente.

"Quando passei por isso, se não fosse pediatra, se não tivesse o trabalho que eu tinha, é possível que eu não estivesse agora falando com você", relata ele. "Porque algo realmente terrível poderia ter acontecido."

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) na seção Family Tree do site BBC Worklife.

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Onde buscar ajuda?

- Centroscash camel slotAtenção Psicossocial (CAPS) e Unidades Básicascash camel slotSaúde (UBS) — clínicas da família, postos e centroscash camel slotsaúde;

- Unidadecash camel slotPronto Atendimento (UPA 24h);

- Serviçocash camel slotAtendimento Móvelcash camel slotUrgência (SAMU 192);

- Hospitais;

- Prontos-socorros;

Apoio emocional e prevenção ao suicídio:

- Centrocash camel slotValorização da Vida (CVV) — funciona 24 horas por dia pelo telefone 188 (ligação gratuitacash camel slotqualquer linha telefônica fixa ou celular), e também atende por e-mail e pessoalmente (confira no site do projeto).

- Este texto foi originalmente publicadocash camel slothttp://vesser.net/geral-61753907

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